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09/20

Mosqueteiros investe 25,3 milhões em seis lojas novas e cria 265 empregos

Com as novas aberturas, sobe para 331 o número de espaços do grupo dono do Bricomarché e do Intermarché no país.

Em um mês, o grupo Os Mosqueteiros vai investir 25,3 milhões de euros na abertura de três Intermarché e três Bricomarché, criando 265 empregos. O grosso do investimento, 19,8 milhões, centra-se na região norte. Arcozelo, Barcelos e Ponte de Lima são as próximas localidades a receber lojas destas duas insígnias do grupo, depois da abertura, neste mês, de um Intermarché em Fernão Ferro. Com os novos espaços, o grupo eleva para 38,6 milhões o investimento já realizado neste ano em 12 novas lojas, criando 450 postos de trabalho dos 500 previstos. Em 2020, o grupo conta investir um total de 68 milhões e abrir 19 superfícies.

“Num ano tão atípico como o que vivemos, continuamos a contribuir para reforçar a economia e o emprego local e a consolidar a nossa dimensão e representatividade em Portugal”, diz ao Dinheiro Vivo Laurent Boutbien, presidente do grupo. “Nos últimos anos, os preços competitivos e a oferta de produtos com qualidade, têm vindo a conquistar mais clientes e também empresários, que chegam ao grupo com vontade de abrir e gerir o seu próprio negócio”, refere. Já são mais de 263 os empresários franqueados.

Com as novas aberturas, o grupo eleva para 331 o número de superfícies comerciais no país. Arcozelo e Barcelos, nos distritos do Porto e de Braga, vão receber lojas do Intermarché e Bricomarché. Em Ponte de Lima será aberto um Bricomarché, depois de Fernão Ferro, a única inauguração a Sul, instalar um Intermarché, espaço que exigiu um investimento de 5,5 milhões e a criação de 60 postos de trabalho. As seis lojas abrem portas em quatro semanas.

Desde o início do ano, das 19 lojas previstas para 2020, o grupo já abriu supermercados Intermarché em Samora Correia (5 milhões/55 postos de trabalho), Armamar (1,8 milhões/30 empregos), Alcanede (1,5 milhões/30 empregos) e Quinta da Piedade (3 milhões/40 empregos), bem como dois Bricomarché em Tondela (1,5 milhões/14 empregos) e Fafe (500 mil euros/16 empregos).

Estas duas cadeias – o grupo opera também em Portugal com a Roady – concentram a grande fatia de investimento, estando previsto que neste ano canalizem 36 milhões para a abertura de 11 supermercados Intermarché. Em sete novos Bricomarché, bem como na remodelação de cerca de uma dezena de outros, deverão alocar 21 milhões de euros.

As novas unidades vão contribuir para o crescimento que o grupo retalhista estima obter neste ano. Depois de, em 2019, ter gerado receitas de 2,3 mil milhões (+3%), o objetivo é crescer na ordem dos 10% na área alimentar (em cima dos 2,09 mil milhões de euros do ano passado) e 15% no setor da bricolage, área que apresentou 124 milhões de receitas no ano passado, adiantara o presidente do grupo Os Mosqueteiros, em agosto, ao Dinheiro Vivo.

No retalho alimentar, até agosto, o grupo foi, juntamente com o Lidl (+0,6 pontos percentuais, para 11,3% de quota), a única cadeia a ver subir a quota e a que mais subiu, segundo a Kantar. O Intermarché tem vindo a crescer desde março e fechou agosto com uma quota de 8,8%, uma subida de 1 ponto percentual face há um ano.(26.09.20/Fonte: Dinheiro Vivo)

Perto de 9% dos imóveis transacionados em Portugal em 2019 foram vendidos a não residentes

Foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal, seguidos pelos residentes no Reino Unido.

Perto de 9% dos imóveis transacionados em Portugal foram vendidos a não residentes, correspondendo a 13,3% do valor total transacionado (8,2% e 13,0%, respetivamente, em 2018), segundo dados divulgados esta terça-feira.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), depois dos acréscimos "expressivos" tanto em número como em valor nos anos anteriores (14,5% e 19,2% em número e 22,2% e 22,6% em valor, respetivamente em 2018 e 2017), em 2019 o número de imóveis adquiridos por não residentes diminuiu 2%, tendo aumentado 1% em valor. O valor médio dos prédios vendidos a não residentes, por sua vez, situou-se em 176.429 euros (mais 3,1% face a 2018).

