Já foi notícia !

Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

11/20

Consumo e exportações de bens impulsionam recuperação da economia portuguesa no terceiro trimestre

O Produto Interno Bruto cresceu 13,3% no terceiro trimestre por comparação com os três meses anteriores, em que a economia portuguesa tinha sofrido um trambolhão inédito. Ainda assim, na comparação homóloga, sofreu uma quebra de 5,7%. As exportações de bens e o consumo impulsionaram a recuperação, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta segunda-feira a forte recuperação da economia portuguesa no terceiro trimestre, depois do trambolhão inédito nos três meses anteriores. Uma evolução impulsionada, em particular, pela evolução do consumo privado e pelas exportações de bens.

Assim, quando comparado com o 2º trimestre, o PIB aumentou 13,3% em termos reais, entre julho e setembro, depois de ter diminuído 13,9% no trimestre precedente (também face aos três meses anteriores).

O INE indica que este resultado é "explicado, sobretudo, pelo comportamento da procura interna, que registou um contributo positivo de 10,7 pontos percentuais para a variação em cadeia do PIB, quase simétrico do observado no 2º trimestre (-10,9 p.p.)".

Quanto ao contributo da procura externa líquida (exportações líquidas de importações) "também passou a positivo (2,6 p.p.), depois de ter sido muito negativo (-3,0 p.p.) no trimestre precedente, verificando-se um crescimento acentuado das Exportações de Bens e Serviços", indica o INE.

A autoridade estatística concretiza que as exportações totais, em volume, registaram uma subida em cadeia de 38,9% (taxa de -37% no trimestre anterior) tendo as importações totais subido 26,5% (taxa de -29,2% no 2º trimestre).

Já em termos homólogos, isto é, na comparação com o mesmo período de 2019, o PIB ainda ficou no vermelho no terceiro trimestre, com uma diminuição de 5,7%, após a contração de 16,4% sofrida no segundo trimestre (também em termos homólogos).

O INE indica que esta evolução "deveu-se em grande medida ao comportamento da procura interna que registou um contributo significativamente menos negativo que no trimestre precedente (passando de -11,8 p.p. no 2º trimestre para -4 p.p.)".

Tudo por causa da "recuperação expressiva do consumo privado e, em menor grau, do investimento e do consumo público", frisa o INE.

O INE concretiza que o consumo privado (Despesas de Consumo Final das Famílias Residentes e das Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias) registou uma variação homóloga de -4,3% em termos reais (-14,4% no trimestre precedente). Já o Investimento diminuiu 8,2% (taxa de -10,1% no 2º trimestre), devido ao contributo negativo da Variação de Existências, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, o indicador-chave para analisar o investimento) apresentou uma variação ligeiramente positiva.

Quanto à frente externa, também houve uma recuperação. "O contributo da procura externa líquida no 3º trimestre foi menos negativo que o registado no trimestre precedente (passando de -4,6 p.p. para -1,6 p.p.), verificando-se uma recuperação mais significativa das Exportações de Bens e Serviços (passando de uma taxa de -39,4% para -15,2%) que a observada nas Importações de Bens e Serviços (de -29,2% para -11,4%)", aponta o INE.

Uma recuperação das exportações que que deveu sobretudo à evolução da componente de bens, indica o INE, já que as exportações de serviços continuam muito penalizadas pelo sector do turismo, que continua muito condicionado pela pandemia de covid-19.
(30.11.20/Fonte: Expresso)

OCDE diz que despesa social pública em Portugal foi de 22,7% do PIB em 2019, acima da média

A despesa social pública em 2019 era de 22,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal, superior à média verificada no conjunto da OCDE (19,9%), indica um estudo da organização.

Segundo o estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), França, com 32% do PIB, lidera a despesa pública em áreas como pensões, cuidados de saúde e subsídios de desemprego, enquanto Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Itália, Noruega e Suécia dedicam mais de um quarto do PIB ao apoio social público.

"Depois de contabilizar a despesa social privada e o impacto do sistema fiscal, os Estados Unidos são o segundo maior gastador, com pouco menos de 30% do PIB", refere o estudo.

Em contrapartida, a despesa social pública em países como o Chile, Colômbia, Costa Rica, Irlanda, Coreia, México e Turquia representam menos de 15% do PIB.

No estudo, a OCDE sublinha que a pandemia da covid-19 deverá conduzir a um aumento acentuado das despesas sociais nos próximos anos, mas que estes dados só estarão disponíveis até à próxima atualização da base de dados da organização sobre Despesas Sociais, prevista para 2022.

