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08/24

Metade da economia está estagnada ou em recessão e inflação vai subir de novo

Agricultura, indústria, construção e alguns serviços dão sinais de exaustão, depois da euforia inflacionista. Já o Ministério das Finanças revela que as contas públicas voltaram ao excedente com um brilharete no IRC.

Metade da economia portuguesa estava estagnada, a caminho ou já mesmo em recessão técnica no segundo trimestre deste ano, mostram as contas nacionais divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Valeu a outra metade, evitando pior para o Produto Interno Bruto (PIB).

Em termos reais, a economia nacional cresceu 1,5% no segundo trimestre (idem no primeiro semestre), mas esta é a marca mais fraca desde o início de 2021, em plena pandemia.

Em cima disto, surgiu a notícia de que a inflação aliviou bastante em agosto (baixou para 1,9%), mas vários economistas avisam que será alívio de curta duração: os preços voltaram a acelerar mais ainda este ano.

Segundo o INE, “o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou no 2º trimestre, verificando-se uma aceleração do investimento e do consumo privado”, mas o contributo da procura externa líquida “foi negativo, após ter sido positivo nos dois trimestres anteriores”.

Portugal agravou a sua dependência externa a nível comercial, “tendo as importações de bens e serviços acelerado de forma mais acentuada que as exportações de bens e serviços”.

Por grandes ramos da economia, consegue-se ter uma noção mais clara sobre onde podem estar os maiores constrangimentos. De acordo com uma análise do DN/Dinheiro Vivo à variação do PIB entre trimestres (em cadeia), atualmente, em Portugal, existem três ramos de atividade que já se encontram em recessão (dois trimestres consecutivos de quebra no respetivo Valor Acrescentado Bruto ou VAB): agricultura e pesca (cedeu 1% em termos reais no primeiro trimestre e 0,8% no segundo); energia e água (-3,7% e -0,8%); e a construção, que perdeu quase 1% no primeiro trimestre e 0,2% agora. Juntos estes setores valem cerca de 8% do PIB português, sendo a construção o mais importante, valendo cerca de 4% da economia.

Mas há mais dificuldades no horizonte. Há atividades que entraram no vermelho neste segundo trimestre. Mais um assim e caem em recessão técnica. A indústria, que vale mais de 12% da economia, sofreu um retrocesso no VAB superior a 3%. Pior: em termos homólogos, o setor está em declínio desde o final de 2022, portanto, há quase dois anos que se debate com uma conjuntura bastante negativa.

O ramo dos serviços, que vale quase 27% (outros serviços que não comércio, alojamento e restauração, transportes, setor financeiro e consultoras), também já se debate com dificuldades. Aqui o VAB cedeu quase 3% face ao primeiro trimestre. Há dois anos que não se via uma contração nesta parte da economia.

O INE revelou ontem que o movimento descendente da inflação continuou em agosto, tendo a variação homóloga dos preços no consumidor aliviado para apenas 1,9%, já dentro do objetivo da Zona Euro e do BCE.

Vânia Duarte, economista do departamento de estudos do BPI, diz que se trata de um bom sinal, mas avisa que “alguns obstáculos deverão colocar-se no caminho”. “O Governo anunciou a retirada parcial dos apoios aos combustíveis (nomeadamente, o descongelamento também parcial da taxa de carbono)” e “a Galp anunciou que vai atualizar os preços da eletricidade e do gás natural em outubro, de 9% e 16%, respetivamente”. A analista do BPI Research nota também que “a ERSE tinha anunciado aumentos de 6,9% nas tarifas e nos preços do gás natural a partir também em outubro, no mercado regulado”. Estes fatores “suportam a nossa expectativa de crescimentos de preços mais expressivos nos últimos meses do ano”, remata.
Contas voltam ao excedente

Ontem soube-se também que começa a ganhar forma um possível “brilharete” orçamental, como pretende e prevê o governo de Luís Montenegro e Joaquim Miranda Sarmento. Depois de quatro meses de défice público, as contas do Governo voltam a registar um saldo positivo em julho, revelam as Finanças.

Depois de um primeiro semestre muito negativo - no período de janeiro a junho de 2024, o país registou um défice público de 2731 milhões de euros -, em julho as contas inverteram totalmente a situação. Reapareceu um excedente superior a mil milhões de euros (1060 milhões), apoiado “sobretudo” num forte crescimento do IRC, de quase 35%.(30.08.24/Fonte: Diário de Notícias)

Exportações da indústria alimentar e bebidas crescem 9,5% até Junho

Exportações da indústria alimentar e bebidas crescem 9,5% até Junho
No primeiro semestre do ano, vendas ao exterior somaram quase quatro mil milhões de euros. Défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas recuou para 8,63%.