"Este valor é 57% superior ao valor médio das transações totais, uma diferença semelhante à que se verificou em 2018", sinaliza.

Tal como no ano anterior, foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal (18,1% do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes), seguidos pelos residentes no Reino Unido (17,3%).

Entre os principais países de residência dos compradores não residentes, o INE sinaliza a China, cujo valor médio dos imóveis adquiridos por residentes neste país (373.071 euros) foi mais do dobro do valor médio total dos imóveis vendidos a residentes no estrangeiro.

O valor médio dos imóveis adquiridos por não residentes por preço igual ou superior a 500.000 euros atingiu 923.016 euros, aumentando 3,2% face a 2018.

O Algarve ultrapassou a Área Metropolitana de Lisboa, tendo representado 37,7% do valor das aquisições por não residentes (35,8% na Área Metropolitana de Lisboa), em resultado das variações respetivas de +6,1% e -8,5%, face a 2018.

A informação divulgada pelo INE relativos às aquisições de imóveis por compradores não residentes em Portugal baseia-se exclusivamente em fontes de natureza administrativa, nomeadamente proveniente dos registos e notariado, e recolhida pela Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça. Segundo os dados do INE, em 2019, o número de imóveis transacionados em Portugal diminuiu 4,7% (+6,8% em 2018), tendo o seu valor total decrescido ligeiramente (-0,7%; +7,5% em 2018).

O valor médio dos imóveis transacionados em 2019 aumentou 4,1% face a 2018 (+0,6% no ano anterior), passando de 108,0 mil euros para 112,5 mil euros. Estas variações deveram-se fundamentalmente às transações de prédios urbanos em propriedade horizontal, que, no total, diminuíram 7,4% em número e 2,0% em valor.

No que respeita ao valor médio, este tipo de imóveis também se destacou com um acréscimo de 5,9% face ao valor médio em 2018, refere o INE.(22.09.20/Fonte: TSF)

Portugal no top 20 dos maiores produtores mundiais de calçado

Portugal surge também como o 19.º maior exportador mundial de calçado.

Portugal surge no 'top' 20 dos maiores produtores de calçado, um "grupo restrito" onde, da Europa apenas constam mais Itália e Espanha, num setor em que 87,4% da produção mundial vem da Ásia, respondendo a China por 55,5%.

De acordo com a última edição do World Footwear Yearbook, elaborado pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), Portugal recuperou um lugar e assumiu em 2019 a 20.ª posição do 'top' 20 dos maiores produtores mundiais do setor, um "grupo restrito" onde, da Europa, "apenas se intrometem" mais a Itália (10.º lugar) e Espanha (17.º).

"A produção continua a concentrar-se maioritariamente na Ásia, onde se produzem nove em cada 10 pares de calçado. Nos últimos 10 anos, o continente asiático reforçou ligeiramente o seu domínio no panorama internacional, aumentando a sua produção mundial em dois pontos percentuais", refere a APICCAPS.

Num balanço no âmbito da participação portuguesa na feira de calçado MICAM, que decorre de domingo a quarta-feira em Milão, Itália, a associação aponta ainda a "posição de destaque" ocupada por Portugal ao nível do preço médio de venda, com o segundo valor mais elevado (26,26 dólares por par exportado), entre os principais produtores mundiais de calçado, ainda distante de Itália (57,11 dólares o par), mas já "claramente" acima de Espanha (19,11 dólares o par).

Pelo contrário, o preço médio do calçado exportado pela China ascendeu, em 2019, a 4,72 dólares. Ainda no domínio do comércio externo, Portugal surge como o 19.º maior exportador mundial de calçado, destacando-se como o 6.º exportador no segmento 'waterproof' (à prova de água), com uma quota de 2,6%, e o 10.º maior no segmento de calçado em couro, com uma quota de 3,1% nas exportações mundiais. Globalmente, os dados mais recentes do World Footwear Yearbook apontam que a produção mundial de calçado aumentou 21,2% na última década, crescendo a uma taxa média anual de 2,2%, enquanto as exportações globais aumentaram 10,6% em volume e 59% em valor.

