Já foi notícia !

12/99

Ministério proíbe milho transgénico em Portugal

O Ministério da Agricultura anunciou ontem a suspensão da produção das duas únicas variedades de milho transgénico autorizadas em Portugal - a elgina e a compa cb.

A produção de milho geneticamente modificado é assegurada em Portugal por um pequeno número de produtores e ocupa 0,5 %, cerca de 1300 hectares, da superfície total cultivada com aquele cereal.

Na maior parte dos países europeus os consumidores estão contra a introdução de plantas geneticamente modificadas, que entretanto se produzem em larga escala nos EUA.(29.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

Empresa portuguesa fornece NASA

Uma empresa de Coimbra vendeu à NASA, Agência espacial norte-americana, uma ''ferramenta'' que permite testar em terra até que ponto a tecnologia utilizada nos satélites é capaz de suportar os raios cósmicos do espaço.

O ''Xception'', assim denominado porque ''gera situações excepcionais no sistema'', foi desenvolvido pela Critical Software durante cerca de dois anos, transformando num produto comercial os 10 anos de investigação na área do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Universidade de Coimbra.

João Gabriel Silva, presidente do DEI, disse em conferência de imprensa que o principal problema com que os satélites se deparam no espaço é o impacto dos raios cósmicos, que, apesar de nem sempre estragarem o computador, deterioram a informação.
''O Xception simula o impacto do raio cósmico, trocando bits dentro do computador'', explicou o responsável, acrescentando que o objectivo é fazer ''um teste o mais exaustivo possível, para que o risco de falhas seja aceitável'', porque, uma vez no espaço, muito dificilmente o satélite será recuperado para reparar avarias.

Entre as vantagens do injector de falhas, que irá ser utilizado pela NASA no projecto REE (Remote Exploration and Experimentation), estão ''a grande precisão de teste, a excelente simulação de perturbações reais, o melhoramento do sistema e a correcção de bugs'', referiu João Gabriel Silva.

O presidente da Critical Software, João Carreira, espera que a ferramenta desenvolvida a partir dos resultados da investigação levada a cabo pelo Grupo de Sistemas Confiáveis do DEI funcione como um primeiro contacto que futuramente abrirá novas portas.

Para já, o contrato celebrado há cerca de um mês com a NASA é ''relativamente limitado'' - tem a duração de quatro meses - tendo a empresa de Coimbra a responsabilidade de adaptar o ''Xception'' a alguns requisitos particulares da Agência espacial.
No entanto, os responsáveis estão optimistas quanto ao futuro, considerando que ''se este (contrato) correr bem, é praticamente certo que outros virão atrás dele''.(23.12.99/Fonte : Digito.pt)

 

Voltar

Fusão ibérica na energia

EDP e Iberdrola analisam integração, que dará origem a maior grupo do sector nos dois países

Superfusão ibérica na electricidade está sobre a mesa. As administrações dos grupos Electricidade de Portugal (EDP) e Iberdrola, de Espanha, estão a analisar um projecto de fusão, soube o DN de fonte do processo. A integração das duas companhias, acarinhada pelo Governo de Lisboa, daria origem ao maior grupo luso-espanhol do sector eléctrico, ultrapassando o gigante Endesa. Em moldes mais simples, traduzirá o equilíbrio de forças, já que as companhias têm dimensão empresarial e valor similares.

Dois factores são já apontados como condições imprescindíveis para o andamento das negociações: a parte portuguesa reivindica, para já, que a sede da nova empresa conjunta seja em Lisboa e que o Estado português tenha direito a uma participação accionista em golden-share. Ou seja, qualidade inerente às acções que lhe conferem direitos especiais de veto em decisões estratégicas.

Tudo começou há alguns meses atrás com uma proposta da EDP para reforçar a sua posição na Iberdrola e de forma substancial. Num momento em que também existia o interesse da petrolífera espanhola Repsol sobre o grupo eléctrico Iberdrola.

