Já foi notícia !
09/09
Vendas a retalho acentuam queda em Agosto
Os portugueses compraram menos em Agosto.
No mês passado, o volume de negócios no comércio a retalho recuou 2,7% face ao mesmo mês do ano passado, depois de ter registado uma quebra homóloga de 0,8% em Julho.
Em termos mensais, as vendas do comércio a retalho recuaram 0,7% em Agosto, contra o aumento de 3,3% registado em Julho, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Se forem excluídos dos cálculos os preços dos combustíveis, as vendas a retalho em Portugal caíram 2,3% em Agosto, contra o recuo de 1,2% observado em Julho, precisou a mesma fonte.
Já o emprego e o número de horas trabalhadas no comércio a retalho recuaram ambos 1,4% face ao mesmo período de 2008, adianta o INE.
Em sentido contrário estiveram os vencimentos, que aumentaram 6,4% em relação a Agosto de 2008.(30.09.09/Fonte : Diário Económico)Défice português está na mira de Bruxelas
INE diz que o país vai fechar o ano com um buraco de 5,9% e enviou a 2.ª notificação ao Eurostat.
A Comissão Europeia irá abrir em Novembro um procedimento de "défice excessivo" contra Portugal, uma situação em que se encontram mais de metade dos Estados-membros da União Europeia, que viram as contas públicas derrapar com a crise.
Bruxelas irá fazer recomendações, colocar Lisboa sob "vigilância orçamental" e avançar com um calendário para sair da situação de desequilíbrio das contas superior a 3% do PIB (défice excessivo). O período que será dado para corrigir o "défice excessivo" português será negociado com as autoridades nacionais.
Ontem, também o INE enviou a segunda notificação do ano no âmbito do procedimento dos défices excessivos para o Eurostat, projectando que Portugal termine o ano com um buraco nas contas públicas de 5,9%. As previsões para o saldo orçamental de 2009 apontam ainda que a dívida bruta das administrações públicas se situe nos 74,5% do PIB.(29.09.09/Fonte : Correio da Manhã)
O fim da maioria absoluta do PS coloriu o novo mapa dos círculos eleitorais, tradicionalmente só rosa-laranja, pois tanto o CDS (a surpresa destas eleições) como o BE elegeram deputados em mais de metade do País
Sócrates pode sorrir, apesar de ter perdido meio milhão de votos e, sobretudo, a maioria absoluta que lhe permitia governar à sua maneira: venceu à direita e à esquerda. Falhou a reedição da maioria absoluta de 2005, mas esse resultado tinha sido invulgar, porque em 2005 o PSD só ganhou na Madeira e em Leiria - e, agora, naturalmente, Viseu, Aveiro ou Vila Real voltaram ao estatuto de bastiões laranjas. Mas o resto do mapa nacional (apesar da taxa de desemprego, do protesto dos professores, do caso Freeport), mesmo pintalgado pelos pequenos, que elegeram deputados onde menos se esperava, continua a ser rosa.
O resultado de Manuela Ferreira Leite, após o triunfo nas europeias que as sondagens "escondiam", é uma das marcas deste triunfo socialista. Quando "chegou a hora da verdade" , como se lia nos seus cartazes, teve apenas mais sete mil votos que Santana Lopes (embora ainda faltem contar os do estrangeiro). E se a líder fala nas três eleições deste ciclo - venceu para o PE e espera manter a tradição de ganhar as autárquicas (até porque em concelhos como Lisboa, Porto e Coimbra o PSD está coligado com o CDS) - os barões dificilmente resistirão a pedir-lhe contas após as municipais.
E, contrariando todas as sondagens, o outro vencedor da noite foi o CDS. Pouco importando se beneficiou ou não de algum eleitorado laranja desencantado, Paulo Portas até ultrapassou as suas expectativas: não só voltou a ser a terceira força política, com um resultado acima dos dois dígitos, como elegeu deputados em círculos "improváveis" (Coimbra, Faro, Madeira) e tornou-se o único pequeno a fazer maioria com o PS.
