Já foi notícia !

Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

04/20

COVID19 - Vendas de vinho na Europa devem cair 35% em volume e 50% em valor este ano.

O encerramento dos bares e restaurantes devido à pandemia terá um forte impacto nas vendas europeias do setor vinícola, estima a Organização Internacional do Vinho.

As vendas de vinho na Europa deverão sofrer uma quebra de 35% em termos de volume e de 50% em valor este ano devido ao impacto da pandemia da covid-19, indicou esta quinta-feira a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).

"Neste momento assistimos a uma mudança enorme devido à pandemia, que terá um impacto em numerosos aspetos da vida das explorações agrícolas e vitivinícolas, bem como na produção e comercialização de uvas e de vinho", afirmou Pau Roca, diretor da OIV numa videoconferência.

A organização estima que a queda a pique das vendas no canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) não será compensada com as vendas na grande distribuição.

"Ainda estamos numa fase precoce e não dispomos de suficientes dados estatísticos para fornecer uma previsão precisa e antecipar um cenário futuro do setor vitivinícola mundial", assinalou Pau Roca.

Ainda assim, o responsável defende que "o desaparecimento radical na maioria dos países do canal de vendas Horeca" leva a uma alteração profunda nos canais de distribuição do vinho.

"Estimamos que na Europa o encerramento do canal Horeca poderá provocar uma redução de 35% do volume e de mais de 50% no valor das vendas", sublinhou, indicando ainda que o impacto será distinto nas diversas regiões, também pelo efeito da pandemia na atividade turística "que será fortemente limitada mesmo após o fim do confinamento".

Admitindo que as vendas de vinho na grande distribuição tem aumentado durante o confinamento, Pau Roca argumentou que "essa boa notícia não compensa todas as perdas causadas pela redução das vendas Horeca. As características intrínsecas do canal comercial de vendas de retalho limitam a oferta, orientada para preços baixos e homogéneos, ao contrário do canal Horeca". E exemplificou com as cartas de vinho dos restaurantes, que apostam na diversificação.

A solução encontrada por muitas empresas do setor foi recorrer às vendas online. Mas Pau Roca sublinha que existe uma subcapacidade logística que urge resolver. "As vendas ao domicílio continuam a crescer e a vantagem do e-commerce é que não limita a escolha em termos de preço ou quantidade de produtos".

Contudo, o cenário global previsto é de "uma queda de consumo e dos preços médios e, consequentemente, uma redução do volume de negócios, das margens e da rentabilidade dos produtores vinícolas", resume.(23/04/2020/Fonte :Jornal de Negócios)

COVID19 - Mais de 80% das empresa mantêm-se a funcionar e 30% alteram produção.

Mais de 80% das empresas mantiveram-se em funcionamento, com maior recurso ao ‘lay-off’ na semana passada face à anterior, e quase 30% diversificaram ou mudaram a produção, segundo o inquérito do INE e Banco de Portugal divulgado hoje.

“Os resultados da segunda semana de inquirição (semana de 13 a 17 de abril de 2020) confirmam os desenvolvimentos devido à pandemia identificados na semana anterior”, revelam os resultados do inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o inquérito feito a 5,8 mil empresas de várias dimensões e setores, 82% mantinham-se em produção ou em funcionamento, sendo a percentagem significativamente mais baixa no alojamento e restauração (38%).

A percentagem de empresas que referiram que a pandemia covid-19 implicou uma diminuição no volume de negócios foi de 80%, igual à apurada na semana anterior.

A redução do volume de negócios foi superior a 50% em 39% das empresas que responderam ao inquérito.

A ausência de encomendas ou de clientes e as restrições no contexto do estado de emergência foram os fatores mais apontados como sendo os responsáveis pela redução do volume de negócios.

Os resultados do inquérito mostram ainda que 60% das empresas reportaram reduções no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, sendo que um quarto referiu uma redução superior a 50%.

“Face à semana anterior, verifica-se uma estabilização da percentagem de empresas que referiu uma redução do pessoal ao serviço, mas uma maior proporção de empresas a recorrer ao ‘lay-off’ simplificado (51% face a 48% na semana anterior)”, pode ler-se no documento.


