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01/10

Desemprego em Portugal subiu para 10,4% em Dezembro

 

A taxa de desemprego em Portugal subiu para 10,4%, em Dezembro, de acordo com os dados hoje, sexta-feira, divulgados pelo Eurostat. Na Europa a 27, só a Letónia está pior do que a Espanha.

Os 10,4% de taxa de desemprego apurados pelo Eurostat consubstanciam uma subida de 0,1% relativamente aos 10,3% registados em Novembro de 2009 e colocam Portugal com uma taxa média de desemprego superior à média da Zona Euro e a média da União Europeia.

Na Zona Euro a taxa subiu para 10% e na União a 27 a taxa de desemprego aumentou 9,6%.

Na União Europeia, a Holanda (4,0%) e a Áustria (5,4%) são os países com as taxas mais baixas de desemprego.

Todos registaram aumento do desemprego em 2009
Comparando com Dezembro de 2008, o Eurostat concluiu que "todos os países membros a registar um aumento da taxa de desemprego".

Em Portugal, a taxa de desemprego aumentou pouco mais de 2% entre Dezembro de 2008 e o mesmo mês de 2009, ao subir de 8,1% para os 10,4% agora apurados pelo Eurostat.

As subidas mais acentuadas foram registadas nos países bálticos: Letónia, que dobrou a taxa de desemprego (de 11,3% para 22,8%), na Estónia, que passou de 6,% em Dezembro de 2008 para 15,2% em Dezembro de 2009, e na Lituânia, a taxa do desemprego mais do que dobrou, de 6,5% para 14,6%.

As subidas mais ligeiras registaram-se na Alemanha (de 7,1% para 7,5%), Luxemburgo (5,3% para 6,2%) e Bélgica (7,1% para 8,2%).

Espanha com 4,8 milhões de desempregados
Com 22,8% da população activa no desemprego, a Letónia é o único país da União Europeia a superar a Espanha na negra contagem. De acordo com o Eurostat, o desemprego afectava 19,5% dos nossos vizinhos, em Dezembro.

Números dissonantes dos apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, que registava 4,3 milhões de desempregados no final de 2009, um número recorde em mais de 30 anos, correspondente a 18,83 % da população activa

Segundo o Estudo da População Activa (EPA) do INE, a taxa de desemprego aumentou nove décimas no último trimestre do ano, relativamente ao trimestre anterior, culminando um período de 12 meses em que se juntaram às fileiras dos desempregados 1.118.600 pessoas.

Só nos últimos três meses do ano, perderam-se 203.200 empregos em Espanha, tendo 224.200 pessoas deixado a população activa.
(29.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Consumidores [portugueses] menos confiantes em Janeiro

 

Os indicadores de clima económico e de confiança dos consumidores voltaram a diminuir em Janeiro, contrariando o "forte aumento" verificado desde Maio e Abril, respectivamente, segundo o INE.

A síntese económica de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que o indicador de clima económico caiu ligeiramente nos últimos dois meses, situando-se nos -0,7 em Janeiro, contrariando o "forte aumento" verificado desde Maio de 2008, depois de ter batido o mínimo histórico da série.

O INE regista que a diminuição no indicador de confiança dos consumidores observada nos últimos dois meses (fixando-se nos -32,3 pontos este mês) deveu-se ao "contributo negativo" e as "expectativas de desemprego mantiveram igualmente a tendência de queda em Portugal".

O instituto adianta que os indicadores de confiança sectoriais apresentaram "andamentos diferenciados", verificando-se uma diminuição na construção e obras públicas e nos serviços e um aumento na indústria transformadora e no comércio.

Já o indicador de confiança dos consumidores recuou nos últimos três meses, "invertendo o acentuado movimento ascendente iniciado em Abril, depois de ter atingido em Março o valor mais baixo da série".

No que diz respeito ao indicador de confiança da construção e obras públicas, verificou-se uma redução ligeira em Janeiro, que segundo o INE, retoma a "ténue trajectória descendente iniciada em Agosto", devido à deterioração registada nas opiniões sobre a carteira de encomendas, uma vez que as perspectivas de emprego estabilizaram.

Quanto à confiança dos Serviços, o indicador do sector revela uma diminuição, de menor intensidade, nos últimos três meses, que inverte também o aumento registado desde Maio, depois de ter atingido em Abril o valor mínimo da série. Esta redução na confiança deve-se ao contributo negativo das opiniões sobre a carteira de encomendas e das apreciações sobre a actividade da empresa, depois da recuperação das perspectivas da procura.

Pelo contrário, o indicador de confiança da indústria transformadora cresceu este mês, contrariando o "forte agravamento" verificado em Dezembro, devido ao "contributo positivo" das apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados e das opiniões sobre a procura global.

No comércio, o indicador de confiança "recuperou ligeiramente em Janeiro, retomando o forte movimento ascendente iniciado em Abril, após ter estabilizado nos dois meses anteriores", com destaque para os subsectores, comércio por grosso e comércio a retalho.
(28.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Orçamento 2010: 5 medidas para as famílias

 

Alterações no IRS e incentivos na aquisição de veículos eléctricos estão entre as novidades do Orçamento do Estado com interesse para as famílias.

1. Contribuintes recebem reembolso de IRS mais cedo
O prazo do reembolso do IRS vai ser reduzido em 20 dias para os contribuintes que entregarem a declaração via Internet.
 

2. Instalação de vidros duplos e isolamento de telhados dedutíveis no IRS
Se instalar vidros duplos ou proceder ao isolamento do telhado da sua casa vai poder deduzir essas obras no IRS. É uma das novidades do Orçamento do Estado ontem apresentado.
 

3. Incentivo de 5 mil euros na compra de carro eléctrico
O Governo dá um incentivo de 5 mil euros a quem comprar um veículo eléctrico até final de 2012. O benefício está limitado aos primeiros 5 mil automóveis novos, exclusivamente eléctricos, que sejam vendidos.
 

4. Testamentos e escrituras não pagam imposto de selo
Quando precisar de fazer uma escritura, passar uma procuração ou depositar um testamento num cartório vai deixar de pagar Imposto de Selo por esses procedimentos.
 

5. Despesas com medicamentos limitadas
Rever o sistema de comparticipação dos medicamentos é a maior aposta para poupar nas contas da saúde. O objectivo é aumentar a quota dos genéricos, sendo que estão ainda a decorrer negociações com a indústria farmacêutica.
(27.01.10/Fonte : Diário Económico)

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Investimento em painéis solares ascende a 167 milhões

 

Estado apoiou o Programa Solar Térmico com 95 milhões, mas pedidos superaram o valor.


O Estado ofereceu, em 2009, um conjunto de incentivos com vista à promoção das energias renováveis. Os portugueses tornaram-se mais amigos do ambiente e encomendaram mais de 38 mil painéis solares. Um investimento que ascendeu a 167 milhões de euros.

Criado a 2 de Março de 2009, o Programa Solar Térmico é um incentivo à utilização de energias renováveis. Esta solução chave-na-mão permite poupar mais de 20% do valor da factura de gás e até 70% da energia necessária para o aquecimento de água de uso doméstico. Este programa garante ainda a possibilidade de financiamento com condições preferenciais, instalação incluída, garantia de manutenção e benefícios fiscais de 30% do custo de investimento. Com aquisição de equipamentos de energia renováveis, os custos seriam deduzidos nas declarações de impostos de 2010.

