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02/10
Desemprego vai continuar a subir pelo menos até ao Verão
A taxa de desemprego em 2009 foi a maior desde o 25 de Abril, ano em que o INE começou a publicar as suas estatísticas.
Os registos do Instituto Nacional de Estatística - que se iniciam em 1974 em matéria de mercado de trabalho - não têm memória de uma taxa de desemprego tão elevada como a que se verificou em 2009. No ano passado, 9,5% da população disponível para trabalhar estava sem emprego. A expectativa é de que este ano o resultado seja ainda pior.
Em apenas um ano, a economia portuguesa destruiu 143,7 mil postos de trabalho - quase tantos como os empregos líquidos que José Sócrates tinha prometido criar na sua primeira legislatura, uma meta não alcançada. Em 2009, eram já 528,6 mil os desempregados. E é preciso recuar até ao ano 2000 para encontrar um número de população empregada tão baixo como o verificado no final do ano passado: pouco mais de cinco milhões de pessoas.
Os dados para o último trimestre de 2009 são igualmente preocupantes: a taxa de desemprego disparou para 10,1%, um valor que volta a ser recorde desde que há registos.
"Desde a II Guerra Mundial que a economia portuguesa não crescia tão pouco, durante um período tão longo", nota João Cerejeira, economista e professor da Universidade do Minho. "Esta taxa de desemprego não é só o reflexo da crise actual, é o efeito da falta de crescimento desde pelo menos 2003", acrescenta, sublinhando que a destruição anual de emprego "é grave porque mesmo na crise de 2003 o número de postos de trabalho aumentou", não tendo sido apenas o suficiente para compensar o aumento da população activa.(18.02.10/Fonte : Diário Económico)Construção caiu a pique em 2009 [no Algarve]
Balanço: Menos obras e mais desemprego no Algarve.
No ano passado, o licenciamento de novos fogos habitacionais no Algarve caiu para mais de metade e o desemprego na construção subiu mais de 170%, em comparação com 2008, segundo um balanço feito pela a AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços.
Na análise de conjuntura ao mercado da construção no Sul do País, que foi agora divulgada, a AECOPS recorre a dados do Instituto Nacional de Estatística para concluir que, das regiões analisadas em termos de construção residencial, "aquela que registou maior redução foi a do Algarve, com uma quebra superior a 56%" – a média nacional foi de 41,4%.
Apesar de ser a zona mais afectada pela crise, o Algarve manteve, mesmo assim, "o valor de avaliação bancária por metro quadrado mais elevado do País, 1442€/m2 no último trimestre do ano, 25% acima da média nacional".
Em termos de desemprego no sector, a região algarvia volta a destacar-se pela negativa, com um crescimento "a atingir os 174%", enquanto a média das restantes zonas foi de 56%. De entre as regiões de influência da AECOPS, foi no Alentejo que o aumento desta variável foi mais suave, mais 33%.
Num inquérito desenvolvido junto das empresas de construção, no passado mês de Janeiro, foi verificado que as perspectivas são pessimistas. Na região algarvia houve 57% de respostas negativas em relação ao emprego, 36% no que se refere aos preços e 35% em termos de produção.
SAIBA MAIS
MENOS CASAS VENDIDAS
A venda de imóveis caiu brutalmente em 2009. Algumas autarquias algarvias registaram quebras de mais de 60% nas receitas provenientes do Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).
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fogos novos foram licenciados no ano passado no Algarve, o que representa uma diminuição de 56,8% em relação ao ano anterior.
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é o número contabilizado em Janeiro deste ano de empresas de construção com alvará ou título de registo no Algarve.
INQUÉRITO
O inquérito de Janeiro da AECOPS/FEPICOP, em colaboração com a UE, às empresas revelou que 66% pioraram a sua situação financeira.
"SITUAÇÃO É MUITO GRAVE"
"Nunca tinha acontecido uma situação tão grave como a que estamos a atravessar actualmente", referiu ao CM Luís Sousa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul.
O sindicalista salienta que "todos os dias surgem mais casos de trabalhadores que ficam sem trabalho", e denunciou a existência de empresas "que nem sequer passam os papéis necessários para se aceder ao subsídio de desemprego".