Mas a Repsol arredou-se desse plano e o projecto da EDP avançou, entretanto, para um estudo de integração empresarial, a que não é alheia a questão mais global das fusões operadas no sector a nível europeu e mundial. Por este processo, EDP e Iberdrola, ambas com importante quota ibérica, resguardam mercado e contribuem para a própria protecção contra eventuais aquisições hostis por parte de outros grupos eléctricos.

Esta integração significará, por outro lado, o reforço da aliança já mantida entre os dois grupos e que passou pelo cruzamento de participações até 4,5 % em cada uma delas, acordado na segunda fase de privatização da EDP.

Uma tomada de participação que tem vindo a ser efectuada por cada um dos grupos. Presentemente, a Iberdrola tem cerca de 3,5 % do capital da EDP e esta detém pouco acima de 2,5 %, procurando adquirir acções no mercado, em momentos mais favoráveis.

Em paralelo, a Iberdrola é uma das candidatas a adquirir uma pequena parcela do capital da holding energética Galp, tendo-se falado de 3,5 % a 5 %. Aliás, o ministro das Finanças e Economia reiterou, ontem mesmo, em Bruxelas, a eventual entrada deste grupo eléctrico espanhol na Galp.

A Iberdrola é um grupo eléctrica com produção e distribuição e é a segunda maior companhia do sector em Espanha, a seguir à Endesa. No final do terceiro a Iberdrola apresentava lucros de 96,5 mil milhões de pesetas (115 milhões de contos) e previa melhoria de resultados no final do ano, devido ao ano climático.(22.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

1999: inflação em 2,3 % ou 2,4 %

Preços na produção industrial aceleram, tanto em Portugal como na União Europeia. Emprego registado com evolução favorável em Novembro. Défice comercial extracomunitário agravou-se

A inflação irá fixar-se este ano em 2,3 % ou 2,4 %, o que representa o fracasso das metas governamentais de inflação pelo segundo ano consecutivo. O Governo apontou metas de inflação de 2,0 % em 1998 e 1999 e falhou claramente em ambos os anos, o que retira credibilidade à repetição desta meta para o ano 2000. Tanto mais que o desvio este ano só não é mais pronunciado porque o Governo estabilizou em 1999 os preços dos combustíveis, com fortes custos orçamentais. O aumento do preço dos combustíveis em 2000 tenderá a acelerar a inflação.

Para a inflação em 1999 atingir 2,4 %, basta que no mês de Natal os preços subam 0,5 %. Um valor que está longe de estar excluído. Se os preços aumentarem 0,3 % em Dezembro, valor semelhante ao do ano passado, a inflação recua para 2,3 %. Um valor que se manteria, mesmo que os preços ficassem invariáveis em Dezembro. Seria preciso que os preços diminuíssem 0,1 % para que a inflação ficasse em 2,2 %. Ou que subissem bastante mais de 1 % para chegar a 2,5 %.

No mês de Novembro, os preços subiram 0,6 %, permanecendo a inflação homóloga em 2,0 %, segundo o INE. A descida de preços da alimentação e bebidas não alcoólicas (menos 0,1 %), que dificilmente se repetirá no mês de Natal, foi um factor moderador.

Se as cotações do petróleo se mantiverem altas em 2000, como tudo indica, o euro fraco, o que é provável, e o Governo não mantiver artificialmente baixos os preços dos combustíveis, a meta de 2 % de inflação é pouco credível.

Os preços na produção industrial estão em aceleração e os preços industriais dos bens de consumo, em Portugal como na União Europeia, estão também a acelerar, o que não favorece a inflação. Em Portugal, os preços na indústria transformadora tiveram um forte agravamento, que reflecte em parte o aumento dos preços dos produtos petrolíferos, segundo os dados do INE.