Em contrapartida, à esquerda da esquerda, apesar dos discursos de Francisco Louçã e de Jerónimo de Sousa, as vitórias sabem a pouco - e Sócrates ganhou aos que pareciam ir beneficiar das mega-manifestações da CGTP. O BE ultrapassou o meio milhão de votos e ganhou dimensão nacional, elegendo em metade dos círculos do Continente. O PCP subiu em votos e elegeu mais um deputado. Mas só juntos (num país sem tradição de frentes de esquerda) podem garantir maioria ao PS.
Agora, tudo está em aberto, com Sócrates a poder hesitar entre Portas e Louçã-Jerónimo. E os tempos que aí vêm são para quem gosta da política pura.(28.09.09/Fonte : Diário de Notícias)13 mil pessoas devem pedir ajuda salarial este ano
O Fundo de Garantia Salarial (que paga uma parte do salário dos trabalhadores ou da indemnização em caso de falência quando a entidade empregadora não o faz) espera receber 13 mil pedidos de ajuda, este ano, que poderão custar entre 55 e 61 milhões de euros. Os números estão inscritos no Plano de Actividades do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e admitem só um pequeno aumento do número de pedidos face a 2008 (mais 300).
Ainda assim, o Fundo assegura poder reforçar o orçamento, caso o montante previsto não chegue para fazer face aos pedidos. Este ano, até Agosto, pagou 35,1 milhões de euros, em resposta a 8431 requerimentos, interpostos sobretudo em Lisboa e em Braga, relevou ontem a Lusa, que também adiantou que o fundo de estabilização financeira da Segurança Social (uma reserva de dinheiro que será usada caso o sistema deixe de conseguir pagar as reformas) valorizou-se 5%, este ano.
O responsável pela gestão deste dinheiro, Manuel Baganha, assegurou que o Fundo "já recuperou completamente das rentabilidades negativas [do prejuízo] do ano anterior" e contabiliza, agora, 9,3 mil milhões de euros.
Esta verba só será accionada em caso de falência do sistema de pensões, um cenário que terá sido afastado com as mudanças à lei introduzidas pelo actual Governo. Aliás, num balanço dos quatro anos de mandato, o secretário de Estado do pelouro, Pedro Marques, referiu esta reforma como uma das mais importantes da legislatura, com o apoio da Concertação Social (excepto a CGTP).
Além das pensões, Pedro Marques destacou medidas como a criação do Complemento Solidário de Idosos e do abono pré-natal, a aprovação de um novo Código Contributivo e o alargamento da rede de creches.(25.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Aumento do crédito malparado obriga empresas a reforçar equipas de cobrança
O aumento do número de clientes que não consegue pagar as prestações de crédito ao consumo obrigou as empresas que operam neste segmento a reforçar as equipas de cobrança de dívidas. Na Cofidis, os inúmeros telefonemas de pessoas a avisar que não vão conseguir pagar as próximas prestações de crédito, levou mesmo a direcção da empresa a criar um departamento específico só para responder a estes casos.
“O crédito malparado está a crescer e o fenómeno não está estável. Na Cofidis podemos dizer que os incumprimentos aumentaram 50 por cento, mas são os números nacionais”, disse ao PÚBLICO Céline Motte, directora-geral. Para gerir o problema, a instituição financeira recrutou novos trabalhadores e mobilizou “pessoas das áreas comerciais para fazer recuperação de dívidas”. A equipa passou de 191, em 2008, para 216 este ano, mas o aumento de trabalhadores também se verificou nas áreas financeira, auditoria interna e informática (37 recrutamentos ao todo). Do universo total de trabalhadores (550), mais de 39 por cento está dedicado à cobrança.
O Cetelem, que comprou em Maio o negócio da Credifin, também contratou 25 novos trabalhadores para fazer cobranças, um reforço que, segundo Susana Godinho, responsável financeira, “está em linha com o crescimento da carteira gerada em anos anteriores e visou o tratamento mais precoce do incobrado”. A intenção é não “deixar agravar o incumprimento” e chegar a acordo de pagamento com o cliente. No final de Junho, o crédito malparado representava 7,9 por cento do total da carteira concedida pela empresa do grupo BNP Paribas e, diz Susana Godinho, “encontrava-se totalmente coberto por provisões específicas e para riscos gerais de crédito”.
