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07/20
Com queda a pique do tráfego, franceses lideram visitantes a aterrar em Portugal
Reduções abruptas de Abril e Maio provocaram uma descida de 56,5% no movimento de passageiros nos aeroportos nacionais durante o primeiro semestre, de acordo com os dados do INE.
França foi o principal país de origem e de destino dos passageiros estrangeiros movimentados nos aeroportos nos primeiros cinco meses deste ano, marcados pelo impacto da covid-19, que deixou em terra as frotas das companhias aéreas nos meses de Abril e Maio (em Março o impacto foi parcial).
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE, que publica pela primeira vez os dados mensais da actividade de transportes (até aqui era trimestral), isolando o transporte aéreo, em Maio aterraram nos aeroportos nacionais “1,6 mil aeronaves em voos comerciais, o que representa uma variação homóloga de -92,3% (-94,3% em Abril e -38,6% em Março)”.
Em termos de passageiros, diz o INE, registou-se o movimento de 82,1 mil pessoas (entre embarques, desembarques e trânsitos directos), o que equivale a uma variação homóloga de -98,5% em Maio (fora de menos 99,4% em Abril e menos 53,5% em Março). .
Compilando e analisando os dados da ANA, que gere os aeroportos, e da ANAC, entidade reguladora da aviação civil, a ANAC, o INE destaca que entre Janeiro e Maio, a França destaca-se como “o principal país de origem e de destino dos passageiros movimentados nos aeroportos nacionais”.
Já o Reino Unido foi o segundo principal país, e o que “evidenciou a maior redução do número de passageiros aterrados e descolados (-64,9% e -61,1%, respectivamente)”, o que pode ser explicado por ser o maior mercado emissor de turistas para Portugal.
No caso de França, aterraram, nos primeiros cinco meses do ano, 640,7 mil visitantes em Portugal, o que representa uma descida de 58,1% face a 2019. Olhando para os cinco principais países (França, Reino Unido, Espanha, Alemanha e Brasil), apenas o Brasil conta com mais passageiros aterrados face aos que descolaram neste período.
No caso da TAP, onde o Estado se prepara para subir a sua posição de 50% do capital para 72,5%, o impacto foi expressivo: só em Março e de Abril a companhia aérea portuguesa teve menos dois milhões de passageiros face a idêntico período de 2019, o que mostra bem os impactos do surto da covid-19 no sector e na transportadora área portuguesa.
Ao todo, de acordo com o INE, aterraram nos aeroportos nacionais 43,1 mil aeronaves em voos comerciais nos primeiros cinco meses do ano, o que equivale a metade de idêntico período de 2019.
Nesse período foram movimentados 9,6 milhões de passageiros (-56,5%), cabendo ao aeroporto de Lisboa uma fatia de 57,4% do total (5,5 milhões, o que equivale a um decréscimo de 53%).
Entre os três maiores aeroportos nacionais, Faro foi o que teve uma maior quebra, de 73,6% para 764 mil passageiros, uma vez que é também o mais sensível à conjuntura do turismo. O segundo foi o do Porto, com menos 55,3% (2,2 milhões de passageiros), seguindo-se então o de Lisboa. (22/07/2020/Fonte: Público)
EDP antecipa fecho das centrais a carvão. Sines encerra em 2021
O secretário de Estado da Energia já havia sinalizado que este cenário poderia ocorrer de forma a libertar espaço na rede para a entrada de novos projetos de energia solar.
A EDP anunciou esta quarta-feira, 14 de julho, que vai antecipar o fecho das centrais de Sines, Soto da Ribera e Aboño.
Em relação à maior das três, a de Sines, "é hoje entregue uma declaração de renúncia à licença de produção, para encerramento em janeiro de 2021. Até esta data, a central produzirá o estritamente necessário para a queima do carvão armazenado", lê-se no comunicado publicado pela elétrica na página da Comissão do Mercado e de Valores Mobiliários (CMVM).
No que toca à central Soto de Ribera 3 "será solicitado o encerramento com prazo previsto em 2021". Finalmente, na de Aboño, "prossegue o processo de licenciamento de conversão de carvão para gases siderúrgicos, através da modificação do Grupo 1 (342 MW), prevista para 2022, mantendo-se o Grupo 2 (562 MW) como apoio a indisponibilidades".
A data do enterro estava traçada, no caso da central do Sines, para setembro de 2023, de acordo com o comunicado pelo Governo em outubro do ano passado. Já a do Pego, da Endesa, deverá permanecer operacional até final de 2021.
Esta iniciativa de fecho antecipado deverá tem "custo extraordinário de cerca de 100 milhões de euros (antes de impostos) em 2020", adianta ainda a EDP. Uma quantia inferior aos custos avultados que a EDP assumiu Sines e Pego estavam a ter para o negócio: a perda de competitividade das centrais custou 200 milhões aos lucros da elétrica de 2019. Esta perda de competitividade resultou da "deterioração material das perspetivas de rentabilidade das centrais elétricas a carvão no mercado Ibérico", a "vontade política de antecipação dos prazos de encerramento destas centrais" e a "manutenção de uma elevada carga fiscal sobre estes ativos" explicou, na altura, a empresa.
