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03/22
Portuguesa Critical Software vai fornecer software e sistemas à Airbus
Tecnológica de Coimbra, mas com uma operação global, ter sido selecionada pela Airbus para ser um "parceiro estratégico".
A tecnológica portuguesa Critical Software anunciou esta terça-feira que passou fornecer software e sistemas especializados à gigante da aviação Airbus. As duas empresas mantêm uma ligação há 15 anos, mas, agora, a relevância do trabalho da Critical Software sobe de nível.
"Esta escolha reflete a confiança da Airbus no nosso trabalho a desenvolver sistemas críticos que irão moldar o seu negócio, a indústria em geral e o futuro das viagens", afirma o diretor de desenvolvimento empresarial para a indústria aeroespacial da Critical Software, Ricardo Armas, num comunicado enviado à redação.
A empresa portuguesa, cuja operação tem escala mundial e apresenta-se como especialista em sistemas informáticos críticos, realça ter sido selecionada para ser "fornecedor estratégico". O objetivo é assegurar "serviços especializados para a criação da próxima geração de sistemas críticos para os pioneiros aeroespaciais".
O acordo firmado define que a Critical Software vai "fornecer serviços especializados de software e sistemas a grandes projetos aeroespaciais, tal como o desenvolvimento de aplicações de gestão de cabines"."Este acordo é uma demonstração do forte historial da Critical Software na concretização de projetos estratégicos complexos para os seus clientes e é o resultado de um processo de aquisição multifásico que avalia os serviços de engenharia da empresa, os conhecimentos da indústria, os standards de qualidade e o seu desempenho financeiro", salienta a tecnológica.
Criada há mais de duas décadas, em Coimbra, a Critical Software tem-se destacado em projetos internacionais. A crescente notoriedade levou que, em 2018, a empresa se juntasse à BMW numa joint-venture, criando a Critical TechWorks. (29.03.22/Fonte: Dinheiro Vivo)Mariana Vieira da Silva sai reforçada num Governo que Costa tornou mais curto
Há dez novos ministros no governo de maioria absoluta e dos resistentes há quem transite de pasta. São nove as mulheres, mais uma do que no anterior.
São 17, menos dois do que no anterior governo, os ministros que António Costa escolheu para o acompanhar na maioria absoluta. Aquela que é considerada o seu braço-direito, Mariana Vieira da Silva, sai reforçada, embora se mantenha na mesma pasta, a da Presidência. Só que ganha a coordenação do portentoso Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que deverá gerir em plena comunhão com o primeiro-ministro, que chamou a si a secretaria de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e a dos Assuntos Europeus. Costa, que tinha prometido um Executivo mais pequeno e mais ágil, deixou cair os ministros de Estado, mas dá estatuto de Adjunto à nova ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, até agora líder da bancada socialista. Há dez novos ministros no governo e dos que já tiveram lugar cativo há quem mude de pasta, como João Gomes Cravinho, que transita da Defesa para os Negócios Estrangeiros. E há ainda a entrada de Fernando Medina para a importante pasta das Finanças e a investigadora Elvira Fortunato para o Ensino Superior e Ciência.
Mariana Vieira da Silva
Ministra da Presidência
Foi das ministras com mais visibilidade durante a pandemia. Inúmeras vezes foi ela que substituiu o primeiro-ministro no anúncio das medidas para combater a covid-19. Assumia a pasta da Presidência e da Modernização Administrativa. Neste Governo, António Costa reforça-lhe os poderes, embora mantenha o mesmo cargo, já que lhe dá a responsabilidade de coordenar o PRR. Filha do antigo ministro Vieira da Silva, de 43 anos, é uma das mulheres de confiança do primeiro-ministro. É licenciada em Sociologia e doutorada em Políticas Públicas. Exerceu no primeiro executivo de António Costa, entre 2015 e 2019, as funções de secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro. E no segundo governo foi promovida para a pasta da Presidência e Modernização Administrativa. Dizem que é muito serena e ponderada nas opiniões e decisões que toma. P.S.