Em 2019, a indústria mundial abrandou (cresceu apenas 0,6%, mas ainda assim bateu um novo recorde absoluto de 24,3 mil milhões de pares produzidos no final do ano passado), e o valor das exportações progrediu 2%, também para o valor recorde de 146 mil milhões de dólares (cerca de 123 milhões de euros). "Este crescimento foi impulsionado, maioritariamente, pelos países asiáticos, que aumentaram as suas exportações em 2,8%", nota a APICCAPS, acrescentando que, "na Europa, a taxa de crescimento foi de 1,2% e, noutras partes do globo, foi ainda mais baixa, ou mesmo negativa". De acordo com a APICCAPS, "é expectável que esta trajetória descendente se mantenha em 2020, devido às consequências da pandemia de covid-19".

A segunda edição do 'Business Conditions Survey', realizado junto do painel internacional de especialistas do 'World Footwear', prevê mesmo que o consumo mundial de calçado deverá recuar 22,5% este ano, com menos 5.100 milhões de pares de sapatos comercializados a nível global.

O estudo antecipa que "o impacto da pandemia de covid-19 irá penalizar fortemente o setor de calçado em 2020", ocorrendo "o cenário mais negativo" na Europa, com uma perda estimada de 27% no consumo, equivalente a menos 908 milhões de pares comercializados. Já na América do Norte o recuo previsto é de 21% (menos 696 milhões de pares), enquanto na Ásia a queda esperada é de 20% (menos 2.400 milhões de pares). Os dados relativos a 2019 indicam que foram exportados 15 mil milhões de pares de calçado, o que representa 62% de todo o calçado fabricado, surgindo sem surpresa a Ásia como o maior exportador mundial, com uma quota de 83,9%.

Ainda assim, a quota das exportações da Ásia diminuiu ligeiramente na última década, à semelhança do sucedido nos restantes continentes, com a exceção da Europa, que nos últimos 10 anos aumentou a quota nas exportações globais em 2,6 pontos percentuais. "A China foi a origem de dois em cada três pares de calçado exportados em 2019, mas a quota no mercado tem diminuído de forma sustentada na última década, tendo perdido sete pontos percentuais desde 2010. Em trajetória oposta, o Vietname dobrou praticamente a sua quota no mercado durante o mesmo período, e a Índia e a Turquia têm-se também destacado com desempenhos notáveis no decurso da década", refere a APICCAPS.

No que respeita ao consumo de calçado, a Ásia (com destaque para a China e Índia) é responsável por mais de metade do consumo global, cabendo à Europa e à América do Norte uma fatia de 15% cada.

"Se os países da União Europeia correspondessem a uma única região, representariam o segundo maior mercado de consumo, com 2.680 milhões de pares comercializados em 2019", nota a APICCAPS, que destaca ainda as diferenças geográficas nos padrões de consumo de calçado, que, 'per capita', varia entre 1,6 pares em África e 5,6 pares na América do Norte. (18.09.20/Fonte: TSF)

Bial entra nos EUA e no Japão com medicamento para a doença de Parkinson

Companhia congratula-se por ser a primeira vez que um fármaco português entra no mercado nipónico. A Bial é a única farmacêutica nacional que conseguiu descobrir e desenvolver fármacos novos: um para a epilepsia e outro para doentes de Parkinson.

O medicamento da Bial para a doença de Parkinson começou a ser comercializado nos mercados norte-americano e japonês, avança a farmacêutica portuguesa em comunicado. “De salientar que esta é a primeira vez que um medicamento de investigação portuguesa é comercializado no Japão, o terceiro mercado farmacêutico a nível mundial”, faz notar a empresa liderada por António Portela.

A comercialização deste fármaco era aguardada com expectativa pela companhia, sediada a norte do país, na Trofa, e decorre da recente aprovação pelas autoridades regulamentares de ambos os países. A venda do Ongentys está a ser feita via acordos de licenciamento estabelecidos pela Bial com companhias farmacêuticas presentes nos dois territórios.

