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02/23

Remessas dos emigrantes batem recorde

As remessas dos emigrantes em 2022 atingiram um recorde, subindo 4,9%, para 3892,2 milhões de euros, com os emigrantes nos PALOP a enviarem quase 320 milhões, mais 21,7% do que em 2021.

De acordo com os cálculos da Lusa com base nos dados do Banco de Portugal (BdP), as remessas dos emigrantes passaram de 3707,7 milhões, em 2021, para 3892,2 no ano passado, o que mostra uma subida de 4,98% e representa o valor mais alto em termos de remessas enviadas pelos trabalhadores portugueses no estrangeiro.

O valor mais elevado durante o ano passado veio dos portugueses em França, que enviaram 1081,6 milhões de euros, seguidos de perto pelos emigrantes na Suíça, que remeteram para Portugal 1061,6 milhões de euros, representando mais de metade do total das remessas a nível mundial.

Em sentido contrário, as remessas dos estrangeiros a trabalhar em Portugal passaram de 504,17 milhões de euros, em 2021, para 530,96 milhões no ano passado, o que representa uma subida de 5,31%.

Deste valor, quase metade foi enviado pelos trabalhadores brasileiros em Portugal, que remeteram para o Brasil 259,49 milhões de euros, o que representa uma subida de 8,42% face aos 239,3 milhões enviados durante todo o ano de 2021.

Olhando para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), constata-se que os trabalhadores portugueses nestes países enviaram 317,06 milhões de euros durante o ano passado, o que representa um acréscimo de 21,69% face aos 260,5 milhões enviados em 2021.

Deste valor, e como é habitual, a quase totalidade vem de Angola, o país africano mais procurado pelos portugueses em termos laborais.

Assim, os emigrantes em Angola enviaram no ano passado 308,64 milhões de euros, o que representa uma subida de 21,8% face aos 253,4 milhões enviados durante o ano de 2021.(23.02.23/Fonte: Jornal de Notícias)

População de Portugal é a que mais está a envelhecer na UE

Segundo os dados do Eurostat, Portugal é o segundo país da UE com o valor mais elevado da idade média da população, estando apenas abaixo da Itália. O país com uma média mais baixa é o Chipre.

A idade média da população em Portugal fixou-se em 2022 nos 46,8 anos, a segunda mais elevada entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE), tendo sido a que mais aumentou nos últimos 10 anos, revelam dados do Eurostat.

De acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo gabinete oficial de estatísticas da UE sobre a população europeia, a idade média dos residentes na UE atingiu, a 1 de janeiro de 2022, os 44,4 anos (contra 44,1 em 2021), tendo aumentado 2,5 anos face a 2012, quando era de 41,9 anos. Em Portugal, subiu quase cinco anos.

O Eurostat nota que, entre os 27 Estados-membros, a idade média varia entre os 38,3 anos em Chipre e os 48,0 anos em Itália, sendo que Portugal é o segundo país com uma média mais elevada (46,8), seguido da Grécia (46,1).

Em comparação com 2012, Portugal registou a maior subida na idade média, de +4,7 anos, ao passar de 42,1 para 46,8 anos, seguindo-se Espanha (+4,3 anos) e Grécia e Eslováquia (ambos com +4,1 anos).

O Eurostat aponta que a idade média na UE cresceu, entre 2012 e 2022, em todos os Estados-membros com exceção da Suécia, onde se registou um ligeiro recuo, de 40,8 para 40,7 anos.

O gabinete estatístico europeu sublinha também que, além do aumento da idade média, o rácio de dependência dos idosos da UE, definido como o rácio do número de pessoas idosas (com 65 anos ou mais) em comparação com o número de pessoas em idade ativa (15-64 anos), também aumentou em 2022, ao fixar-se nos 33%, face a 32,5 um ano antes e 27,1% em 2012.