Além das empresas que já abriram falência, o sindicato tem conhecimento de várias outras que estão em risco de fechar na região algarvia. É que a construção "está quase parada", explicou Luís Sousa. Este sindicalista revelou-se pessimista quanto ao futuro: "Não se perspectivam, para já, melhores dias. A situação é muito grave."(15.02.10/Fonte : Correio da Manhã)Dormidas em estabelecimentos hoteleiros portugueses caem em 2009
A actividade turística registou resultados negativos no País, para a generalidade dos indicadores em 2009, devido à crise económica global, sendo ainda pouco visíveis os sinais de recuperação. As receitas desceram perto de 10%.
A actividade turística registou resultados negativos no País, para a generalidade dos indicadores em 2009, devido à crise económica global, sendo ainda pouco visíveis os sinais de recuperação, referem os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
No entanto, o último trimestre do ano teve resultados positivos (+2%), que compensaram parcialmente as variações homólogas negativas dos três primeiros (-10%, -7% e -2%), sublinha o INE.
A nível internacional, a Organização Mundial de Turismo estima que as chegadas de turistas internacionais decresçam 4% em 2009, melhor resultado do que o anteriormente previsto (com uma quebra de 6% a 8%).
Relativamente a Dezembro passado, os estabelecimentos hoteleiros portugueses registaram 1,7 milhões de dormidas, o que correspondeu a uma queda homóloga de 2,2%. Para este resultado contribuíram principalmente os não residentes (-4,1%), já que o mercado interno revelou uma relativa estabilidade (+0,5%).
Por regiões, em comparação com os resultados de 2008, verificaram-se decréscimos de 5,6% na Europa, 1,9% na Ásia e Pacífico, 5,1% no Continente Americano e de 5,6% no Médio Oriente. África foi a única região a apresentar resultados positivos (+5,1%).
Na Europa, os destinos com resultados menos negativos foram a zona ocidental e a do sul/mediterrâneo (-4,3% e -4,7%, respectivamente).
Por tipo de estabelecimento, os motéis mantêm uma evolução positiva, sendo a única tipologia a apresentar acréscimos homólogos há seis meses consecutivos, enquanto que os maiores decréscimos se observam nos aldeamentos turísticos e nas estalagens.
Proveitos caem perto de 10% no ano
Em 2009, os estabelecimentos hoteleiros apresentaram cerca de 1.775 milhões de euros de proveitos totais e de aproximadamente 1.200 milhões de proveitos de aposento. Em comparação com o ano anterior, estes resultados preliminares correspondem a quebras próximas dos 10% para ambos os indicadores, em parte associadas ao recurso a campanhas de preços promocionais para fazer face à redução da procura, salienta o INE.
O Rev Par foi de 27,4L, bastante inferior ao de 2008 (31,4L).
Os resultados de Dezembro são menos negativos, com os estabelecimentos hoteleiros a registarem 89 milhões de euros de proveitos totais e 53,4 milhões de proveitos de aposento, equivalendo a variações homólogas negativas de 4,1% e 2,7%, respectivamente.(15.02.10/Fonte : Jornal de Negócios)Leroy Merlin prevê investir 150 milhões
O grupo francês Leroy Merlin, que ontem inaugurou uma loja em Matosinhos, prevê investir 150 milhões de euros no mercado nacional até 2013 na abertura de pelo menos uma nova loja de grande dimensão por ano.
Neste, a marca vai abrir um novo espaço comercial na Maia e, em 2011, em Coimbra, que se vão juntar às sete lojas actualmente existentes. Em comunicado, a Leroy Merlin reforça: "A estratégia da empresa já reflecte a criação de cerca de 1300 novos postos de trabalho directos em Portugal."(11.02.10/Fonte : Diário de Notícias)
Vendas: ACAP critica propostas no orçamento do estado.
O mercado de ligeiros de passageiros encerrou o ano de 2009 com 161 mil unidades vendidas. O "o valor mais baixo dos últimos 22 anos", segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), que ontem revelou os números e deixou críticas ao que o Orçamento do Estado para 2010 prevê para o sector.