Os dados do Banco de Portugal, divulgados esta semana, confirmam a forte subida do malparado no crédito ao consumo concedido a particulares. Face a Julho de 2008, o incumprimento subiu 53 por cento, atingindo os 1,04 mil milhões de euros. Do total do crédito concedido (15,4 mil milhões de euros neste segmento), 6,7 por cento está em cobrança duvidosa.
Com as taxas de incumprimento a aumentar, a Cofidis também emprestou menos dinheiro este ano (uma quebra de 50 por cento), fruto do contexto e de uma “preparação interna para a recuperação” no pós-crise. Segundo Céline Motte, vão ser lançados produtos, adaptados às novas necessidades dos clientes. “Há uma mudança de comportamento, as pessoas estão a abrandar o consumo, fazem escolhas e estão menos impulsivas na compra”, exemplifica. Outro fenómeno trazido pela crise foi o contacto prévio dos clientes a avisar que já não têm dinheiro para pagar a prestação. “Devido ao desemprego e à redução do rendimento, ligam-nos a dizer que vão ter dificuldades. São pessoas que nunca tiveram problemas”, revela. Para encontrar soluções, que passam, por exemplo, por alargar o prazo de pagamento, foi criada uma nova estrutura que emprega seis pessoas. Também o Cetelem admite receber cada vez mais contactos de clientes nesta situação. No primeiro semestre, a carteira de crédito concedida subiu um por cento face a 2008, para 1,4 mil milhões de euros, depois de ter sido suspenso o investimento “na actividade de aquisição directa de clientes”. A concessão de novos empréstimos sofreu quebras superiores a 20 por cento.(24.09.09/Fonte : Público)Buraco do Estado de 36 milhões/dia
Défice: Diferença entre receitas e despesas sobe a 8,712 mil milhões de euros.
O défice do Estado regista uma média diária próxima de 36 milhões de euros, o que significa que em cada hora que passa o buraco entre as receitas e as despesas é de 1,5 milhões de euros. O ritmo do défice aumentou este ano 153% face aos primeiros oito meses de 2008. No ano passado o saldo negativo do Estado registava 3,436 mil milhões, este ano já ascende a 8,712 mil milhões.
A culpa é da abrupta quebra de receitas de 15,4%. A recessão económica tem efeitos devastadores nos cofres fiscais, com o IVA, o imposto que mais reflecte o andamento da economia real, a perder 23,6%.
A redução de receitas do IVA é dramática. De Janeiro a Agosto tinha rendido 9,28 mil milhões, enquanto em igual período de 2009 só gera receitas de 7,09 mil milhões. O imposto sobre veículos também sofre uma quebra de 28,1%.
O Ministério das Finanças tem uma visão optimista da evolução do défice. Diz o comunicado do gabinete de Teixeira dos Santos que em Agosto registou-se uma "desaceleração muito significativa". Explica ainda o Ministério que este "aumento do défice foi inferior, em termos relativos e absolutos, aos verificado entre os mesmos meses de 2008. O Governo acredita que a recuperação da conjuntura económica já se "estará a reflectir positivamente sobre as contas públicas". Segundo o Ministério das Finanças, a manter-se este ritmo de evolução, a despesa não excederá os limites fixados no Orçamento de Estado para 2009.
DESPESA COM O DESEMPREGO SOBE 27%
A despesa do Estado com o subsídio de desemprego, social de desemprego e apoios ao emprego, subiu 27 por cento entre Janeiro e Agosto de 2009, face ao período homólogo de 2008. Foram gastos mais de 1,3 mil milhões de euros com os trabalhadores que perderam o seu emprego.
Outro factor importante que influenciou o aumento da despesa da Segurança Social (mais 10,3 por cento) foi o acréscimo das pensões e complementos (que levaram 8,6 milhões de euros dos cofres do Estado), em particular as pensões de "velhice" e "sobrevivência" que aumentaram 5,3 e 6,5 por cento respectivamente.(22.09.09/Fonte : Correio da Manhã)"Supercamiseiros" pede insolvência e despede 51
Empresa de Guimarães deve dois meses de salário e 200 horas extraordinárias às funcionárias despedidas.
