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05/23
Remessas dos emigrantes sobem 4% até março para 981,2 milhões de euros
Dados do Banco de Portugal mostram, ainda, que os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 144,3 milhões, um crescimento homólogo de 15%
As remessas dos emigrantes subiram 4% no primeiro trimestre deste ano, para 981,19 milhões de euros, enquanto os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 144,3 milhões, mais 15% que no mesmo período do ano passado.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal 981,19 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, o que representa uma subida de praticamente 4% face aos 943,63 milhões enviados de janeiro a março de 2022.
Olhando apenas para março, a subida foi ligeiramente maior, já que aumentou 4,34%, representando a evolução entre os 290,7 milhões enviados de janeiro a março de 2022 e os 303,35 milhões enviados no mesmo período deste ano.
Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 144,33 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma subida de 15,16% face aos 125,33 milhões enviados de janeiro a março de 2022.
Olhando apenas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a variação é ainda mais significativa: os portugueses nestes países africanos enviaram 73,7 milhões de euros no primeiro trimestre, o que representa uma subida de 24,5% face aos 59,16 milhões enviados nos primeiros três meses do ano passado.
Já os africanos lusófonos a trabalhar em Portugal enviaram 10,91 milhões de euros no mesmo período, o que representa uma subida de 13,9% face aos 9,63 milhões enviados no primeiro trimestre do ano passado.(23.05.23/Fonte: Dinheiro Vivo)Estrangeiros de olho no país preparam investimento de 720 milhões na hotelaria este ano
Nos primeiros quatro meses do ano o investimento em ativos turísticos somou os 20 milhões de euros. Apesar de o ano estar a arrancar com alguma serenidade, consultoras garantem que os estrangeiros têm o apetite aguçado. Vistos gold não serão travão aos planos de investimento.
Portugal mantém-se no radar dos investidores internacionais e os ativos turísticos continuam na lista de negócios mais apetecíveis para o capital estrangeiro. Até ao final do ano, o investimento em hotelaria deverá atingir os 720 milhões de euros, revela a Cushman & Wakefield ao Dinheiro Vivo.
"Atualmente, estão em pipeline cerca de 720 milhões de euros de transações de hotelaria, em diferentes fases de negociação, que se prevê possíveis de conclusão até final deste ano", adianta o head of hospitality da consultora em Portugal. Gonçalo Garcia explica que o ano arrancou a um ritmo mais lento, com apenas uma transação realizada até abril, num investimento de 20 milhões de euros, performance inferior às três transações registadas em igual período de 2022, que atingiram os 80 milhões de euros. Mas os números não são motivo de alarme nem "configuram uma tendência de abrandamento ou desinteresse do setor por parte dos investidores", sublinha.
"O padrão de investimento no setor tem habitualmente maior predominância no segundo semestre. O sucesso observado no volume de investimento realizado em 2022 fez com que as operações não tenham resvalado para os primeiros meses deste ano", indica o responsável. A confirmar-se, o investimento deste ano irá superar os números de 2019, de 552 milhões de euros, mas ficará ainda aquém de 2022. No ano passado foi batido um novo recorde no investimento em hotelaria, de 900 milhões de euros, impulsionado pela a compra do portefólio da ECS pelos norte-americanos da DK Partners.
A CBRE também traça um cenário positivo para este ano, à boleia do crescimento do turismo. No primeiro trimestre, os alojamentos turísticos do país somaram um novo recorde com 12,6 milhões de dormidas, um crescimento de 41% face a 2022 e de 14% em comparação com 2019. Os dados dão fôlego às perspetivas de que em 2023 será alcançado um novo marco no setor.
"Apesar do número reduzido de transações, o mercado de investimento hoteleiro continua muito dinâmico. A principal razão continua a ser a boa performance operacional que, depois de um ano de 2022 extraordinário, principalmente ao nível de preço, se prepara novamente para bater recordes em 2023. É verdade que a pressão inflacionista tem prejudicado a rentabilidade, mas a subida de preço mais do que tem compensado este incremento", enquadra o head of hotels da CBRE Portugal, Duarte Morais Santos.
Numa análise comparativa ao mercado, também o investimento em imobiliário comercial, nos primeiros quatro meses do ano, andou a um passo mais lento face ao ano passado. Até abril, Portugal atraiu um total de 240 milhões de euros, 20% abaixo do mesmo período de 2022, indica a Worx. "Este volume de capital canalizado para imobiliário foi principalmente de origem estrangeira (84%), sendo que os norte-americanos foram a principal nacionalidade compradora, fruto da venda do portfólio de 49 supermercados à LCN Capital Partners por 150 milhões de euros, que representa a maior transação do ano até ao momento", aponta o CEO da consultora, Pedro Rutkowski.
Norte-americanos continuam a investir
Os investidores norte-americanos continuam a ganhar peso na hora de investir no portefólio nacional. Já o interesse dos mercados tradicionais, como o Reino Unido ou a Espanha, mantém-se em linha com os últimos anos pós-pandemia. No perfil de comprador, destacam-se os family offices e os private equities que procuram maior exposição de risco e retorno associado.
"Os investidores core estão numa fase de wait and see, enquanto os investidores core plus e value add estão mais ativos neste momento. Entre o final do ano passado e o início deste ano tem vindo a assistir-se a uma intenção de realocação de carteira por parte de alguns players. É expectável que ao longo dos próximos meses o peso do segmento hoteleiro possa vir a crescer junto de alguns fundos internacionais. Assim como no passado, a prevalência de fundos de private equity torna quase inevitável que o peso do mercado norte-americano continue a aumentar", enquadra Duarte Morais Santos.