Apesar de os inquéritos qualitativos apontarem para um crescimento da procura externa, os dados do comércio externo continuam a revelar uma evolução bastante desfavorável. Nos primeiros dez meses de 99, as exportações para países terceiros caíram 7,1 %, enquanto as importações subiam 4,7 %, traduzindo-se num agravamento do défice comercial de 18,1 %, de acordo com o INE. Excepção num panorama pouco favorável parece ser o do desemprego. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) apontam para uma evolução favorável. Os novos desempregados inscritos, o valor menos susceptível de manipulações, baixaram 10,7 % no mês de Novembro face a mês homólogo de 98. O ligeiro aumento dos desempregados registados em Novembro face a Outubro tem um carácter claramente sazonal.(20.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

Portugal adere hoje à Agência Espacial Europeia como membro de pleno direito

O primeiro astronauta português já terá nascido. Com a adesão de Portugal à Agência Espacial Europeia, que Mariano Gago assina hoje em Paris, cumpre-se um sonho português de há longa data: a entrada de Portugal no restrito clube espacial.

Agora é de vez: Portugal tornar-se-á às 10h00 de hoje o 15º membro de pleno direito da Agência Espacial Europeia (ESA). A formalização da entrada no restrito clube europeu no espaço acontece com a assinatura, na sede da ESA, em Paris, da documentação da adesão por José Mariano Gago, ministro da Ciência e da Tecnologia, e por Antonio Rodotà, director-geral da ESA.

O sonho português é já de longa data. Desde 25 de Abril de 1974 que, volta e meia, a entrada de Portugal na organização europeia para a exploração pacífica do espaço faz parte das pretensões do país. Este sonho de muitos anos, com altos e baixos, era perturbado pelas dúvidas sobre a capacidade da indústria portuguesa em competir com a europeia por contratos para fornecimento serviços e bens para a ESA.

O receio ter-se-á dissipado agora, pelo que Portugal será o 15º país da ESA até, o mais tardar, 1 de Julho do ano 2000, depois de ratificada a adesão pela Assembleia da República. "A entrada oficial de Portugal é só no dia em que for entregue a prova de ratificação", explicou Mariano Gago.

O acordo será assinado hoje, mas a decisão de entrada foi tomada ontem, ao início da noite, pelo Conselho da ESA, o órgão de decisão dos Estados-membros, onde têm assento as suas delegações. A decisão levou apenas dez minutos e foi tomada por unanimidade, informou Fernando Bello, presidente do grupo de trabalho para as actividades de ciência e tecnologia aeroespaciais.

"Nas grandes organizações científicas internacionais, a ESA é uma das últimas grandes adesões, a que se seguirá, em Julho do próximo ano, a adesão ao Observatório Europeu do Sul", disse Mariano Gago. Exemplos dessas grandes organizações são o Laboratório Europeu de Física de Partículas, o Laboratório Europeu de Biologia Molecular e o European Synchrotron Radiation Facility.

Para a ESA, a factura que Portugal terá de pagar, segundo o acordo, traduz-se numa jóia de entrada de cerca de 800 mil contos e numa quota anual de 1,42 milhões de contos. A jóia será paga nos primeiros cinco anos, em "suaves" prestações de 160 mil contos; e a quota anual, calculada com base no rendimento nacional médio dos últimos três anos, será de 1,31 por cento do orçamento anual da ESA - o que dá 1,42 milhões de contos entre os 520 milhões de contos do orçamento da Agência, suportado pelos países-membros

Retorno industrial garantido

O cheque de 1,42 milhões de contos garante a Portugal o chamado estatuto de membro de pleno direito. A partir da ratificação, Portugal pode participar nos programas científicos e de base da Agência, como estudos sobre projectos futuros, investigação tecnológica, sistemas de informação e programas de formação. Terá também acesso a programas opcionais, se assim o desejar, e ainda ao exercício de voto e à garantia de que disporá do retorno industrial - ou seja, parte do dinheiro da quota anual voltará a casa, sob a forma de contratos com as indústrias portuguesas.

Mas esse cheque pode subir para os cerca de dois milhões de contos. "A ordem de grandeza rondará, mais programa menos programa opcional, os dois a 2,5 milhões de contos anuais", disse Mariano Gago. Tudo depende, portanto, dos programas opcionais em Portugal participe.

Neste momento, Portugal faz parte, ao abrigo do acordo de cooperação com a ESA assinado em 1986, do Global Navigation Satellite System (GMSS). O país pretende ainda aderir ao Galileu, uma constelação de satélites que constituirá o futuro sistema de posicionamento europeu.