Fernando Medina
Ministro das Finanças
Fernando Medina perdeu a câmara de Lisboa, mas ganhou um ministério, talvez o mais poderoso: as Finanças. O ex-autarca fez 49 anos no dia 10 de março. A pasta que recebe é valiosa e mostra a confiança que António Costa nele deposita. Há meses que o nome deste economista e sociólogo nascido no Porto era falado para substituir João Leão, mas havia dúvidas sobre se seria o momento adequado (em plena crise e em ambiente de guerra na Europa). Mas Medina tem trunfos. Pertence ao círculo mais próximo do PM. Tem grande experiência governativa. Foi duas vezes secretário de Estado nos dois governos de Sócrates. Sempre sob a tutela de José Vieira da Silva, foi secretário de Estado do Emprego (de 2005 a 2009) e da Indústria (2009 a 2011). Depois sucedeu a António Costa em Lisboa de abril de 2015 a outubro de 2021, até Carlos Moedas (PSD) lhe tirar o lugar. L.R.R.António Costa Silva
Ministro da Economia e do Mar
O ministro que vem do petróleo é um dos veteranos no novo governo. Nasceu em Angola, em 1952, e teve uma carreira ampla na área do crude, energia e outros recursos naturais. Engenheiro, formou-se no Imperial College da Universidade de Londres e no IST, onde é professor. Liderou o braço da Gulbenkian para os investimentos em petróleo e gás. Foi presidente da Partex Oil and Gas, com operações em países como Abu Dhabi, Omã, Cazaquistão, Brasil e Angola. É um grande conhecedor do Médio Oriente e dos desafios impostos pela Rússia. Com a venda da Partex em 2019 Costa Silva ficou livre. Em 2020, António Costa convidou-o para coordenar o Programa de Recuperação Económica e Social 2020-2030 cujos eixos estratégicos foram vertidos no PRR. Do petróleo para as energias "verdes" foi um passo. Nesse ano, o PM aliciou-o para ser ministro. Não se mostrou interessado na altura. Dois anos depois, aceitou. L.R.R.Helena Carreiras
Ministra da Defesa Nacional
Foi ainda como diretora do IDN que Helena Carreiras deu terça-feira uma entrevista ao DN sobre o impacto nos países da NATO da invasão russa da Ucrânia: "É vital o processo de modernização das nossas Forças Armadas". E será esta portalegrense de 56 anos, professora no ISCTE, que terá de liderar essa transformação da nossa realidade militar, ela que é a primeira mulher a assumir esta pasta em Portugal (mas em Espanha já vão na terceira, e Ursula von der Leyen foi ministra alemã da Defesa antes de ir para a Comissão Europeia). Doutorada pelo Instituto Europeu de Florença, onde conheceu o marido (um reputado académico argentino), a socióloga Carreiras tem vasta obra sobre as Forças Armadas, com destaque para as questões de género. Em 2019, noutra entrevista ao DN, teve uma frase sobre o cargo que então assumia que agora se aplica bem ao novo: "Ser diretora do IDN tem um significado, pois a Defesa tem sido um bastião muito masculino". L.P.F.João Gomes Cravinho
Ministro dos Negócios Estrangeiros
O novo chefe da diplomacia, que sucede a Augusto Santos Silva e assume a pasta em plena crise causada pela guerra na Ucrânia, não é uma cara nova no governo. Transita da Defesa, onde estava desde 2018. Nascido há 57 anos em Lisboa, é doutorado em Ciência Política em Oxford e foi embaixador da União Europeia na Índia (2011 a 2015) e no Brasil (2015 a 2018). Antes, tinha sido secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de José Sócrates (2005 a 2011), conhecendo bem o Palácio das Necessidades. Além das habituais prioridades da política externa (Europa, Atlântico e mundo de expressão portuguesa), houve uma aposta no último governo na valorização das comunidades portuguesas, internacionalização da economia e no reforço do multilateralismo. Terá que lidar com a candidatura de Portugal a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU (2027-2028). S.S..
