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07/21
Exportações de vinho crescem 20% desde janeiro
"Nunca aumentaram a este ritmo", lembra o presidente da ViniPortugal.
As exportações de vinho aumentaram 20,3% nos primeiros cinco meses do ano. No total, o setor vendeu ao exterior, de janeiro a maio, mais de 133 milhões de litros no valor global de 360,3 milhões de euros. São mais 60,7 milhões de euros do que em igual período de 2020, numa fileira que, mesmo em pandemia, foi aumentando mês após mês. "Nunca as exportações de vinho cresceram a este ritmo, são números fantásticos", diz o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.
Para melhor ilustrar esta performance basta ter em conta que a média de crescimento das exportações de vinho, nos últimos dez anos, ronda os 3,3% ao ano. "Durante a pandemia, Portugal conseguiu destacar-se mais nos mercados internacionais e crescer acima dos seus concorrentes", afiança aquele responsável.
Principais destinos
Frederico Falcão analisou os dados dos últimos cinco anos nos 20 principais mercados em que a ViniPortugal atua e concluiu que "Portugal está sempre no top 3, sendo, em muitos deles, a origem que mais cresce". É o caso da Suécia e da Coreia do Sul, onde os vinhos portugueses estão "claramente destacados".
Os EUA são, em termos absolutos, o mercado que mais cresce, passando de 37,3 para 45,8 milhões de euros. São 8,5 milhões a mais, correspondendo a um aumento percentual de 22,8%. Também as vendas para França cresceram substancialmente - mais 6,6 milhões - para um total de 45, 6 milhões de euros.
Dentro do top 5 dos principais destinos das exportações de vinho portuguesas, destaque ainda para o Brasil, que cresceu mais de 43% para 26,2 milhões de euros. Isto num mercado que, já no ano passado, havia crescido muito.
Em termos de regiões vitivinícolas e de denominações de origem, destaque especial para a performance do vinho do Porto que está a crescer 22,6% para 112,8 milhões de euros. Tirando o Porto, o vinho verde é a denominação que mais exporta: foram quase 35,3 milhões de euros de janeiro a maio, um aumento de 22,02% face ao ano passado. Em termos percentuais, o Douro é o que mais cresce, com uma subida de 33,79%, para quase 30 milhões.
Em contraciclo estão o Dão, a Beira Interior e as Beiras, com quebras homólogas de 5,61%, 21,89% e 27,31%, respetivamente.(11.07.21/Fonte: Jornal de Notícias)Portugueses trabalham hoje as mesmas horas que os pais
25 anos depois, o número de horas semanais de trabalho pouco se alterou. Comparando 2019 com 2005, até aumentou. Desde 1995 que o número de horas efetivamente trabalhadas se manteve praticamente inalterado em Portugal a rondar as 41 horas semanais.
Os portugueses trabalham hoje praticamente o mesmo número de horas que os pais, há 25 anos. O horário médio semanal de trabalho efetivo foi em 2019 de 40,8 horas, pouco abaixo das 41,1 horas de 1995, indicam os dados publicados ontem pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Os números contrariam assim uma conceção generalizada de que, com o desenvolvimento tecnológico e a mecanização, os horários de trabalho acabariam por diminuir ao longo dos anos. "A ideia de que o aumento da produtividade, impulsionado pelo progresso tecnológico, iria de mãos dadas com a diminuição do horário de trabalho" já não é nova, lembra a OCDE: "gerações após gerações, as pessoas trabalhavam menos do que os seus pais." Já em 1930, o economista John Maynard Keynes antecipava que, no horizonte de algumas gerações, a inovação tecnológica e o aumento da produtividade tornariam possível a semana de trabalho de 15 horas. Tal parece ainda longe.
No entanto, "analisando a mediana das horas efetivamente trabalhadas para empregos a tempo completo nos últimos 25 anos, esta visão não é suportada nos dados", sublinha a organização sediada em Paris.
A OCDE regista pequenas variações ao longo do quarto de século analisado e isolando as duas primeiras décadas deste século, houve casos em que até aumentaram. "Em média, as horas dos trabalhadores a tempo inteiro aumentaram ligeiramente, na Bélgica, Finlândia, Itália, Grécia e Portugal, estagnando nos Estados Unidos, e diminuindo ligeiramente noutros países", indica a instituição.