Por fim, a elétrica garante que "nos referidos processos de encerramento e reconversão a EDP respeitará integralmente todas as responsabilidades de índole laboral".
A reação em bolsa está a ser negativa, com as ações da EDP a liderarem as perdas entre os membros do PSI-20, seguidas da EDP Renováveis. Estas empresas resvalam, respetivamente, 2,87% paara os 4,30 euros e 2,77% para os 13,32 euros. Isto, num dia em que todas as cotadas do PSI-20 se juntam em terreno negativo, e o índice nacional alinha com as principais praças europeias ao mostrar quebras superiores a 1%.
Transição energética na agenda
A EDP realça que, ao mesmo tempo que decide o fecho das centrais a carvão, "está a desenvolver projetos nas regiões destas centrais para potenciais investimentos alinhados com a transição energética". A empresa diz estar a "contribuir ativamente" para que as regiões nas quais se vão dar os encerramentos possam beneficiar do Fundo para a Transição Justa "na sua reconversão económica e ambiental".
"A decisão de antecipar o encerramento de centrais a carvão na Península Ibérica é assim uma consequência natural do processo de transição energética, estando alinhada com as metas europeias de neutralidade carbónica e com a vontade política de antecipar esses prazos", explica Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo interino da EDP, citado em comunicado.
Em Sines, tal como já era do conhecimento público, a elétrica tem vindo a desenvolver em consórcio um projeto de produção de hidrogénio verde, com possibilidade de exportação por via marítima, e enquadrável num projeto de interesse comum europeu (IPCEI). Em Soto de Ribera estão a ser desenvolvidos " estudos prévios para a implementação de um projeto inovador de armazenamento de energia".
Contudo, no passado mês de junho, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, admitiu que o fecho das centrais poderia acontecer antes do previsto, de modo a libertar capacidade na rede para os projetos de energia solar que deverão arrancar após o novo concurso que está marcado para este verão.
Já em junho de 2019, o primeiro-ministro português, António Costa, havia apontado que "Portugal chegará a 2030 sem centrais a carvão, com metade das emissões em relação a 2005, com 80% da eletricidade consumida de origem renovável".
"A decisão de antecipar o encerramento de centrais a carvão na Península Ibérica é assim uma consequência natural do processo de transição energética, estando alinhada com as metas europeias de neutralidade carbónica e com a vontade política de antecipar esses prazos." Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo interino da EDP. (14/07/2020/Fonte: Jornal de Negócios)
Exportações de bens quebram 39% em Maio
Défice da balança comercial de bens diminuiu 722 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 908 milhões de euros em Maio de 2020.
As exportações e as importações de bens registaram em Maio passado variações homólogas nominais de menos 39,0% e menos 40,2%, respectivamente, face a igual mês de 2019, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (IBE).
O desempenho anunciado esta sexta-feira pelo instituto oficial de estatística foi antecedido de quebras de 40,1% nas exportações de bens e de 39,5% nas importações em Abril de 2020, face a igual mês do ano passado.
Segundo o INE, em Maio, “todas as categorias de produtos apresentaram decréscimos significativos, destacando-se as exportações e importações de material de transporte (-54,0% e -66,6%, respectivamente)”.O INE atribui a queda nas exportações de material de transporte principalmente à redução para Espanha e Alemanha e a redução de 33,5% nos fornecimentos industriais principalmente à diminuição da venda de bens para o país vizinho.
Nas importações, segundo o INE, destaque para a queda de 66,6% de material de transporte (proveniente principalmente de França), de 78,7% em combustíveis e lubrificantes (justificado sobretudo pelo encerramento das refinarias nacionais e de 32,6% em fornecimentos industriais (sobretudo de Espanha).
Quanto aos principais mercados, em Maio, as maiores quedas nas exportações foram com Espanha (-41,2%), o que o INE atribui “sobretudo devido aos decréscimos das exportações de fornecimentos industriais, bens de consumo e material de transporte”.
Nas importações também é a queda de Espanha que se destaca (-31,3%), “principalmente de fornecimentos industriais”. Apenas com China houve um aumento das importações (5,1%), devido aos bens de consumo, “essencialmente pela importação de material de protecção individual (maioritariamente máscaras)”, explica o INE.
No período em análise, o défice da balança comercial de bens diminuiu 722 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 908 milhões de euros em Maio de 2020.
Se da comparação forem excluídos combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 778 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice em 420 milhões de euros em relação a Maio de 2019, explica o INE.
No acumulado, o trimestre terminado em Maio de 2020 registou diminuições das exportações e das importações de bens de, respectivamente, 30,8% e 30,6% face ao trimestre terminado em Maio de 2019. No trimestre terminado em Abril, as quedas tinham sido de 17,7% para as exportações e de 16,7% para as importações face ao trimestre homólogo de 2019. (10/07/2020/Fonte: Público)