José Luís Carneiro
Ministro da Administração Interna
José Luís Carneiro, 50 anos, só teve uma experiência profissional na Administração Interna quando foi assessor de Carlos Zorrinho, de 1999 a 2000. Enfrentará agora uma realidade muito diferente na Segurança Interna, a começar pelo facto de uma das polícias, o SEF, ter sido extinta. José Luís Carneiro vai encontrar em cima da secretária o complexo processo de transferência de competências e funcionários para a GNR, PJ, PSP e IRN. O seu percurso partidário foi feito no Porto, foi presidente da Câmara de Baião, secretário-geral adjunto do PS e secretário de Estado das Comunidades. V.M.Catarina Sarmento e Castro
Ministra da Justiça
É uma das surpresas do executivo. Catarina Sarmento de Castro, 52 anos, era uma discreta secretária de Estado dos Recursos Humanos e Antigos Combatentes do Ministério da Defesa, cujo desempenho deixa poucas marcas. Herda a pasta da prestigiada Francisca Van Dunem com muito trabalho feito na área da Justiça, mas com bastante ainda por consolidar, como é o caso da estratégia de combate à corrupção e o reforço de meios do Ministério Público e da PJ. Doutorada pela Faculdade de Direito de Coimbra, foi membro do Conselho Consultivo da PGR e juíza no Tribunal Constitucional. V.M.Ana Catarina Mendes
Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares
A até então líder parlamentar do PS foi premiada e sobe a ministra. Com um estatuto de confiança do primeiro-ministro já que é Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Esta pasta casa com o seu perfil, já que é deputada há muitos mandatos e conhece o Parlamento e a oposição como os dedos da mão. Tem a tarefa facilitada nesta nova missão com um governo de maioria absoluta que dispensa, em casos mais bicudos, grandes e pesadas negociações com os partidos com assento parlamentar. P.S.Pedro Adão e Silva
Ministro da Cultura
A sua nomeação para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril causou alguma polémica na altura e no momento em que arrancam, António Costa desvia Pedro Adão e Silva para assumir a função de ministro da Cultura. O sociólogo e comentador político, de 48 anos, assume uma pasta em que se somaram controvérsias com a anterior titular, Graça Fonseca. Adão e Silva trabalhou com Paulo Pedroso durante o governo de António Guterres e chegou a integrar o Secretariado do PS entre 2002 e 2004. P.S.Elvira Fortunato
Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Elvira Fortunato nasceu em 1964. É cientista, professora e investigadora do Departamento de Ciências e Materiais da Universidade Nova de Lisboa, vice-reitora da instituição e reconhecida como pioneira mundial na eletrónica de papel, nomeadamente em transístores, memórias, baterias, ecrãs, antenas e células solares. Ao longo da carreira acumulou muitas distinções, como o Portugal"s Women"s Leadership Award. E talvez seja um dos nomes que mais surpreende neste Governo. A.M.I.João Costa
Ministro da Educação
João Costa nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é professor Catedrático de Linguística na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, da qual foi diretor até novembro de 2015. Em 2019, entrou no XXI Governo e é o mentor do programa da Flexibilização Curricular, que deu mais autonomia às escolas na gestão dos currículos e abriu portas, nos ensinos básico e secundário, a novas disciplinas e ao ensino por semestres. A.M.I.Ana Mendes Godinho
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
A antiga inspetora da Autoridade para as Condições do Trabalho foi escolhida por Costa para, no último governo, suceder ao ministro Vieira da Silva. Com a chegada da pandemia, pouco depois, acabou por liderar as respostas de emergência a famílias e empresas que, ao longo dos últimos dois anos, assentaram em grande medida na Segurança Social. De 2015 a 2019, foi secretária de Estado do Turismo, tendo antes estado como chefe de gabinete de Bernardo Trindade, no cargo entre 2005 e 2009. É formada em Direito. M.C.Marta Temido
Ministra da Saúde