“A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois da doença de Alzheimer. No Japão estima-se que existam 163 mil pessoas com Parkinson. Nos EUA cerca de um milhão de americanos vivem com esta doença e, a cada ano, são diagnosticadas mais de 50 mil pessoas”, indica ainda o comunicado.

Demorou sete anos até a Bial obter a aprovação das autoridades nipónicas. Em 2013, a companhia assinou um acordo de licenciamento com a japonesa ONO Pharmaceutical para o desenvolvimento e comercialização do Ongentys naquele país, num processo que só teve luz verde em junho deste ano. Já a autorização de introdução no mercado por parte do regulador do mercado farmacêutico norte-americano Food and Drug Administration ocorreu no final do passado mês de abril.

O Ongentys (opicapona) já estava disponível no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal e a Bial antecipa que ao longo de 2020 e 2021, o medicamento seja introduzido em outros países europeus e na Coreia do Sul.

Com um investimento anual de mais de 20% da sua faturação em investigação, a Bial é até hoje a única farmacêutica nacional com produtos de investigação própria: um medicamento para a epilepsia chamado Zebinix (acetato de eslicarbazepina ) e o Ongentys para a doença de Parkinson..

A Bial soma, atualmente, filiais em nove países e vende os seus medicamentos em mais de 50 territórios, sobretudo da Europa, África e América. Nos últimos dez anos, o peso das vendas nos mercados internacionais tem vindo a aumentar e representa, hoje, cerca de 75% do volume de negócios da empresa (que em 2019 ultrapassou os 300 milhões de euros), com os EUA como o principal mercado em vendas de farmácia. (15.09.20/Fonte: Expresso)

Portugueses entre os menos confiantes na Europa. 77% cortou nos gastos

Portugal regista a maior descida no segundo trimestre face a cinco países europeus de referência: Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.

Os números da pandemia aumentam no país e os nível de confiança dos portugueses cai. Os consumidores nacionais estão entre os menos confiantes da Europa no segundo trimestre, registando uma queda de 31 pontos face a igual período do ano passado, empurrando para valores abaixo da média europeia, segundo os dados do Global Consumer Confidence Survey, da Nielsen. Mais de 70% admite já estar a cortar nos gastos.

No segundo trimestre Portugal registava um nível de confiança de 63 pontos, “uma quebra acentuada face aos trimestres anteriores e caindo da “marca” dos 90 pontos atingida ao longo do último ano”, destaca a Nielsen. “Apesar da tendência de quebra deste indicador entre os países mais próximos, em Portugal esta diminuição é especialmente notória”, refere a empresa de estudos de mercado. No trimestre recua 31 pontos face a igual período do ano passado.

Se há um ano os portugueses apresentavam um índice de confiança de 94 pontos, os 63 pontos assinalados no segundo trimestre deste ano coloca a confiança dos consumidores nacionais abaixo da média europeia (74 pontos), apesar da descida de 13 pontos ocorrida. E a maior entre países como Espanha (que com 62 pontos recua 28 face ao ano passado), França (com 70 pontos, menos 11 do que há um ano), Reino Unido (84 pontos, um recuo de 10 pontos), Alemanha (87 pontos, uma descida de 16 pontos) ou Itália (54 pontos, uma diminuição de 15 pontos).

Emprego e saúde entre as principais preocupações
A Economia e a Saúde surgem neste trimestre como as principais preocupações para 47% e 46% dos portugueses, respetivamente, com 84% a afirmar que país se encontra em recessão económica (um valor próximo ao registado para a média europeia – 86%).

“O valor alcançado para o fator Saúde atinge neste período uma marca histórica, evidenciando o efeito e os novos receios associados à pandemia Covid-19”, refere o estudo. Numa terceira posição surge a preocupação com o emprego. “O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, que ocupava a 2ª posição no trimestre anterior, não alcança agora o pódio das preocupações dos portugueses”, diz a Nielsen.

Já as perspetivas de emprego para os próximos 12 meses registam algum pessimismo: “mais de 80% dos inquiridos afirmam esperar tempos difíceis no que diz respeito a esta situação e cerca de 70% não anteveem perspetivas positivas para as suas finanças pessoais”.

