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05/20

COVID19 - Actividade turística paralisou em Abril, com quedas perto de 100%

Hóspedes e dormidas caíram quase 100%. Maioria dos estabelecimentos reporta cancelamento de reservas até Agosto, indica inquérito do INE.

Como esperado, devido à crise de saúde pública, o sector do alojamento turístico praticamente paralisou a sua actividade em Abril. A estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revela que o sector registou 68,0 mil hóspedes e 193,8 mil dormidas, o que corresponde a variações homólogas de -97,1% e -96,7%.

Segundo o INE, no mês em que o país viveu num estado de emergência, as dormidas de residentes caíram 92,7% e, as de não residentes, 98,3%.

Cerca de 80,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico portugueses estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.

O INE refere ainda que realizou “um questionário específico adicional” durante os meses de Abril e Maio a cerca de cinco mil estabelecimentos turísticos sobre as perspectivas de actividade para os próximos meses, até Agosto.

Segundo o instituto estatístico, 78,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes, e que representam 90,4% da capacidade de oferta, viram as reservas canceladas para o período entre Março e Agosto devido à pandemia do novo coronavírus.

“Esta percentagem varia inversamente com a extensão do horizonte temporal”, nota o INE. Em 74,4% dos estabelecimentos houve cancelamentos das reservas para Junho, em 63,6% cancelaram-se reservas para Julho e em 57,5% cancelaram-se reservas para Agosto.

O INE assinala ainda que a Madeira “foi a região que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (90,4% dos estabelecimentos e 98,3% da capacidade oferecida)”, seguindo-se os Açores (86,7% dos estabelecimentos e 96,5% da capacidade), a área metropolitana de Lisboa (84,3% e 93,6%, respectivamente) e o Algarve (81,7% e 91,2%, respectivamente).

“As medidas mais restritivas à mobilidade das pessoas poderão ter influenciado a maior taxa de cancelamentos que se verificou nas Regiões Autónomas”, admite o INE.(29/05/2020/Fonte: Público)

COVID19 - Um em cada 10 portugueses já teve de pedir novo empréstimo para pagar contas

Entre os 18 mil inquiridos de um estudo da Fixando, mais de 40% assume que não terá dinheiro no espaço de 30 dias.

Um em cada 10 portugueses já teve de pedir um novo empréstimo para pagar contas. Um inquérito divulgado esta terça-feira pela plataforma de contratação de serviço Fixando mostra as dificuldades de tesouraria que os portugueses estão a enfrentar por causa do novo coronavírus. Foram obtidas 18 mil respostas.

Mais de metade dos empréstimos pedidos (52%) está relacionado com crédito pessoal, enquanto 28% está ligado ao crédito à habitação e 19% ao crédito automóvel. Cada um destes créditos tem moratórias, conforme foi definido pela Associação Portuguesa de Bancos dia 16 de abril: para o crédito ao consumo, a moratória é válida por 12 meses; no crédito à habitação, estão abrangidos diferentes tipos de empréstimos da casa e vai vigorar até 30 de setembro, o mesmo prazo previsto na moratória governamental.

63% dos empréstimos contraídos pelos portugueses têm montantes inferiores a 5 mil euros e 26% têm um montante entre 5 mil e 25 mil euros. Metade dos empréstimos pedidos para pagar está relacionado com a habitação, um quarto serve para a compra de bens essenciais, 22% para pagar contas de empresa e 16% para pagar contas pessoais.

39% dos inquiridos assume ainda estar com dificuldade de pagar os créditos, sobretudo com crédito pessoal (52% dos casos).

Mais de metade dos inquiridos (55%) diz que está a trabalhar. 72% da amostra que não está a trabalhar não está a beneficiar de qualquer rendimento. Das pessoas sem emprego, 41% só conseguem aguentar nesta situação por menos de um mês, 17% entre 1 e 2 meses, 11% por dois ou três meses; por outro lado, um quinto da amostra diz que suporta mais de seis meses sem rendimentos.(26/05/2020/Fonte: Dinheiro Vivo)

COVID19 - BdP confirma redução “sem precedentes” nos pagamentos de abril

O Banco de Portugal confirmou esta segunda-feira a redução “sem precedentes” na utilização dos cheques e das operações com cartão em abril, na sequência do estado de emergência e das medidas de confinamento adotadas para combater a propagação da covid-19.