Dados do Ministério da Economia permitem fazer um balanço deste programa, cujo prazo para submissão de encomendas terminou no dia 31 de Dezembro. Em 2009, os portugueses tornaram-se mais amigos do ambiente. Mais de 37 mil particulares encomendaram painéis solares. O programa foi alargado às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e às Associações Desportivas de Utilidade Pública (ADUP), que fizeram 1223 pedidos de estudo para instalação de painéis. No total, foram já efectuadas 38 525 encomendas, representando 204 310 metros quadrados de painéis solares.

No total, foram investidos 163,3 milhões de euros, sendo que 89,1 milhões foram já consumidos da verba que o Estado disponibilizou para subsidiar esta medida. O ministério estimava que até ao final do ano, os 95 milhões - total da comparticipação do Estado - fosse totalmente consumida. No entanto, já há encomendas, com entrada até 31 de Dezembro, que ultrapassam este valor. Para já, a continuidade do programa está dependente do Orçamento de Estado, embora seja intenção do Governo manter este tipo de iniciativas, avançou fonte do Ministério ao JN.

O programa abrange apenas os painéis solares térmicos para aquecimento de águas sanitárias, no entanto, a aposta em painéis fotovoltaicos para abastecimento de energia eléctricas nas habitações, e que abrem portas à microgeração, começa a dar os primeiros passos em Portugal.

No sector residencial foram feitas quase cinco mil instalações. Em 2008, à tarifa de referência de 65 cêntimos por kilowatt/hora (kWh), foram feitas 3075 instalações, que corresponde a uma potência de 10 783 kW. No ano passado, à tarifa de referência de 61,75 cêntimos por kWh foram instaladas 1715 painéis. Mais 6104 kW de potência instalada. Segundo o Ministério da Economia, estas instalações correspondem em 95% dos casos a instalações fotovoltaicas e a 4% dos casos a instalações eólicas.
(26.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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De mil euros de salário 900 são para pagar dívidas

 

Deco recebeu 2812 pedidos de ajuda no ano passado. Para muitos, o salário não chega nem para as prestações.

 

Quando um sobreendividado chega à Deco, já pouco dinheiro sobra para comer. Por norma, a taxa de esforço ronda os 90%: se ganhar mil euros, pagará dívidas no valor de 900 euros. E quando chega à Defesa do Consumidor já tem mensalidades em atraso.

Vão sendo comuns histórias como a da reformada que foi acumulando empréstimos pequenos. A reforma de 1500 euros permitia-lhe algum desafogo, mas um dia constatou nem poder pagá-los, nem sequer conseguir novos créditos para saldar os mais antigos. Fez as contas, viu que os muitos e pequenos empréstimos somavam 2000 euros em prestações - mais do que o valor da reforma. Ou de outra pessoa, de 71 anos, que fez muitos pequenos créditos, de cinco ou dez mil cada e, quando se apercebeu, já devia 150 mil euros.

Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividado, recorda estas e outras histórias. "Não são a maioria, felizmente". Por norma, quem pede ajuda à Deco tem uma taxa de esforço de 90%, ou seja, ainda ganha mais do que paga em prestações. Ainda assim, se tiver um salário de 1000 euros, entregará às financeiras 900 euros, todos os meses.

Deco reparte culpas
A Deco recomenda uma taxa de esforço de 40%. "Os juros podem subir, os rendimentos podem baixar", disse. Hoje, os 40% são usada pela Banca para autorizar créditos à habitação, mas, há anos, era aceitável uma taxa de 65%. E as empresas de crédito ao consumo nem essa conta fazem, garante Natália Nunes. "Só vêem se a pessoa está reportada junto do Banco de Portugal e pedem um comprovativo de rendimento".

Pensa, por isso, que a responsabilidade pelo sobreendividamento e o crédito malparado deve ser dividida entre as pessoas, "que deviam fazer mais contas à vida", e as entidades financeiras, que "deviam ser mais cautelosas".

Tanto que, por norma, o sobreendividado não é pessoa de baixos recursos ou sem instrução: tem o ensino secundário ou superior, mas não sabe nada de finanças pessoais, tem entre 35 e 45 anos de idade e uma família com, pelo menos, uma criança. Estão longe da ideia pré-concebida do devedor sem instrução e de baixos recursos. "É constrangedor receber pedidos de ajuda de pessoas que trabalham na Banca", exemplifica.

Nos últimos dois anos, os avisos da Deco transformaram-se em realidade. Em 2008, os juros ficaram bem mais altos do que, na altura, era habitual; e 2009 viu o desemprego disparar. Natália Nunes diz, mesmo, que o ano passado se distinguiu por, pela primeira vez, a falta de trabalho ter sido a principal causa de sobreendividamento. "Dantes era o divórcio, agora é o desemprego", disse.

Deco admite que situação piore
E surgiu um outro factor, até agora pouco notado: a "diminuição drástica" das horas extraordinárias, quer das trabalhadas mas que ficam por pagar, quer das cortadas pelas empresas, por não haver trabalho que as justifique. "Ainda há dias falei com uma pessoa que, há um ano, ganhava 1500 euros e agora só ganha 800, porque lhe cortaram as horas extraordinárias e os prémios", disse Natália Nunes. Este género de pagamentos, além do salário base, "é mais importante do que se poderia pensar à partida", garantiu.

A crise, o desemprego e a redução de trabalho somaram-se às outras causas de sobreendividamento e fizeram de 2009 o ano em que a Deco mais processos de apoio abriu: 2812, mais 40% do que os iniciados no ano anterior.

Para 2010, a perspectiva é desanimadora. Ainda que a economia comece a recuperar, o desemprego deve continuar a subir. "Antecipamos a entrada de ainda mais pedidos de ajuda", disse.
(25.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Crédito: Incumprimento das famílias aumenta

 

O valor do incumprimento no crédito concedido aos particulares aumentou 50 milhões de euros de Outubro para Novembro, representando 2,8 por cento do total emprestado às famílias, indicou hoje o Banco de Portugal.

No Boletim Estatístico hoje publicado, os dados do banco central apontam que o valor concedido em empréstimos aos particulares se situava nos 136.554 milhões de euros em Novembro, mais 506 milhões do que em Outubro (0,37 por cento)

Face a igual mês de 2008, o valor emprestado pelos bancos aos particulares aumentou em 3.724 milhões de euros, mais 2,72 por cento.

O crédito considerado de cobrança duvidosa (malparado) aumentou de 3.777 milhões de euros em Outubro para 3.827 milhões de euros em Novembro (mais 50 milhões), o que representa um aumento de 1,3 por cento.

Em comparação com o mês de Novembro de 2008, o malparado nos empréstimos aos particulares aumentou 791 milhões de euros, de 3.036 milhões de euros para 3.827 milhões de euros, uma subida de 20,6 por cento.

O malparado no crédito concedido para habitação e consumo representa 78 por cento do total.

No caso da habitação, o crédito concedido para este fim subiu 414 milhões de euros em Novembro, para os 108.502 milhões de euros, 79,4 por cento do total emprestado pela banca às famílias.

Por sua vez, o malparado na habitação também aumentou, neste caso em 27 milhões de euros, para os 1.927 milhões de euros, o que representa mais de metade (50,3 por cento) do total do crédito considerado de cobrança duvidosa.

No caso do consumo, o total emprestado subiu para os 15.629 milhões de euros em Novembro, mais 193 milhões do que no mês anterior. O consumo, que representa apenas 11,44 por cento do valor emprestado, é responsável por 28 por cento do malparado (1.073 milhões de euros).