Face a este cenário não surpreende portanto que os portugueses admitam estar já a cortar nos gastos: 77% dos consumidores afirmam ter alterado no último ano os seus gastos para economizar nas despesas domésticas. Para isso, estão a cortar em roupa (54%), entretenimento fora de casa (54%), gás e eletricidade (43%), uso do automóvel (40%), pedido de refeições take-away (39%) e férias anuais (37%).

Compra de produtos de bens de consumo crescem 8,2%
Apesar dos tempos instáveis, em Portugal a compra de bens de grande consumo cresceu 8,2%, menos do que os 14% registados no primeiro trimestre. “Mesmo em tempos de incerteza nos que diz respeito às finanças dos consumidores, as vendas dos Bens de Grande Consumo no segundo trimestre de 2020 são impactadas pelo efeito da pandemia covid-19, particularmente no que respeita ao fator volume, que regista crescimentos significativos”, explica Ana Paula Barbosa, Retailer Vertical Director da Nielsen Portugal, citada em comunicado.

“Num período marcado pelo confinamento obrigatório e pelo encerramento de centros comerciais, restaurantes, e outros estabelecimentos comerciais, as lojas de retalho alimentar mantiveram-se em funcionamento e direcionaram, com sucesso, todos os seus esforços para apoiar e fornecer os seus consumidores numa altura tão atípica como a que vivemos. Nesta volta à normalidade, o mercado tem vindo a adaptar a sua oferta e terá de continuar a trabalhar no sentido de responder a todas as novas necessidades e limitações deste (novo) consumidor”, refere a responsável da Nielsen Portugal.

Uma subida abaixo da média europeia que, no período registou um crescimento de 8,9%, e abaixo de mercados como Espanha (9,1%) e Alemanha (9%). Portugal posiciona-se assim no 14º lugar entre os 21 países analisados no estudo.(11.09.20/Fonte: Dinheiro Vivo)

Apesar da pandemia, imobiliário atrai €1,7 mil milhões de investimento

O mercado imobiliário comercial esteve mais ativo do que nunca nos primeiros três meses do ano tendo atraído quase metade dos investimentos totais dos anos anteriores. A pandemia pôs travão a fundo nesta dinâmica, mas ainda foram transacionados imóveis no valor total de 1,7 mil milhões de euros.

Mercado imobiliário comercial (grandes transações) sofreu com o impacto do Covid-19, resultando em quebras do número de vendas e do volume de investimento em vários setores onde se incluem o retalho, hotelaria e escritórios. Ainda assim, o primeiro semestre de 2020 somou um total aproximado de 1,7 mil milhões de euros, sendo que 94% desse valor diz respeito a transações fechadas ao longo do 1º trimestre. Estes dados estão espelhados no relatório apresentado hoje pela Savills, consultora imobiliária internacional, que realiza um balanço da realidade portuguesa nos primeiros meses do ano.

“Só no 1º trimestre foi registado um montante de investimento total excecional de aproximadamente 1.5 mil milhões de euros, perto de metade do montante total do volume de investimento registado nos anos de 2018 e 2019, através do fecho de grandes transações nos segmentos de retalho, escritórios e hotéis”, diz a consultora. Comparativamente ao 1º trimestre de 2020, o segundo trimestre registou uma quebra muito acentuada de 87%. Comparativamente ao primeiro semestre de 2019, a descida cifrou-se nos 16%.

“A pandemia do Covid-19 teve um impacto significativo no mercado imobiliário, sendo que os setores de retalho e hotelaria foram claramente os mais afetados. Apesar da incerteza quanto a uma potencial segunda vaga e o controlo da mesma, há uma dinâmica importante a nível dos ativos de promoção que sublinham a confiança dos investidores com o médio/longo prazo”, realçou Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal.

Se tivermos em vista o total do 1º semestre do ano, foram realizadas 25 transações, sendo que cinco delas disseram respeito à venda de portefólios de escritórios, retalho e hotéis num total de mais de 1 200 mil milhões de euros, representando 81% do volume total de investimento do semestre.

Comparativamente ao período homólogo, o número de negócios fechados observou uma descida de 19%, sendo que as transações de portfólios se mantiveram em número idêntico ao verificado no mesmo período do ano 2019.