“Se, em março de 2020, já tinha ocorrido um forte decréscimo nas operações com cartão, ao longo do mês abril registou-se, para além de um reforço desta tendência, uma descida significativa e transversal nos restantes instrumentos de pagamento, com destaque para os cheques”, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).

A redução drástica da atividade económica e a preferência dos agentes económicos pela utilização de instrumentos de pagamento que exijam um menor contacto físico contribuíram para estes números, que correspondem à quantidade e ao valor mais baixos registados, ao longo dos últimos 20 anos, nas operações com cheques, sinaliza.

De acordo com a informação disponibilizada, em abril foram efetuados cerca de 1,2 milhões de pagamentos com cheques, no valor de 4,1 mil milhões de euros, o que corresponde a reduções de 44,9% em número e de 47,9% em valor relativamente a igual período do ano anterior.

Apesar do decréscimo na utilização dos cheques, aumentou a percentagem de cheques devolvidos por insuficiência de provisão: 0,48% em número e 0,41% em valor, o que compara com taxas significativamente mais baixas no período pré-pandemia (em fevereiro, 0,27% em número e 0,23% em valor), refere.

As operações com cartão de pagamento também decresceram 42,9% em número e 28,8% em valor face ao mesmo período do ano passado.

“Foram realizados 114,7 milhões de operações, no valor de 7,3 mil milhões de euros. Esta evolução negativa deveu-se essencialmente à forte redução nos levantamentos, compras e operações de baixo valor (como portagens e parques de estacionamento)”, refere.

“Para encontrar um número mais baixo de operações com cartão, é preciso recuar 11 anos, até fevereiro de 2009, e, em termos de valor, até fevereiro de 2015”, destaca o BdP.

Os levantamentos de numerário, por sua vez, diminuíram, em termos homólogos, 51,9% em número e 40,3% em valor, tendo sido efetuados, em abril de 2020, apenas 17,2 milhões de levantamentos, no valor de 1,5 mil milhões de euros.

“Ao longo dos últimos 20 anos, não existe registo de um número tão reduzido de levantamentos de numerário”, refere o Banco de Portugal.

As compras efetuadas decresceram de forma igualmente significativa relativamente ao período homólogo: 42,5% em número e 39,7% em valor, para 60,9 milhões de operações (número mais baixo desde fevereiro de 2014), no valor de 2,4 mil milhões de euros (valor mais baixo desde fevereiro de 2015).

Em média, os portugueses levantaram por dia menos 32,8 milhões de euros e efetuaram menos 52,8 milhões de euros de compras, comparando com o mesmo período de 2019.

Os setores de atividade com maior proporção de compras com cartão registaram reduções significativas nestas operações, que variaram entre 16% no comércio a retalho e 97% no alojamento.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.(25/05/2020/Fonte: Dinheiro Vivo)

Francesa Tryba investe 50 milhões numa fábrica e cria 200 empregos em Famalicão

Após ter comprado 49% da portuguesa Caixiave, que garante ser líder ibérica no fabrico de janelas e portas em PVC, faz aliança luso-francesa para a construção de raiz de uma produtora de caixilharia no concelho mais exportador do Norte do país.

Em comunicado enviado às redações esta quinta-feira, 21 de maio, a autarquia avança que, "reunindo duas das maiores empresas europeias no fabrico, comercialização e montagem de caixilharia, o grupo vai avançar com a construção de raiz de uma nova unidade industrial na freguesia de Ribeirão".

Num investimento que deverá rondar os 50 milhões de euros, a nova fábrica será construída na Rua do Sol Poente, em Ribeirão, junto ao complexo fabril da Caixiave, e será constituída por duas naves industriais. "A fase de execução do projeto deverá arrancar em breve", afiança a Edilidade.

A operação de compra de quase metade da Caixiave e a construção da nova fábrica em Famalicão faz parte da estratégia de desenvolvimento europeia do grupo francês de caixilharia, que fatura 230 milhões de euros, emprega mais de mil trabalhadores, tem nove fábricas e cerca de 300 pontos de venda Tryba.

Autarquia concede apoio ao investimento no valor de 309 mil euros

O novo investimento industrial em Famalicão foi esta quinta-feira classificado pela autarquia como um "projeto empresarial de interesse municipal ao abrigo do regulamento Made 2IN".

