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09/16

Portugal já é o quarto maior exportador mundial de azeite

Apesar das dificuldades de Angola e Brasil, as exportações estão a crescer. Em volume. Mas caem em valor. Para Espanha e Itália ainda vai a granel.

Portugal é já o quarto maior exportador mundial de azeite. Os números mostram que estamos a exportar mais, embora mais barato. Portugal vendeu para o estrangeiro, segundo o Eurostat, 58 mil toneladas de azeite na primeira metade deste ano, mais 2,8% que há um ano, mas arrecadou apenas 179,3 milhões de euros, menos 2,2%.

As “grandes dificuldades” que atravessam economias como Angola e Brasil, os principais mercados de destino das exportações de azeite embalado, ajudam a explicar esta diferença: as vendas para o mercado angolano de azeite em garrafa caíram 9,2% e para baixaram mais de 22% para o Brasil; pelo contrário, as vendas para Espanha e Itália, dois outros grandes destinos do azeite nacional, voltaram a aumentar. Mas as exportações para estes mercados são, maioritariamente, a granel, ou seja, com menor valor acrescentado.

E porque exportamos a granel e engrossamos as exportações dos líderes mundiais do setor, em vez de acrescentarmos valor próprio? “É um caminho que se vai percorrendo gradualmente”, explica Mariana Matos secretária-geral da Casa do Azeite, a associação dos produtores e embaladores do setor, lembrando que construir uma marca “exige todo um investimento para o qual nem todos os produtores estão preparados”. Por outro lado, recorda, “parte dos olivais no Alentejo são de empresas espanholas”.

Apesar deste pequeno recuo no arranque do ano, a verdade é que a evolução da balança comercial do setor do azeite tem sido “extremamente positiva” nos últimos anos. Basta ter em conta que, em 2008, o saldo da balança comercial era negativo em 49 milhões de euros, com as exportações a valerem, apenas, 141,8 milhões; em 2015, o saldo já foi positivo em 12,6 milhões, para um volume de vendas ao exterior de 436 milhões de euros.

“O segmento exportador revela o comportamento mais dinâmico de toda a fileira”, destaca Mariana Matos. Na verdade, Portugal ocupa já o quarto lugar no top dos exportadores mundiais, a seguir a Espanha, Itália e Tunísia. As exportações somaram, no ano passado, 129,6 mil toneladas de azeite, o que equivale a dizer que o país mais do que quadruplicou as suas exportações face a 2008, quando as vendas ao exterior não chegavam a 31 mil toneladas.

Em termos de produção, a última campanha, a de 2015/2016 foi extraordinária. Com 109 052 toneladas, Portugal teve a terceira maior produção de azeite dos últimos cem anos, um aumento de 79% face ao ano anterior.

A que se deve este disparar da produção? Às boas condições climatéricas que deram origem a uma boa safra, mas sobretudo à entrada em produção de novas áreas de olival, em especial no Alentejo. Com o Alqueva, e novos projetos de regadio que a barragem deu origem, o Alentejo assegura já 75% da produção total de azeite em Portugal. Só o grupo Sovena, por exemplo, que detém a Oliveira da Serra, produz 200 mil toneladas de azeite anualmente e detém em Portugal o maior olival do mundo: são 10 mil hectares, num projeto que arrancou em 2007 e que representou um investimento total de 200 milhões de euros. Destes, 10 milhões referentes ao lagar Oliveira da Serra, com uma capacidade de extração de oito milhões de litros ao ano. O grupo, que está presente em Portugal, Espanha, EUA, Brasil, Angola, Tunísia, Marrocos, Chile e Hong Kong, exporta para mais de 70 países e dá emprego a mais de 1.300 colaboradores em todo o mundo. Faturou 1,4 mil milhões de euros em 2015.

E como está o consumo? Aí as notícias são menos animadoras. Apesar dos números do INE mostrarem que o consumo se tem mantido relativamente estável em torno dos 7,5 quilogramas per capita; números desmentidos pelos dados da Nielsen, uma empresa de estudos de mercado, que indicam uma quebra de 1,6% no consumo em 2015. E pior: estima que o preço médio de venda do azeite ao consumidor tenha sido, o ano passado, de 3,93 euros por kg, um aumento de 20% face a 2014.