As microempresas e as empresas do setor do alojamento e restauração referiram mais frequentemente reduções superiores a 75% quer do volume de negócios quer do pessoal ao serviço.

Uma nova questão do inquérito da semana em análise revela que 29% das empresas respondentes referiram a diversificação ou modificação da produção e 21% referiram a alteração ou reforço dos canais de distribuição.

Segundo o inquérito, 24% das empresas diversificaram ou modificaram parcialmente a produção e 5% fizeram-no na totalidade.

As empresas assinalaram a alteração ou reforço de canais de distribuição (por exemplo, via ‘online’ ou ‘takeaway’), de forma parcial (17%) ou na totalidade (4%).

Por setor, destacam-se empresas de informação e comunicação que diversificaram ou modificaram a sua atividade, bem como do setor dos serviços, com exceção dos transportes e armazenagem, que alteraram ou reforçaram os canais de distribuição.

Apesar de 51% das empresas ter recorrido ao ‘lay-off’ simplificado, “relativamente a outras medidas de apoio público recentemente implementadas, apenas uma percentagem muito pequena das empresas já beneficiou destas medidas mas existe uma percentagem mais elevada que pretende beneficiar”, indicam os resultados do inquérito.

No entanto, excluindo o ‘lay-off’ simplificado, entre 46% e 58% das empresas, consoante a medida, continua a não prever o recurso a medidas de apoio.

O documento revela que 48% das empresas diz não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez, com percentagens mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão e principalmente no setor do alojamento e restauração.

Cerca de 12% das empresas recorreram a crédito adicional na semana anterior, sendo esta percentagem superior nas empresas de micro dimensão e inferior nas grandes (20% e 5%, respetivamente).

A intenção de manter os preços nesta semana foi referida por 90% das empresas, enquanto 8% reportaram que estes deverão diminuir, percentagem que atinge mais do dobro no alojamento e restauração.

Nesta nota informativa, o INE e o BdP divulgam os principais resultados do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – COVID-19 (COVID-IREE), dirigido a um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão, representativas dos diversos setores de atividade económica.

Este inquérito tem como objetivo identificar alguns dos principais efeitos da pandemia covid-19 na atividade das empresas e baseia-se num questionário de resposta rápida sobre o volume de negócios, o número de trabalhadores, a utilização de instrumentos de apoio públicos, as disponibilidades de liquidez, o recurso ao crédito e os preços praticados.

O inquérito manter-se-á ativo enquanto se justificar e terá desejavelmente uma frequência semanal.(21/04/2020/Fonte :Lusa)

COVID19 - Têxtil, mobiliário, automóvel e imobiliário estimam quebras de faturação de 50%.

Os setores têxtil e vestuário, mobiliário, automóvel e imobiliário reportam quebras de dois dígitos da atividade em março devido à crise gerada pelo surto de covid-19 e antecipam nova deterioração, de pelo menos 50%, da faturação em abril.

No setor têxtil, o impacto da crise sanitária traduziu-se numa queda "próxima dos dois dígitos" da produção e das exportações no mês de março, mas o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) está certo de que o pior ainda está para vir em abril.

"No mês de abril a quebra vai ser de dois dígitos, mas já com um impacto enorme", antecipou Mário Jorge Machado em declarações à agência Lusa, avançando que os associados da ATP apontam para um recuo "na ordem dos 40, 50 ou mesmo 60%" do volume de negócios.

"São números com proporções muito grandes, números como nunca vimos nas nossas exportações de um mês para o outro", admitiu, sustentando que "se uma quebra de 10% já é dramática, uma quebra na ordem dos 50% é algo que, sem as ajudas desenhadas [pelo Governo], seria insuportável para as empresas".

Segundo a associação, "o setor depara-se com sucessivos adiamentos e cancelamento de encomendas por parte dos clientes, que em alguns casos não chegam a pagar encomendas já recebidas", o que tem "um profundo impacto ao nível dos recebimentos e das receitas, sobretudo num cenário onde os custos fixos permanecem".