O dinheiro emprestado com destino a 'outros fins' caiu 101 milhões de euros para os 124.423 milhões de euros, e o valor do malparado neste sector reduziu-se em cerca de dois milhões de euros (826 milhões de euros).
(21.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Receitas da hotelaria nacional caíram 12,21% nos nove meses de 2009
 

5 estrelas sofrem maior queda.

A receita média por quarto disponível (RevPar) da hotelaria nacional caiu 12,21% no período de Janeiro a Novembro de 2009, influenciada essencialmente pela quebra de 15% registada nos hotéis de cinco estrelas, segundo os dados preliminares do Hotel Monitor da Associação da Hotelaria de Portugal.

 

A receita média por quarto disponível (RevPar) da hotelaria nacional caiu 12,21% no período de Janeiro a Novembro de 2009, influenciada essencialmente pela quebra de 15% registada nos hotéis de cinco estrelas, segundo os dados preliminares do Hotel Monitor da Associação da Hotelaria de Portugal.

Nos primeiros nove meses do ano, todas categorias de hotéis registaram quebras no seu RevPar. As unidades de cinco estrelas registaram uma quebra para 54,68 euros, já os hotéis de quatro estrelas caíram 10,42%, para os 37,65 euros, os de três estrelas 8,97%, para os 29,64 euros e os de duas estrelas caíram 8,79% para os 32,89 euros.

Na análise ao período Janeiro-Novembro 2009, o preço médio por quarto vendido foi de 66,98 euros, menos 1,3% do que no mesmo período do ano anterior.

No mês de Novembro de 2009 registaram-se variações globais negativas de 8,68% na taxa de ocupação quarto e 6,93% na receita média por quarto disponível. O preço médio por quarto ocupado subiu 1,91% em comparação com o mês homólogo de 2008.

“Este comportamento negativo na taxa de ocupação quarto é confirmado em quase todas as categorias de alojamento, a saber: -9,81% na hotelaria de 4 estrelas, -13,24% na hotelaria de 3 estrelas e -5,25% na hotelaria de 2 estrelas”, refere a mesma fonte.
(20.01.10/Fonte : Jornal de Negócios)

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Exportações da AJP em 2009 atingiram os 70%

 

As exportações da AJP, única fabricante portuguesa de motociclos, atingiram os 70% no ano passado, altura em que a empresa de Penafiel, com fábrica em Lousada, produziu 400 unidades, disse à Lusa o fundador da empresa.

No ano passado, segundo António Pinto, a facturação da AJP foi 700 mil euros, graças a várias versões dos dois modelos que produzia na altura: as motos PR3 e a PR4, ambas disponíveis em 125 ou 200 centímetros cúbicos e também na versão Supermoto, vocacionada para o meio urbano, ou Enduro TT, mais direccionada para lazer.

Na quinta-feira, a AJP acrescenta ao seu catálogo a linha de motos Xutos & Pontapés, que aplica aos modelos já disponíveis a estética própria da banda portuguesa e em Fevereiro a marca lança no mercado a PR5 de 250 centímetros cúbicos, que António Pinto, descreve como "uma moto mais evoluída, que se aproxima dos modelos oficiais de competição".

"Com o boom da PR5, esperamos passar das 400 motos por ano para as 700", adianta António Pinto.

"A filosofia de utilização é a mesma que a da PR3 e PR4 - que tanto são adequadas ao meio urbano como a actividades de lazer mais pesadas -, mas a PR5 vai ter um chassis reforçado e uma suspensão preparada para converter a moto numa concorrente da KTM e da Honda".

Em qualquer modelo da AJP, a relação qualidade/preço é o principal aspecto a justificar a procura registada pelas motos portuguesas.

O mercado francês é o que está mais atento a esse factor, adquirindo 30% da produção da empresa, e segue-se Itália, Inglaterra e Angola, que, em conjunto, absorvem 40% dos veículos da marca.

"Como as nossas motas são mais vocacionadas para amadores do que para profissionais", explica António Pinto, "mesmo um condutor que não tenha grande experiência vai progredir no terreno com relativa facilidade. Se a mesma pessoa comprar uma moto de competição, já vai ter muita dificuldade em tirar partido dela, porque, além de a mota ter sido muito mais cara, foi desenvolvida para profissionais".

Fundada em 1987, a AJP Motos começou a sua actividade propondo-se ser "um departamento de desenvolvimento e criação de modelos diferentes, recorrendo a peças de fabricantes que já existiam, como a Casal, para produzir motas novas".

A empresa não tinha, na altura, "nem meios nem conhecimentos" para assegurar a produção integral, mas António Pinto recorda: "Enquanto os outros fabricantes nacionais foram desaparecendo, a AJP foi avançando. Começámos a fazer as nossas peças e, mesmo entre as que são encomendadas, não usamos nenhuma que não tenhamos adaptado especificamente às nossas motas".

O primeiro modelo da marca, em 1987, foi a AJP Ariana, cujo nome é inspirado na filha do empresário, e em 1994 nasceu a Galp 50, que, desenvolvida em parceria com a Petrogal, foi cinco vezes campeã nacional de Enduro.

Em 2001 surgiu a PR4, já com motores provenientes da Ásia, porque a Casal falira um ano antes, e em 2007 a PR3, que afirma a empresa no mercado da especialidade.

Dois anos depois a AICEP Portugal torna-se accionista da empresa. O reforço de capital propõe-se garantir à AJP o desenvolvimento de um plano de expansão que lhe permita, até 2014, atingir a produção mínima de 3000 unidades por ano. Actualmente, a empresa assegura 18 postos de trabalho. A sua rede de distribuição envolve 46 agentes em todo o país.
(20.01.10/Fonte : OJE)

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Número de desempregados sobe 26,1% em Dezembro

 

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal subiu 26,1 por cento em Dezembro face ao mesmo mês do ano passado.

No entanto, o ritmo de novos desempregados tem vindo a abrandar desde Setembro.

De acordo com a informação mensal publicada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de Dezembro, encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 524.674 desempregados, mais 108.669 indivíduos do que há um ano atrás.

Em cadeia, o número de inscritos tem vindo a abrandar desde Setembro de 2009, altura em que se registou uma subida mensal de 1,7 por cento e homóloga de 29,1 por cento.

Em Dezembro, face a Novembro, o aumento foi de 0,2 por cento, o que representa um acréscimo de 994 inscritos.

De acordo com o IEFP, o desemprego subiu em ambos os géneros face a Dezembro de 2008, com o número de homens desempregados a aumentar 37,4 por cento, enquanto nas mulheres o valor avançou 17,5 por cento.

Por grupo etário, o aumento do desemprego ocorreu tanto nos jovens como nos adultos (menores de 25 anos), com subidas de 20,5 por cento e 27 por cento, respectivamente.

Quanto ao tempo de permanência dos desempregados nos ficheiros, os inscritos há menos de um ano registaram um crescimento de 27,6 por cento, enquanto que os desempregados de longa duração assinalaram um acréscimo de 23,3 por cento (para 181.282 pessoas).

A procura de um novo emprego - que justificou em Dezembro o registo de 92,5 por cento dos desempregados - aumentou 26,9 por cento face ao mês homólogo de 2008, enquanto a procura do primeiro emprego subiu 17,3 por cento.

De acordo com a análise dos técnicos do IEFP, todos os níveis de habilitação escolar apresentaram mais desempregados do que há um ano, mas os aumentos percentuais mais elevados verificaram-se ao nível do ensino secundário e do 2º ciclo do ensino básico, com subidas de 34,3 e 30,1 por cento, respectivamente.