Com esta declaração de interesse público municipal, o grupo empresarial "é contemplado com a concessão de um apoio ao investimento no valor de 309 mil euros, com um conjunto de benefícios de natureza fiscal previstos no regulamento Made 2IN, nomeadamente, ao nível do IMI, IMT e na redução das taxas de licenciamento das operações urbanísticas", enfatiza a autarquia presidida por Paulo Cunha.

Refere a Edilidade que, desde que o Made 2IN entrou em vigor, em finais de 2014, e até Setembro passado, tinham sido aprovados 55 projetos empresariais de interesse municipal, que representaram um investimento global de quase 190 milhões de euros e a criação de mais de mil postos de trabalho.

Entretanto, "em abril do ano passado, o regulamento passou a ter novos critérios de classificação, passando, por exemplo, a dar mais ênfase ao emprego criado e à sua qualidade do que ao montante de investimento realizado", sublinha a autarquia. .(21/05/2020/Fonte :Jornal de Negócios)

COVID19 - Crise já cortou rendimentos a dois milhões de pessoas

Mais de 40% dos trabalhadores em Portugal terão sofrido perdas significativas de rendimento ou ficaram mesmo sem emprego, tendo de recorrer ao subsídio da Segurança Social, indicam cálculos do JN/Dinheiro Vivo com base nos dados oficiais do Governo e do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Desde março, cerca de 2 milhões de pessoas terão sido já afetadas diretamente no seu rendimento e o número deverá crescer nos próximos meses, indicam dados da Comissão Europeia, Banco de Portugal e FMI. A fatia de leão é, para já, o grupo das pessoas em lay-off.

O Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho faz a atualização regular de "um conjunto de indicadores (nomeadamente com base em informação da Segurança Social, IEFP e DGERT) que pretendem apoiar a análise dos efeitos da pandemia covid-19 no mercado de trabalho, incluindo a monitorização das medidas e dos apoios sociais destinados às empresas, trabalhadores e famílias".

Essa base de dados, cuja atualização é praticamente diária, indica que, entre o final de março e o passado dia 14, quase 109 mil empresas entregaram pedidos para aderir ao regime de lay-off simplificado (que implica uma perda salarial até 33%), afetando mais de 1,3 milhões de trabalhadores.

lay-off até outubro?

No entanto, o número de pessoas que já está efetivamente em lay-off pode ser inferior uma vez que muitos pedidos ainda estão a ser analisados e processados. Mas a tendência é para que venha a crescer, tendo em conta a grave crise económica que se instalou no país..

O regime do lay-off simplificado está em vigor desde 26 de março e tem a duração de três meses, mas muitas empresas e todas as organizações patronais dizem que este prazo não é suficiente e pretendem estender este mecanismo por mais três meses, no mínimo.

O lay-off simplificado "produz efeitos até 30 de junho de 2020", como diz o Governo, mas há pressões crescentes para que seja alargado até final de outubro, o que, expectavelmente, fará aumentar o número de trabalhadores com redução de horário ou suspensão temporária do contrato, com a correspondente perda de até um terço da remuneração.

O Estado apoia o lay-off pagando 70% do salário (já cortado) e isentando as empresas do pagamento da sua parte da taxa social única (TSU). As Finanças dizem que esta medida custa aos cofres públicos mais de 500 milhões de euros por mês.

Além do lay-off, existe a medida que serve para amparar os rendimentos dos trabalhadores independentes (os chamados recibos verdes) e dos sócios-gerentes de empresas (por exemplo, o dentista que é dono do seu próprio consultório). Entre 1 de abril e 4 de maio, a Segurança Social recebeu mais de 314 mil pedidos ou prorrogações de apoio, mostram os dados da Segurança Social. .(18/05/2020/Fonte :Jornal de Notícias)

COVID19 - Turismo afunda mais de 60% em março

O alojamento turístico contou com quase 698 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas em março. Em ambos os casos, as quebras são na ordem dos 60%.

É a confirmação de um cenário já antecipado. O turismo afundou em março devido à pandemia de Covid-19. O setor do alojamento turístico contou com 697,7 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas em março, o que significa menos 62,3% em termos de hóspedes e 58,7% em termos de dormidas, mostram os dados da atividade turística, divulgados esta sexta-feira, 15 de maio, pelo INE.