Portugal apresenta o terceiro rácio mais alto de dependência de idosos, de 37,2%, superado apenas por Itália (37,5%) e Finlândia (37,4%), enquanto os mais baixos foram registados no Luxemburgo (21,3%), Irlanda (23,1%) e Chipre (24,5%).(22.02.23/Fonte: Diário de Notícias)

Quase 85% da eletricidade gerada em janeiro foi de origem renovável

Quase 85% dos 5.338 gigawatts-hora (GWh) de eletricidade gerada em Portugal Continental, em janeiro, teve origem renovável, segundo dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), divulgados esta segunda-feira.

"Em Portugal Continental foram gerados 5.338 GWh de eletricidade em janeiro de 2023, dos quais 84,4% tiveram origem renovável", informou a APREN, em comunicado.

Em janeiro, o setor eletroprodutor emitiu um total de 0,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2eq), sendo que o setor da eletricidade renovável evitou a emissão de 0,9 MtCO2eq e o gasto de 263 milhões de euros na importação de gás natural, indicou a associação.

Naquele mês, registou-se um preço médio horário no Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel) em Portugal de 69,4 euros por megawatt-hora (MWh).

A APREN sublinhou que, desde 15 de junho de 2022, quando o mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural entrou em funcionamento, até 31 de janeiro, o mesmo gerou uma poupança de 42,8 euros/MWh, o que equivaleu a uma redução de 18,4% no preço horário médio no Mibel.

A poupança conseguida no âmbito daquele mecanismo, que corresponde à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar às centrais a gás natural atingiu um valor máximo de 157,2 euros/MWh e um mínimo de 0 euros/MWh.

Segundo a APREN, no total, 109,9 dos 193,2 terawatts-hora (TWh) produzidos foram sujeitos ao mecanismo de ajuste dos consumidores na Península Ibérica.

Já a Produção em Regime Especial (PRE) permitiu uma poupança de 837,6 milhões de euros, em janeiro.(13.02.23/Fonte: Jornal de Notícias)

De Portugal para o mundo. Como as marcas de luxo vêm produzir nas nossas fábricas

Trabalham para marcas como Speedo, Dior ou Balenciaga, entre milhares de clientes muito exigentes. No Norte de Portugal, onde está concentrada grande parte da indústria têxtil portuguesa, aposta-se na qualidade, na inovação tecnológica mas também na consciência de que os recursos naturais não são ilimitados.

Combinam impressoras 3D e bibliotecas digitais de tecidos com segredos passados de geração em geração, cuja origem se perde em épocas em que as senhoras usavam espartilho e os homens enceravam os bigodes. Para várias empresas têxteis, sediadas maioritariamente no Norte de Portugal, esta combinação vencedora entre modernidade e tradição é o segredo que lhes permite triunfar no segmento mais exigente do mercado global da Moda e do luxo. Não admira, por isso, que, no âmbito da Fashion Design Competition, a Moda Portugal tenha levado os 18 concorrentes (provenientes de seis países e de oito das melhores escolas de moda do mundo) a visitar algumas das grandes empresas do setor sediadas no Norte de Portugal. E foi assim que, numa delas, usámos uns óculos de realidade virtual para ter uma preview de como ficarão as peças depois de finalizadas e entregues ao cliente.

Comecemos esta "viagem" pela Calvelex, com sede em Lousada, fundada por dois irmãos bisnetos e netos de alfaiates. Hoje, um desses irmãos, César Araújo, é o CEO e apresenta como um dos grandes trunfos o facto desta empresa ter "a maior biblioteca de padrões do mundo." Com cerca de 600 funcionários e exportações (sobretudo de vestuário feminino) para 50 países (com os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido a liderar), vê no apoio aos jovens designers, mesmo os que ainda não fazem grandes ou mesmo médias encomendas, um investimento. "Estou certo de que estes jovens vão lembrar-se de quem os apoiou quando chegarem às grandes marcas e tiverem de tomar decisões. De resto, ter contacto com as suas ideias permite-nos perceber como a Moda vai evoluir e isso é muito importante para nós." Frisando que é ponto de honra da Calvelex não trabalhar com empresas de fast fashion, César Araújo está consciente da "importância social do setor porque gera muito emprego" mas também do facto da concentração na mesma região do região do país gerar "complementaridades que podem ser muito interessantes para todos."