O desânimo estende-se à indústria do mobiliário, onde dois terços do cluster prevê recorrer ao lay-off simplificado, 70% estima perdas de faturação superiores a 50% em abril e um terço antecipa uma quebra desta ordem no acumulado do ano, segundo um inquérito realizado pela associação setorial.

De acordo com a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), no final do mês de março, 44% das empresas do cluster tinham interrompido a laboração e, ao longo do mês de abril, a percentagem de empresas em regime de lay-off, parcial ou total, deverá atingir os 66%.

O questionário revelou que uma em cada três empresas sofreu perdas superiores a 50% já no mês de março, em relação ao período homólogo, e em abril 21% dos inquiridos estima quedas de faturação na ordem dos 25%, enquanto 70% antecipa mesmo uma descida superior a 50%.

Para a totalidade do ano 2020, apenas 4% das empresas estima perdas até 10%, sendo que quase dois terços esperam uma redução de 25% e cerca de 30% calcula uma queda superior a 50% face a 2019.

Para o diretor executivo da APIMA, Gualter Morgado, as conclusões do inquérito são "preocupantes": "Historicamente, sabemos que estes setores são dos mais lentos a assegurarem a retoma, tendo em conta que os bens que produzem não são de primeira necessidade", sustenta.

Um outro inquérito lançado pela congénere Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) revela que 62,7% das companhias antecipa para agosto quebras superiores a 20% e 40% da faturação, com os empresários a prever "que a situação vai piorar progressivamente" e a aumentarem o seu pessimismo ao longo dos três períodos temporais traçados (15 de março, 15 de maio e 15 de agosto).

Já no setor automóvel, a indústria portuguesa de componentes para veículos aponta para "quebras abruptas" na atividade de 50% em março e de 90% em abril e maio, prevendo que só começará a recuperar em novembro do impacto da pandemia.

"Só a partir de novembro a indústria portuguesa de componentes para o automóvel começará a recuperar, sem contudo chegar aos números de 2019", antecipa a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), apontando para uma descida de 30% no volume de negócios na totalidade do ano 2020, para 8,5 mil milhões de euros, contra os 12 mil milhões de euros do ano anterior.

No que se refere à produção automóvel em Portugal, caiu 46,1% em março face a igual mês de 2019, com a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) a explicar que as "importantes roturas nas cadeias de aprovisionamento, nos canais de distribuição, na disponibilidade de mão-de-obra e na continuidade da atividade dos fornecedores" levaram ao "progressivo e inevitável encerramento das unidades de produção automóvel a operar em Portugal a partir do final de março".

Neste cenário, não surpreende que também o segmento do comércio automóvel tenha sido severamente afetado, com a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) a reportar uma queda acumulada de 86% do mercado de ligeiros de passageiros na primeira quinzena de abril, com apenas 838 veículos matriculados contra os 6.208 do período homólogo de 2019.

Segundo a ACAP, a este fator acresce que "a maioria destas matrículas correspondem a encomendas efetuadas antes de 16 de março, ou seja, a partir desta data a queda foi sempre na ordem dos 80%".

Já no mercado de viaturas usadas, avisa, "a situação é mais complicada ainda, porque depois daquela data as vendas estagnaram completamente".

Apontando o setor como "um dos mais afetados" pelo surto epidémico, a ACAP reclama um plano específico de apoio à atividade, lamentando que, ao contrário de outros setores, o automóvel ainda não tenha merecido "qualquer particular atenção do Governo".

Na área da mediação imobiliária, dados avançados pela Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) referem que cerca de 85% das empresas estão paradas ou com a atividade reduzida desde o início do isolamento social, mas mais de metade está a tentar preparar ativamente a retoma.

Um inquérito elaborado pela associação junto dos seus associados conclui que, após 56,5% das empresas de mediação terem perdido "todos os negócios contratualizados" desde meados de março, cerca de 33% estão atualmente "com a atividade parada", enquanto 52% "se encontram a trabalhar apenas a meio termo, concluindo processos que vinham de trás, mas sem acesso a novos clientes e produtos".

Também o setor da construção exige "medidas extraordinárias" de apoio face à covid-19, estimando que a suspensão das obras terá um impacto direto de 493 milhões de euros na tesouraria das empresas e gerará uma "crise de liquidez imediata".