Era uma das ministras remodeláveis, mas tudo mudou quando Costa, no XXIII Congresso do PS, em agosto passado, disse que "poderia ser sucessora à liderança do PS". A partir daqui, não mais se ouviu falar da sua substituição. Marta Temido, que chegou como independente à pasta da Saúde, a 15 de outubro de 2018 para substituir Adalberto Campos Fernandes, filiava-se no PS e tornava-se imprescindível para Costa. Foi o rosto político da gestão da pandemia e mantém-se na pasta. Até entrar no governo era administradora hospitalar. A.M.I.Duarte Cordeiro
Ministro do Ambiente e da Ação Climática
Estava escrito nas estrelas que chegaria a ministro depois de ter organizado a campanha eleitoral do PS que deu a maioria absoluta a António Costa. Apoiante de sempre de Pedro Nuno Santos - com quem partilha experiência de ter liderado a JS - foi vice-presidente na Câmara de Lisboa com Fernando Medina. Duarte Cordeiro, economista de 42 anos, exercia as funções de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e agora substitui Pedro Matos Fernandes no Ambiente e Ação Climática, numa pasta que tem ganho cada vez mais visibilidade. P.S.Pedro Nuno Santos
Ministro das Infraestruturas e Habitação
O titular da pasta das infraestruturas e da habitação tem sido um dos "pilares" dos governos de António Costa. Era secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares aquando da geringonça. Por ter sido a "cola" capaz de unir PCP e BE na viabilização do primeiro executivo de Costa foi-lhe, na legislatura seguinte, confiada a pasta que mantém agora. Conquistou ganhos políticos com a validação da reestruturação da TAP, em Bruxelas. Mas descurou nas comunicações (imbróglio do 5G e atraso na nova concessão do serviço postal aos CTT). Agora, quererá mostrar que pode suceder a Costa. J.V.R.Ana Abrunhosa
Ministra da Coesão Territorial
É um dos nomes que não muda no novo figurino executivo. Mantém-se na Coesão Territorial, pasta ministerial alargada agora com a entrada da Administração Local, até aqui alojada num Ministério da Administração Pública que se extingue. Natural de Angola, é doutorada em Economia, matéria que também leciona na Universidade de Coimbra. Chegou a ministra do último governo vinda da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, organismo no qual assumia funções desde 2008. Iniciou a carreira na Ernst & Young. M.C.Maria do Céu Antunes
Ministra da Agricultura e da Alimentação
Mantém-se no cargo depois de ter conduzido a mais recente reforma da Política Agrícola Comum (PAC) cujo acordo político foi alcançado na presidência portuguesa da União Europeia, para entrar em vigor no próximo janeiro, alterando as regras dos apoios ao setor. Enfrenta agora ainda os efeitos da seca, mas, sobretudo, a crise nos custos de produção (energia, fertilizantes e pesticidas) e dos cereais, devido à guerra na Ucrânia. A escassez alimentar será o pior dos cenários, motivo que poderá ajudar a justificar a nova designação do Ministério. T.C. (24.03.22/Fonte: Diário de Notícias)Preço dos bens alimentares vai subir 30%, mas “não vai haver rutura”, garante a APED
O aumento do preço dos bens alimentares, e as consequências para os rendimentos das famílias, vai ser um “desafio enorme”, afirmou o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), garante que não haverá uma rutura de produtos nos supermercados. Isto apesar de as expectativas apontarem para um aumento médio dos bens alimentares na ordem dos 30%, naquele que é um cenário de disrupção no mercado agravado pela guerra na Ucrânia.
“Quero começar por sossegar toda a plateia: não vai haver uma rutura de produtos. Não é preciso ir a correr aos supermercados”, disse o responsável da APED na conferência anual da Associação de Instituições de Crédito Especializada, que se realizou esta terça-feira em Lisboa.
De acordo com Gonçalo Lobo Xavier, há um “conjunto de riscos intrínsecos a tudo o que está a acontecer”, nomeadamente a escalada de preços. E isto está a “provocar uma distorção na cadeia”, disse o diretor-geral da associação que representa as empresas de distribuição. Ainda assim, garante que não vamos assistir a uma rutura do stock nos supermercados.