No que diz respeito aos hóspedes, 396,5 mil eram residentes no estrangeiro e foram responsáveis por 1,3 milhões de dormidas. A estada-média foi de 2,72 noites. Os proveitos totais registaram uma variação de -60%, situando-se nos 98,9 milhões de euros. Os proveitos de aposento recuaram quase 60% para 71,8 milhões de euros. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) decresceu 57,4% para 14,4 euros (+6,3% no mês anterior). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 66,1 euros, recuando 6,2% (+2,4% em fevereiro), indica ainda o INE.

O Estado de Emergência entrou em vigor em Portugal a 19 de março, restringindo assim a movimentação dos cidadãos. Tal como Portugal, outros países europeus aplicaram medidas restritivas. Além disso, muitos eventos de empresas e viagens de turismo foram canceladas ou adiadas devido aos receios de contágio logo no início do mês.

Para se ter uma ideia, em março do ano passado, as unidades de alojamento turístico (que inclui alojamento local e hotéis) contaram com 1,8 milhões de hóspedes, dos quais 1,06 milhões eram residentes lá fora.

No primeiro trimestre de 2020, as unidades turísticas contaram com 3,7 milhões de hóspedes, menos 17,6% que em igual período de 2019. Foram 8,9 milhões de dormidas, um decréscimo de 18% face ao período homólogo de 2019. O trimestre foi sobretudo penalizado pelo mês de março, mês em que a pandemia do novo coronavírus afetou não só Portugal mas também o resto da Europa, principais mercados emissores de turistas para o País.

Os números relativos à atividade turística em março e no primeiro trimestre não são uma surpresa. O turismo em Portugal está muito dependente da aviação, igualmente um setor fortemente afetado pela pandemia. No início de abril, a NAV, empresa de navegação aérea, revelou que geriu menos 24,3 mil voos em março. Ou seja, registaram-se 43,8 mil movimentos ao longo do mês, o que representa uma quebra de 36% face ao registado no mesmo período de 2019.

“O total de voos geridos pela NAV, ou ‘movimentos’, inclui não apenas os voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa – que totaliza mais de 5,8 milhões km2. Apesar da quebra do tráfego no mês de março, como um todo, se ter situado em 36%, sublinhe-se que foi a partir do dia 16 que se iniciou um ciclo de quebras cada vez mais acentuadas à medida que diversas ligações começaram a ser suspensas”, indicava na altura a empresa em comunicado.

O que os números mostram é que, até meio do mês, a NAV tinha gerido 31,8 mil voos, o que se traduz numa quebra de 2% face ao período homólogo. Por outro lado, na segunda metade do mês, foram controlados apenas 12 mil voos, menos 66% que no período comparável de 2019. Portugal decretou o Estado de Emergência no passado dia 19 de março, tendo as autoridades apelado ao confinamento da população e aplicando medidas de restrições de movimentos.

“Já se tivermos apenas em linha de conta a última semana do mês, a quebra do tráfego superou os 85%. Os valores registados na última semana de março, ao que tudo indica, deverão manter-se ao longo do corrente mês, sendo por isso expectáveis quebras a rondar os 85% e 95%”, nota a NAV. (6,3%).(15/05/2020/Fonte :Dinheiro Vivo)

COVID19 - Mais de 100 mil empresas portuguesas têm forte exposição a impactos da crise – estudo

Mais de 100 mil empresas portuguesas têm uma forte exposição aos impactos económicos da covid-19 e os setores ligados ao turismo e retalho não alimentar são os mais afetados, divulgou hoje a Informa D&B.

De acordo com o relatório “Covid-19 - Impacto na Economia Portuguesa. Retrato do Tecido Empresarial”, se se considerar também os empresários em nome individual, o número supera as 200 mil entidades em setores com impacto alto.

Para chegar a estas conclusões, a Informa D&B, especialista em informação comercial, financeira e de risco sobre empresas, teve em conta todas as entidades ativas (empresas e empresários em nome individual) do tecido empresarial português, em abril de 2020, e analisou as 853 atividades, utilizando para a sua identificação a Classificação Nacional de Atividades Económicas (CAE).

Destas 853 atividades económicas, 204 registam impacto alto, 195 impacto médio e 454 impacto baixo, concluiu o estudo.

Porém, estas 204 atividades com impacto alto concentram cerca de um terço de todas as empresas portuguesas, sobretudo dos setores de alojamento e restauração, retalho, transportes e serviços gerais.