MO estudo indica ainda que em média na OCDE, em 2019, a despesa com pensões é a maior rubrica da despesa social pública (7,8% do PIB), seguida da despesa pública com a saúde (5,6% do PIB).

Esta mesma relação ocorre em Portugal em 2019, que gastou 12,7% do PIB em pensões e 5,7% do PIB em saúde, além de 3,3% em apoios diretos à população trabalhadora e 5% em serviços sociais.

Com mais de 15% do PIB, a despesa pública com pensões é mais elevada em Itália e na Grécia e mais baixa no Chile, Coreia e México, com cerca de 3% do PIB.

Em França e na Alemanha a despesa pública com a saúde é superior a 8% do PIB, enquanto é mais baixa nos Países Baixos (2,6% do PIB), onde as seguradoras privadas desempenham um papel importante no fornecimento de cobertura de cuidados de saúde obrigatórios.
(26.11.20/Fonte: Dinheiro Vivo)

Quase metade dos portugueses perderam rendimento com a covid

Portugueses estão preocupados com o evoluir da pandemia e com estragos que dela advêm. Cerca de metade acredita no impacto da covid-19 nos seus rendimentos individuais e 83% admitem que a UE não tem meios para uma melhor performance nesta crise.

Quase metade da população portuguesa (45%) afirma que a covid-19 já teve impacto no seu rendimento individual, uma percentagem seis pontos percentuais superior à média da União Europeia (UE). Apesar de ainda não terem sentido o impacto da pandemia nos seus rendimentos, 31% dos portugueses creem que o vírus irá impactar de forma negativa nas suas finanças individuais, segundo dados que constam de um estudo feito pelo Parlamento Europeu (PE) sobre o impacto da crise na UE.

Os jovens e as famílias com crianças surgem como os mais atingidos por esta crise sem precedentes. Assim, 64% dos europeus entre os 16 e os 34 anos sentiram já algum tipo de dificuldade financeira e 27% dos inquiridos com crianças utilizaram as suas poupanças mais cedo do que o previsto.

Devido aos estragos causados pela covid-19, metade dos europeus manifestam alguma “incerteza” quanto ao seu estado emocional. Contudo, é de salientar que neste terceiro estudo do PE, mais europeus demonstram confiar na UE. Os portugueses têm, com o desenrolar da pandemia, melhorado a sua perceção quanto ao projeto europeu, depositando agora mais confiança nas medidas comunitárias para a segunda vaga.

No entanto, verifica-se, em simultâneo, um crescimento relevante do número de cidadãos europeus receosos quanto ao futuro.

Por outro lado, dois terços dos inquiridos (66%) consideram que a União deve ter mais valências e meios para lidar com a crise pandémica, uma percentagem inferior à dos portugueses (83%), sendo que 67% admitem que Bruxelas não dispõe de meios para melhorar o respetivo desempenho.

Mais de três quartos (77%) dos inquiridos disseram ainda concordar com o mecanismo aprovado esta semana e que condiciona o acesso a fundos europeus ao respeito pelas regras democráticas do Estado de direito. Isto numa altura em que persiste o bloqueio imposto pela Hungria e pela Polónia à bazuca europeia de 1,8 biliões de euros (que consiste no próximo orçamento de longo prazo da UE e no fundo de recuperação para reagir aos efeitos da covid) por se oporem a tal mecanismo.

Quanto ao destino dos fundos da União Europeia, para mais de metade dos europeus (54%) é unânime que a saúde pública seja a prioridade principal da despesa.
(19.11.20/Fonte: Jornal de Negócios)

Sector agro-alimentar foi o único que viu exportações aumentarem até Setembro

Setembro terminou com um défice da balança comercial 643 milhões de euros menor do que 12 meses antes. Exportações de alimentos e bebidas foram as únicas que registaram crescimento na maioria dos primeiros nove meses do ano.

O défice da balança comercial de bens diminuiu 643 milhões de euros em Setembro de 2020 face ao mês homólogo de 2019, atingindo 1088 milhões de euros, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística. O agrupamento de bens alimentares foi “a única grande categoria económica que registou, no período de Janeiro a Setembro de 2020, acréscimos face ao período homólogo, ao contrário da redução generalizada das exportações”.

Se se excluir a categoria de “Combustíveis e lubrificantes”, “a balança comercial atingiu um saldo negativo de 785 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice de 353 milhões de euros em relação a Setembro de 2019”.