"Num cenário de suspensão das obras, a tesouraria das empresas de construção sofre um impacto direto estimado em 493 milhões de euros, gerando uma crise de liquidez imediata, com impacto transversal que seria um verdadeiro desastre económico e social", avisaram logo em meados de março as associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS).

Numa "primeira estimativa" então efetuada, e tendo por referência os dados relativos ao mês de março de 2019, as associações anteciparam que a paralisação da atividade gerará uma redução de 1,77 mil milhões de euros no volume de negócios, mantendo-se uma despesa mensal a suportar de 435 milhões de euros relativos aos encargos com salários e remunerações dos 306 mil trabalhadores atualmente registados ao serviço das empresas de construção".

A este valor "haverá ainda que acrescer 58 milhões de euros de encargos mensais de financiamento destas empresas junto do setor financeiro", referiram..”(16/04/2020/Fonte :Jornal de Notícias)

COVID19 - 82% das empresas a funcionar, mas muitas com quebras acima de 50%.

No alojamento e restauração, mais de metade das empresas encerraram temporariamente, revela inquérito do INE e do Banco de Portugal. Layoff explica quebra no número de pessoas a trabalhar.

Apesar do encerramento temporário de milhares de estabelecimentos, uma fatia muito significativa das empresas portuguesas continua a funcionar, mesmo que não ao ritmo normal de quando um confinamento nacional era uma mera distopia, revela um inquérito excepcional lançado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal sobre os primeiros efeitos da pandemia da covid-19.

O primeiro questionário, cujo resultado foi conhecido nesta terça-feira, revela que, na semana que antecedeu a Páscoa, 82% das empresas se mantinham em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente; 16% encontravam-se temporariamente encerradas — o que está a levar a uma redução drástica no número de pessoas efectivamente a trabalhar; e só 2% revelaram ter encerrado definitivamente.

Os efeitos económicos entre aquelas que estão em laboração são já muito visíveis: mais de um terço (37%) diz estar a registar uma redução superior a 50% na facturação e cerca de um quarto (26%) está a trabalhar com menos de metade dos seus funcionários.

Para medirem os efeitos da pandemia da covid-19 na actividade das empresas, o INE e o banco central decidiram lançar um questionário inédito, de resposta rápida, com uma frequência semanal, a empresas de micro, pequena, média e grande dimensão, abrangendo os vários sectores de actividade, dos transportes à indústria, da construção às actividades imobiliárias, passando pelo comércio, alojamento, restauração, serviços de informação.

Os primeiros resultados referem-se à semana passada (de 6 a 10 de Abril), já em estado de emergência, e contou com uma amostra de 8883 empresas, da qual resultaram 4793 respostas válidas (sendo que as empresas que responderam “representam 54% do pessoal ao serviço e 65% do volume de negócios da amostra”).

Mais encerramento nas pequenas empresas
É o recurso ao layoff (suspensão dos contratos de trabalho ou redução de horário) que explica a grande redução do número de trabalhadores ao serviço, mais visível entre as microempresas. Mas para essa descida também contribuíram, embora “em menor grau”, as faltas no âmbito do estado de emergência, “por doença ou por apoio à família”, conclui o INE.

É no sector do alojamento e restauração que a percentagem de empresas encerradas é mais significativa: 55% declararam ter encerrado temporariamente e 7% fecharam definitivamente (havendo 38% que responderam que se mantêm em funcionamento). Também é neste sector que se destaca o recurso ao layoff simplificado lançado pelo Governo: 90% das empresas inquiridas referiram ter aderido a este mecanismo.

O INE destaca ainda o facto de a proporção de empresas encerradas (temporária e definitivamente) ser “maior quanto menor a dimensão”. E para quase todas aquelas que encerraram de vez, os motivos que os empresários dizem ter motivado esse desfecho foram “as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas/clientes”.

Outras conclusões do inquérito que ajudam a ler as consequências no tecido empresarial: “80% das empresas referiram que a pandemia implicou uma diminuição no volume de negócios; relativamente ao impacto da pandemia covid-19 no volume de negócios, 80% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram um impacto negativo e 5% um impacto positivo; por sector, o alojamento e restauração apresenta uma maior percentagem de empresas com redução no volume de negócios.”