É preciso recuar até antes de 1988 para encontrar uma queda superior aos 24,6% com que 2009 encerrou. O presidente da ACAP, José Ramos, justifica que a crise e a elevada fiscalidade são os grandes responsáveis pela forte contracção do mercado automóvel.
A associação critica ainda a proposta do Orçamento do Estado que prevê a redução para os 130g/km do limite de emissões de CO2 nos carros que podem ser adquiridos no âmbito do programa de incentivos ao abate. Uma proposta que irá excluir 478 modelos automóveis e 26% do mercado, salientou.
A ACAP está preocupada com o fim da dupla tributação, que é um bom princípio, garantem, mas pode trazer problemas "se o Governo não for sério". Isto porque o Executivo quer descer o IVA na mesma medida que aumenta o ISV. Para carros comerciais, táxis ou empresas de rent-a-car, que podem deduzir o IVA, a medida é prejudicial.
PORMENORES
VENDAS
Em Janeiro deste ano foram vendidos 14 579 automóveis em Portugal, um crescimento de 62,1% face ao mesmo mês de 2009. Valores que a ACAP considera estarem na média.
PREVISÕES
As vendas de veículos ligeiros deverão fechar 2010 a subir quase 2%, segundo a ACAP.
PROGRAMA
Para a ACAP, o Plano de Apoio ao Sector Automóvel (PASA), conforme foi lançado "não tem interesse".(10.02.10/Fonte : Correio da Manhã)Saiba como comprar casas e carros penhorados pelo Estado
Neste tipo de negócio o melhor é assegurar-se de que não comete erros.
Se estiver interessado num dos bens penhorados colocados à venda pela Administração Fiscal, saiba onde pode consultar os bens disponíveis, como deve apresentar a proposta e as formalidades a seguir.
1. ONDE CONSULTAR OS BENS DISPONÍVEIS PARA VENDA?
Basta consultar o site http://www.e-financas.gov.pt/vendas/ para ter acesso a todo o tipo de bens disponíveis para compra, a sua localização, tipologia e uma breve caracterização do bem. Na consulta do bem pode-se ainda ver o local, o prazo e as horas para o observar. Para compra há todo o tipo de bem, desde casas, carros, participações sociais em sociedades, roupa e sapatos, material informático, entre outros.
2. O QUE FAZER SE QUISER COMPRAR E COMO É QUE PODE APRESENTAR UMA PROPOSTA?
Terá de registar-se, podendo depois apresentar a proposta. Será solicitado o número de contribuinte e a senha de acesso. Depois é só preencher o valor da proposta e confirmá-la. Deve ter em conta o prazo de entrega das propostas.
3. O QUE FAZER DEPOIS DE ENTREGAR A PROPOSTA?
Depois de entregar a proposta deve estar atento à data, hora e local de abertura das propostas, na qual deve estar presente. Se o preço mais elevado for oferecido por dois ou mais interessados, abre-se então a licitação. Estando presente só uma das partes, pode cobrir a proposta dos outros. Se nenhum quiser cobrir a proposta, sorteiam-se as propostas.
4. O COMPRADOR TEM DE PAGAR A PRONTO?
No dia da venda, o funcionário competente passará uma guia para o comprador depositar a totalidade do preço, ou parte deste. No caso de optar pelo depósito de apenas uma parte do total, o valor não deve ser inferior a um terço e a parte restante deverá ser depositada no prazo de 15 dias. Nas aquisições de valor superior a 48 mil euros, aquele prazo pode ser alargado até seis meses. Mas terá de apresentar um requerimento. Assim, certifique-se que tem capacidade financeira para pagar o bem antes de o comprar.
5. COMPENSA COMPRAR BENS PENHORADOS?
Isso vai depender do bem. Em geral os bens são apresentados com um preço base inferior ao valor de mercado, mas não se deve esquecer que as propostas apresentadas podem ser mais altas que o preço base. Deve-se analisar a situação e ver se vale mesmo a pena comprar por esta via.
6. QUE CUIDADOS DEVERÁ TER SE ESTIVER INTERESSADO NA COMPRA DE UM BEM PENHORADO PELO FISCO?
Nunca comprar um bem sem o ver primeiro, seja uma casa, um carro ou até sapatos. Além disso, o melhor é assegurar-se de que não há base legal para que a penhora possa ser impugnada pelo executado, pelo que é melhor consultar o processo. Há ainda que fazer uma análise documental para saber se os registos estão actualizados relativamente aos intervenientes no processo.