Nos meses de abril, maio e junho as transações de mercado fechadas em território nacional foram totalmente direcionadas para o mercado dos escritórios. O capital estrangeiro continua ser dominante no mercado português, resultando em 76% do total de operações fechadas, com os investidores americanos a liderarem a tabela de nacionalidades estrangeiras com maior volume de capital investido.

Os fundos de gestão de ativos de investimento foram os principais players, contribuindo para 40% das operações fechadas, num montante total aproximado de 350 milhões de euros. A transação de maior peso disse respeito à venda de 50% do Fundo Sonae Sierra que integrou os centros comerciais Colombo, Vasco da Gama, Cascais Shopping e Norteshopping num montante estimado de 750 mil milhões de euros, adquiridos pela seguradora alemã Allianz e pela seguradora finlandesa Ellos.

Escritórios em queda
Com a pandemia atingir Portugal no final do mês de março, o ritmo de atividade do mercado de escritórios deu sinais de abrandamento significativo. Nos primeiros três meses de 2020, o mercado de escritórios de Lisboa verificou uma descida de 24%, comparado ao ano anterior. Nos primeiros meses do ano, a expetativa de se registar o fecho de ano era positiva. Já a partir do mês de abril, os valores de ocupação deixam prever um balanço final de ano com uma queda prevista na ordem dos 25%.

Entre os três primeiros meses de 2020, o mercado de escritórios de Lisboa observou um volume de ocupação total de 43,934 m2. Ao longo destes meses, foram fechadas operações cujos processos de tomada de decisão já estavam a decorrer desde o ano 2019. Randstad, Infosistema, IdeaHub, Majorel e BNP Paribas são algumas das empresas que fecharam operações acima dos 3.000 m2 e que contribuíram para o bom resultado, aponta a Savills.

No mercado do Porto, no 1º semestre, registou-se um aumento do volume de absorção de 38%, comparado ao ano passado. Em comparação com os valores analisados no mercado de escritórios de Lisboa, o mercado do Porto registou um começo de ano muito positivo. “Uma pesquisa feita pela Câmara Municipal do Porto sobre o impacto da Covid-19 no setor empresarial afirmou que a maior parte das empresas notaram quebras ligeiras de atividade e 15% registaram uma redução de atividade a menos de metade. Os setores do Turismo e Serviços Partilhados foram os que observaram as quedas mais elevadas, por contraste com as empresas ligadas a Tecnologias de Informação e Comunicação, que sofreram um impacto inferior”, refere-se no estudo.

“Este ano já era esperado um ano record para a cidade do Porto em relação à eleição desta cidade como destino de grandes projetos de empresas multinacionais. Esta dinâmica continuou a verificar-se, embora as crescentes preocupações em torno do setor trazidas pela Covid-19 se tenham notado em todo o mundo. Em relação ao futuro, acreditamos que os escritórios continuarão a fazer parte fundamental dos modelos de produtividade das empresas, mesmo que venham a adotar estratégias de trabalho mais flexíveis.”, refere Rodrigo Canas, Offices Associate Director da Savills Portugal.

Retalho também sofre
O setor do retalho foi, sem sombra de dúvidas, o setor mais afetado devido à pandemia Covid-19. As atividades comerciais viram-se obrigadas a fechar as portas no mês de março, estando apenas disponíveis ao público os supermercados e hipermercados, e alguns serviços de primeira necessidade, como farmácias e postos de combustível, entre outras. A oferta e a procura foram substancialmente afetadas pela crise atual causando uma descida significativa nos preços. No entanto, a fase de confinamento levou a um aumento das vendas no comércio online, denotando uma maior apetência pela digitalização do processo de consumo e uma maior preocupação por parte dos consumidores na questão dos preços, qualidade dos produtos e valorização de marcas e produtos nacionais.

“O aumento do consumo de produtos pela via digital veio a testar a capacidade de adaptação e resposta das empresas e operadores logísticos a esta nova realidade, obrigando retalhistas e fabricantes a fazer ajustamentos ao negócio ao nível de cadeias de distribuição, preços, produto, reforço e preparação de equipas no atendimento telefónico, condições de segurança nas entregas e devoluções, etc… Esta capacidade de adaptação será fundamental para a recuperação do setor.” explica Cristina Cristóvão, Retail Director da Savills Portugal.  O impacto crescente do comércio online poderá conduzir a uma redução das áreas de lojas físicas e consequentemente levar a um aumento da procura por áreas maiores de armazenamento, mais próximas possíveis do centro das cidades. Ainda que o cenário atual tenha incitado uma diminuição na atividade na generalidade dos setores económicos, o segmento industrial e logístico tem demonstrado uma forte resistência, suscitando cada vez mais interesse nos investidores.