Por ramos de actividade económica, destaque, com os mais acentuados acréscimos percentuais, para a subida de 68,1 por cento no sector da indústria extractiva e construção e de 47,9 por cento na indústria da metalurgia e da metalomecânica.

Os directores e gerentes de pequenas empresas subiram 43,7 por cento face a Dezembro de 2008.

Em variação decrescente, destaca o IEFP, estão as profissões do ensino como os "profissionais de nível intermédio" e os "docentes do ensino secundário, superior e profissões similares", com quedas de 9,3 por cento e 8,6 por cento.

Os inscritos no IEFP em situação de indisponibilidade temporária, ou seja, que não reúnem condições imediatas para o trabalho por motivos de saúde, aumentou 18,4 por cento em Dezembro, face ao mesmo mês de 2008, para 15.127 pessoas.

O número de desempregados inscritos como "ocupados" (a frequentarem programas especiais de emprego), por sua vez, aumentou 33,4 por cento para 31.479 indivíduos.

O "fim de trabalho não permanente", continua a ser o principal motivo de inscrição dos desempregados, com 19.945 inscritos ao longo do mês de Dezembro, seguido do motivo "despedido", com 7.469 inscritos e "fim de formação" (3.137).
(19.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Aumento do desemprego fragilizou as famílias portuguesas

 

Pobreza aumenta entre os jovens.


O risco de pobreza entre os jovens portugueses até aos 17 anos agravou-se entre 2007 e 2008, ano em que estalou a crise nos mercados financeiros internacionais. De acordo com dados revelados pelo gabinete europeu de estatísticas (Eurostat), aquela faixa etária era a que, nesse ano, estava mais susceptível a privações, com 23 em cada cem jovens a viver em risco de pobreza.

Mas se se agravaram as condições dos jovens, já o nível de vida dos portugueses com 65 ou mais anos melhorou. Segundo o Eurostat quatro em cada cem reformados saíram do risco de pobreza, com a redução de 26 para 22 por cento entre 2007 e 2008.

O risco de pobreza entre a população trabalhadora também se agravou, atingindo em 2008 os 12 por cento da população nacional.

A situação dos mais novos prende-se com o aumento do desemprego nas famílias mais carenciadas da população, de acordo com o professor Nuno Almeida Alves, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

Por outro lado, adiantou ao CM este investigador do Observatório das Desigualdades, a diminuição do risco de pobreza entre os mais velhos explica-se pelo reforço das políticas sociais em torno dos idosos, nomeadamente o complemento social de idosos , introduzido pelo Governo.

Em termos globais, 18 em cada cem portugueses encontra-se em risco de pobreza, pouco mais do que a média da União Europeia a 27, que se fixou nos 17 por cento.

PORMENORES
POBRES
As instituições que produzem estatísticas consideram pobres as pessoas que têm um rendimento inferior a 60 por cento do rendimento médio nacional per capita. O que, no caso português, significa que vivem com menos de 384,5 euros por mês.

CARÊNCIAS
O Gabinete de Estatísticas da Comissão Europeia recolheu dados sobre os níveis de conforto e de bem-estar nos 27 países da União Europeia. Também neste caso, os portugueses contam-se entre aqueles que vivem com mais dificuldades, como mostra o indicador de conforto das casas.(19.01.10
/Fonte : Correio da Manhã)

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Desempregados [portugueses] recebem cada vez menos dinheiro do Estado

 

O Estado tem vindo a canalizar cada vez menos recursos públicos para auxiliar as pessoas que se encontram arredadas do mercado de trabalho.

 

O Estado tem vindo a canalizar cada vez menos recursos públicos para auxiliar as pessoas que se encontram arredadas do mercado de trabalho.

A trajectória de descida, apenas interrompida por um ligeiro aumento durante a presente crise (resultante de medidas excepcionais), coincide temporalmente com a entrada em vigor das novas regras de atribuição do subsídio de desemprego.

Segundo as contas do Negócios, entre 2006 e 2009, os cofres públicos gastaram, em média, 313 euros mensais com cada desempregado. Um valor que fica longe dos 404 euros por mês desembolsados pelo Estado entre 2001 e 2005.

A redução dos apoios é também notória quando se calculam os gastos por subsidiado, isto é, apenas pelos desempregados que têm direito a subsídios. Neste universo, o Estado passou a gastar, em média, 498 euros per capita, contra 534 euros mensais nos primeiros cinco anos da década.
(18.01.10/Fonte : Jornal de Negócios)

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500 milhões de euros para apoiar o emprego em 2010

 

Governo aumentou prazos para os apoios sociais, num conjunto de 17 medidas transitórias

 

O Governo aprovou, ontem, quinat-feira, em Conselho de Ministros, a Iniciativa para o Emprego 2010, que visa apoiar cerca de 750 mil pessoas com um custo de 490 milhões de euros. Outras medidas aprovadas incluem a emissão de dívida pública para financiar o défice.

A Iniciativa para o Emprego 2010, aprovada ontem em Conselho de Ministros, é composta por um total de 17 medidas transitórias, que serão discutidas na próxima terça-feira, em reunião de Concertação Social. A ministra do Trabalho já garantiu, porém, que não deverão sair novas medidas dessa reunião.

"Não penso que tenhamos mais medidas até porque algumas resultaram já de duas reuniões prévias na Concertação Social, no âmbito da discussão do Rendimento Mínimo Garantido para 2010", disse Maria Helena André, acrescentando ainda não estar prevista a alteração dos montantes relativos ao subsídio de desemprego ou redução do seu prazo de garantia, algo reclamado, por exemplo, pela CGTP.

A central sindical reagiu às medidas anunciadas considerando que, além de fomentarem a precariedade laboral, são medidas que "criam expectativas na opinião pública de resolução dos problemas do emprego e do desemprego que têm depois escassa efectividade e são sucedidos por 'novos' programas".

"Fazemos uma avaliação positiva da execução do programa em 2009, na medida em que conseguiu salvar empregos, reforçar a qualificação profissional e evitar que muitos desempregados entrassem em situação de exclusão social", considerou a ministra do Trabalho.

Para os sindicatos, o maior defeito das medidas aprovadas ontem é, mesmo, terem na sua "directriz fundamental uma lógica de subsidiação do emprego na linha do que é reclamado pelo patronato", segundo a CGTP, com "a intenção de reforçar a precariedade de emprego por via dos contratos intermitentes e de apoios à contratação a termo".

Francisco Balsemão, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), considera que "estas são as medidas correctas, no actual cenário económico, para atenuar os riscos de instabilidade social devido ao desemprego e são, também, uma ajuda preciosa para que as empresas possam batalhar pelo fim da crise, aumentando a confiança por parte dos agentes económicos". Na opinião do empresário, as medidas de estágios são "bons mecanismos para que as empresas façam um esforço para tornar a contratar pessoas", enquanto as linhas de crédito para a criação de empresas por desempregados só pecam pela falta de "medidas junto dos bancos para crédito de factoring a montante".
(15.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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Falências aumentaram 49% e criação de empresas caiu 15% em 2009

 

Mais de 1250 empresas foram declaradas insolventes em 2009, o que representa um crescimento de 49 por cento em relação ao ano anterior, e foram constituídas 30.412 novas empresas, o que significa um decréscimo de 15 por cento.

Segundo o Estudo Anual de Insolvências e Constituições de Empresas da Coface, no decorrer do ano de 2009, o tribunal declarou a insolvência de 1251 empresas, mais 410 do que no ano anterior, o que representa um aumento de 49 por cento.