Foram 37% as empresas que “reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios na semana de 6 a 10 de Abril” e a mesma percentagem as que indicaram ter apresentado “reduções no volume de negócios entre 10% e 50%”. “As empresas temporariamente encerradas reportam maioritariamente reduções superiores a 75%”. As micro empresas e as empresas do sector do alojamento e restauração “referem mais frequentemente reduções superiores a 75% do volume de negócios”.

Reduções de pessoal acima de 75%
Relativamente aos encerramentos, os dados divulgados mostram que no sector da indústria e energia, 85% das empresas dizem estar em funcionamento, havendo 14% em encerramento temporário e 1% que fecharam de facto; na construção e actividades imobiliárias, 91% mantêm-se a funcionar e 8% em paragem temporária e 1% fecharam; no comércio há 84% a funcionar, 14% em encerramento temporário e 2% de empresas encerradas definitivamente, facto destacado pelo INE nas suas conclusões; nos transportes e armazenagem, a percentagem de companhias em laboração é de 86%, havendo 13% em paragem temporária e 1% encerradas; nos serviços de informação e comunicação, há 90% a funcionar e 10% com encerramentos temporários, não havendo registo de empresas inquiridas que tenham fechado definitivamente; na rubrica sobre outros serviços há 82% a funcionar, 17% em encerramento temporário e 2% que decidiram terminar a actividade em definitivo.

Relativamente aos impactos no emprego, o inquérito evidencia que “61% das empresas reportaram reduções no pessoal ao serviço efectivamente a trabalhar” e 38% “referiu não ter havido impacto”. A proporção das empresas que indica ter registado uma redução “aumenta com a dimensão da empresa”, sendo que as “as maiores percentagens” se verificam nos serviços de alojamento e restauração e no sector dos transportes e armazenagem.

Outra informação destacada pelo INE é a de que nas empresas encerradas temporariamente “as reduções de pessoal efectivamente a trabalhar situam-se, na maior parte, acima de 75%.”(14/04/2020/Fonte :Público)

COVID19 - Perda de rendimentos atingiu mais de um terço dos portugueses.

Metade dos teletrabalhadores reduziu produtividade desde que começou a crise sanitária, segundo um inquérito da Universidade Católica. A desigualdade de género manteve-se: há mais mulheres do que homens em assistência à família, teletrabalho ou layoff.

Os trabalhadores com salários até mil euros por mês foram os mais afectados pela perda de rendimentos provocada pela pandemia da covid-19. Um inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica revela que mais de um terço (36%) dos portugueses viram diminuir os seus rendimentos do trabalho. A perda de liquidez tem uma explicação imediata: obrigados ao confinamento doméstico e com as escolas fechadas, 3% dos trabalhadores recorreram à assistência à família, por terem filhos até aos 12 anos de idade, tendo ficado por isso a receber apenas 66% do salário, do mesmo modo que 13% foram postos em “layoff” - recebendo os mesmos 66% - e 4% ficaram desempregados.

A proporção dos que viram reduzir-se o salário ao fim do mês é maior entre os que já ganhavam menos: 43% dos que tinham um rendimento até mil euros mensais perderam rendimento. Na fatia dos que recebiam entre mil e 2500 euros mensais, foram 33% os que perderam dinheiro, numa percentagem que se reduz para os 24% entre os que ganhavam mais de 2500 euros. O inquérito “Covid-19 e Portugueses” feito para o PÚBLICO e RTP mostra ainda que quase um quarto dos portugueses está em teletrabalho desde que o país foi posto em quarentena para travar a propagação do novo coronavírus: 23,2%.

Entre os que passaram a trabalhar a partir do domicílio, 46% declaram estar a produzir menos ou muito menos do que produziam antes. O inquérito, composto por uma amostra de 1700 pessoas, não ajuda a perceber se a quebra na produtividade se explica pelo facto de as empresas estarem pedir menos trabalho ou se decorre do incontornável mas provisório rearranjo imposto pela crise sanitária que obrigou ao confinamento doméstico. Mas, aparentemente, é seguro dizer-se que a existência de filhos não é alheia a esta quebra: 51% dos teletrabalhadores com crianças declaram estar a produzir menos ou muito menos, contra os 43% dos que, não tendo filhos, acusaram a mesma quebra.