7. A QUEM RECORRER QUANDO ALGUMA COISA CORRE MAL
A melhor alternativa para os interessados é recorrer a um advogado. Segundo o que o Diário Económico apurou há alguma dificuldade em responsabilizar alguém se alguma coisa correr mal. Segundo um especialista, as Finanças só poderão ser responsabilizadas se o erro for efectivamente dos serviços de Finanças.(10.02.10/Fonte : Diário Económico)Fisco vende 90 casas penhoradas por dia
Número é superior ao verificado no ano passado, quando os serviços conseguiram vender 72 casas por dia.
Depois de um ano em que as receitas fiscais caíram a pique - em 13,9%, para os 30,7 mil milhões de euros - o Fisco continua a pressionar no sentido de acelerar a venda de bens penhorados e reforçar a cobrança de impostos. Desde o início do ano o Fisco vendeu 3.507 casas penhoradas, o que equivale a 90 casas por dia, segundo os dados da Direcção-Geral dos Impostos. O número representa um aumento do ritmo de venda, já que no ano passado, o organismo liderado por Azevedo Pereira vendeu uma média de 72 casas penhoradas por dia.
Desde o primeiro dia de Janeiro, foram vendidos 4.346 bens, entre eles casas, carros e partes sociais em sociedades. No conjunto do ano passado, o Fisco conseguiu vender 26.438 casas de devedores, num total de 39.391 bens vendidos. A justificar este aumento estão, por um lado, os preços de saldo que são um dos factores mais aliciantes para os compradores e, por outro, o facto de se penhorarem cada vez mais tipos de bem e de serem colocados à venda com maior rapidez. Além disso, os montantes arrecadados ajudam nas cobranças coercivas, que só no ano passado renderam cerca de 1.500 milhões euros.
O número de bens penhorados tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Em 2005 entrou em funcionamento o Sistema Informático de Penhoras Automáticas (SIPA), que tem vindo a confiscar um número cada vez maior de bens. O SIPA permite aos Serviços de Finanças responsáveis pelos processos de execução fiscal, conhecer os bens penhoráveis dos respectivos devedores, através do número de contribuinte. Além de casas e carros, este sistema permite também penhorar pensões, rendas, planos-poupança, apólices e barcos, por exemplo. No caso da inexistência destes bens, é penhorado o salário dos contribuintes com dívidas fiscais. Com este sistema houve um progresso a dois níveis: são detectados cada vez mais bens diferentes e de forma mais eficiente.(09.02.10/Fonte : Diário Económico)
Hotelaria: Taxa de ocupação em janeiro regista descida homóloga de 16,4%.
A taxa de ocupação hoteleira na região durante o primeiro mês do ano (24,2 por cento) registou uma descida de 16,4% face a Janeiro de 2009, de acordo com dados provisórios ontem revelados pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Os números reflectem ainda uma quebra homóloga de 17,4% nas receitas.
Ainda que a procura nacional tenha subido 20,9%, associada ao primeiro fim-de-semana do mês colado à Passagem de Ano, não foi suficiente para compensar as fortes descidas nos principais mercados emissores externos: Reino Unido (-36,1%), Alemanha (-14,8%) e Holanda (-17,2%).
As maiores descidas verificaram-se na oferta de quatro e de cinco estrelas e nas zonas de Monte Gordo/VRSA (-25,9%), Carvoeiro/Armação de Pêra (-21%), Lagos/Sagres (-18,1%) e Albufeira (-16,8%).
Nuno Aires, presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), admite estar preocupado: "É um ano que prevemos difícil e que vai exigir grande esforço nas acções promocionais." A ERTA não prevê a recuperação do mercado britânico (o principal emissor externo para o Algarve) em 2010, por isso tem uma "estratégia de ir ao encontro de outros mercados", nomeadamente o Norte da Europa, Benelux e Escandinávia.
A segurança é decisiva na escolha do destino turístico e Nuno Aires admite que existe na região "um novo tipo de crime atípico e mais violento". Por isso, o presidente da ERTA defende a introdução de videovigilância em espaços públicos.