Mas, para atenuar alguns dos receios sobre o retorno industrial, Portugal gozará de algumas condições especiais. Obteve, como nenhum outro membro da ESA, um período de transição de seis anos, com um esquema inédito de retorno industrial, que assegurará o regresso ao país de cerca de 820 a 900 mil contos anuais - um valor considerado ideal. Assim, antes das indústrias e empresas portuguesas enfrentarem o ambiente totalmente competitivo, beneficiarão da garantia de que a ESA realizará concursos restritos a empresas portuguesas, de forma a garantir o retorno industrial. Para além dos concursos restritos, haverá ainda o recurso a aquisição directa de bens a empresas portuguesas. "Desse retorno industrial que devemos ter, tentou-se ter mais segurança: vamos garantir uma parte significativa, ou seja, três quartos, durante seis anos", disse o ministro da Ciência e da Tecnologia.

Para o restante retorno industrial previsto, as empresas portuguesas terão de competir em concursos abertos a todos os países-membros. "A adesão significa que os concursos abertos para a ESA passarão a estar abertos para as empresas portuguesas, que os concursos para a admissão de pessoal passam a estar aberto a portugueses, e que os projectos de investigação passam a estar abertos a cientistas portugueses", disse Gago, sublinhando as vantagens da adesão.

A inevitável questão é saber se Portugal terá, um dia, um astronauta no espaço, tanto mais que a ESA formou o seu corpo de astronautas em 1998. Desta vez, a resposta de Mariano Gago surpreendeu: "Isso é quase inevitável, por função da participação de Portugal na ESA e no trabalho científico no espaço."(15.12.99/Fonte : Público)

 

Voltar

Indústria da cortiça avança para a Argélia

Insuficiência de matéria-prima leva a acção que passa, nomeadamente, pela formação profissional de técnicos argelinos

Preocupada com a insuficiência de matéria-prima para responder às necessidades crescentes da indústria vitivinícola, a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) está apostada em fomentar o relacionamento dos industriais nacionais com o Governo argelino. Este é um dos sete países produtores a nível mundial, mas que tem negligenciado a cultura do sobreiro.

O primeiro passo na estratégia da Apcor ocorre já em Janeiro, com a realização de um colóquio em Argel, tendo em vista a sensibilização das autoridades para as potencialidades deste produto. Segue-se um plano de formação profissional, em Portugal, a técnicos argelinos, de modo a prepará-los para a extracção de cortiça. Acção que conta com o apoio do Ministério da Economia.

Este plano deve-se à determinação dos países do Norte de África em não exportar mais cortiça - mais de metade da produção de Marrocos era absorvida por Portugal - a partir deste ano. A solução passa pela criação de joint ventures no local, havendo já cerca de meia dúzia de empresas portuguesas com projectos nesse sentido, em fase embrionária.

A nível nacional, a Apcor vai iniciar, em Abril, um espaço colectivo (para as 800 empresas do sector no concelho de Santa Maria da Feira) com estações de cozedura, de secagem, de tratamento de águas residuais e de aproveitamento dos resíduos sólidos para produção de energia por sistemas de co-geração. O investimento previsto é de dois milhões de contos, eventualmente apoiados por fundos comunitários. O projecto conta com o apoio da autarquia local, que disponibilizou um terreno para o efeito.

O objectivo é permitir às empresas com menores recursos terem condições de fabrico adequadas ao Código Internacional das Práticas Rolheiras. Em fase de implementação, este código estabelece normas de boa conduta, que vão desde a extracção da cortiça até à introdução na rolha. Henrique Martins, presidente da Apcor, admite que estas regras são facultativas, mas garante que a exigência do seu cumprimento parte já dos clientes. "Quem não tiver o selo de cumprimento deste código, daqui a meia dúzia de anos dificilmente conseguirá sobreviver."