No mesmo período, foram constituídas 30.412 novas empresas, menos 4.562 do que em 2008, o que representa uma queda de 15 por cento, verificando-se uma diminuição das constituições ao longo do ano.

De acordo com o estudo da Coface, a que a Lusa teve acesso, “o Plano de Insolvência, em que os credores aceitaram um projecto de viabilização da empresa, diminuiu o seu peso no total das decisões, tendo caído dos 9,2 para os 6,4 por cento das decisões de insolvência.

Cerca de 53 por cento dos pedidos de insolvência foram requeridos por terceiros, como instituições financeiras ou fornecedores, tendo-se registado um aumento na ordem dos 50 por cento nas acções de apresentação à insolvência pela própria empresa para “tentar obter um plano de insolvência ou para os accionistas (sócios) ou gestores limitarem as suas responsabilidades”.

O Estudo Anual de Insolvências e Constituições de Empresas dá conta de um aumento de 36,2 por cento no total de decisões de insolvência em Portugal, de 3.267 acções publicadas em 2008 para 4.450 acções publicadas em 2009.

O distrito do Porto lidera as acções de insolvência, representando mais de um quarto do total de processos verificados, a que se segue Lisboa (18,3 por cento) e Braga (15,6 por cento).

Segundo o estudo, “as acções de insolvência são maioritárias nos distritos em que o número de empresas tem um maior peso”, destacando o caso positivo do distrito de Faro, em que prevalece a fileira turística e imobiliária, com apenas 2,1 por cento das acções de insolvência.

O sector da construção foi o mais atingido por acções de insolvência em 2009, representando cerca de 17,3 do total de processos, sendo seguido pelo sector do comércio por grosso e pelo têxtil, vestuário, couro e calçado que representam 15,3 e 14,3 por cento do total de acções respectivamente.

Em termos positivos, o Estudo Anual de Insolvências e Constituições de Empresas salienta o sector do lazer e da cultura, que regista uma taxa de incidência de 0,3 por cento das insolvências, a fileira alimentar e a educação e actividades de saúde humana.
(14.01.10/Fonte : Público)

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A economia está a crescer, mas os salários reais e o emprego ainda caem

 

As melhorias no mercado de trabalho ainda vão demorar a surgir.
Portugal vai voltar a crescer este ano, confirmou ontem o Banco de Portugal, mas isso não significa que, para muitos portugueses, as dificuldades tenham acabado.

A retoma moderada prevista para a economia nacional vai surgir acompanhada, durante 2010, de uma nova quebra no número de empregos e de uma redução real do rendimento disponível, algo a que as famílias portuguesas até tinham escapado em 2009.

No boletim económico de Inverno ontem divulgado, o Banco de Portugal reviu em forte alta a sua previsão de crescimento económico que já tinha sido feita há seis meses atrás, ou seja, numa altura em que ainda não tinham começado a surgir os actuais sinais de recuperação da actividade e da confiança dos agentes económicos. Por isso, em vez da contracção de 0,6 por cento prevista no Verão, o PIB português vai crescer 0,7 por cento em 2010, conseguindo mais uma aceleração para 1,4 por cento em 2011, diz o Banco de Portugal.

Estas projecções colocam Portugal, durante os próximos dois anos, a crescer a um ritmo semelhante ao do resto da zona euro e estão em linha com as previsões feitas pelo FMI, OCDE e Comissão Europeia no final do ano passado.

No entanto, apesar do regresso do crescimento, a palavra "crise" vai continuar, em 2010, a estar na boca de tantos ou mais portugueses.

Em primeiro lugar, por causa do desemprego. O Banco de Portugal não apresenta previsões para a taxa de desemprego, mas diz que, durante este ano, o emprego vai cair 1,3 por cento, tendo que se esperar por 2011 para assistir a uma retoma no mercado de trabalho.

Como explica o relatório ontem publicado, "a evolução do emprego deverá ser marcada pela forte contracção da actividade económica em 2009, que tenderá a ter um efeito sobre a procura de trabalho em 2010, reflectindo nomeadamente o habitual desfasamento entre o ciclo do produto e do emprego".

A taxa de desemprego em Portugal subiu, até ao terceiro trimestre do ano passado, até a um máximo histórico de 9,8 por cento. E, concretizando-se estas projecções do Banco de Portugal, para o ano de 2010 deverão estar reservados novos recordes.

A entidade liderada por Vítor Constâncio chega ainda à conclusão que, durante a actual crise, "ocorra uma destruição de emprego em termos líquidos muito superior à registada nos dois episódios recessivos anteriores [crises de 1993 e 2003]".

Rendimento real vai cair
O segundo grande problema que os portugueses vão enfrentar este ano é uma quebra do seu rendimento disponível em termos reais. Em 2009, quem não perdeu o emprego até conseguiu, por uma combinação de factores, garantir uma situação financeira mais confortável. As taxas de juro baixaram as prestações dos empréstimos e a taxa de inflação negativa fez com que os aumentos salariais fossem, em termos reais, mais generosos do que o esperado.

Em 2010, tudo irá mudar. Os juros, se os sinais de retoma na Europa se consolidarem, podem voltar a subir, a inflação será de novo positiva, afectada sobretudo pela evolução do preço dos combustíveis e a política salarial, deverá ser - e o Banco de Portugal aconselha - de forte moderação.

O resultado é que o rendimento disponível real das famílias irá registar em 2010 uma redução de 0,4 por cento, o pior resultado desde pelo menos o início do milénio. Em 2009, este indicador tinha registado um crescimento de 1,4 por cento.

Mais consumo, mais dívida
A questão, no entanto, coloca-se: como é que, perante este cenário difícil para muitos portugueses, a economia vai conseguir crescer e, em particular, como é que o consumo privado vai recuperar?

De acordo com as previsões do Banco de Portugal, o consumo privado, depois de uma contracção de 0,9 por cento em 2009, deverá crescer um por cento em 2010. Ou seja, quando o rendimento disponível aumentou, os portugueses consumiram menos e, agora, quando o rendimento cair, deverão voltar a reforçar o consumo. A explicação, diz o banco, está naquilo que os portugueses decidem ou não poupar. "Não obstante as limitações impostas pela manutenção de uma situação desfavorável no mercado de trabalho e pelo aumento progressivo das taxas de juro ao longo do horizonte de projecção, o crescimento do consumo deverá ser superior ao do rendimento disponível, implicando uma redução da taxa de poupança para níveis mais próximos dos prevalecentes em 2008".

Isto significa que o Banco de Portugal está a apostar que as famílias, mesmo num cenário em que vêem o seu rendimento real diminuir, vão deixar de lado a falta de confiança que os afectou no ano passado e voltar a consumir, especialmente os bens mais duradouros como automóveis ou electrodomésticos.

A concretização deste cenário é fundamental, porque é precisamente na revisão em alta da previsão para o consumo privado que está grande parte da explicação para a melhoria das projecções do PIB ontem reveladas pelo Banco de Portugal. Nos próximos dois anos, o contributo para a variação do PIB da procura interna tenderá a ser superior ao das exportações líquidas, o regresso a uma tendência do passado.
(13.01.10/Fonte : Público)

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Malparado está a crescer 300 milhões ao mês [em Portugal]

 

Famílias e empresas: O ritmo de crescimento do crédito em incumprimento continua acelerado nas empresas. Nos particulares, abranda um pouco na habitação, mas sobe no consumo.