DISCURSO DIRECTO
"INFELIZMENTE, ISTO AINDA NÃO BATEU NO FUNDO": Elidérico Viegas Presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve sobre queda de ocupação
Correio da Manhã – Como justifica as fortes descidas da ocupação (-16,4%) e das receitas (-17,4%) na hotelaria algarvia em Janeiro?
Elidérico Viegas – Vem na linha dos últimos dois anos. Os dados deixam antever que a crise vai acentuar ainda mais a maior fragilidade do turismo do Algarve, que é a sazonalidade.
– Há sinais de retoma?
– Há indicações positivas, mas os mercados estão demasiado voláteis. Fazer previsões é um tiro no escuro. Fala-se em retoma mas, na minha opinião e infelizmente, isto ainda não bateu no fundo.
– Como estão a reagir os empresários?
– Os hoteleiros interiorizaram e assumiram a crise. Deixaram cair a época baixa e parte da média e concentram-se em parte de Julho e parte de Agosto, o que também explica o aumento do desemprego no Algarve.
– Que medidas para combater a situação?
– Já não é pelo preço que vamos ter mais ou menos gente. Já não se vai lá com habilidades. E em vez de ajustar a oferta à procura, temos feito o contrário. É preciso uma promoção mais profissionalizada.(09.02.10/Fonte : Correio da Manhã)Centros de emprego já têm 147 mil despedidos
Norte foi responsável por quase metade dos despedimentos em 2009.
Ao longo dos dois últimos anos, surgiram nos centros de emprego 264 704 despedidos (incluindo mútuo acordo). De 2008 para 2009, há registo de mais 29 380 casos. Para 147 042 trabalhadores, o ano passado ficará marcado como a data do seu despedimento.
Quando um desempregado se dirige a um centro de emprego, o IEFP encaixa-o sempre numa das nove categorias de motivos que explicam a sua situação. O JN foi à procura de dois desses motivos: "despedimento" e "despedimento por mútuo acordo". Em nenhuma daquelas categorias está incluído o fim dos contratos a prazo, que se encontra identificado à parte.
As duas situações apresentam pesos muito distintos: o número de "despedidos" chegou no ano passado aos 126 924, enquanto que os despedimentos por mútuo acordo se ficaram pelos 20 118 (total de 147 042). No entanto, há que analisar com precaução o mútuo acordo, uma vez que nem sempre se tratam de casos de entendimento pacífico entre empregado e empregador.
"Pode haver interesse mútuo na cessação do vínculo, por razões de idade, criação de pequenos negócios e pedido de reforma antecipada. No entanto, também pode ser o resultado de pressão psicológica continuada das entidades patronais ou processos massivos de rescisões voluntárias enquadrados em programas de reestruturação", explica Luís Bento, especialista em recursos humanos e consultor do Banco Mundial e do Instituto Nacional de Administração.
Comparando as duas principais regiões do país, conclui-se que o Norte tem um peso de 47% (69 054) nos despedimentos verificados em todo o território do continente no ano passado, enquanto que Lisboa e Vale do Tejo (LVT) representou 31,2% dessa realidade (45 809). Ou seja, há um fosso de 15,8 pontos percentuais desfavorável ao Norte. Nos dois últimos anos, o Norte perdeu 123 469 postos de trabalho por via do despedimento ("normal" e por mútuo acordo), enquanto que LVT viu 83 305 dos seus efectivos ficarem sem emprego.
"O sector dos serviços - típico da região de LVT - que era um sector que estava a absorver desemprego gerado na indústria (o mesmo para o Grande Porto) deixou de absorver e passou ele próprio, em função da recessão que atravessam todos os sectores da economia, a alimentar as estatísticas de desemprego", alerta Luís Bento.
Uma das explicações reside no aumento de 50% no número de falências , tendo 2009 fechado com mais 410 empresas declaradas insolventes em tribunal do que em 2008. No total, desapareceram 1251 empresas, de acordo com os dados da Coface Mope. "O desemprego gerado por força de despedimentos - liquidação das empresas e/ou cessação da actividade, falências, extinção por deslocalização - que atinge, no global das duas regiões consideradas, cerca de 25% do total do desemprego verificado, demonstra que, afinal, o maior contribuinte líquido para o volume de desemprego não é o despedimento ou a cessação por mútuo acordo, mas sim o chamado desemprego involuntário", afirma o especialista Luís Bento, após analisar os dados recolhidos pelo JN com base nas estatísticas mensais.