A questão prende-se, também, com a credibilização da cortiça, cujo principal produto, as rolhas, tem vindo a ser alvo de ataques dos vedantes sintéticos. E o facto de o preço da matéria-prima ter subido a uma média anual de 20 a 30 % nos últimos três anos tem contribuído "para o empolamento da questão da qualidade", diz Henrique Martins.

Em 2000, a Apcor irá, ainda, realizar, em Lisboa, o Congresso Mundial da Cortiça.(13.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

Empresa de Felgueiras conquista mercado mundial

Os sapatos Swear chegaram aos pés de famosos como as Spice Girls, os REM e Marylin Manson, e ainda aos ecrãs de cinema, calçando actores do filme "Guerra das Estrelas". A Calzeus, a empresa produtora, desafiou a tradição no sector do calçado, ao avançar com uma marca e presença próprias no mercado internacional.

Neste momento, centenas de pés calçados com sapatos Swear caminham pelos cinco continentes, sem saber que marcham com o design arrojado de um jovem empreendedor de Felgueiras.

A Calzeus – a empresa que concebe, produz e distribui a marca de renome internacional – surgiu há cinco anos, vindo reactivar uma antiga paixão da família Neves pelo sector.

Além da fábrica Calzeus, onde se produzem os sapatos Swear, o grupo integra mais três empresas. Para a gestão da loja de Londres foi criada a Fashion Sell, Ltd, e a Swear – Distribuição de Calçado, Lda é responsável pela colocação do produto nos postos de venda.(9.12.99/Fonte : Ideias & Negocios)

 

Voltar

EDP e IPE ganham concurso em Cabo Verde

O consórcio constituído pela EDP e o IPE - Águas de Portugal venceu o concurso para abastecimento de água, saneamento e distribuição de electricidade em Cabo Verde. A concessão deverá vigorar por um período de 50 anos e será em parceria com a empresa cabo-verdiana de electricidade, a Electra.

Nesta operação, o consórcio português garante uma participação de 51% no capital da Electra, cabendo o restante ao Estado cabo-verdiano. O negócio ascende a 4,5 milhões de euros (nove milhões de contos). (8.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

Filhos dos emigrantes "esquecem" o Português

Falta incentivo e apoio do Governo de Lisboa para impedir que a língua de Camões se confine ao país