"É uma empresa que pôs sempre as trabalhadoras a fazer horas extraordinárias, que tinha encomendas e matéria-prima e, mesmo assim, ficou a dever dois meses de salário às funcionárias e não lhes pagou nem um cêntimo das horas extra", referiu Adão Mendes, coordenador da União de Sindicatos de Braga.
A empresa Supercamiseiros, Confecções Ldª, em Brito, Guimarães, apresentou hoje de manhã o pedido de insolvência e entregou às 51 trabalhadoras a documentação necessária para que possam solicitar o pagamento do subsídio de desemprego.
"Nunca nos faltou trabalho e, este Verão, adiámos as férias para Setembro para poder terminar algumas encomendas na data prevista", explicou Esmeralda Martins, funcionária da Supercamiseiros.
A empresa de confecção de camisas e blusas foi fundada em 1997 e apresentava um capital social no valor de oitenta mil euros.
Depois das férias, as trabalhadoras deslocaram-se à fábrica para iniciar funções, mas encontraram a porta da empresa fechada e um advogado à sua espera.
"Disseram-nos que a fábrica ia fechar porque não tinha encomendas", afirmou Esmeralda Martins.
"Numa altura em que os políticos tanto falam nas pequenas e médias empresas [PME], é mais uma que pede insolvência e que não paga dois meses de salário às trabalhadores", salientou Adão Mendes.
Sem trabalho e sem salário, as funcionárias não acreditam que lhes sejam pagas as horas extraordinárias.
"A administração pediu-nos para assinar um documento onde dizia que a empresa não nos devia nada e que nos tinha pago as horas extra e nós assinámos", frisou Esmeralda Martins.
Em causa, segundo a trabalhadora, estaria uma possível coima aplicada pela Autoridade para as Condições de Trabalho que os responsáveis pela empresa não queriam pagar.
"Ficámos sem o dinheiro e sem o direito de reclamar o dinheiro que nos devem", finalizou a costureira.
A administração da empresa esteve indisponível para falar com a Lusa.(21.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Malparado nas empresas: Construção e imobiliário com metade das dívidas
O crédito em cobrança duvidosa no tecido empresarial português atingiu 4,2 mil milhões de euros em Julho, o dobro de há um ano. Aumento das dívidas incobráveis varre todos os sectores
As empresas portuguesas estão com "a corda na garganta". O forte crescimento do crédito malparado não dá sinais de abrandar (pelo contrário), tendo mais que duplicado no último ano terminado em Julho. E mais de metade dos empréstimos em cobrança duvidosa estão nas mãos de dois sectores, construção e imobiliário.
Nos primeiros sete meses de 2009, o crédito malparado gerado pelas empresas portuguesas atingiu 4,2 mil milhões de euros, o dobro dos 2,1 mil milhões de Julho de 2008 e o valor mais alto desde 1997, ano em que começaram a ser publicadas as séries do Banco de Portugal. Ultrapassam já em 600 milhões de euros, o malparado dos particulares, que em Julho chegava a 3,6 mil milhões de euros.
De acordo com os primeiros dados divulgados online e que antecipam o boletim estatístico Banco de Portugal a publicar hoje, construção e actividades imobiliárias partilham, em termos absolutos, os valores mais elevados de incumprimento perante a banca. As empresas construtoras deviam aos bancos, em Julho, 1,2 mil milhões de euros, contra 698 milhões em igual mês do ano passado.
Já as sociedades imobiliárias, que enfrentam a mesma crise, com o aperto no crédito bancário a traduzir-se ainda em menor venda de imóveis, apresentam um montante de crédito em dívida de 1,1 mil milhões de euros no mesmo mês, uma subida de 160% face a Julho de 2008.
Mas o aumento do malparado varre, de forma generalizada, os diversos sectores de actividade. Também no comércio (retalho e por grosso), o aumento da cobrança duvidosa é na ordem dos 93%, apesar dos valores absolutos serem menores - 756 milhões de euros por cobrar. Na indústria extractiva, o malparado subiu 112,5%, apesar do incumprimento ser apenas de 17 milhões de euros em Julho.