A evolução parece imparável: o despedimento, com ou sem acordo, tem crescido desde 2007.(08.02.10/Fonte : Jornal de Notícias)Oliva: Desemprego ameaça 184 pessoas
A Oliva suspende integralmente esta segunda-feira a produção e os 184 operários da empresa vão concentrar-se a partir das 08H00 à entrada da fábrica para reivindicar os salários em atraso e apelar a soluções alternativas.
De acordo com David Soares, da comissão de trabalhadores da metalúrgica de S. João da Madeira, o anúncio de suspensão integral da produção deixou os operários "todos desanimados". Esta suspensão está anunciada até ao final de Fevereiro, o que significa que a fábrica se manterá inactiva até à assembleia de credores, marcada para o próximo dia 26.
Para David Soares, esta suspensão "não é um bom sinal para os credores". A administração da Oliva terá justificado a medida alegando "o corte da energia elétrica e a falta de dinheiro para comprar material", mas o porta-voz dos trabalhadores da metalúrgica defende que deveria encontrar-se "uma alternativa porque a empresa continua a ter encomendas".
A Oliva iniciou o seu processo de insolvência em Setembro, apresentando um valor de dívidas acumuladas de quase oito milhões de euros. Entre os seus principais credores encontra-se a Segurança Social, que tem em falta 550 mil euros.
A metalúrgica foi adquirida 2004 pelo Grupo Suberus por um preço especial na condição de não encerrar a empresa nos cinco anos seguintes, um prazo que terminou em Outubro passado.(08.02.10/Fonte : Correio da Manhã)Vendas a retalho em Portugal caem 2,8% em Dezembro
Em termos anuais, o comércio em Portugal registou uma melhoria de 2,2% em Dezembro.
O volume das vendas das retalhistas portuguesas baixou 2,8% em Dezembro, face ao mês anterior, enquanto no conjunto da zona euro estabilizaram, anuncia hoje o Eurostat.
A quebra de 2,8% no volume de vendas do comércio a retalho em Portugal foi uma das piores da Europa no último mês de 2009, tendo sido superada apenas pela Roménia e Malta, onde as vendas recuaram 5,7% e 5,6%, respectivamente, segundo os dados revelados hoje pelo gabinete de estatística comunitário.
Em Dezembro, no conjunto dos 16 países da zona euro, o volume de negócios das retalhistas estabilizou, enquanto na UE a 27 observou-se uma ligeira descida de 0,1% face a Novembro.
Em termos anuais, o volume de vendas do comércio a retalho na zona euro baixou 1,6% em Dezembro, face ao mesmo mês de 2008, ao passo que na União Europeia recuou 1% nesse período.
Em Portugal, registou-se um desempenho anual positivo no sector, com o volume das vendas a crescer 2,2% em relação a Dezembro de 2008.(03.02.10/Fonte : Diário Económico)Sócrates inaugura amanhã centro mundial de serviços da Nokia Siemens em Portugal
O primeiro-ministro, José Sócrates, inaugura quarta-feira o segundo centro mundial de serviços Nokia Siemens Networks para redes de telecomunicações em Portugal que já emprega 600 trabalhadores altamente qualificados, mas poderá duplicar o seu crescimento no futuro.
Chama-se Global Networks Solutions Center (GNSC), nasceu da "grande procura" de serviços para redes de telecomunicações e gere mais de 17 milhões de utilizadores no mundo.
"O centro tem 600 jovens altamente qualificados. Estamos em fase acelerada de contratação: cerca de duas dezenas de pessoas mensalmente", disse em entrevista à agência Lusa o director da Nokia Siemens para o Sul da Europa, João Picoito, lembrando os apenas 160 trabalhadores previstos inicialmente no protocolo celebrado com o governo português.