O ensino do português no estrangeiro poderá ter um futuro incerto, especialmente nos países não-europeus, se não existir um maior apoio por parte do Governo português.
Além da crescente falta de alunos, as maiores dificuldades residem na formação de professores e na falta de informação sobre a existência de escolas portuguesas, provocando um desinteresse em aprender a língua, tanto por parte das comunidades emigrantes, como dos cidadãos estrangeiros.
Apesar do sistema de ensino depender do país de acolhimento, as carências são mais notórias nos países não europeus, nomeadamente nos EUA e no Canadá, onde a língua e a cultura portuguesas são ministradas a nível particular. Na Austrália, Venezuela e Bermudas, onde acontece o mesmo, as dificuldades agravam-se com a inexistência de uma coordenação de ensino e de uma organização dos cursos.
Por isso é que a coordenadora do ensino do português no Canadá, Graça Assis Pacheco, realçou a necessidade de o Estado português investir no Ensino Básico, sendo essencial criar as bases e apostar nas novas gerações de luso-descendentes.
É que os filhos dos emigrantes preferem agora aprender outras línguas e alegam que o desconhecimento do português não é barreira caso desejem regressar à Pátria. Só que os únicos apoios concedidos pelo Governo de Lisboa estão relacionados com a (deficiente) formação de professores, o envio de livros e material didáctico e o reconhecimento do tempo de serviço aos docentes. E isso não é suficiente.
No seu entender, o Estado português deveria criar nos países onde existe uma forte concentração de portugueses um centro de língua, onde existiria uma biblioteca e se leccionaria o português em várias fases, desde crianças a adultos.
Para a coordenadora nos Estados Unidos, Emília Mendonça, a solução poderia muito bem passar por aplicar "o conceito da lusofonia nos países onde exista uma concentração de emigrantes provenientes dos Países de Língua Oficial Portuguesa". Isto além de uma adequada política e de "um maior apoio à gestão dos recursos humanos e à gestão financeira".
Europa mais apetrechada
Em contrapartida, o português já é uma opção no ensino público francês. Mas isso não impede um grande desconhecimento e uma falta de informação sobre a língua de Camões. Daí a necessidade da campanha, a iniciar brevemente, que inclui uma brochura de divulgação da língua e da cultura portuguesas, com o apoio do Instituto de Camões e do Ministério da Educação francês.
O problema aqui é que, para os luso-descendentes, "o português não é importante como uma língua estrangeira". Apenas o procuram por questões "afectivas e de raízes" e para subida de notas, explicou Isabel Barreno. E, quando o fazem, preferem frequentar o ensino ministrado nas associações ou no sistema privado, até porque o ensino do português no sistema público é apenas centrado na língua e destinado a estrangeiros.
O mesmo se passa na Alemanha, onde há cursos integrados em Hamburgo e Berlim e regime paralelo em vários estados alemães. A diferença está no facto de a comunidade portuguesa residente neste país se interessar mais pela sua língua materna (60% frequentam aulas de português) e os alemães verem com bons olhos o português, que não é tido como "uma língua de emigrantes", explicou a coordenadora Piedade Gralha.
Falta de alunos
Em vários outros países da Europa, como Espanha, Luxemburgo e Suíça, os filhos dos emigrantes portugueses têm várias opções para aprenderem a língua materna, podendo escolher o sistema integrada ou o paralelo. O que, fora da Europa, só acontece na África do Sul.
De acordo com Paulo Cabecinha, coordenador do Núcleo do Ensino do Português no Estrangeiro (NEPE), a falta de alunos e questões económicas impedem a implantação do mesmo modelo noutros países.
Para os EUA, a tentativa de melhoria está agora na mãos da Universidade dos Açores, que, em colaboração com o Ministério da Educação, está a efectuar um estudo sobre o actual estado do ensino naquele país. O objectivo é criar uma escola de português numa determinada cidade, onde se ministrem vários cursos e se reúna os alunos existentes numa localidade num único estabelecimento de ensino, com instalações mais dignas e professores com uma formação adequada.
Por outro lado, Paulo Cabecinha adiantou a intenção de integrar o português nos currículos do sistema de Ensino Secundário, tornando-o língua estrangeira de opção, tanto para os filhos dos emigrantes como para os alunos de outras nacionalidades.
No entanto, garante, o português será sempre assegurado como uma língua não estrangeira: os luso-descendentes poderão sempre ter acesso às aulas no sistema paralelo.
A Austrália e a América do Sul são os próximos alvos de investimento do Governo de Lisboa, nomeadamente em termos de instalação de uma coordenação do ensino do português.(7.12.99/Fonte : Jornal de Noticias)

 

Voltar

APICCAPS Lança 25 Projectos de Cooperação

A indústria de calçado está apostar forte na cooperação inter-empresarial. Um elevado número de empresas está envolvida em projectos de internacionalização, de deslocalização industrial, investigação de novos produtos e de novas tecnologias.

A APICCAPS, associação do sector do calçado, está envolvida na dinamização de 25 projectos de redes de cooperação, que envolvem vários milhões de contos de investimento, em áreas tão diferentes como a internacionalização comercial, deslocalização industrial, investigação em novos produtos, ou o desenvolvimento de novos equipamentos. A necessidade de encontrar mercados alternativos à União Europeia, que absorve 75 por cento das nossas exportações, e de continuar a estar na vanguarda da produção de equipamentos industriais explicam o movimento de união de empresas, a maioria delas concorrentes entre si.

Na base do esforço de união desta indústria está a APICCAPS, que assume um papel de "agente mobilizador" dos 25 projectos de rede de cooperação em curso, alguns a realizar em Portugal e outros noutros locais do mundo, como Polónia, Rússia, Emirados Árabes, Angola, Cabo Verde, China e Macau.

O desafio para a criação das redes de cooperação foi lançado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento), mas o trabalho de concepção e arranque dos processos é da responsabilidade da APICCAPS.