Em janeiro, fevereiro e março, este segmento imobiliário contabilizou um volume de absorção total de 139.519 m2, dos quais 81% correspondem a renovações de contratos e 16% a novos contratos. O eixo logístico da Azambuja foi a zona de mercado com melhor prestação, tendo recebido duas das maiores transações do semestre com um total de 71.447 m2 conduzidas por operadores de distribuição de alimentar.

Casas preparadas para teletrabalho
O setor residencial estava em franca expansão no início de 2020, esperando-se balanços muitos positivos e novos recordes nacionais no número de vendas e nos preços praticados. No 1º trimestre do ano, no concelho de Lisboa, foram registados os valores de venda mais altos de sempre (4.038 €/m2). Por outro lado, o concelho do Porto registou uma quebra ligeira nos valores de venda no mesmo período temporal, face ao que foi registado no final de 2019 (2.269 €/m2).

A verdade é que a pandemia veio também a ter um grande impacto no mercado residencial, sendo que, nos primeiros seis meses do ano, em Portugal Continental, as vendas sofreram uma quebra de 24%, com os preços a baixarem em média 8%. Em Lisboa e no Porto, a descida de preços no valor do imóvel por m2 foi de 11% e 9% respetivamente.  “Apesar da incerteza que vivemos pelas razões que todos conhecemos, a resiliência do setor residencial leva a Savills a prever que não devam existir quebras significativas nos indicadores de performance deste setor sobretudo se falarmos em Lisboa e Porto, ainda assim o ajuste de preços e um abrandamento no crescimento que se verificou nos últimos sete anos era já previsível antes da pandemia”, afirmou Patrícia de Melo e Liz, CEO da Savills Portugal.

Com alívio das restrições impostas durante a quarentena, o mercado residencial sentiu o impacto imediato que se traduziu num aumento nacional de 0,8% ao nível dos preços e de 11% no volume de vendas, entre os meses de maio e junho de 2020. De acordo com uma análise da Savills com base em dados estatísticos do SIR (Sistema de Informação Residencial), é expectável que os preços observados no final de junho se mantenham inalterados em Lisboa, com um aumento do número de unidades vendidas. De salientar também que, segundo um inquérito realizado pela Savills a alguns dos maiores promotores do mercado residencial, os potenciais compradores estão a dar mais importância à existência de divisões dentro da casa onde podem criar um espaço de trabalho autónomo, para a prática do teletrabalho. Também procuram salas de estar com maior dimensão, varandas amplas ou espaços de lazer. Também se nota uma ligeira recuperação da procura por moradias que, em regra geral, se encontram em localizações satélites às grandes cidades.

“A manutenção das taxas de juro em níveis muito baixos e a elevada disponibilidade de capital vão continuar a favorecer o investimento em ativos imobiliários. O impacto da pandemia irá influenciar de forma direta os ativos imobiliários, pois estamos a assistir a mudanças comportamentais dos possíveis investidores e compradores, que surgem aliadas a uma menor disponibilidade para viajar, a uma maior abertura por novas formas de organização de trabalho e a um repensar profundo dos canais de venda de retalho”, conclui Alexandra Portugal Gomes, Market Research Associate da Savills Portugal.(09.09.20/Fonte: Visão)

Insolvências disparam 64,5% em agosto e 10,6% desde início do ano

As insolvências de empresas em Portugal aumentaram 64,5% em agosto face ao período homólogo, acumulando uma subida de 10,6% em 2020, enquanto as novas companhias criadas diminuíram 10,2% e quase 30%, respetivamente, divulgou a Iberinform.

"Há um aumento de 64,5% nas insolvências em agosto, com 199 empresas insolventes, mais 78 que no período homólogo de 2019. No acumulado do ano, o aumento é de 10,6%, com um total de 3.342 insolvências, mais 319 que no mesmo período do ano passado", refere a filial da Crédito y Caución em comunicado.