Em termos de horas efetivamente trabalhadas, Portugal é o sexto país com horários de trabalho mais extensos, entre os 18 Estados-membros incluídos nesta avaliação. Israel (45,3), Nova Zelândia (42,6), Estados Unidos (42,1), Reino Unido (42) e Áustria (41,1) surgem no topo da lista divulgada no relatório sobre o emprego - Employment Outlook 2021.
Os efeitos da pandemia
A OCDE avalia ainda o impacto da pandemia no mercado de trabalho e prevê que as ondas de choque ainda se prolonguem por algum tempo. Em termos de desemprego, a organização indica que Portugal foi dos países onde a taxa menos subiu, mas a explicação pode estar no aumento do número de inativos. Outro efeito foi a redução do número de horas trabalhadas, tanto pelo efeito da destruição de empregos como pela redução das horas efetivamente trabalhadas.
Este fenómeno foi mais marcado nas profissões menos qualificadas e de salários mais baixos. Em termos de horas trabalhadas verificou-se uma redução média de 28%, uma diferença superior a 18 pontos percentuais face às profissões altamente qualificadas. Portugal surge como um dos países em que essa quebra de horas trabalhadas foi mais cavada, com uma redução de 49,6%.
A pandemia dizimou cerca de 22 milhões de empregos na OCDE, em comparação com 2019, estima a organização, apontando para que em todo o mundo 114 milhões de empregos tenham desaparecido. E assume que "no final de 2020, os países membros estavam apenas a meio caminho de uma recuperação total do emprego", que apenas "será alcançada no final de 2022", de acordo com as projeções.(08.07.21/Fonte: Dinheiro Vivo)Turismo nacional com 600 mil postos de trabalho e 60 mil milhões de euros em risco
No pico da crise, o setor poderá perder até 600 mil empregos, alguns dos quais poderão não ser recuperados no futuro.
Portugal poderá ter acumulado perdas de 60 mil milhões de euros e até 600 mil postos de trabalho poderão ter sido eliminados no turismo, quando o setor recuperar dos efeitos da pandemia, revelou esta segunda-feira um estudo da McKinsey.
De acordo com um relatório sobre o turismo em Portugal, levado a cabo pela consultora McKinsey, em termos globais, estima-se que, "entre 2020 e 2023, Portugal pode perder 60 mil milhões de euros do PIB (equivalente a 26% dos níveis do PIB em 2019), considerando tanto os efeitos diretos quanto os indiretos e induzidos".
"Adicionalmente, no pico da crise, o setor poderá perder até 600 mil empregos, alguns dos quais poderão não ser recuperados no futuro", refere também o relatório.
O estudo destaca a importância do turismo para a economia portuguesa, uma vez que é responsável por 18,6% do total de empregos no país, se forem tidos em conta os efeitos diretos, indiretos e induzidos, sendo que, em locais como o Algarve, a Madeira e os Açores, o setor representa mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregos locais.
A consultora destaca também o impacto que a crise no turismo tem noutros setores da economia, "que dependem deste tráfego para se manterem à tona, tais como centros comerciais, restaurantes e retalhistas".
O relatório prevê que o turismo doméstico em Portugal possa não voltar aos níveis pré-pandemia até 2023, e o mesmo acontecerá com o turismo internacional, que é quatro vezes maior do que o doméstico, até 2024.
"Embora seja impossível prever quando é que o setor poderá dar sinais de retoma, há muitas medidas que os 'players' do setor poderiam estar a desenvolver no imediato", refere a consultora, indicando três prioridades "para uma recuperação mais rápida e mais sustentável": o aumento da competitividade das empresas através da digitalização, modelos de colaboração dentro do setor e "criar um novo paradigma" para o turismo do futuro.
A análise da Mckinsey sugere que o turismo de eventos (reuniões, incentivos, conferências e exposições), viagens de grupo, cruzeiros, viagens individuais e de turismo urbano serão os mais afetados pela pandemia e demorarão mais tempo a recuperar, enquanto, por outro lado, o turismo de segunda habitação, o ecoturismo e o turismo religioso, desportivo e cultural serão menos afetados e deverão recuperar mais rapidamente.
Por fim, o relatório aponta cinco fatores-chave que determinarão a rapidez com que o setor turístico nacional poderá recuperar: a atratividade dos principais destinos, a disponibilidade de capacidade aérea, a capacidade e qualidade dos cuidados de saúde, o peso das viagens de negócios e a importância da sustentabilidade.(05.07.21/Fonte: TSF)