No reverso desta moeda, há 20% dos teletrabalhadores que declaram estar a produzir mais ou muito mais. A fatia dos que continuaram a deslocar-se diariamente para o seu local de trabalho é, ainda assim, maior: 35,5%.

Num cenário de pandemia, a vida em quarentena não está imune às tradicionais divisões de género. Há mais homens do que mulheres a manter as mesmas funções profissionais e nos mesmos locais, sendo mais expressiva a percentagem de mulheres que recorreram à assistência à família, ao teletrabalho ou ficaram em situação de “layoff". “Penso que isto poderá ter que ver com a estrutura das profissões por sexo, isto é, com um conjunto maior de profissões desempenhadas maioritariamente por homens que ainda continuam a funcionar normalmente”, admite João António, do Cesop e um dos responsáveis por este inquérito.

Com uma larga maioria dos inquiridos a declarar dispor de condições “boas ou muito boas” para o teletrabalho (o que tem tradução prática quer no apoio das empresas para o trabalho no domicílio quer nas condições de conforto, incluindo ausência de ruído e de interrupções), há neste inquérito um dado que surpreende: a compatibilização entre as obrigações profissionais e familiares está a correr “bem ou muito bem” para a maior parte das pessoas: 77%, no total. Apenas 2% responderam “mal” à pergunta sobre como está a decorrer a compatibilização.

Mas também aqui os filhos ajudam a complicar a conjugação: entre os que não têm filhos a seu cargo, a percentagem dos que consideram fácil a conciliação sobe para os 81%, enquanto entre os que têm que conciliar o trabalho com a preparação de refeições e apoio aos mais novos, além da limpeza da casa, desce para os 70%. Ainda assim, é inusitadamente alta. “Fiquei surpreendido. Mas penso que perceberemos melhor esta percentagem quando separarmos os dados por faixa etária dos filhos: uma coisa é ter um adolescente de 16 anos em casa e outra ter duas crianças de dois e quatro anos de idade”, ressalva João António. Ao olhar, por outro lado, para os 28% dos teletrabalhadores com filhos que responderam “razoavelmente” à pergunta sobre como está a correr a conciliação, o investigador admite que “as pessoas ainda estão a tentar encontrar o seu novo equilíbrio familiar”.

Este inquérito foi realizado pelo Cesop-Universidade Católica Portuguesa para a RTP, PÚBLICO e parceiros e patrocinadores da universidade, entre os dias 6 e 9 de Abril de 2020. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel e telefone fixo, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone e os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1700 inquéritos válidos, sendo 57% dos inquiridos mulheres, 34% da região Norte, 20% do Centro, 33% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 3% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população residente por sexo, escalões etários, grau de escolaridade e região com base nas estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 49%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1700 inquiridos é de 2,4%, com um nível de confiança de 95%.(11/04/2020/Fonte :Público)

COVID19 - Quatro mil inscrições por dia nos centros de emprego.

O ritmo de inscrições de desempregados nos centros de emprego em Portugal duplicou nos primeiros dias de abril, revelam dados do Ministério do Trabalho a que o Negócios teve acesso. Os pedidos de subsídios de desemprego também disparam.

Começam agora a ser conhecidos os primeiros dados sobre o impacto do lockdown da economia no mercado de trabalho no início de abril. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, a que o Negócios teve acesso, desde que arrancou o mês estão a inscrever-se, em média, 4.098 desempregados por dia nos centros de emprego, o que corresponde ao dobro do ritmo registado no mesmo mês do ano passado. O número total de desempregados ascende assim a 339 mil, mais 18 mil do que no final de março.

Segundo o mesmo documento, que apenas resume os principais indicadores disponíveis sem detalhes, foram solicitados até 6 de abril 12.114 novos subsídios de desemprego, o que traduz uma subida de 65% face a igual período de 2019. Se recuarmos a 16 de março, houve mais 41 mil subsídios requeridos face a 16 mil no período homólogo.