A subida dos preços, que já estava em curso, veio agravar-se com invasão russa à Ucrânia, tanto ao nível da energia e dos combustíveis, como das matérias-primas. Um aumento que já se sente nos bolsos dos consumidores. “O aumento médio dos bens alimentares vai ser na ordem dos 30%”, detalhou o diretor-geral da APED, considerando que isto vai ter consequências para os rendimentos das famílias. “É um desafio enorme que vamos ter seja nas [vendas] digitais seja nas [vendas] físicas”.
“Vai haver uma retração do consumo”, afirmou, por outro lado, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), no mesmo painel.
“Em Portugal, vai haver um choque entre a inflação” e as dificuldades financeiras que as famílias vão sentir, num cenário em que é “impossível” as empresas acompanharem o nível da inflação com um crescimento dos salários. “Temos provavelmente espaço para haver alguma instabilidade social”, referiu, notando que, neste momento, “a situação que vivemos é a tempestade perfeita”.
Há a questão da inflação, que “já se percebeu que pelo menos nos próximos tempos vai ser uma característica estrutural”. Por outro lado, “temos as taxas de juro”, que vão ter tendência para subir, e os problemas nas cadeias de abastecimento, que “não vai ser simples voltar a estabelecer”, disse João Vieira Lopes.
Isto depois de um período de dois anos marcado pelo impacto da pandemia em vários sectores da economia, nomeadamente turismo, mas também o sector automóvel. Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), recordou que a crise pandémica levou a uma escassez de matéria-prima para o fabrico de carros novos, o que levou a um aumento da procura por carros usados.
“Há procura, mas não há produto”, referiu, numa altura em que ainda não foi possível responder por completo à procura por automóveis. (22.03.22/Fonte: OJE)Calçado quer chegar aos 2 mil milhões de exportações em 2025
Há uma nova campanha dos sapatos portugueses e recria obras icónicas de pintores como Amadeo de Souza Cardoso, José Malhoa ou Paula Rego, entre outros, sob o mote "Pode a indústria ser uma forma de arte?". Desde 2009, o setor investiu já mais de 8,5 milhões em promoção internacional
Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) lança hoje, oficialmente, a sua nova campanha de promoção internacional, que procura homenagear obras e artistas de referência da pintura portuguesa, recriando oito quadros emblemáticos com a ajuda dos atores Albano Jerónimo e Anabela Moreira. "Pode a indústria ser uma forma de arte?" é o mote da campanha, que pretende ajudar a reforçar a presença internacional daquela que se intitula a indústria mais sexy da Europa. O objetivo é chegar aos dois mil milhões de exportações em 2025.
"A assinatura da indústria mais sexy da Europa foi muito importante, num primeiro momento, para criar um certo buzz e chamar a atenção para as potencialidades do setor. Mas também temos outros atributos e que fomos procurando destacar, ao longo dos anos, como a capacidade de aliar o saber fazer que passou de geração em geração à tecnologia de ponta, de uma indústria que procura estar sempre na vanguarda do desenvolvimento de novos produtos. Somos uma indústria multifacetada e que procura, desde a génese das campanhas, reposicionar a sua imagem nos mercados internacionais", explica o diretor de comunicação da APICCAPS, Paulo Gonçalves.
Catorze anos volvidos - a primeira campanha foi lançada em 2009 -, e mais de 8,5 milhões de euros investidos, a indústria do calçado exporta hoje quase 70 milhões de pares de sapatos, no valor de 1.676 milhões de euros, o que representa um crescimento de 29,12% relativamente aos 1.298 milhões de 2007. Mas se formos analisar os dados comparativamente a 2017, o melhor ano de sempre das exportações do setor, o aumento foi de 50,7%.
Com o abrandamento em 2018 e 2019 e com a pandemia em 2020, o setor perdeu quase 460 milhões de euros em exportações. Mas em 2021 já recuperou praticamente 180 milhões, tendo mesmo conseguido a melhor performance de sempre, no último trimestre do ano. A meta é chegar a 2025 na barreira dos dois mil milhões de euros.
"O setor terminou o ano a crescer a um excelente ritmo no exterior, sendo esse um registo que pretendemos manter em 2022. As empresas foram resilientes, adaptaram-se a um mercado em mudança e fizeram o trabalho de casa para estarem agora bem posicionadas para enfrentar uma nova década de crescimento nos mercados internacionais", refere, por seu turno, o presidente da APICCAPS, Luís Onofre.