Alguns subsetores registam uma especial exposição aos efeitos da covid-19, nomeadamente aqueles com uma relação mais próxima com o turismo e o retalho não alimentar, como o transporte aéreo, hotéis e alojamentos, bares e restaurantes, aluguer de automóveis, agências de viagens e operadores turísticos, ou a organização de feiras e convenções.

“O impacto no conjunto da economia portuguesa será muito significativo, tendo em conta o peso do turismo no PIB [Produto Interno Bruto] nacional”, refere o documento.

Por este motivo, o Algarve e a Madeira são as regiões com maior número de empresas em setores fortemente afetados.

A análise concluiu, ainda, que o setor do comércio a retalho de produtos não alimentares será duplamente afetado pela crise: por um lado, pela suspensão da sua atividade em 18 de março, com a declaração do estado de emergência; por outro, a deterioração prevista da conjuntura económica, o aumento do desemprego e as consequências no rendimento disponível das famílias, permitem antever um comportamento desfavorável das vendas do setor nos próximos meses.

Também os setores fornecedores de bens de consumo duradouro, como móveis, eletrodomésticos ou produtos eletrónicos, tal como outros de consumo imediato, como o do têxtil/vestuário ou calçado, deverão esperar diminuição nas vendas.

Quanto às exportações, cerca de 1/4 das exportadoras e mais de 1/3 das exportações pertencem a setores fortemen­te afetados pela atual conjuntura económica.

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.

Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).(11/05/2020/Fonte :Lusa)

COVID19 - Quase 60% das empresas têm funcionários em teletrabalho

Quase 60% das empresas tinham os seus funcionários em regime de teletrabalho na última semana de abril, de acordo com os resultados do inquérito às empresas produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal (BdP).

Segundo os dados divulgados esta terça-feira, cerca de 58% das empresas que responderam ao inquérito tinham pessoas em teletrabalho e 20% tinham mais de 50% do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar nessa situação.

A percentagem de empresas com pessoal em teletrabalho é crescente com a dimensão das empresas, atingindo 93% naquelas maiores e não ultrapassando 30% nas microempresas, sinalizam.

Por setor, refletindo a natureza da atividade económica desenvolvida, destacou-se a informação e comunicação, com 67% das empresas a registar uma percentagem superior a 75% de pessoal ao serviço em teletrabalho.

Em sentido oposto, o setor que menos recurso assinalou a esta forma de trabalho foi o alojamento e restauração.

Cerca de 84% das empresas respondentes mantinham-se em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, e 16% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente.

Nas empresas com perfil exportador registou-se uma maior proporção de empresas em funcionamento e por setor, a percentagem de empresas encerradas (temporária e definitivamente) continua a ser significativamente mais alta no alojamento e restauração (59%).

Já 79% das empresas respondentes continuaram a reportar diminuição do volume de negócios, numa grande parte (39%) a redução foi superior a 50% do volume de negócios, refletindo sobretudo a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência.

De acordo com os dados do INE/BdP, 57% das empresas continuaram a reportar reduções do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, sendo que 25% referiram uma redução superior a 50%.

A medida de 'lay-off' simplificado foi apontado por 59% das empresas como relevante ou muito relevante para a redução do pessoal ao serviço.

A percentagem de empresas (em funcionamento ou temporariamente encerradas) que já beneficiou de outras medidas anunciadas pelo Governo, para além do 'lay-off' simplificado, aumentou ligeiramente face à semana anterior, mas continuou a ser reduzida, sinalizam.

O Inquérito Rápido e Excecional às Empresas -- COVID-19 (COVID-IREE) é produzido pelo INE e pelo BdP e é dirigido a um conjunto alargado de empresas representativas dos diversos setores de atividade económica.

Este inquérito tem como objetivo identificar alguns dos principais efeitos da pandemia covid-19 na atividade das empresas e baseia-se num questionário de resposta rápida.

Na semana de 27 de abril a 1 de maio (quarta semana de inquirição), o inquérito contou com a participação de 5,5 mil empresas.