Quanto ao crédito total concedido pela banca ao sector empresarial, o seu saldo cresceu 7,7% nos primeiros sete meses deste ano, atingindo 117,5 mil milhões de euros. Um abrandamento que faz com que o malparado já represente 3,6% deste total, quando em Julho do ano passado este rácio era de 1,9%.
São precisamente os sectores de actividade com maiores níveis de malparado que registam os crescimentos mais reduzidos na concessão de crédito. Até Julho, o saldo do crédito concedido à construção e imobiliário cresceu apenas 5,6 e 5,1%, respectivamente, tendo estagnado (0,3%) o saldo dos empréstimos ao comércio.
De salientar que o sector das pescas é o que mais cresce na concessão de crédito, mais 52,5% no período em análise.(21.09.09/Fonte : Diário de Notícias)Incumprimento duplica na construção
O rácio de incumprimento no crédito concedido para construção duplicou nos últimos dois anos, de 2,7 para 5,4%, segundo dados divulgados ontem por responsáveis de alguns bancos, sendo uma das razões que leva a maior selectividade.
"Eu acho que a realidade é até muito mais séria do que este número", admitiu o director geral da EuroHypo em Portugal, um dos oradores na conferência "O mercado financeiro e o sector imobiliário" no âmbito do Salão Imobiliário de Portugal (SIL).
Embora não sendo o segmento com mais peso no crédito concedido - representa cerca de 9% do total no caso da CGD, que é líder de mercado -, o crédito para construção [não inclui crédito para compra de casa] as adaptações e algumas dificuldades vividas no sector foram salientadas pelos representantes dos bancos.
"O incumprimento pode aumentar, mas acreditamos poder estabilizá-lo", disse o representante da CGD na conferência, Paulo Sousa, que defendeu, contudo, a maior estabilidade do mercado em Portugal "comparado, por exemplo, com Espanha".(18.09.09/Fonte : Jornal Económico)Mais 120 mil vão perder o emprego até 2010
Previsões são da OCDE: Portugal integra o grupo de países em que o pior impacto social da crise ainda está para vir.
A economia portuguesa parece ter batido no fundo, os políticos ensaiam mensagens de optimismo, mas a maior parte do impacto social da crise em Portugal está ainda para vir, avisou ontem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). No relatório anual sobre emprego nos 30 países membros, ontem publicado, a OCDE apresenta uma estimativa da factura da crise no trabalho em Portugal: 210 mil novos desempregados entre o final de 2007 e de 2010. Até Junho deste ano, a sangria ia em 87 mil empregos. A verificar-se a previsão, ainda 123 mil pessoas deverão perder o emprego até ao final de 2010.
"O pior em termos de desemprego está ainda por acontecer em Portugal", confirma ao i Paul Swain, economista sénior da OCDE. As previsões ontem divulgadas baseiam-se em dados de Junho, sendo por isso anteriores à revisão em alta do crescimento em 2010 entretanto feita pela OCDE - contudo, pouco se altera em termos de impacto no emprego. "O cenário pode ser ligeiramente menos mau que o descrito no relatório - no entanto, indica correctamente que os governos da OCDE estão perante uma enorme crise no emprego que irá persistir durante um período de tempo considerável", sublinha Paul Swain.
Já o governo mantém a esperança de que as previsões não se concretizem. "Os valores referidos no relatório da OCDE são projecções baseadas em dados económicos históricos (...). Espero que não se concretizem tendo em conta as medidas tomadas para promover o emprego e a evolução da situação económica", afirmou ontem o secretário de Estado Fernando Medina à agência Lusa.
Em termos globais, o drama social assume uma proporção nunca antes vista. Até Junho deste ano, 15 milhões de pessoas nos 30 países da OCDE já tinham perdido o emprego, um número que deverá subir para 25 milhões até ao final de 2010. O ritmo de subida é desigual. Nos países com grandes bolhas no imobiliário, como Espanha, Irlanda e Estados Unidos, o pior aconteceu mais depressa; noutros, como Portugal, França, Itália e Alemanha, a maior parte do aumento do desemprego está por acontecer, indica a OCDE.