Mas nem só de aumento nas exportações é feito o balanço desta aposta. "Um estudo de diagnóstico que fizemos em 2005 mostrava-nos que havia um défice de imagem que desvalorizava o calçado português em 30%. Novo estudo, feito há três anos, mostra que o made in Portugal acrescenta já valor aos nossos produtos", explica Paulo Gonçalves.
Num investimento de 600 mil euros, que contou com o apoio do programa Compete 2020, a campanha, que hoje é oficialmente lançada no Porto, terá a sua primeira aparição internacional na Micam, a maior e mais relevante feira de calçado do mundo que, domingo, arranca em Milão.
Foi o ano passado, em plena pandemia, que a campanha Portuguese Shoes recorreu a modelos e bailarinos, "num símbolo de força e graciosidade, de resiliência e liberdade" para levantar a pergunta "Pode a indústria ser uma forma de arte?". Este ano, "reforça a premissa de que a indústria é uma aliada dos artistas, que juntos criam momentos únicos e objetos de desenho", recriando alguns dos quadros mais emblemáticos de Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Afonso Viana, José Malhoa, Júlio Pomar e Paula Rego, protagonizados por Albano Jerónimo e Anabela Moreira. A interpretação fotográfica ficou a cargo de Frederico Martins.
E é com base nestes oito quadros que, nos próximos meses, começarão a chegar aos profissionais do setor em todo o mundo postais e outras peças baseadas nestas obras. Isto sem falar dos vários vídeos que irão ser lançados ao longo do ano.
"Estas campanhas pretendem valorizar a herança do passado e do que fazemos melhor, para que esta qualidade e beleza sejam apreciadas por todos, num mundo cada vez mais rápido e instável, e se cruzem com outros talentos e culturas, sendo um exemplo do que continua, perdura e encanta, aperfeiçoando-se sempre em direção ao futuro", frisa Luís Onofre. (08.03.22/Fonte: Dinheiro Vivo)Galp suspende compras de produtos petrolíferos russos
"O Conselho de Administração da Galp decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos, quer de companhias russas, como de companhias baseadas na Rússia", disse a empresa em comunicado.
A Galp anunciou esta quarta-feira que suspendeu a compra de produtos petrolíferos russos e lamentou os "atos de agressão contra o povo ucraniano", segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"O Conselho de Administração da Galp decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos, quer de companhias russas, como de companhias baseadas na Rússia", lê-se na comunicação ao mercado.
"A Galp lamenta os atos de agressão por parte da Rússia ao povo da Ucrânia", refere a petrolífera.
Embora a Galp não tenha quaisquer 'joint ventures' com entidades russas, a empresa disse também estar no processo de eliminação da "exposição direta ou indireta a produtos petrolíferos, ou originários da Rússia, ou de empresas russas em contratos existentes".
Em comunicado enviado à imprensa, a Galp esclareceu que adquire gasóleo de vácuo (VGO) através de contratos a prazo com entrega em Sines que não especificam (nem discriminam) a origem do produto, sendo que a Rússia é responsável por metade da produção mundial daquele produto, que é uma das matérias-primas utilizadas para a produção de gasóleo na Refinaria de Sines.
"A Galp está a desenvolver planos para obter o VGO através de fornecedores alternativos, ou para operar a refinaria a um ritmo limitado, embora assegurando sempre o fornecimento de gasóleo ao mercado português", apontou a empresa.
Já as cargas de produtos petrolíferos com origem na Rússia já adquiridas e atualmente em trânsito serão recebidas e descarregadas.
"Este terrível ato de agressão da Rússia contra a Ucrânia viola absolutamente os valores que a Galp defende, como a liberdade e os direitos humanos", realçou a presidente da Galp, Paula Amorim, na mesma nota, acrescentando que a petrolífera portuguesa "não vai contribuir para financiar a guerra".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.(02.03.22/Fonte: Diário de Notícias)