Com efeito, as estatísticas falam por si: segundo dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao ano de 2021, 76,1% das empresas têxteis portuguesas estão concentradas no Norte do país e 10,6% no Centro. No total, empregavam 121 724 pessoas, sendo a maior parte deste tecido empresarial constituído por 60, 6% microempresas, com apenas 0,66% a entrar na tipologia das grandes empresas.

Neste último grupo, minoritário mas decisivo para a vitalidade do setor, entra a Petratex. Fundada em 1989 em Paços de Ferreira, trabalha para uma audiência global nos mercados da Moda, Desporto e Alta tecnologia, combinado tecnologia, investigação científica, serviço e design. Não admira, pois, que a sua carteira de clientes regulares inclua marcas como a Speedo (para quem a Petratex faz fatos de banho de competição em exclusivo), Alexander Wang, Dior, Louis Vuitton ou Balenciaga. Ali trabalham mais de 2000 pessoas entre trabalhadores diretos e subcontratados (a Petratex tem mais de 60 empresas subcontratadas em Portugal e três companhias próprias na Tunísia). O número de clientes ultrapassa o milhar e o de fornecedores atinge os 3 mil. Sujeitos a uma política apertada de sigilo (nomeadamente na secção de protótipos) os trabalhadores confecionam peças de vestuário para homens, mulheres e crianças, com todo o tipo de matérias-primas, desde que obedeçam a elevados critérios de sustentabilidade e segurança. Com recurso a novas ferramentas como a realidade 3D (que, entre outras funções, permite ter acesso a um extenso catálogo online de tecidos, estampados, formas, texturas e cores), a Petratex faz questão de "trabalhar muito com os clientes no desenvolvimento das peças" ao mesmo tempo que "sujeita ao seu próprio controlo de qualidade tudo o que lhes chega das empresas subcontratadas." De resto, a direção frisa que a sua carteira de clientes tanto inclui a Balenciaga ou a Speedo como numerosas start ups.

Com um perfil diferente, mas igualmente determinante, é o CITEVE - Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário. Situado em Vila Nova de Famalicão, trata-se de um organização privada sem fins lucrativos, com delegações comerciais no Brasil, Tunísia, Argentina, Paquistão, Chile e México. O seu objetivo é disponibilizar às empresas do setor têxtil e do vestuário, principalmente PME (90%), um portfólio de serviços que inclui ensaios laboratoriais, certificação de produtos, consultoria técnica e tecnológica, I&D+inovação, formação e moda e design. Hoje é uma organização de referência em Portugal e no estrangeiro, em matéria de promoção da inovação e desenvolvimento da Indústria Têxtil e do Vestuário.

Ativo desde 1989, o CITEVE é essencialmente formado por empresas (630), na sua maioria PME com base na região Norte de Portugal. Com uma relação muito estreita com as empresas e um conhecimento profundo da realidade e do desempenho do setor, o CITEVE também assume um papel importante na definição e aplicação de políticas públicas. A sua prática assenta em quatro grandes pilares: estímulo ao recurso aos biomateriais, à economia circular, à sustentabilidade e à ligação com a comunidade. Neste momento, está a lançar um projeto de bioeconomia sustentável na ordem dos 138 milhões de euros.

A 16 de Fevereiro próximo, o CITEVE, em colaboração como BSCD Portugal, Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, apresentará publicamente o programa Beat by be@t (inscrições aqui), dedicado a designers e pequenas e médias empresas na promoção da sustentabilidade e da bioeconomia na indústria têxtil e da moda. O evento será na Modtissimo, na Exponor. Quem aceita o desafio?(?.02.23/Fonte: Máxima)

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