"Estas empresas correspondem basicamente a uma amostra representativa subjacente ao cálculo e compilação dos índices de volume de negócios setoriais mensalmente publicados pelo INE", referem as entidades.(05/05/2020/Fonte :Jornal de Notícias)

COVID19 - Comércio com apoios até cinco mil euros, 80% a fundo perdido

Confederação assinou, esta manhã, protocolo de boas práticas com a Direção-Geral de Saúde

O Governo vai avançar com ajudas a fundo perdido para o comércio, de modo a que se possa adaptar às “exigências particulares” a que o sector está sujeito para dar resposta ao combate à covid-19. Em causa estão apoios que vão dos 500 aos cinco mil euros por empresa, com 80% a fundo perdido, especificou o primeiro-ministro na assinatura do protocolo de boas práticas assinado entre a Direção-Geral da Saúde e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). António Costa foi perentório, o reativar destas atividades “é essencial”, mas o cumprimento das novas normas a que estão sujeitas “tem custos acrescidos”, que o Estado pretende ajudar a ultrapassar.

O primeiro-ministro enunciou as várias medidas já implementadas no último mês e meio, designadamente as moratórias nos pagamentos, quer das contribuições à Segurança Social, ao Fisco e mesmo em matéria de arrendamento, e o lay-off simplificado, garantindo que, na passada sexta-feira, foi pagos “todos os procedimentos de lay-off que tinham dado entrada até 10 de abril” e que, até dia 15 de maio, o Estado estará “em condições de pagar todos os processos que entraram até quinta-feira passada”, dia 30 de abril.

Além disso, garante, das mais de 12 mil empresas do sector de comércio e serviços que requereram apoio às linhas de crédito, “mais de quatro mil já viram essas operações validas pela Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua”, estando, por isso, “em condições de serem contratadas pelos respetivos bancos”.

“Agora damos um novo passo que é criar um programa especificamente dirigido às micro-empresas, e muito em particular às do sector comercial e da restauração, tendo em vista apoiar a 80% a fundo perdido despesas entre 500 e cinco mil euros que sejam realizadas precisamente com a aquisição de material de proteção individual dos seus trabalhadores, para a higienização dos seus locais de trabalho, para a colocação de sinalética que seja necessária seja para indicar percursos seguros, seja para informar da etiqueta respiratória que cada tem de praticar, quer para um conjunto de outros investimentos que as empresas são chamadas a fazer”, sublinhou António Costa.

O primeiro ministro lembrou que a retoma da atividade vai ser possível, de forma gradual, a partir da próxima segunda-feira, mas terá de ser feita “com segurança para quem lá trabalha e dos consumidores, condição fundamental para que os clientes regressem aos estabelecimentos”. A segurança é fundamental para “podermos ter confiança e com essa confiança irmos reanimando a atividade económica, que, no fundo é dizer, irmos reanimando a nossa vida”, frisa António Costa. O governante não deixou, ainda, de agradecer a todos os profissionais do comércio e serviços, que se mantiveram em laboração, apesar de correrem “grande risco para a sua saúde”. “O sector nunca parou e isso tem-nos permitido continuar a viver”, frisou. Agradeceu, ainda, a todos os empresários que “foram forçados a parar a sua atividade, sofrendo, com isso, prejuízos económicos grandes” e o esforço que fizeram para “preservarem postos de trabalho”, bem como aos trabalhadores em lay-off e que, por isso, “sofreram perdas de rendimentos”.

Já o ministro da Economia destacou as “exigências particulares” do sector do comércio e serviços e a necessidade de “adaptação dos locais de trabalho e do consumo” às novas exigências do combate à covid-19, salientando que o Governo estará disponível para atribuir “apoios a fundo perdido” às empresas que lhes “permitam fazer esse esforço de adaptação”. O objetivo final é garantir a segurança dos clientes, mas assegurando que os trabalhadores do comércio “possam, também, cada vez mais interiorizar as novas regras”, disse.

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, especificou que as candidaturas aos novos apoios estarão disponíveis a partir de 11 de maio. O processo de candidatura, promete, será simplificado.

Por sua vez, a diretora-geral da Saúde sublinhou que este protocolo de divulgação e implementação de recomendação e implementação das boas práticas de saúde, higiene e segurança no trabalho visa “reforçar a retoma segura das atividades económicas”. Graça Freitas promete que a DGS “tudo fará” para “atender às necessidades específicas” de determinados sectores, contribuindo para a “proteção da saúde pública, da saúde social e da saúde económica”, em nome do “bem estar dos cidadãos e do desenvolvimento do país”.(02/05/2020/Fonte :Dinheiro Vivo)

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