Mariana Matos admite que a questão do preço possa ter “alguma influência” nesta quebra “contínua e sistemática”, mas não só. “Alguma coisa estrutural se passa, mas ainda não conseguimos perceber qual. Empiricamente toda a gente parece consumir mais azeite, mas os números mostram o contrário”, diz a secretária-geral da Casa do Azeite. A questão da crise não parece servir de justificação, na medida em que os espanhóis passaram por dificuldades também e o consumo de azeite em Espanha é de 12 quilos per capita.

Para Francisco Ataíde Pavão, responsável pela produção de alguns dos principais azeites premium em Portugal, como o Casa de Santo Amaro ou os da Quinta do Crasto, do Vale Meão e do Vallado, a questão deve-se, precisamente, à crise e à concorrência de outros óleos. “Usa-se muito o azeite para finalizar, mas, para fritar, ainda se recorre muito aos óleos alimentares. Julgo que será essa a explicação”, diz Francisco Pavão, para quem “urge que o setor comunique os benefícios do azeite na saúde e na gastronomia, realizando campanhas de sensibilização junto dos jovens e das escolas de hotelaria e turismo”.

Mas nem só do olival de regadio, intensivo é feito o crescimento da produção nacional. Embora com peso residual no todo, assiste-se cada vez mais à aposta de empresas de vinhos no lançamento de marcas de azeite premium, retirando partido da notoriedade das suas próprias marcas e dos canais comerciais já definidos. No caso de Trás-os-Montes, a promoção é feita não em nome do produtor, mas de uma região de excelência, cujos azeites são já uma denominação de origem protegida desde 1994, e que têm arrecadado sucessivos prémios internacionais.

Aliás, prémios é coisa que não falta aos azeites portugueses, dentro e fora de fronteiras. Ainda recentemente o Azeite Moura DOP, da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, ganhou o primeiro prémio no concurso internacional Mário Solinas, o principal na área de azeites virgem extra, organizado pelo Conselho Oleícola Internacional. Um dos muitos exemplos de prémios internacionais arrecadados pelos azeites portugueses.(24/09/2016/Fonte : Dinheiro Vivo)

Sonae deslocalizou produção da "yämmi" da China para a Maia

A Sonae MC abandonou a produção do robô de cozinha "yämmi", concorrente da Bimby, na China e trouxe-a para Portugal, num investimento de quatro milhões de euros.

A Sonae passou a produzir o robô de cozinha "yämmi" na Maia, num investimento de 4 milhões de euros que criou 41 postos de trabalho, segundo adiantou a directora comercial da empresa, Helena Martins, durante o lançamento do projecto.

A sociedade liderada por Paulo Azevedo acredita que a unidade da PR - Metal está capacitada do ponto de vista da inovação e design para melhorar a produção do robô que Helena Martins quer que seja líder de mercado.

Até ao final do ano deverão estar nas mãos dos consumidores 14 mil unidades.

Ao contrário do primeiro modelo, a Sonae espera que 65% das vendas sejam para o exterior de Portugal, através da rede de vendas da Soane lá fora.

O projecto, que envolve 44 fornecedores nacionais, resultou na criação de 41 empregos na fábrica, que até agora estava focada no sector automóvel. Rui Pinho, director da unidade, referiu que a fábrica foi construída em um ano e que tem capacidade para 50 mil máquinas por ano, que começou a produzir há dois meses.

A facturação de um ano completo com o projecto é de 10 milhões, mas com a exportação a Sonae vai duplicar o volume para 20 milhões, o que implicará também ter o dobro dos funcionários.

O presidente da Câmara da Maia salientou, em declarações ao Negócios, a importância deste investimento para o concelho, que "representa 4% do PIB nacional". Bragança Fernandes referiu que a PR é um dos investidores mais dinâmicos na zona, com 160 empregos criados. E adiantou que há muitos projectos a caminho do concelho, tirando partido das acessibilidades e infra-estruturas que existem na Maia.(09/09/2016/Fonte : Jornal de Negócios)