Também os despedimentos coletivos aumentaram, sem surpresa. Até 6 de abril, houve 35 despedimentos coletivos (mais 28 empresas do que em igual período de 2019) abrangendo 345 trabalhadores (contra 255). Em relação a março, já se conheciam os dados: o número de despedimentos coletivos e de trabalhadores afetados triplicou face ao período homólogo do ano passado..

Vale a pena lembrar que a maior do trabalh dos centros de emprego está ser feito à distância e por teletrabalho, o que deverá ter reflexos nos dados administrativos, podendo subestimar o aumento real do desemprego.(08/04/2020/Fonte :Jornal de Negócios)

COVID19 - Vendas nos supermercados abrandam, mas conservas crescem 79%.

Na terceira semana de análise, barómetro detecta um crescimento modesto nas vendas, na ordem dos 7% em termos homólogos.

As vendas nos super e hipermercados cresceram 7% entre 16 e 22 de Março, um abrandamento face à semana anterior, enquanto as vendas de conservas aumentaram 79% na semana de declaração do estado de emergência, segundo a consultora Nielsen.

De acordo com a terceira edição do barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia de covid-19 no consumo, no total, as vendas nos super e hipermercados aumentaram 7% em termos homólogos entre 16 e 22 de Março, semana em que foi declarado o estado de emergência, houve o encerramento das escolas e restrição à movimentação, designada pela Nielsen como “etapa de preparação para a quarentena”.

Esse crescimento fica abaixo do aumento de 65% registado de 9 a 15 de Março, semana em que os portugueses começaram a preparar a despensa para a pandemia, segundo a Nielsen. No abrandamento das vendas nos super e hipermercados, Portugal seguiu a tendência de outros países, sobretudo de Espanha, onde também houve uma desaceleração significativa de vendas.

Apesar do abrandamento, em Portugal, na semana de 16 a 22 de Março, houve um aumento significativo de vendas de produtos de longa conservação, com as conservas a crescerem 79% e os produtos básicos 68%. Lisboa e Setúbal destacaram-se com aumentos ainda mais elevados nestas categorias, de 89% e 74% para conservas e 75% e 65% para produtos básicos, respectivamente.

A Nielsen identificou ainda uma “preocupação acrescida com os animais de estimação”, com os produtos para animais (alimentação e acessórios) a crescerem 15% face ao período homólogo anterior. Já os produtos de papel continuam a liderar os produtos de higiene pessoal e do lar, com crescimento de 75% do papel higiénico, face a período homólogo anterior, seguido de lenços, rolos e guardanapos e acessórios de limpeza.

Em sentido contrário, há uma quebra em produtos de higiene pessoal e do lar, decorrente de os consumidores estarem em casa, afirmou a Nielsen. Assim, face ao período homólogo anterior, as vendas de produtos de maquilhagem caíram 54%, de perfumes 53%, de produtos para calçado 47%, de ambientadores 38%, de cremes para pele 33% e de produtos para barba 22%.

Segundo a Nielsen, a cesta de compras dos consumidores portugueses tem actualmente “moldes de sobrevivência”, mais económica e racional.

Contudo, de acordo com a consultora da Nielsen Marta Teotónio Pereira, é expectável que, “depois de passada esta fase em que os portugueses prepararam a vida para a quarentena”, haja procura de produtos que tornem “a vida em casa mais suportável”, pelo que admite que haja produtos menos essenciais que cresçam, como alguns da categorias de bebidas ou de produtos de beleza, uma vez que nesta fase não é possível haver saídas para idas ao cabeleireiro, por exemplo.

“A evolução da composição da cesta de quarentena tem, portanto, uma parte experiencial e outra emocional e há aqui uma oportunidade para fabricantes e retalhistas atingirem vendas incrementais”, afirmou a consultora da Nielsen, citada em comunicado.

Este relatório abrangeu sete insígnias em Portugal continental: Auchan, Continente, Dia/Mini Preço, El Corte Inglés, Intermarché, Mercadona e Pingo Doce.(06/04/2020/Fonte :Público)

COVID19 - 75% da restauração e hotelaria encerrada e muitas empresas ponderam não reabrir.