Por cada mês que passa, aumenta em cerca de 200 milhões de euros o crédito malparado das empresas e em 100 milhões o dos particulares. No total, sector empresarial e famílias somam mais de nove mil milhões de euros de empréstimos em cobrança duvidosa, de acordo com os últimos dados publicados pelo Banco de Portugal online, referentes a Novembro de 2009. Entre as empresas, construção e imobiliário acumulam mais do dobro das dívidas em atraso.

Com o crédito concedido a particulares a crescer uns modestos 2,8%, em termos homólogos, os montantes de empréstimos em incumprimento das famílias aumentaram 26%, para os 3,8 mil milhões de euros. O seu peso no saldo total de crédito passou para 2,8% em Novembro, contra 2,2% em igual mês de 2008, um aumento de 27,2%.

Apesar destes valores, os níveis de malparado de particulares na habitação dão alguns sinais de abrandamento. Na habitação, existem actualmente 1927 milhões de euros em cobrança duvidosa, mais 20% que em Novembro do ano passado. No entanto, o rácio de malparado (peso no total) aumentou 13% de Novembro a Novembro, quando em Outubro e Setembro tinha subido 21%. O saldo total de empréstimos à compra de casa cresceu apenas 3,1% nos primeiros onze meses do ano passado, somando 108,5 mil milhões de euros.

No consumo, o malparado voltou a agravar-se. As dívidas já fora do prazo de pagamento para a compra de automóvel, electrodomésticos ou outro tipo de equipamento já perfazem 1,1 mil milhões de euros, contra 799 milhões em Novembro de 2008, mais 46%, traduzindo-se num acréscimo de 44% no rácio Em Outubro, o aumento absoluto do incumprimento tinha sido de 39%, enquanto o rácio apresentava um agravamento de 40,8%. A concessão de crédito ao consumo está praticamente estagnada, com aumento de 1,2% em Novembro, para os 15,4 mil milhões de euros.

Nas empresas, o malparado continua a crescer fortemente: 83% num ano, em termos absolutos, atingindo 5,3 mil milhões de euros. O seu peso no crédito total cresceu ainda mais - 98,2%. O sector imobiliário lidera agora o incumprimento entre as empresas, com 1535 milhões de euros de dívidas de crédito por pagar. Na construção, o montante é de 1518 milhões de euros.
(12.01.10/Fonte : Diário de Notícias)

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Necessidade de combater o défice: Sócrates corta no investimento público

 

O Governo vai cortar entre 10% a 15% no investimento público em 2010. A redução, que constará da proposta de Orçamento de Estado, é justificada com a necessidade de combater o défice.

O Ministério das Obras Públicas é um dos mais afectados com cortes na ordem dos 10% a 12% nas verbas inscritas no programa de desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC). Mas o Ministério de António Mendonça não é caso único, mas antes segue a regra aplicada a todos os Ministérios.

Fonte oficial do Ministério das Obras Públicas, citada esta segunda-feira pelo jornal ‘Negócios', explicou que em causa estão "restrições orçamentais" e "necessidade de contenção orçamental".

Ainda assim, os cortes não vão afectar as grandes linhas do Ministério das Obras Públicas, uma vez que as grandes obras não dependem do PIDDAC. Assim e apesar de cortar no investimento, José Sócrates não pretende abrir mão dos grandes projectos, como o TGV, o aeroporto de Lisboa ou auto-estradas, que na sua maioria são financiados em grande parte por entre empresas públicas em parceira com privados.
(11.01.10/Fonte : Correio da Manhã)

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Portugal: Desemprego subiu para 10,3% em Novembro

 

O desemprego na Zona Euro subiu 0,1 pontos em Novembro para os 10 %, com Portugal a manter também a trajectória de subida até aos 10,3 %, revelam dados hoje divulgados pelo Eurostat.

De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, a taxa de desemprego na Zona Euro é a mais alta desde Agosto de 1998.

Só em Novembro, o Eurostat estima que 102 mil pessoas tenham perdido os seus postos de trabalho nos países que utilizam a moeda única, elevando para 15,7 milhões o número de desempregados na região.

No conjunto dos 27, o desemprego também cresceu uma décima para os 9,5 por cento.

Espanha continua no segundo lugar dos Estados-membros com a taxa de desemprego mais elevada (19,4 por cento), apenas superada pela Letónia, onde o desemprego chegou em Novembro aos 22,3 por cento.

No lado oposto encontram-se a Holanda e a Áustria, a registar as taxas de desemprego mais baixas da União Europeia, 3,9 por cento e 5,5 por cento, respectivamente.
(08.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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EDP Renováveis venceu concurso eólico no Reino Unido

 

A EDP Renováveis foi seleccionada pela Coroa Inglesa na terceira ronda de atribuição de autorizações para o desenvolvimento de parques eólicos offshore no Reino Unido, anunciou a empresa num comunicado enviado à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).

Trata-se de um projecto de parques eólicos com capacidade estimada de 1,3 gigaWatts a desenvolver na Escócia, que a EDPR ganhou em parceria com a SeaEnergy.

Nop documento enviado à CMVM a EDPR explica que, “detém uma participação accionista de 75%, pertencendo os restantes 25% à SERL.

A renováveis realça que o Reino Unido é actualmente o maior mercado eólico offshore, oferecendo, segundo a empresa, grande potencial de crescimento.

Segundo a Lusa, o parque de Moray Firth, ao largo do nordeste da Escócia, deverá contar com 250 torres eólicas dispersas por uma área de 520 quilómetros quadrados, o equivalente ao Minho e ao Douro Litoral juntos. As torres serão construídas entre 2015 e 2020, após pelo menos quatro anos de estudos.
(08.01.10/Fonte : Público)

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Macvila suspende 130 trabalhadores

 

130 trabalhadores da Macvila (ex-Maconde) vão para casa durante dois meses, uma vez que a empresa "está com dificuldades financeiras e tem de reduzir a produção".

Segundo Madalena Sá, do Sindicato da Indústria Têxtil do Norte, os restantes 270 operários terão horário reduzido. O sindicato desconhece o período da suspensão, mas a Lusa apurou que decorrerá de 18 deste mês a 19 de Março, desconhecendo-se ainda que trabalhadores vai visar em concreto.

A sindicalista explica que a empresa manifestou, junto da comissão de trabalhadores e do sindicato, que "tem tido dificuldades em receber dos seus clientes, logo, está também a ter complicações para pagar aos funcionários".

A empresa havia garantido que pagaria o subsídio de Natal aos cerca de 400 operários antes do final do último ano, mas, até agora, só pagou "50%", garantiu Madalena Sá, que desconhece quando será disponibilizada o restante.

Os problemas e as dificuldades financeiras na Macvila começaram a ser visíveis nos últimos meses, tendo a empresa pedido ao IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas) um reforço dos incentivos estatais para superar esta crise.

Dois anos após o acordo de reestruturação assinado com a banca, a possibilidade de falência volta a pairar sobre a Macvila.
(07.01.10/Fonte : Diário de Notícias)

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Portugal é o segundo país do mundo com maior peso das eólicas

 

Por cada 100 Watt de electricidade consumidos no ano passado nos lares portugueses, 15,03 Watt vieram do vento, um valor que eleva o país do terceiro para o segundo lugar mundial no contributo de energia eólica, atrás da Dinamarca e agora à frente da Espanha.

Os dados publicados ontem pela Redes Energéticas Nacionais (REN) sobre a produção de energia eléctrica em Portugal, em 2009, mostram que, por cada 24 horas, três horas e 36 minutos, em média, vieram do vento, ou seja, mais 31,6 por cento do que no ano transacto.