Analisando somente o mês de Setembro, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -0,4% e -9,9%, respectivamente, ainda assim abrandado o ritmo de queda de Agosto, em que foram de -1,9%e -10,4%, pela mesma ordem.

OO INE dá destaque aos “decréscimos nas importações de ‘Combustíveis e lubrificantes’ (-39,4%) e de ‘Material de transporte’ (-19,9%), principalmente ‘Outro material de transporte’ (maioritariamente aviões)”. A aviação está a ser um dos principais sectores afectados pela pandemia, e o ano de 2020, atípico, compara com um ano de 2019 em que a TAP estava a reforçar a sua frota de aeronaves.

No que respeita às variações face ao mês anterior, em Setembro de 2020 as exportações e as importações aumentaram respectivamente 32,6% e 24,1% (-25,4% e -15,9%, pela mesma ordem, em Agosto de 2020). No terceiro trimestre de 2020, as exportações e as importações diminuíram respectivamente 3,3% e 13,8%, face a igual período de 2019 (-6,7% e -18,1%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em Agosto de 2020).

Alimentar vende mais para fora
“No período acumulado de Janeiro a Setembro”, sublinha o instituto estatístico nacional, “verificaram-se decréscimos em todas as grandes categorias, em ambos os fluxos, excepto nas exportações de ‘Produtos alimentares e bebidas’, que aumentaram 92 milhões de euros”.

O aumento acima de 90 milhões “verificou-se sobretudo na subcategoria ‘Produtos transformados destinados principalmente ao consumo dos particulares’”, com mais 68 milhões de euros.

O INE reforça o desempenho: “Em termos de taxas de variação homóloga, as exportações de ‘Produtos alimentares e bebidas’ têm evoluído de forma mais favorável que as exportações globais, apresentando uma variação positiva na maioria dos meses do ano, atingindo mais 5,2% em Setembro”.

Nos nove primeiros meses do ano, o comportamento não foi regular. “Verificou-se um decréscimo significativo das exportações e importações face ao período homólogo, reflectindo o contexto da pandemia covid-19”, resume o INE. Mas “após os meses de maior impacto – Abril e Maio, verificou-se uma lenta recuperação, mais acentuada nas exportações”.

Em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro, “cinco capítulos [de classificação] foram responsáveis por um aumento de 193 milhões de euros” das exportações nacionais.

As “Frutas, cascas de citrinos e de melões” foram o capítulo com maior aumento (mais 68 milhões de euros), seguindo-se as “Gorduras e óleos, animais ou vegetais, ceras” (mais 50 milhões de euros), os “Açúcares e produtos de confeitaria” (mais 29 milhões de euros), as “Preparações de carnes, peixes, crustáceos e moluscos” (mais 24 milhões de euros) e as “Carnes e miudezas comestíveis” (mais 23 milhões de euros).

Em sentido contrário, houve um decréscimo de 156 milhões de euros nas exportações de “Peixes, crustáceos e moluscos”, acrescenta o INE.
(09.11.20/Fonte: Público)

Exportações cresceram em agosto, mas a retoma já está a travar a fundo

Com os confinamentos parciais a serem decretados um pouco por toda a Europa, clientes estão já a pedir para serem adiadas as entregas de encomendas. Indústria de vestuário é a mais afetada.

As exportações de têxteis e vestuário regressaram a terreno positivo no mês de agosto, com um aumento de 0,2% para 355,3 milhões de euros, embora, no acumulado do ano, estejam 13,5% abaixo do período homólogo. E embora se espere que os dados de setembro sejam, ainda, igualmente positivos, nas fábricas os efeitos da retração dos consumidores já se começam a fazer sentir, com os clientes a procurarem atrasar a entrega das encomendas já colocadas. "Estamos a começar a viver um filme parecido com o de março e abril. Mesmo sem um confinamento global, há medidas parciais em vários países e tudo o que seja fechar as economias tem consequências imediatas nos circuitos produtivos", diz o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

O segmento do vestuário, em especial de adulto, é o mais afetado. "As únicas peças que estão a vender bem é a roupa de conforto, as sweat-shirts e os chamados fatos de treino. Há uma procura enorme de produtos de tricotagem para esse tipo de peças", explica Mário Jorge Machado. Os adiamentos de encomendas são transversais a todos os países e marcas. "A instabilidade é enorme e não dá segurança a quem tem que tomar decisões. As encomendas entradas em setembro ultrapassaram uma série de recordes, mas na última semana de outubro já se sente uma diminuição significativa de encomendas. Está tudo a travar a fundo, vamos ter umas semanas difíceis pela frente", afirma.