Os distritos do Porto e de Lisboa destacam-se com o maior número de insolvências - 836 e 697, respetivamente - o que representa uma subida de 13,1% em Lisboa e de 9,3% no Porto até agosto, face ao ano anterior.

Os crescimentos homólogos mais significativos verificaram-se, contudo, em Angra do Heroísmo (+50%), Castelo Branco (+50%), Faro (+43,2%), Viana do Castelo (+39,5%), Évora (+29,6%), Beja (+29,4%), Ponta Delgada (+27,8%), Madeira (+25,4%) e Santarém (+14,7%).

Em sentido inverso, registaram-se decréscimos das insolvências nos distritos da Guarda (-25%), Vila Real (-20%), Coimbra (-19,8%) e Viseu (-1,4%), mantendo a Horta um valor idêntico a 2019: quatro insolvências.

Por setores, os dados da Iberinform apontam a 'construção e obras públicas' como a única atividade que regista uma diminuição (de 4,4%) no número de empresas insolventes face a 2019.

Já os maiores aumentos encontram-se nas áreas de 'telecomunicações' (+66,7%), 'hotelaria e restauração' (+29,2%), 'outros serviços' (+20,5%), 'eletricidade, gás, água' (+16,7%), 'comércio por grosso' (+15,7%) e 'comércio de veículos' (+12,5%).

No que se refere à criação de novas empresas, apresentou em agosto uma quebra homóloga de 10,2%, diminuindo de 2.920 em agosto de 2019 para 2.621 no mesmo mês de 2020 (menos 299 novas constituições), sendo que em termos acumulados o decréscimo foi de 29,9% (de 34.424 para 24.113 novas empresas).

A zona de Lisboa manteve a liderança neste indicador, com 7.558 novas empresas, mas registou, ainda assim, um decréscimo de 33,6% face aos primeiros oito meses de 2019.

Já o Porto registou 4.334 novas constituições, menos 30,6% que no ano passado.

Segundo a Iberform, todos os distritos apresentam decréscimo nas constituições, com as descidas mais significativas a registarem-se em Aveiro (-39,5%), Setúbal (-35,5%), Angra do Heroísmo (-33,3%), Ponta Delgada (-33,2%), Faro (-33%), Madeira (-31,8%), Leiria (-30,2%), Viana do Castelo (-28,2%), Coimbra (-27,2%), Guarda (-24,1%), Braga (-23,3%), Horta (-22,2%), Beja (-21,7%), Évora (-21,5%), Santarém (-20,6%), Viseu (-20,4%) e Castelo Branco (-19,3%).(04.09.20/Fonte : Jornal de Notícias)

Mais de 3 mil milhões de euros em 2019

Remessas dos emigrantes continuam a ser uma fonte financeira importante para Portugal.

Segundo o Banco de Portugal as remessas dos emigrantes recebidas em Portugal durante o ano 2019 voltaram a aumentar de +1,1% relativamente a 2018, atingindo 3,6 mil milhões de euros, colocando-se assim próximo do ano record de 2001 com 3,7 mil milhões de euros.

O facto notável é que, apesar de um crescimento lento estes últimos 3 anos, o aumento das remessas dos emigrantes portugueses recebidas em Portugal tem vindo a aumentar regularmente desde 2009 ano que marca o pior da crise económica e financeira. Este crescimento é tão notável que o montante das remessas dos emigrantes aumentou de cerca de 60% entre 2009 e 2019.

No que respeita às remessas oriundas de França constata-se que após um aumento notável entre 2012 e 2017 (+36%) a tendência inverte-se em 2018 um ligeiro abrandamento de -1,5% e uma descida mais acentuada de -3,5% entre 2018 e 2019.

O segundo país que mais transfere fundos para Portugal continua a ser a Suíça com 27,1% do total em 2019. Registando um aumento importante e regular de +41,2% entre 2016 e 2019 atingindo o valor histórico mais importante jamais registado a 989 milhões de euros. Reino-Unido e Alemanha estão em respetivamente em 3° e 4° lugar com valores inferiores a 10% do total.(02.09.20/Fonte : Luso Planet)

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