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04/17
Porto: Investimento imobiliário cresceu 64% em 2016
O estudo mais recente da Confidencial Imobiliário mostra que, no ano passado, o investimento imobiliário cresceu 64% no Centro Histórico do Porto.
De acordo com os resultados da análise, “em 2016, foram transacionados 513 imóveis no Centro Histórico do Porto, num total de 154 milhões de euros, um volume que apresenta um crescimento de 64% face ao investimento registado no ano anterior”.
Ainda assim, foi o segundo semestre do ano que mais contribuiu para o resultado registado, uma vez que o volume transacionado ultrapassou os 97 milhões de euros e fez deste resultado semestral o mais elevado deste 2007.
Também os preços dos imóveis continuaram uma verdadeira trajetória ascendente. De acordo com a Confidencial Imobiliário, o ano passado trouxe uma subida de 12,9% em relação ao ano anterior. “Com exceção de 2014, o crescimento anual dos preços mantém-se a dois dígitos desde 2012 e só nos últimos três anos, os preços apresentaram uma valorização acumulada de 48%”.(28/04/2017/Fonte : Jornal I)Vacina desenvolvida no Porto para a meningite, pneumonia e septicemia
Já passou por experiências em ratos e coelhos e agora os cientistas esperam que, ainda em 2017, a vacina passe à fase dos ensaios em seres humanos.
Investigadores do Porto desenvolveram uma vacina que ajuda a prevenir ao mesmo tempo infecções bacterianas que causam doenças como meningite, pneumonia e septicemia (invasão da corrente sanguínea por agentes patogénicos, que nos casos mais críticos pode levar à morte por choque séptico).
As bactérias que originam essas patologias – Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Estreptococus do grupo B, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus – são estirpes muito resistentes e causam “um enorme problema para a saúde pública”, disse à gência Lusa o cientista Pedro Madureira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto.OMS diz que é urgente criar novos antibióticos contra 12 perigosas bactérias
A partir do momento que essas bactérias infectam o hospedeiro – neste caso, a pessoa – são capazes de libertar uma molécula designada GAPDH, que as torna “invisíveis” ao sistema imunitário, explicou o cientista, um dos fundadores da empresa Immunethep, responsável pela criação da vacina. Desta forma, as bactérias impedem o início de uma resposta do sistema imunitário para as combater.
Sem uma resposta adequada do nosso sistema imunitário, continua Pedro Madureira, as bactérias “rapidamente proliferam” na corrente sanguínea e nos órgãos infectados, podendo levar às tais patologias, consideradas bastante graves. “Embora esta vacina seja destinada a todas as pessoas”, existem indivíduos nos quais a “incidência desse tipo de infecções é maior”, como, por exemplo, os recém-nascidos, os idosos, os portadores de diabetes do tipo I, os pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas invasivas (operações ao coração ou à espinal medula) ou com doença pulmonar obstrutiva.
O investigador considera esta vacina “inovadora”, visto que, ao invés de induzir uma resposta imunitária (a produção de anticorpos) contra a bactéria em si, induz, sim, uma resposta que neutraliza uma única molécula (a GAPDH), libertada pelas bactérias, permitindo ao sistema imunitário controlar as diferentes infecções.
A vacina, que já passou por ensaios laboratoriais com ratos e coelhos, vai passar à fase dos ensaios clínicos no último trimestre de 2017, prevê o investigador.
Este foi um dos projectos apresentados esta sexta-feira no i3S, um dos institutos que participa nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia, organizadas pela Sociedade Portuguesa de Imunologia. A iniciativa, que no Porto termina por volta das 17h00, conta com palestras e outras actividades para dar a conhecer aos alunos do ensino secundário a investigação desenvolvida na área da imunologia. Também participaram nestas comemorações o Instituto de Medicina Molecular, de Lisboa, o Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho.
Para além da vacina, Pedro Madureira disse que a Immunethep está a desenvolver uma forma de terapia baseada em anticorpos monoclonais, que neutralizam a proteína GAPDH, podendo ser usados em pessoas já infectadas e para as quais não há tempo para vacinação. “Estes anticorpos têm a vantagem, em relação à vacina, de actuarem muito rapidamente e a desvantagem de não induzirem ‘memória imunológica’”, explicou o investigador. Esta memória está associada à capacidade do nosso sistema imunitário, após um primeiro contacto com um agente estranho, conseguir desencadear uma resposta muito mais rápida e eficiente.