Inquérito divulgado esta sexta-feira pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) revela que, neste momento, estão encerradas 75% das empresas do sector e muitas ponderam não reabrir. Para a AHRESP, medidas aprovadas pelo Governo são “inadequadas” para o sector. Exige apoio monetário a fundo perdido.

A maioria das empresas na área da hotelaria e restauração encontra-se encerrada face ao surto de covid-19 e às medidas aprovadas pelo Governo para mitigar a expansão do novo coronavírus. Metade assume avançar para layoff, um terço diz já não ter conseguido pagar salários em Março e cerca de 80% estima uma “ausência total de facturação em Abril e Maio”.

Estas são algumas das principais conclusões do inquérito realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), apresentado esta sexta-feira durante uma conferência de imprensa online. No estudo “covid-19 – Impacto na actividade turística”, realizado entre 1 e 3 de Abril, participaram 1819 empresas associadas.

“Neste momento, temos cerca de 75% das empresas encerradas”, avançou Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP. Quase 70% dizem respeito à área do alojamento turístico e 33% à restauração. “A maioria das empresas não sabe o que lhe vai acontecer e já equaciona não voltar a abrir. Vai depender da evolução da pandemia e de como se vai apoiar a economia.”

Em Março, apenas 6% das empresas inquiridas despediu trabalhadores (destas, 44% referiu ter dispensado um trabalhador). Mas metade assume avançar para o layoff simplificado. Uma medida a aplicar “à totalidade dos trabalhadores” em 74% dos casos, sendo que a maioria (70%) alega não ter capacidade para pagar os dois terços do salário dos trabalhadores em Abril, caso a Segurança Social não faça a entrega atempada do apoio previsto, que deverá ser pago no dia 28.

Do universo das quase duas mil empresas inquiridas, um terço admite não ter conseguido pagar ordenados em Março e 63% prevê não ter como fazê-lo este mês, caso não receba apoios. Cerca de 80% estima “uma ausência total de facturação (zero vendas) em Abril e em Maio”.

O Apesar do cenário pouco “animador”, 77% das empresas não recorreu a apoios financeiros, sendo que, das que o fizeram, dois terços utilizaram a linha de apoio do Turismo de Portugal, apenas disponível para microempresas, que contabilizam 50% dos inquiridos num universo, realça Ana Jacinto, em que 99% são pequenas e médias empresas.

“O impacto no emprego é tremendo, o impacto na facturação é tremendo e o cenário só vem confirmar aquilo que a AHRESP tem vindo a dizer”, afirmou a secretária-geral da associação.

Para a AHRESP, o layoff é “o único mecanismo de apoio” que as empresas têm, uma vez que, apesar de “reconhecer o esforço que o Governo tem feito”, muitas das medidas anunciadas são “inadequadas” para o sector. Por um lado, as linhas de apoio “não são de fácil acesso”, por outro, “entre o momento da candidatura e a aprovação pode mediar cerca de 40 dias úteis”, sendo um hiato de tempo incomportável para muitas empresas, apontou a responsável.

Para Ana Jacinto “não há outra alternativa” que não seja avançar com “dinheiro a fundo perdido para apoiar a tesouraria das empresas” e evitar o sobreendividamento.

“As empresas não vão aguentar”, vaticina. “Tudo o que está a ser feito são moratórias, alívios temporários, que nos vão causar, a breve tempo, custos enormíssimos que as empresas não vão conseguir saldar porque a retoma não se faz de um momento para o outro.”

Corre-se o risco de “não morrermos da doença”, “mas morrermos da cura”, avisa Ana Jacinto. “Urge tomarmos medidas sérias de apoio directo à tesouraria das empresas para que possam sobreviver e manter os postos de trabalho”.

Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (World Travel and Tourism Council), só na União Europeia, cerca de 6,4 milhões de empregos no sector vão ser afectados pela actual crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

Em comunicado publicado esta quinta-feira, o WTTC anunciou ter instado as autoridades da União Europeia e o Governo do Reino Unido a “implementar flexibilidade em torno dos reembolsos aos consumidores” como uma “importante medida” para “aliviar a pressão insuportável” que o sector vive actualmente.(03/04/2020/Fonte :Público)

Voltar