O setor reuniu, esta semana, com o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, ao qual fez chegar as suas preocupações. "A indústria têxtil e do vestuário tem que ser olhada com uma atenção especial, para não colapsar", diz César Araújo, presidente da ANIVEC, a associação do vestuário, sublinhando que, "a seguir ao turismo, este é o setor que mais sofre. Ninguém compra roupa!". A simplificação do apoio extraordinário à retoma progressiva, que substituiu o lay-off simplificado, e o seu prolongamento até junho do próximo ano, é uma das medidas pedidas, bem como a sua associação a um programa de formação profissional e à isenção do pagamento das contribuições à Segurança Social. As empresas pedem, ainda, soluções ao nível dos seguros de crédito e formas de acelerar a digitalização e o uso de tecnologias 3D nas empresas, de modo a estarem mais preparadas para abordarem os mercados à distância.

"O lay-off simplificado não devia ter terminado. O Governo entusiasmou-se e acabou a transmitir uma mensagem aos agentes que não corresponde à realidade. A retoma nunca existiu e hoje a situação económico-financeira das empresas está, ainda, mais degradada", defende César Araújo.

Absentismo preocupa no calçado
No calçado, que teve "seguramente, o pior primeiro semestre dos últimos 30 ou 40 anos", a partir de junho começaram a chegar sinais de "alguma retoma". O que levou mesmo a que muitas fábricas nem fechassem em agosto, remetendo as férias dos trabalhadores para mais tarde, de modo a dar resposta às solicitações dos clientes. Não admira por isso que as exportações de calçado tenham regressado a terreno positivo em agosto, com um crescimento homólogo de 1,89% para 168 milhões de euros, graças, sobretudo, aos mercados extracomunitários que cresceram quase 25%.

Por aqui, ainda não há sinais de alarme ao nível dos cancelamentos ou adiamentos, há receios, sim, da falta de capacidade para responder às encomendas em tempo útil. É que mais de metade das empresas têm já trabalho até janeiro e fevereiro do próximo ano, segundo o último inquérito da associação do calçado, a APICCAPS, aos seus associados, mas a taxa de absentismo nas empresas ronda hoje os 25%, o que equivale a dizer que, diariamente, há 10 mil pessoas em falta nas fábricas de calçado portuguesas. Maioritariamente, trata-se de faltas relacionadas com a assistência à família.

"São números esmagadores e que trazem uma preocupação adicional, para um setor conhecido internacionalmente pela sua capacidade de resposta rápida e produção de pequenas séries, mas, também, pelo seu nível de compromisso e de entrega dentro dos prazos", diz Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS.

Os seguros de crédito é outra das grandes preocupações. "Sendo um setor altamente exportador, os seguros de crédito são absolutamente decisivos e os instrumentos atuais têm-se mostrado insuficientes relativamente às necessidades da indústria", frisa, ainda, Paulo Gonçalves.
Campeã das exportações está a contratar

Na metalurgia e metalomecânica, a campeã das exportações da indústria, agosto foi, também, mês de crescimento, com um aumento de 4% em termos homólogos. Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, reconhece que este é, habitualmente, um mês "fraco" ao nível do comércio internacional, já que coincide com o período de férias, mas nem por isso desvaloriza o ganho obtido. E acredita que setembro trará novo crescimento.

E se no acumulado do ano, as exportações totais do Metal Portugal estão, ainda, em terreno negativo, tal deve-se às dificuldades dos mercados europeus, sendo que Espanha e Alemanha são os principais destinos das vendas da metalurgia e metalomecânica nacional. Nos mercados extracomunitários, as exportações, no acumulado do ano, estão a crescer 13,8%. E as perspetivas para o fim do ano são animadoras. O inquérito realizado às empresas mostra que 45% prevê manter ou aumentar as exportações este ano e que 47% aponta, também, no mesmo sentido em termos de volume de negócios. Números que são, ainda, mais expressivos quando o horizonte temporal é março de 2021.

A atestar a resiliência da metalurgia e metalomecânica está o facto de o setor, que conta com 15 mil empresas registadas, das quais duas mil pequenas, médias e grandes empresas, e que dão emprego a mais de 240 mil pessoas, não ter perdido postos de trabalho. "Vamos até fechar o ano com um ligeiro aumento", diz Rafael Campos Pereira, sublinhando que a AIMMAP "não perdeu um único sócio", o que prova que não houve encerramentos entre os associados.
(02.11.20/Fonte: Dinheiro Vivo)

Voltar