Num ano de 1,4 por cento de quebra de consumo e de redução da importação de electricidade para metade, a produção nacional eólica de 7493 GigaWatt-hora quase equivaleu (96 por cento) à de Sines e Tapada do Outeiro em conjunto e ficou pouco abaixo (94 por cento) do contributo de todas as barragens em funcionamento. Teve a ajudar as condições meteorológicas dos últimos dois meses do ano que foram especialmente ventosos.

Com um crescimento de produção também nas outras fontes renováveis (mais 24,7 por cento de hidroelectricidade, mais 315 por cento de fotovoltaico, que partiu de uma base muito baixa) e ainda com o contributo das energias limpas usadas, por exemplo, na co-geração e na biomassa, as renováveis representaram 35,9 por cento de todo o consumo de energia eléctrica em Portugal no ano passado. Confirmam-se, assim, os valores avançados pelo índice E.Value na edição de sábado passado no PÚBLICO.

Contudo, 35,9 por cento é o valor de base e não o final que conta para avaliar o ritmo de cumprimento da meta de 45 por cento de renováveis em 2010, prometida por José Sócrates. Para isso, é preciso retirar aos 35,9 por cento o efeito das variações anuais de mais ou menos chuva e torná-lo comparável com os outros anos, um processo que os técnicos chamam de correcção de hidraulicidade e que o Eurostat reconhece. A partir daqui, não há mais consenso.

A Associação Portuguesa das Energias Renováveis (APREN) defende que a correcção deve ter em conta que 2009 foi um ano hidrológico 23 por cento abaixo da média: o peso corrigido das renováveis no total da electricidade consumida em 2009 é, assim, de 41,1 por cento.

A metodologia da Direcção-Geral de Energia e Geologia, contestada pelo sector e pelos ambientalistas e que se prevê seja revista em 2010, usa 1997 como ano hidrológico de referência, tendo sido um ano 22 por cento acima da média. Com a correcção da DGEG, Portugal já ultrapassou a meta, com 46,1 por cento.

O presidente da APREN, António Sá da Costa, admite que o país pode chegar aos 45 por cento no final de 2010 "mas será difícil". Para isso, precisa de ver arrancar todos os projectos eólicos em marcha e à espera de licenciamento, ter prontos os reforços de potência das barragens da EDP, ter mais co-geração com energia renovável e, em especial, que o consumo não cresça ou cresça apenas um por cento. Se crescer mais, precisará de importar energia e esta será fóssil, diluindo o peso das renováveis.

Em Espanha, segundo os dados da Red Electrica, a energia eólica cobriu 14,3 por cento da procura. Passou de segundo para terceiro lugar, em termos mundiais, mas ainda assim tem razões para assinalar também o facto: a energia eólica produziu mais 15,57 por cento do que em 2008, ultrapassou pela primeira vez o carvão e confirmou-se como a terceira tecnologia do sistema eléctrico do país. Na Dinamarca, a eólica pesa mais de 20 por cento.
(06.01.10/Fonte : Público)

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Trabalhadores da NVA pedem suspensão dos contratos

 

Os cerca de 30 trabalhadores da fábrica de confecções NVA, em Oliveira do Hospital, pediram a suspensão dos contratos de trabalho, revelou hoje Fátima Carvalho, presidente do Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro (STLVC).

 

A decisão dos trabalhadores prende-se, segundo a sindicalista, com o facto de estarem "com três meses de salários em atraso".
Fonte da gerência da empresa confirmou à agência Lusa que os trabalhadores entregaram na terça-feira uma carta pedindo a suspensão dos contratos, no entanto, mantém a esperança de que esta posição seja reversível, já que "a vontade da empresa é retomar o trabalho".
 

A mesma fonte adiantou que a empresa promoveu uma paragem durante o período de festas natalícias, para que os trabalhadores "gozassem alguns dias de férias", mas tinha a intenção de retomar os trabalhos no início do ano.

"A empresa tem encomendas e pretende retomar a produção", afirmou a fonte da empresa, adiantando que até ao próximo dia 12 haverá uma reunião entre a administração e os trabalhadores para "um melhor esclarecimento da situação actual e para perspectivar o futuro".

Entretanto, na terça-feira, 176 trabalhadores de outra empresa têxtil de Oliveira do Hospital, a Fabriconfex, que têm os contratos suspensos desde 17 de Novembro, decidiram dar um prazo até dia 11 de Fevereiro para que a administração se pronuncie quanto ao futuro da empresa.

Esta é já a sexta empresa que entra em graves dificuldades nos últimos dois anos no concelho de Oliveira do Hospital, deixando sem trabalho mais de 600 trabalhadores da área das confecções, o principal sector empregador do concelho.
Segundo a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, a taxa de desemprego no concelho ultrapassa já o dobro da média nacional, com cerca de 22% de desempregados.
(06.01.10/Fonte : OJE)

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Martifer Solar ganha contrato de 30 milhões em Cabo Verde

 

A Martifer Solar assinou um contrato no valor de 30 milhões de euros com o Ministério da Economia, Crescimento e Competitividade de Cabo Verde para o fornecimento e instalação de dois parques de energia solar nas ilhas do Sal e Santiago, informou a empresa do grupo Martifer em comunicado.

A Martifer Solar assinou um contrato no valor de 30 milhões de euros com o Ministério da Economia, Crescimento e Competitividade de Cabo Verde para o fornecimento e instalação de dois parques de energia solar nas ilhas do Sal e Santiago, informou a empresa do grupo Martifer em comunicado.

As centrais fotovoltaicas têm um prazo de conclusão de sete meses e, segundo a Martifer, quando forem inauguradas serão "as duas maiores centrais fotovoltaicas do continente africano". A de Santiago terá uma potência de 5 megawatts (MW), enquanto a do Sal contará com 2,5 MW.

De acordo com o presidente executivo da Martifer Solar, Henrique Rodrigues, estas duas unidades irão contribuir com cerca de 4% da capacidade de produção de energia de Cabo Verde, que antes já anunciou outros projectos de energias renováveis.

As duas centrais, construídas no âmbito de uma linha de crédito concedida ao governo cabo-verdiano para a área das energias renováveis, evitarão a emissão de 13 mil toneladas por ano de C02 e vão utilizar os painéis Martifer produzidos pela sua unidade fabril de Oliveira de Frades.

A Martifer tem ainda um protocolo com o governo de Cabo Verde para a prestação de serviços de consultoria e assistência técnica na aplicação de um plano energético renovável naquele país africano.
(06.01.10/Fonte : Jornal de Negócios)

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Vendas de carros [em Portugal] já não desciam tanto há 22 anos

 

Em 2009, queda nos ligeiros de passageiros foi de 24,6%, atirando mercado para níveis anteriores a 1988. E sem incentivos seria pior.

O mercado automóvel nacional teve em 2009 o pior resultado dos últimos 22 anos no que respeita às vendas de veículos ligeiros de passageiros novos, que registaram uma quebra de 24,6% no total do ano passado comparativamente a 2008. No conjunto dos diversos segmentos de veículos - ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros e veículos pesados - a descida homóloga foi ainda maior (26%).

No que se refere aos ligeiros de passageiros, as 160 996 unidades comercializadas até Dezembro voltaram a colocar o mercado em níveis apenas encontrados antes de 1988, quando as importações de automóveis se encontravam ainda contingentadas pelo Estado. De acordo com a Associação Automóvel de Portugal (Acap), "a crise económica e a elevada fiscalidade são os grandes responsáveis pela forte contracção do mercado automóvel nos últimos anos", mas lembra que as vendas de 2009 teriam sido ainda piores sem o programa de incentivos ao abate de veículos em fim de vida, que se encontra porém suspenso desde 1 de Janeiro. As vendas realizadas ao abrigo deste programa têm representado desde Agosto quase um terço (cerca de 32%) das vendas de ligeiros de passageiros, atingindo em Dezembro os 40%, salienta a Acap, que considera que "a interrupção abrupta e inesperada daquele programa terá graves consequências para o sector do comércio automóvel no curto prazo".