E o efeito dos estímulos? Esta subida recorde de desempregados acontece apesar dos pacotes de estímulo postos em prática por todos os governos. No caso de Portugal, o plano anticrise foi dos mais reduzidos em percentagem do PIB "devido ao contexto da dívida portuguesa", aponta Paul Swain. Mas o efeito no mercado de trabalho está próximo da média da OCDE, ou seja, é de curto alcance. Por cada 1% da riqueza nacional gasta com o plano há um aumento de 0,2 pontos na criação de emprego (0,23 na OCDE). Porém, na realidade, nem governos nem economistas sabem como medir o impacto dos milhões gastos pelos cofres públicos. "Apesar da aparente sofisticação dos indicadores, há uma grande dificuldade em perceber o impacto real destes pacotes de estímulo - em saber como seria a taxa de desemprego se estes não tivessem sido criados", admite Swain.
Portugal é dos países com o sistema mais generoso de subsídio de desemprego e dos que mais gasta em termos relativos na OCDE em políticas activas, como a formação. Mais do que as políticas de emprego, o maior factor de redução do desemprego será a retoma do crescimento económico. E, aqui, as notícias não são animadoras para Portugal: a recuperação será mais lenta do que a dos seus parceiros europeus devido a problemas estruturais internos e ao prolongado afundamento de Espanha, que compra 27% das exportações nacionais.
No mercado de trabalho, as consequências são óbvias: as empresas continuam a contratar, mas a menor ritmo e a competição é muito maior, nota a OCDE. O risco maior é mesmo a passagem dos novos desempregados - as pessoas mais vulneráveis, como jovens, imigrantes e temporários - à condição de desemprego de longo prazo.(17.09.09/Fonte : I Online)Nutroton investe 70 milhões na Madeira
A Nutroton Energias vai investir cerca de 70 milhões de euros em quatro projectos de produção de energias renováveis na Região Autónoma da Madeira nos próximos três anos, disse à Lusa o administrador da empresa.
Luís Marques Mendes falava a propósito da apresentação do parque fotovoltaico a construir na ilha do Porto Santo, o primeiro do género no arquipélago madeirense, que deverá estar a funcionar em Março de 2010.
O administrador realçou que este projecto representa "um investimento totalmente privado" na ordem dos 7 milhões de euros que vai permitir a produção de energia a partir do sol, na ordem dos 2 Megavolts, o suficiente para metade da população da ilha em período normal. Marques Mendes adiantou que este será um "contributo importante para o ambiente" que vai permitir "tirar partido das potencialidades que o Porto Santo tem em matéria de energias renováveis e produzir energia limpa".
A Nutroton tem projectados ainda para a Madeira um parque fotovoltaico na zona do Caniçal, um parque eólico e uma central biomassa.(16.09.09/Fonte : Jornal Económico)Produção industrial de Julho cai 8,3% em Portugal
A produção industrial caiu em Julho 14,7% na União Europeia face a igual período do ano anterior, com Portugal a registar uma das menores perdas, ao recuar 8,3%, mas a subir 1,6% face a Junho, segundo o Eurostat.
De acordo com o gabinete europeu de estatísticas a queda da produção industrial foi de 15,9% na Zona Euro face a Julho de 2008.
Portugal foi um dos países a registar uma das menores perdas na produção industrial, superado pela Roménia (-4,5%), Polónia (-4,6%) e Holanda (-8%). A Irlanda foi o único Estado-membro a situar-se em terreno positivo, registando um aumento de 7,1%.
Pior desempenho tiveram a Estónia, a Finlândia, a Eslovénia e o Luxemburgo, a cair 27,9%, 24,2%, 20,4% e 19,9%, respectivamente.
Quando comparada com o passado mês de Junho, as quedas da produção industrial na União Europeia e na Zona Euro reduzem-se para 0,2% e 0,3%, respectivamente.
