Já foi notícia !

Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

08/22

Alimentação, habitação, energia, restaurantes e hotéis com subidas de preços a dois dígitos

A alimentação, habitação e energia, restaurantes e hotéis são as classes de produtos e serviços cujos preços mais aumentaram entre janeiro e julho, variando, respetivamente, 11,47%, 12,92% e 13,08%, segundo o Índice de preços do INE.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quarta-feira a estimativa rápida da inflação em agosto, que não contém dados ainda detalhados, sendo estes conhecidos em 12 de setembro.

Os dados relativos a julho revelaram que a inflação homóloga avançou para 9,1%, superando a subida registada no mês anterior, sendo necessário recuar a novembro de 1992 para encontrar uma variação mais elevada.

A análise do índice de preços do consumidor medida pelo INE indica que entre as 12 classes de produtos de serviços que são consideradas, quatro registam variações de preços de dois dígitos na comparação entre julho e o início do ano, nomeadamente, alimentação e bebidas não alcoólicas; habitação, água, eletricidade e gás; transportes; e restaurantes e hotéis.

Na comparação homóloga, com julho de 2021, além destas categorias de produtos e serviços referidas, há mais uma (a dos acessórios para o lar) com uma subida de dois dígitos.

O agravamento dos preços já vinha a sentir-se desde o ano passado, mas acentuou-se este ano, com o início da guerra na Ucrânia e a forte subida dos preços da energia.

Segundo os dados do INE, a variação homóloga dos preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas avançou 14,0%, e 11,47% na comparação com o início do ano. Na habitação, água, eletricidade e gás, o aumento ascende a 17,7%, face a julho de 2021 e a 12,92% face ao início do ano.

A contribuir para a subida dos preços nesta classe de produtos está a variação dos preços da eletricidade (30,54% face a janeiro) e gás (23,54%).

Na classe que integra os restaurantes e hotéis, os dados do INE apontam para uma subida homóloga de 14,65% e 13,08% face ao início do ano, sendo esta explicada essencialmente pelos serviços de alojamento, com uma variação de 61,21% (face a janeiro), enquanto o serviço de refeições em restaurantes, cafés e similares subiu 4,38%.(30.08.22/Fonte: Jornal de Notícias)

Stellantis e Politécnico de Coimbra assinam contrato para produção de veículo elétrico

Trata-se de um contrato de consórcio da agenda mobilizadora “GreenAuto: Green innovation for the Automotive Industry” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Stellantis de Mangualde e o Instituto Politécnico de Coimbra assinam na quarta-feira um contrato para produção de um veículo comercial ligeiro elétrico a bateria, até 2025, num investimento de 60 milhões de euros, informou esta terça-feira a instituição.

Trata-se de um contrato de consórcio da agenda mobilizadora “GreenAuto: Green innovation for the Automotive Industry” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“O principal objetivo da assinatura do contrato consiste em transformar o setor automóvel nacional no âmbito da transição para veículos de baixas emissões, criando condições para iniciar a produção de um novo veículo comercial ligeiro elétrico, a bateria, até 2025”, explicou a diretora do Instituto de Investigação Aplicada do Politécnico de Coimbra, Marta Henriques, citada numa informação hoje divulgada.

Segundo Marta Henriques, “o investimento elegível para o IPC [Instituto Politécnico de Coimbra] é de cerca de 610 mil euros”, tendo o projeto também o objetivo de “congregar os interesses e meios e concertar as atividades e capacidades complementares das partes”, com vista à execução de investimentos no contexto da agenda mobilizadora.

O consórcio desta agenda mobilizadora é liderado pela Stellantis (antiga PSA de Mangualde) e integra 38 entidades. O coordenador científico do projeto, por parte do IPC, é o professor Nuno Ferreira, do Instituto Superior de Engenharia.

No início de julho, durante o aniversário dos 60 anos da fábrica de Mangualde, o presidente executivo do grupo automóvel Stellantis, Carlos Tavares, avançou que estava prevista a produção de um veículo elétrico.

“O que está ainda em aberto hoje é a data em que vai ser executado esse plano”, porque “ainda há muitas incógnitas acerca da velocidade a que as vendas e a procura dos veículos elétricos vão crescer”, explicou nesse dia.

Inaugurado em 1962, o centro de produção de Mangualde – a fábrica de automóveis mais antiga do país – alcançou este ano o marco de um milhão e meio de veículos produzidos desde a sua fundação (com 22 modelos diferentes).(23.08.22/Fonte: O Jornal Económico)

Mais de 70% dos contratos de arrendamento valem menos de 400 euros

Apenas 2,2% das rendas são de valor acima de mil euros. As anteriores a 1990 e que estão congeladas para inquilinos com carências económicas deverão rondar as 200 mil.