Já no que respeita ao apetite pelo mapa nacional, o interesse "não é homogéneo". Gonçalo Garcia atesta que são as zonas de maior consolidação turística que continuam a ser mais procuradas pelos investidores, nomeadamente Lisboa, Porto e Algarve.
"Toda a faixa litoral que se estende de Tróia a Sines está atualmente em forte desenvolvimento e notamos igual interesse dos investidores por esta região, a qual se tem expandido um pouco para o interior até Évora, neste caso, potenciado pelo programa dos vistos gold", explica. Já as ilhas, suscitam um "interesse moderado". "Os Açores têm tido procura por parte do mercado investidor português e privados estrangeiros, enquanto que a Madeira, estando num nível de consolidação superior, atrai os interesses do capital institucional e private equities", adianta o porta-voz da Cushman & Wakefield.
Mais 50 aberturas até ao final do ano
A praça hoteleira do país continua os planos de expansão, depois de dois anos de interregno provocado pela pandemia. Entre janeiro e abril abriram portas 10 unidades e, até dezembro, as estimativas das consultoras apontam para mais 50 aberturas. Até 2025 estão em pipeline 110 projetos, adianta a Cushman & Wakefield, num total de 9800 quartos. Os novos hotéis a inaugurar são, maioritariamente, de quatro e cinco estrelas e são as grandes cidades de Lisboa e do Porto que irão acolher a maior fatia dos investimentos. E a escalada da inflação e a ameaça de uma eventual perda do poder de compra não assusta os investidores.
"Não verificamos a inflação como uma barreira ao consumo do turismo. Está a ser incorporada no dia-a-dia dos operadores. Aliás, os primeiros números operacionais de 2023 indicam uma tendência de crescimento da procura turística, a qual é reforçada pelas reservas on-the-books para os próximos meses do ano. Antecipa-se um dos melhores anos de sempre da atividade turística", prevê Gonçalo Garcia.
Fim dos vistos gold não trava sede de investir
As novas medidas anunciadas pelo governo relativamente ao fim da concessão de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), no âmbito do pacote Mais Habitação, pode ter um impacto negativo no mercado, pelos efeitos mediáticos, mas irá travar os planos de quem tem dinheiro para alocar no país. "O fim dos vistos gold tem sempre uma forte repercussão negativa em Portugal e em algumas operações de investimento, no entanto, continua a haver muita liquidez e vontade de investir", garante Pedro Rutkowski, da Worx. Também Gonçalo Garcia acredita que "o programa de vistos gold era apenas um dos canais de investimento no setor".
O especialista acredita "que o capital institucional e privado continua disponível e interessado em investir". "No entanto, o programa estava a dinamizar bastante zonas do país que não se encontram nas prioridades do perfil de capital atrás mencionado. Nesse sentido, terá seguramente impacto direto nas regiões que estavam a beneficiar destas dinâmicas. No curto prazo poderemos ainda assistir à aplicação de capital captado no âmbito do programa Vistos Gold, antecipando-se uma reorganização das dinâmicas a médio-longo prazo", acrescenta.
Já o head of hotels da CBRE Portugal defende que o maior impacto da alteração na lei é a instabilidade percecionada pelos investidores que acaba por "minar a confiança", reduzindo os montantes que entram no país. "Acreditamos que poderá impactar o setor em localizações menos turísticas e de baixa densidade, onde o investimento mínimo para obtenção de um golden visa está nos 280 mil euros. A liquidez no remanescente produto (zonas mais turísticas) poderá também diminuir, mas não deverá ser tão crítico como em regiões mais periféricas", indica Duarte Morais Santos.(13.05.23/Fonte: Dinheiro Vivo)Concurso para "metrobus" de Braga deverá ser lançado no último trimestre deste ano
O BRT Braga permitirá ligar o centro da cidade a polos geradores de mobilidade, nomeadamente à estação de caminho-de-ferro, hospital e superfícies comerciais, referiu o governante.
O concurso público para o BRT (Bus Rapid Transit) de Braga, também denominado de `metrobus´, deverá ser lançado no último trimestre deste ano, anunciou esta quarta-feira o ministro do Ambiente.
Durante a apresentação do projeto BRT Braga, que decorreu hoje em Braga com a presença do primeiro-ministro, Duarte Cordeiro referiu que o investimento ascende aos 100 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A previsão é que a empreitada esteja concluída no segundo trimestre de 2026, sublinhou.
O BRT Braga permitirá ligar o centro da cidade a polos geradores de mobilidade, nomeadamente à estação de caminho-de-ferro, hospital e superfícies comerciais, referiu o governante.
"O traçado cobre a área urbana do concelho, designadamente nove freguesias com mais de 50% da população de Braga", frisou Duarte Cordeiro.
Falando numa rede de transportes coletivos estruturantes para Braga, o ministro explicou que cada veículo, sem emissões de gases poluentes, percorrerá até 100 quilómetros por ano, o que significa a redução da emissão de quase 2.000 toneladas de dióxido de carbono.
Com quatro linhas, mais de 22 quilómetros de extensão e 23 estações, o BRT circulará pelas vias rodoviárias existentes sendo, em algumas situações, possível que hajam obras de adaptação, afirmou o titular da pasta do Ambiente.
"A rede deverá substituir parte das atuais linhas, servindo a espinha dorsal do sistema de transporte público urbano", concluiu.(03.05.23/Fonte: Jornal de Negócios)