Na apresentação no i3S, Pedro Madureira também falou da importância e da história das vacinas, de forma a “desmistificar” algumas incertezas sobre a vacinação e, ainda, sobre esta ter sido uma “grande conquista da imunologia e da medicina”. Pedro Madureira acredita que grande parte da polémica actual relacionada com a vacinação deve-se à “má informação” ou ao “pouco esclarecimento” que se tem sobre o tema, daí a necessidade de se transmitir uma informação “clara e precisa” quando se fala publicamente acerca deste assunto. As vacinas são “algo que funciona”, sendo esta a abordagem clínica que “melhores resultados trouxe para a humanidade”.
Apesar de compreender os casos em que os indivíduos não podem ser vacinados, devido a uma resposta alérgica, sublinhou que se “todas as outras pessoas estivessem vacinadas e não houvesse movimentos antivacinas”, esses indivíduos estes estariam seguros porque não haveria forma de transmitir a doença.(28/04/2017/Fonte : Público)Portugal em primeiro lugar na Europa nos carros novos menos poluentes
Portugal lidera os países europeus na eficiência e emissões dos carros novos, ao apresentar a média mais baixa de dióxido de carbono por quilómetro.
A média de emissões de dióxido de carbono por quilómetro dos automóveis novos vendidos em 2016 desceu em todos os países europeus, com exceção para a Holanda, que estava em primeiro lugar no ano anterior, tendo sido ultrapassada por Portugal.
A Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês) aponta, no entanto, que a redução registada em 2016, de 1,2%, foi a mais pequena desde 2006.
Segundo a EEA, Portugal registava uma média de 104,7 gramas de dióxido de carbono por quilómetro nos carros adquiridos em 2016, seguido pela Holanda, com 105,9 gramas, Dinamarca, com 106,1 gramas, e Grécia, com 106,3 gramas.
Os carros menos eficientes foram vendidos na Estónia, com emissões de 134 gramas de dióxido de carbono por quilómetro.
A organização europeia acrescenta que as vendas de carros elétricos continua a aumentar, embora com "uma taxa significativamente mais moderada" que nos anos anteriores. Na Europa, foram registados 64 mil veículos, o que representa um acréscimo de 13% relativamente a 2015, com a França a liderar, seguida da Alemanha.
As emissões dos transportes são uma parte importante do total das emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas.
O Governo tem incentivado a opção por automóveis elétricos, nomeadamente com apoios na administração pública e o reforço da rede de postos de abastecimento no país.(21/04/2017/Fonte : Jornal de Notícias)Portugal sobe para 11.º lugar entre 27 países europeus na produção de ciência
O número de publicações triplicou na última década, colocando Portugal entre o Reino Unido e a Alemanha na tabela das publicações por milhão de habitantes, segundo estatísticas agora divulgadas. Confrontando os dados com outros indicadores, conclui-se ainda que o país produz muita ciência e barata
A produção científica portuguesa continua a crescer e é assim há mais de 20 anos. As estatísticas divulgadas em Março pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) mostram que a produção de ciência cresceu entre 2005 e 2015 a uma taxa média anual de 10%, o que coloca Portugal entre os quatro países que mais progrediram neste indicador. Na “tabela geral” com 27 países europeus que avalia o número de artigos publicados por milhão de habitantes, a produção científica portuguesa passou do 16.º lugar em 2005 para o 11.º em 2015.
Se todos os gráficos de indicadores (positivos) fossem semelhantes aos da produção científica portuguesa, o país não estava nada mal. As curvas, barras e números no relatório da DGEEC não deixam qualquer dúvida: sempre a subir. Em 1995 registavam-se 2404 publicações científicas, em 2005 já eram mais de 7400 e, segundo os dados divulgados agora, em 2015 ultrapassámos as 21 mil. E se dividirmos as 21.130 publicações portuguesas em 2015 por 365 dias (incluindo, portanto, fins-de-semana e feriados) temos precisamente 57,8 artigos por dia em que pelo menos um dos seus autores tem afiliação a uma instituição nacional.
Mas será tão simples assim? Quando comprado com outros países, Portugal fica bem na fotografia? O que explica este crescimento? E, por outro lado, estarmos a produzir mais quer dizer que estamos a fazer melhor? “Só conhecemos bem a ciência portuguesa se a medirmos”, refere ao PÚBLICO Carlos Fiolhais, professor na Universidade de Coimbra, quando lhe pedimos para interpretar as estatísticas do número de publicações indexadas na Web of Science, uma base de dados de revistas científicas, que considera como um “bom indicador”.