Entre os Estados-membros para os quais há informação disponível, a produção industrial aumentou em dez, entre os quais Portugal, que aumentou 1,6%, caiu em nove e manteve-se estável na Roménia.
A Irlanda, a Lituânia e a Dinamarca protagonizaram as maiores subidas, crescendo a produção industrial 8,7, 3,4 e 3,3%, respectivamente.
Já no Luxemburgo verificou-se um recuo de 3,1%; assim como na Finlândia, de 2,6%; e na Letónia, de 1,4%.(15.09.09/Fonte : Jornal Económico)
Situação agrava-se na construção em Portugal.
A produção na construção baixou 4,2% em Julho, face ao mesmo mês do ano passado.
O INE divulgou hoje os últimos números da construção, que mostram uma quebra na produção de 4,2% de Julho face a igual período do ano anterior.
"A evolução da actividade neste período manteve um perfil semelhante ao do período anterior, com o segmento da Construção de Edifícios a influenciar negativamente o resultado global, enquanto que a Engenharia Civil apresentou uma variação positiva, embora em abrandamento", afirma o Instituto Nacional de Estatística (INE) numa nota divulgada hoje.
Em relação a Junho, o Índice da Produção na Construção baixou 1,4%. Também o emprego e as remunerações para o conjunto do sector diminuíram ambos 7,2% no mês em análise.
Actividade nos serviços atenua quedas.
O sector do serviços em Portugal registou uma ligeira melhoria em Julho. Embora o volume de negócios tenha caído 13,6%, a quebra foi inferior à de 14,1% do mês anterior.
"A secção de comércio por grosso, reparação de veículos automóveis e motociclos foi a que mais contribuiu para a evolução negativa do índice total", refere o INE numa outra nota.
Em termos mensais, o volume de negócios cresceu 8,7%, mais do dobro da progressão de 4,2% verificada em Junho, segundo os dados deste instituto.
Quanto ao emprego, remunerações e horas trabalhadas no sector, todos os índices registaram desempenhos positivos, de 2,9%, 1,2% e 3,5%, respectivamente, quando comparado com igual período do ano passado.(11.09.09/Fonte : Diário Económico)Fisco vai passar a contactar contribuintes através de mensagens electrónicas
A Direcção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI) vai avançar ainda este mês com a comunicação por via electrónica com os contribuintes, avançou o director da Gestão dos Créditos Tributários da DGCI/Ministério das Finanças.
"A partir do dia 15 (próxima terça-feira), vamos começar a desmaterializar o processo de envio de informação aos contribuintes", afirmou José Maria Pires, director da Gestão dos Créditos Tributários da DGCI/Ministério das Finanças na conferência A Utilização das Novas Tecnologias na Justiça Tributária, no Porto.
José Maria Pires explicou que o objectivo é repetir os passos que o Fisco deu para "acabar com o papel" na comunicação dos contribuintes com a administração fiscal, que, acrescentou, "está praticamente desmaterializada", tendo resultado na entrega de 14 milhões de declarações por via electrónica em 2008.
"Esperamos que não demore dez anos, que se faça em menos tempo", realçou o jurista, que falava no âmbito da 10.ª edição da Pós-Graduação em Finanças e Fiscalidade da EGP-UPBS.
Em declarações à Lusa, José Maria Pires adiantou que "o processo [de substituir as cartas pelo correio electrónico] terá que ter uma implementação progressiva", uma vez que "é preciso alterar as mentalidades e os hábitos", adiando mais esclarecimentos para as próximas semanas.
O responsável anunciou, também, que a DGCI quer vender, até ao final do ano, 75 mil automóveis penhorados em execução fiscal. "Neste momento, temos 75 mil veículos penhorados. Até ao final do ano, devemos ter os automóveis todos vendidos", afirmou José Maria Pires.
De acordo com o responsável, "os bens mais penhorados [por incumprimento fiscal] são automóveis, imóveis e contas bancárias".