As exportações da indústria alimentar e das bebidas aumentaram 9,46% nos primeiros seis meses do ano face a igual período do ano passado, somando 3991 milhões de euros, anunciou hoje a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA).

Em comunicado, a FIPA realça que, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), as vendas para países da União Europeia (UE) cresceram 13,87% face ao primeiro semestre de 2023, para 2700 milhões de euros, enquanto as vendas para fora do espaço europeu subiram 1,25%, cifrando-se em 1291 milhões de euros.

Por países, Espanha destaca-se como o país da UE que mais compra à indústria alimentar e das bebidas portuguesa, tendo adquirido 1504 milhões de euros à indústria nacional nos primeiros seis meses de 2024, um aumento de 12% face a igual período de 2023.
O segundo maior comprador europeu é a França, com um valor de 354 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 4% face ao primeiro semestre do ano passado.

Itália e Alemanha ocupam, respectivamente, o terceiro e quarto lugares, tendo o mercado italiano registado um crescimento homólogo de 32%, o que se traduz em vendas no valor de 210 milhões de euros. Já as exportações para a Alemanha evoluíram 6%, para 113 milhões de euros.

“No resto do mundo, destaca-se o Brasil, que absorveu bens no valor de 336 milhões de euros à indústria nacional e com isso impulsionou as exportações da indústria alimentar e das bebidas em cerca de 25% face ao primeiro semestre de 2023”, acrescenta a FIPA.

Globalmente, Espanha, França, Brasil, Itália e Alemanha absorveram 63% do total das exportações da indústria alimentar e das bebidas.

Comparando com igual período de 2023, no primeiro semestre deste ano o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas recuou para 8,63%.

“O sector agro-alimentar nacional continua a crescer muito à custa do aumento das exportações e ganhos de quota internacionais, dada a qualidade e inovação dos produtos portugueses. No entanto, incongruências no IVA e os impostos especiais sobre o consumo criam entraves às empresas, sobretudo no mercado interno, o que as leva a procurar alternativas noutras geografias”, alerta o presidente da FIPA, Jorge Henriques, citado no comunicado.

Segundo destaca a associação, a indústria alimentar e das bebidas “é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (22.400 milhões de euros) como em valor acrescentado bruto (3800 milhões de euros).

Destaca-se ainda como “a indústria transformadora que mais emprego gera”, sendo responsável por mais de 112.000 postos de trabalho directos e cerca de 500.000 mil indirectos, e “assume uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o sector situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da auto-suficiência alimentar do país”.(21.08.24/Fonte: Público)

Despedimentos coletivos sobem 44% no 2.º trimestre. Pessoas dispensadas em máximos de 2012

No segundo trimestre, o número de despedimentos coletivos comunicados ascendeu a 125.

O número de despedimentos coletivos aumentou quase 44% no segundo trimestre, para 125, sobretudo nas pequenas empresas, e 2.906 trabalhadores já foram dispensados, o número mais alto desde 2012, foi anunciado esta segunda-feira.

Já quanto aos despedimentos coletivos trata-se do número mais elevado desde 2021. Segundo dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) divulgados, no segundo trimestre, o número de despedimentos coletivos comunicados ascendeu a 125, quando em igual período do ano anterior tinham sido registados 87.

Destacam-se as pequenas empresas com 54 despedimentos coletivos comunicados, seguidas pelas microempresas (42), médias empresas (18) e, por último, as grandes empresas (11).

Por região, Lisboa e Vale do Tejo evidencia-se com 68 despedimentos coletivos. Depois surgem as regiões Norte (34), Centro (19), Alentejo (três) e Algarve (um).

Já no que se refere ao setor de atividade, as indústrias transformadoras representaram 30% dos despedimentos coletivos comunicados no 2.º trimestre de 2024, enquanto o comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos pesou 22%.

No período analisado pela DGERT, o pico verificou-se no segundo trimestre de 2012, com 262 despedimentos coletivos.

O número mais baixo foi alcançado no segundo trimestre de 2018 e de 2022, ambos com 73 despedimentos coletivos.

Neste trimestre, somaram-se 2.906 trabalhadores despedidos, acima dos 1.126 do período homólogo.

Este é o número mais alto, pelo menos, desde 2012. O número de trabalhadores efetivamente despedidos é mais elevado em Lisboa e Vale do Tejo (56%), seguindo-se o Norte (33%).

A despedir, por seu turno, estão 3.123 trabalhadores, quando em igual período do ano passado estavam 1.216.(19.08.24/Fonte: TSF)

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