O responsável fez um "balanço muito positivo" do desempenho do centro, cuja instalação arrancou no início de 2008 e está a funcionar em pleno há seis meses, e frisa que "os gestores estão confiantes" no seu crescimento: "Tem uma reserva de espaço físico para poder crescer em mais de 50%".
Este é o segundo centro deste tipo da Nokia no mundo, além do que já existe na Índia, na cidade de Chennai, e integra quatro centros de manutenção e integração de redes, assistência técnica e operações em redes de telecomunicações.
Com uma abrangência mundial, mas focado sobretudo nos mercados europeus, é o Global Network Operation Center (GNOC) que monitoriza as operações em redes das maiores operadoras de telecomunicações do mundo, entre elas, a Portugal Telecom, ZON, Vodafone, Sonaecom.
Possui dezenas de clientes na Europa e no mundo e uma capacidade para fornecer serviços a 60 milhões de utilizadores. "Este centro foi uma grande aposta da Nokia no nosso país e mostra a capacidade que tem para inovar e a qualidade do trabalho. É o maior investimento em massa cinzenta nos últimos tempos no país", frisou João Picoito, sublinhando a "boa capacidade de resposta de Portugal".
Por outro lado, a grande maioria - entre 80 a 90% - dos quadros são portugueses. Mas a verdade é que a necessidade de falar várias línguas está presente no dia a dia dos trabalhadores do centro, a partir do qual comunicam com os diversos países europeus, nomeadamente em português, espanhol, inglês, alemão e francês.
Um dos diretores de operações para redes móveis Dinis Diogo explica que o centro funciona 24 sobre 24 horas e é como o "enfermeiro e médico" da redes, aliviando, por exemplo, a sua tensão quando tal é necessário.
"Somos os enfermeiros e os médicos da rede, medimos a tensão das redes e agimos mediante a situação. Em eventos como o Rock in Rio, em que há uma grande concentração de pessoas e há uma sobrecarga das redes de telemóveis, nós decidimos que devem ser colocadas mais antenas nas imediações", explicou Dinis Diogo.
Em épocas como o Natal, uma das soluções é a divisão dos recursos habitualmente concentrados em Lisboa e no Porto pela província de Portugal de forma a existir uma "harmonia na rede".
"E tudo a partir deste centro. Por vezes, podemos resolver os problemas remotamente, ou outras vezes enviar um técnico ao local ou para substituir um elemento de hardware ou colocar um gerador para manter a cobertura quando falha a eletricidade. Este é um exemplo no qual somos o cérebro e os olhos e o técnico são as pernas e as mãos", concluiu.
Quanto ao investimento do centro, a Nokia Siemens não adiantou até ao momento o valor final.(02.02.10/Fonte : OJE)Taxa desemprego dos portugueses em Espanha quase quintuplicou
A taxa de desemprego entre trabalhadores portugueses a residir em Espanha quase quintuplicou nos últimos dois anos, atingindo os 21,89 por cento da população activa, três pontos acima da média nacional.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, solicitados pela agência Lusa, indicam que no final de 2009, havia um total de 14.100 portugueses desempregados em Espanha, de um universo de 64.400 mil activos.
Em termos gerais, no final de 2009, a taxa de desemprego em Espanha era de 18,83 por cento.
Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego era de apenas 4,7 por cento no final de 2007, tendo crescido para 16 por cento no final de 2008 e para 21,89 por cento no final de 2009. O desemprego afecta mais as mulheres, com uma taxa de 23 por cento, contra os 21,2 por cento entre os homens.
Ainda assim, e apesar deste crescimento, os dados do INE confirmam que há mais portugueses a trabalhar em Espanha (50.300 no final de 2009) do que havia há dois anos (46.700), pelo que a taxa de actividade também cresceu neste período, de 74,4 para 76,9 por cento.
O número de portugueses com mais de 16 anos a residir em Espanha aumentou de 65.800 para 83.800 entre o final de 2007 e o final de 2009, sendo que deste último grupo cerca de 23.200 são considerados pelo INE como “inactivos”.
Os dados foram extrapolados, a pedido da agência Lusa, com base em valores do Inquérito da População Activa (EPA, na sua sigla espanhola), indicador usado pelo INE para medir a taxa de desemprego em Espanha.(01.02.10/Fonte : Público)