Na área da inovação tecnológica, há várias iniciativas a destacar, a começar pela introdução de um sistema de desenho por computador (CAD), a três dimensões. Esta avanço, que ficará concluído ainda este mês, representa "uma salto muito grande", referiu o director-geral da APICCAPS. Ainda recentemente, foi criada uma nova tecnologia de corte por raios laser, um passo em frente face à já revolucionária tecnologia de corte por jacto de água. Neste domínio, acaba de ser lançado o Fatec-Fábrica de Alta Tecnologia, projecto que vai dar seguimento a outra iniciativa desenvolvida com apoios do PEDIP, que tinha a designação de Facap, no âmbito do qual foram desenvolvidos 50 equipamento e sistemas para a indústria. O novo projecto representará investimentos nunca inferiores a cinco milhões de contos e envolve sete redes de cooperação, essencialmente da indústria de produção de equipamentos. O director-geral da associação esclarece que a dinâmica desta indústria, que aposta, cada vez mais em pequenas séries e na rapidez da entrega, obriga a que toda a fileira industrial esteja em total dinâmica de inovação.

Na lógica de dotar o sector de ganhos de eficiência constantes, a APICCAPS está a desenvolver o SAIIC (Sistema Avançado de Informação para a Indústria do Calçado), experiência que envolve 30 empresas, mas cujo objectivo é o seu alargamento a toda a indústria, criando uma espécie de "país virtual do calçado português". A infra-estrutura de base do projecto é gerida pela associação, que dá especial atenção às potencialidades do comércio electrónico. O projecto representa um investimento de cerca de 500 mil contos e visa concretizar uma mediada aplicada na própria associação e que consiste em acabar com o papel, substituído pela comunicação electrónica.(6.12.99/Fonte : Público)

 

Voltar

Italianos compram Petrocontrol

A ENI, empresa italiana de petróleos e gás, apresentou esta semana uma proposta de aquisição de uma parte importante da Petrocontrol, «holding» que agrega a posição dos accionistas privados da Petrogal, soube o EXPRESSO de uma fonte do sector. A Petrocontrol detém 33,34% do capital da Galp (a «holding» que controla a Petrogal e GDP/Transgás), que deverá agora ser repartido pela ENI, EDP, Iberdrola e Caixa Geral de Depósitos.

No final da operação, a ENI, que como parceiro estratégico já tinha opção sobre 15%, terá uma posição entre 30% a 33,34% da Galp (minoria de bloqueio). O Estado continuará a controlar, directa e indirectamente, uma maioria confortável do capital da Galp e a EDP aumentará a sua quota-parte, de perto de 3%, para um valor entre 15 a 20% do capital. A empresa espanhola Iberdrola, parceira estratégica da EDP, deverá deter à volta de 5% e a CGD ficará com um valor ainda a definir, mas que também não ultrapassará os 5%.

Os valores por acção serão idênticos em todas as transacções, quer nas feitas entre a ENI e a Iberdola e o Estado quer na venda da Petrocontrol. Estima-se, deste modo, que os accionistas da Petrocontrol recebam uma verba da ordem dos 160 milhões de contos. Os accionistas da Petrocontrol são, directa ou indirectamente, o Grupo Espírito Santo e Patrick Monteiro de Barros, que detêm perto de 25%, o Banco Totta, com um pouco menos de 25%, os grupos Mello, Amorim e Parfil, cada um com perto de 12% e a Fundação Oriente com um pouco menos de 12%. O empresário Manuel Boullosa detém o restante, ou seja, um pouco mais de 1%.

Manuel Boullosa que em artigo de opinião tece duras críticas à actuação do Governo na Petrogal. O empresário chama a atenção para o perigo de, mesmo detendo 60,56% do capital, o Estado poder ficar nas mãos de uma minoria de bloqueio com poder de decisão.(4.12.99/Fonte : Expresso)

 

Voltar

Os sovietes segundo Hergé

A primeira aventura do mais famoso herói de BD - "Tintim no País dos Sovietes" -conhece finalmente edição portuguesa.