Em Portugal, há apenas 923 mil contratos de arrendamento e mais de 70% dos inquilinos pagam menos de 400 euros por mês. Num momento em que se prevê uma subida de 5% nas rendas das casas em 2023, a maior em quase três décadas, e está a terminar o período de transição para atualizar os contratos anteriores a 1990, os dados provisórios dos Censos 2021 vêm confirmar a existência de um mercado pequeno, com a grande maioria dos arrendatários a pagar um valor mensal bem longe dos números estratosféricos que são anunciados em Lisboa e, também, no Porto. De acordo com os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), existem 650 mil contratos até 399,99 euros, mas acima dos 1000 euros apenas 2,2%, ou seja, 20 445.

No outro prato da balança, os Censos 2021 revelam a existência de mais de 84 mil casas arrendadas por valores inferiores a 50 euros. E se subirmos um pouco os degraus dos escalões mensais poderemos concluir que os inquilinos com rendas anteriores a 1990 e que estão congeladas por comprovada carência económica deverão representar cerca de 20%. António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, estima que o valor mais alto destas rendas não deverá ultrapassar os 150 euros. Com base neste pressuposto e de acordo com os dados preliminares dos Censos 2021, pode-se projetar que serão cerca de 200 mil famílias nessas condições.

O retrato provisório ao mercado de arrendamento português (os dados definitivos só serão divulgados no quarto trimestre do ano) permite ainda verificar que o grosso das rendas encontra-se no escalão de 200 a 399,99 euros, sendo que estão identificadas quase 373 mil famílias com arrendamentos entre estes valores. Acima dos 400 euros e até 649,99, há 194 mil contratos e pouco mais de 57 mil rendas a exigir montantes entre os 650 e os 999,99 euros. Se considerarmos o escalão entre os 400 euros e os 999,99 euros, há perto de 252 mil contratos, ou 27% do total.

Há quase 375 mil famílias em Portugal que pagam rendas entre os 200 e 399,99 euros mensais e, acima dos 400 euros e até 649,99, existem 194 mil contratos. Entre os 650 e os 999,99 euros há pouco mais de 57 mil rendas. Acima dos mil euros somam 20 445.

É certo que grande parte dos portugueses tem residência própria (mais de 70%), mas também é certo que das famílias que vivem nesta condição apenas 2% preferiam ter arrendado. Mas das famílias que vivem numa casa arrendada, 63,5% gostariam de ter comprado e não o fizeram por não terem condições financeiras, revelou o Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2020, divulgado no início deste mês pelo INE e pelo Banco de Portugal.
Mercado em estudo

O governo aguarda pela publicação dos dados definitivos dos Censos 2021 para conhecer a realidade do arrendamento urbano no país e também o número de famílias com rendas anteriores a 1990 e as características dos contratos. No âmbito do Orçamento do Estado para 2022, o Executivo solicitou ao Observatório da Habitação e da Reabilitação Urbana a elaboração de um relatório do mercado e propostas para o seu funcionamento, assim como sobre a aplicação do subsídio de renda.
Este instrumento foi definido no Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), também conhecido pela "Lei Cristas", com vista a apoiar os arrendatários com carência económica comprovada aquando da atualização dos arrendamentos. A ideia era disponibilizar uma verba para cobrir a diferença entre a nova renda e o valor que os inquilinos pudessem pagar com base nos seus rendimentos. O subsídio nunca saiu do papel, apesar do NRAU estar em vigor desde 2012.

E há dez anos que as rendas antigas estão congeladas para os inquilinos que comprovem que o rendimento anual bruto corrigido do agregado familiar é inferior a cinco retribuições mínimas nacionais anuais. Segundo António Frias Marques, os senhorios estão a solicitar provas de rendimentos para saber se podem avançar com a atualização dos preços.

No caso de o rendimento dos arrendatários ter aumentado para valores elegíveis, por exemplo, fruto de uma herança ou venda de um imóvel, o NRAU prevê que as rendas destes contratos possam ser atualizadas por negociação com o senhorio ou com base em 1/15 do valor patrimonial fiscal do imóvel. Esse aumento pode ser realizado caso o inquilino tenha reportado às finanças um rendimento no último ano da ordem dos 42 mil euros. Com parte do mercado congelado, António Frias Marques questiona onde para o subsídio de renda previsto para as pessoas em situação de carência económica.
Subida esperada

Já os contratos ao abrigo do NRAU deverão sofrer uma subida de 5% em 2023, devido à escalada dos preços. Ainda é preciso aguardar pela publicação da estimativa rápida da taxa de inflação referente a agosto, agendada para dia 31, para conhecer com rigor qual foi a variação média do índice de preços no consumidor nos últimos 12 meses, excluindo a habitação. É esse indicador que determina o coeficiente para a atualização das rendas.

Para já, sabe-se que em julho ficou nos 4,79%, muito próximo dos 5%, não sendo expectável oscilações significativas durante o corrente mês. Isto significa que um inquilino com um contrato de arrendamento no valor de 500 euros passará a pagar, em 2023, mais 25 euros mensais, ou mais 300 euros no total do ano. O governo diz estar a analisar a matéria, que será mais um ónus nas contas dos inquilinos já muito impactadas pelo aumento dos alimentos e da energia. A única forma de impedir uma atualização das rendas desta natureza é através de regulamentação específica.(21.08.22/Fonte: Diário de Notícias)

Voltar