Segundo os dados ontem divulgados pela Acap, as vendas totais de automóveis em Portugal caíram em Dezembro 18,8% face a um ano antes, para 22 164 veículos. Destes , 17 369 foram automóveis ligeiros de passageiros, menos 17,9% do que em igual mês de 2008. Entre as marcas mais vendidas em Portugal, a Opel foi a mais atingida neste segmento, encerrando o total do ano com menos 45,9% de unidades comercializadas do que em 2008.

Já os comerciais ligeiros ficaram-se no mês passado pelas 4572 unidades, o que representa uma queda de 20,2% face a igual mês do ano anterior, situando-se a descida acumulada até Dezembro em 29,8%, com um total de 38 890 veículos. O pior resultado ficou porém a dever-se aos veículos pesados, com apenas 223 unidades vendidas em Dezembro, menos 44,4% do que um ano antes. No total de 2009, foram comercializados neste segmento 3796 veículos, o que representa um recuo de 40,1% face a 2008.

A crise também se fez sentir nas vendas de automóveis em Espanha, com as associações do sector a indicarem uma queda de 17,9% em 2009 e o pior volume vendido (952 772 unidades) desde 1995.
(05.01.10/Fonte : Diário de Notícias)

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Salvador Caetano vai produzir autocarro eléctrico

 

Veículo deverá começar a circular em Portugal e Alemanha a partir de Setembro

A CaetanoBus, do grupo Salvador Caetano, está a desenvolver um autocarro eléctrico, um projecto de quatro milhões de euros, que deverá começar a circular em Portugal e na Alemanha a partir de Setembro.

"O desenvolvimento de melhores baterias e com maior autonomia e o anúncio por parte do Governo da criação de uma rede de abastecimento para o carro eléctrico levaram-nos a retomar o projecto de um autocarro 100% eléctrico", revelou o presidente da CaetanoBus.

Em entrevista à Lusa, José Ramos adiantou que o calendário do projecto prevê "em Setembro ter dois protótipos concluídos", acrescentando que "um vai ser testado em Portugal e o outro na Alemanha", e, no início de 2011, iniciar a produção nas instalações da CaetanoBus, em Gaia.

O autocarro eléctrico é vocacionado para as grandes cidades e aeroportos, um mercado em que a CaetanoBus tem forte presença em todo o mundo, através da marca Cobus.

"O nosso grande mercado alvo é a Europa, mas até podemos vender para os EUA, depois de feitas algumas adaptações", acrescentou.

Numa primeira fase, o autocarro eléctrico da Salvador Caetano vai ser alimentado por baterias de lítio importadas da China, mas o objectivo é vir a integrar baterias que serão produzidas em Portugal, sendo esta componente responsabilidade da Efacec, que é parceira da Salvador Caetano neste projecto.

O veículo terá uma autonomia de 100 a 150 quilómetros, o que, "se se considerar que um autocarro faz uma média de 10 a 20 quilómetros/hora, vai permitir fazer um turno completo sem ser necessário carregar".

Jorge Pinto, administrador da CaetanoBus, acrescentou que o autocarro eléctrico será modelar, podendo ter entre 10 e 14 metros e 50 a 70 lugares, e será comercializado com a marca Cobus e Caetano. "Já definimos as especificações-base e agora há todo o trabalho de engenharia pela frente em que é preciso adaptar os chassis às especificidades do autocarro eléctrico", revelou o administrador da empresa, acrescentando que "vai ser constituída uma equipa de dez pessoas para o projecto".

Nos anos 90, a CaetanoBus desenvolveu um autocarro eléctrico vocacionado para os aeroportos, mas o projecto acabou por não avançar, segundo José Ramos, "devido à fraca fiabilidade que as baterias tinham nessa altura".

Mas a tradição nos transportes públicos movidos a electricidade vem dos anos 70, quando a empresa do grupo Salvador Caetano fabricou os troleicarros, que circulavam nas cidades do Porto e de Coimbra.

A Salvador Caetano está ainda a finalizar a compra dos 26% da CaetanoBus à Daimler Chrysler, passando a deter a totalidade da empresa de fabricação de carroçarias e veículos para o transporte de passageiros, operação que, segundo José Ramos, vai "dar mais liberdade para trabalhar com outros fabricantes [de chassis]".
(04.01.10/Fonte : Diário de Notícias)

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Construção poderá chegar aos 95 mil desempregados

 

Empresas receiam nova quebra na actividade, a somar a um ano com números muito baixos.


As empresas do sector da construção têm uma visão pessimista para 2010, antevendo que o desemprego possa continuar a subir e atingir 95 mil trabalhadores, quando acabam de sair de mais um ano negro, com quebras homólogas superiores a 8%.

O desemprego no sector da construção tomou grandes proporções durante o ano de 2009, com cerca de 51 mil pessoas da área inscritas nos centros de emprego, ou seja, cerca de 30% do total dos desempregados no país. E, de acordo com a AECOPS - Associação de Empresas de Construção Obras Públicas e Serviços, "o desemprego será um dos maiores problemas a enfrentar em 2010".

Reis Campos, da ACCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, admite que possa chegar aos 95 mil trabalhadores (ver ficha).

Mas, a inexistência de trabalho não se limita ao sector, como frisou a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), recordando todos os outros sectores de actividade com os quais existem relações de interdependência, e que, por isso, o desemprego no sector arrasta consigo muitos outros.

Recuperação

Daí, insistirem que "a recuperação do sector" permitirá também "atenuar o desemprego nacional, o problema mais premente da economia". No entanto, defendem que essa recuperação depende muito da actuação do Governo.

"É necessário que sejam tomadas medidas, que sejam adjudicadas as obras calendarizadas, algumas começaram a ser adjudicadas no primeiro semestre de 2009, como foi o parque escolar, mas depois entrámos no calendário eleitoral e ficou tudo parado", referiu Reis Campos. E o "tudo" são as barragens, os parques de energia eólica, os edifícios previstos para o parque judicial, os hospitais e a reabilitação urbana, além do TGV e do aeroporto.

Apontadas algumas medidas que possam travar uma década de queda no sector, as associações lembram existirem outros entraves que irão perdurar por 2010, como "os atrasos nos pagamentos do Estado às empresas e a dificuldade na obtenção de crédito bancário", além da falta de investimento, privado ou público.

É que para a descida que se tem vindo a verificar desde 2002 no sector, pesam muito, nomeadamente, actividades de construção de habitação e não residencial.

"O investimento na construção de habitação e reabilitação diminuiu 11% em 2009. Em Portugal, ao contrário de outros países, como a França, não se investiu nesta área como uma medida anticrise", referiu Reis Campos.

E, acrescentou: "Os números são claros. Em 2009, não ultrapassámos os 30 mil fogos, ou seja, sete por mês, por concelho, quando em 2001 eram cerca de 120 mil fogos". A estes números soma ainda o facto de a actividade residencial no sector representar cerca de 38% do volume de trabalho, e à volta de 60% do número de trabalhadores. As obras públicas representam o restante (37 e 40%).
(04.01.10/Fonte : Jornal de Notícias)

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