Para melhor percebermos a evolução do país, temos de o comparar. E isso só é possível quando olhamos para o gráfico da DGEEC sobre o número de publicações científicas por milhão de habitantes nos vários países da União Europeia (UE), entre 2005 e 2015. Portugal produziu 1298 artigos por milhão de habitantes em 2015 (em 2005 eram apenas 510). Neste indicador estão contabilizadas apenas um total 13.464 publicações porque apenas são tidas em conta as chamadas “ciências duras” (excluindo-se as ciências sociais e humanidades) e apenas os artigos, revisões ou artigos curtos (deixando de fora publicações como opiniões, resumos e actas). “O número de publicações em dez anos quase triplicou, passando de 510 para 1298, calando aqueles que dizem que a ciência em Portugal é improdutiva”, assinala Carlos Fiolhais.
No topo da tabela, estão os países nórdicos, a Dinamarca (com 3050 publicações por milhão de habitantes) ou a Suécia (2563) e a Finlândia (2195). Portugal está entre o Reino Unido (com 1603) e a Alemanha (1248), representando o país de Sul da Europa que mais publicou nesta década. Nos últimos lugares da lista dos 27 países da UE estão a Letónia (357), a Roménia (616) e a Eslováquia (616).
E se, em vez de fazer as contas aos artigos publicados por milhão de habitantes, tentássemos perceber “quantas publicações produzimos por euro gasto em ciência e tecnologia”?, sugere o professor da Universidade de Coimbra, arriscando responder que “devemos fazer dos papers [publicações científicas] mais baratos da Europa!” E a resposta está correcta. Segundo dados da OCDE de Fevereiro de 2017, Portugal investiu, em 2015, 1,28% do PIB em investigação e desenvolvimento, enquanto a média da EU a 28 países era de 1,9%.Mas, melhor do que o 11.º lugar alcançado no número de publicações por milhão de habitantes, é o 4.º lugar no gráfico que mostra a taxa de crescimento anual em 24 países. Aqui, Portugal só está atrás do Luxemburgo (16%), Malta (16%) e Chipre (13%) e com os mesmos 10% da Lituânia e da Letónia.
Falta o peso de Mariano Gago
“A nossa mudança é espectacular mesmo se olharmos só para a última década”, assinala Carlos Fiolhais, que faz questão de sublinhar que o “salto já vinha de trás e que é essencialmente resultado da política de ciência e tecnologia do ministro José Mariano Gago”. O salto, ou saltos se analisarmos as duas últimas décadas, foi grande também porque o ponto de partida era muito baixo, já se sabe.
Numa análise mais atenta, nota-se, no entanto, uma desaceleração no crescimento nos últimos anos da década. Logo à partida, se olharmos para taxa média de crescimento anual entre 2010 e 2015, ela já “só” foi de 9%, baixando para um (ainda) honroso 5.º lugar na tabela. Carlos Fiolhais também reparou neste travão e concluiu que “disciplina a disciplina estão à vista os efeitos do governo de Passos Coelho e da política de contenção de Nuno Crato”. “Crescemos muito em dez anos, mas muito mais na primeira metade dessa década. De 2013 para 2015, o crescimento das ciências exactas, ciências da saúde e ciências naturais foi muito pequeno e de 2014 para 2015 as ciências sociais e as humanidades baixaram”, diz, notando que a única excepção à “estagnação” dos últimos anos foram as ciências da engenharia e as tecnologias.“O governo anterior revelou ser contra a ciência, tendo tido efeitos nefastos nalgumas áreas em particular. O ministro Manuel Heitor fez bem em virar as agulhas. Mas está afogado em contradições: quer aumentar o emprego científico, um grande problema entre nós, mas começou de uma maneira frouxa ao falar de ‘flexibilização’”, defende o físico. E chegamos à conclusão do costume: É preciso mais dinheiro. “O défice de 2,1% de que o [actual] Governo e o PS tanto se orgulham significa, por exemplo, que as universidades continuam à míngua, sem possibilidade de renovarem os seus recursos humanos”, avisa Carlos Fiolhais, que acrescenta ainda que “o grande problema do ministro Manuel Heitor (e, por isso, também o nosso) é que não tem dinheiro: nem o país tem o dinheiro que tinha, vindo da UE, nem ele tem o peso de Mariano Gago à mesa do orçamento”.
Temos de investir mais na ciência se queremos continuar a crescer, resume Carlos Fiolhais fazendo, sem saber, eco das palavras do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em entrevista ao PÚBLICO. Resta saber se estarão de acordo quando à parcela de investimento que é preciso fazer. O professor da Universidade de Coimbra deixa um desafio: “Estamos às portas do pelotão da frente da Europa. Devíamos ousar entrar.”(02/04/2017/Fonte : Público)