Até princípio dos anos 70, Tintin au Pays des Soviets foi o álbum mais procurado da história da banda desenhada. Renegado por Hergé, demasiado politizado para que a editora Casterman tivesse vontade de o colocar no mercado, a primeira história do mais famoso repórter do mundo, surgida a 10 de Janeiro de 1929 nas páginas do Petit Vingtième, transformou-se num artigo raríssimo, apenas ao alcance de alguns coleccionadores privilegiados. Em 1973, voltou, por fim, a ser posto à disposição do grande público e, em 1981, foi lançada uma edição fac-similada, que se tornou a oficial e já vendeu mais de 200 mil exemplares. No ano em que se comemora o 70º aniversário de Tintim, a aventura de estreia do pequeno herói chega finalmente a Portugal, pela mão das edições Verbo.

O lançamento de Tintim no País dos Sovietes terá lugar esta tarde, pelas 18 e 30, na livraria Bertrand do Centro Comercial Amoreiras, em Lisboa. A apresentação da obra estará a cargo de Vasco Granja, que certamente não se esquecerá de sublinhar a importância do momento para o universo da BD nacional: com este álbum - bem impresso e bem balonado pela Verbo, que percebeu que a legendagem mecânica utilizada nos restantes livros nunca poderia ser aqui adoptada - ficam disponíveis em português (de Portugal) os 23 volumes que constituem a totalidade das obras de Tintim (se não contarmos com Tintin et l'Alph-Art, trabalho inacabado que nunca ultrapassou a fase dos esquissos, mas que ainda assim conheceu uma luxuosa edição franco-belga).(2.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

Angola adopta novo cuanza

Angola passou a ter, desde ontem, uma nova moeda: o cuanza, com menos seis zeros que a antiga moeda. O Banco Nacional de Angola lançou a nova moeda nacional, no quadro de um programa de reforma monetária. A taxa de câmbio não sofreu alterações, valendo o dólar 5,4 cuanzas. Os investidores estrangeiros receberam instruções para prosseguirem as suas actividades normalmente.(2.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar

UE regula assinatura electrónica

Os ministros das telecomunicações dos países da União Europeia adoptaram ontem, em Bruxelas, uma directiva que fixa o quadro regulador das assinaturas electrónicas, o que constitui um elemento-chave para o desenvolvimento do comércio electrónico através da Internet.
Apresentada em 1998, a directiva estabelece um quadro jurídico homogéneo no seio da União Europeia para a utilização das assinaturas electrónicas. O projecto reconhece, nomeadamente, a validade destas assinaturas, do mesmo modo que as assinaturas "manuais", com a condição de que cumpram um determinado número de condições de segurança. A assinatura electrónica pode revestir-se de diversas formas, desde as mais simples, como a inserção num documento de uma assinatura "manual" copiada por scanner, às mais complexas, utilizando códigos informáticos encriptados, que são actualmente as mais usadas. Essas assinaturas devem permitir autenticar o seu autor, sem risco de erro ou de fraude. O sistema deve igualmente assegurar que um documento com uma assinatura electrónica não possa ser posteriormente alterado sem que tal seja detectável.

Entretanto, em Paris, sob a égide da UNESCO, representantes de instituições de regulação da Internet de 63 países estão a participar na Cimeira dos Reguladores da Internet e os Novos Serviços, cujos trabalhos podem ser acompanhados, em directo, através do site www.csa.fr (embora com a condição de o utilizador dispor de um serviço de acesso rápido). Em debate estão dois temas principais: os tipos de regulação exigidos pela Internet e as desigualdades possíveis no acesso e utilização da rede mundial.

Entre os defensores da auto-regulação e aqueles que preconizam que seja o Estado a regular este serviço, há "numerosos países" que prefeririam "autoridades independentes com uma missão de mediação e co-regulação", segundo afirmou Hervé Bourges, presidente do Conselho Superior do Audiovisual, de França, uma das entidades organizadoras da cimeira. Assim, boa parte das comunicações incide nas abordagens culturais e políticas da regulação da Internet.(1.12.99/Fonte : Diário de Notícias)

 

Voltar