O director da Gestão dos Créditos Tributários da DGCI/Ministério das Finanças explicou que "o sistema de penhoras assenta numa rede com informações sobre os bens dos devedores". "É uma espécie de cadastro, que está permanentemente a ser actualizada", acrescentou.(10.09.09/Fonte : Público)Empresas portuguesas são líderes ibéricas nas tintas, lacticínios, construção metálica e kiwis
Das tintas aos lacticínios, passando pelas estruturas metálicas e kiwis, são vários os sectores onde as empresas portuguesas alcançaram lugar de destaque em Espanha, conquistando mesmo o estatuto de líderes ibéricas.
A CIN, maior produtora ibérica de tintas e vernizes, "quebrou o gelo" nas relações com Espanha em 1988, abrindo uma delegação comercial em Pontevedra, mas só ultrapassou realmente a fronteira em 1994, quando comprou 47,36% da Barnices Valentine (BV), de Barcelona, passando a operar com uma marca já bem implantada no mercado espanhol.
Até final da década de 90 a empresa da Maia reforçou a posição na BV até aos 98% e prosseguiu o crescimento em Espanha com a aquisição da CROS Pinturas, da Pinturas Lobo e da DISA Pinturas, que passou a designar-se Pinturas CIN Canárias.
Actualmente, a CIN tem uma quota de mercado de 30% em Portugal e de 12% em Espanha, onde faz 30% do volume de negócios, empregando 1.200 trabalhadores nos dois países.
Em declarações à agência Lusa, o director de marketing da CIN explicou que "o cenário actual é propício a que empresas como a CIN tenham capacidade de crescimento quer por aquisições, quer organicamente, aproveitando as ineficiências de outras empresas em dificuldades", afirmou Reinaldo Campos, acrescentando: "Temos 88% de quota de mercado para conquistar em Espanha".
Associada à CIN na construção da Fábrica de tintas Valentine, em Barcelona, esteve a também portuguesa Martifer, responsável pela estrutura metálica, fachadas e revestimentos da obra.
Desde 1999, depois da projecção dadas pelas obras na Expo 98, o grupo português conquistou uma posição de liderança no mercado ibérico da construção metálica, e está ainda presente em Espanha na construção e operação de parques solares fotovoltaicos, através da Martifer Solar Espanha e da Martifer Renewables.
No âmbito da sua estratégia de reforço da liderança na Península Ibérica, a empresa de Oliveira de Frades tem assegurado obras "de especial complexidade" como o aeroporto de Málaga, a Torre Zerozero, em Barcelona, e o complexo desportivo Caja Mágica, em Madrid. No ano passado, Espanha já valia 16% dos proveitos consolidados do Grupo Martifer.
No caso da Lactogal, o maior grupo lácteo da Península Ibérica, o "grande impulso" deu-se com a aquisição da congénere espanhola Leche Celta, em 2006, que deu "uma outra dimensão geográfica" à sua estratégia ibérica.
"Começámos a ter condições para operar a nível ibérico em toda a cadeia de abastecimento e não apenas no elo da comercialização. Passámos a constituir a única referência empresarial a conseguir operar em toda a cadeia em ambos os mercados regionais", disse à Lusa fonte do grupo português. O país vizinho já vale 351 dos 1.075,7 milhões de euros de facturação do grupo em 2008.
Já a empresa portuguesa de kiwis Kiwigreensun, de Guimarães, é o maior produtor ibérico deste fruto, com uma produção anual próxima das 2.000 toneladas, que se prepara para duplicar até 2012. A empresa exporta cerca de 70% da produção para Espanha.(09.09.09/Fonte : Jornal Económico)Prémio Nobel da engenharia é entregue hoje a portugueses
Projecto da Igreja da Santíssima Trindade, em Fatima.
O projecto de estruturas da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, recebe o hoje o prémio Ostra, uma espécie de prémio Nobel da engenharia, por ter sido considerada pela maior associação internacional do sector, a IABSE, como o projecto de estruturas mais notável, inovador e criativo feito no mundo nos últimos anos.
José da Mota Freita, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e a sua equipa são distinguidos hoje em Banguecoque pela International Association for Bridge and Structural Engineering (IABSE) com a atribuição do prémio Ostra-Outstanding Structure pelo projecto desenvolvido na Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima.
Esta é a segunda vez que a engenharia portuguesa é reconhecida internacionalmente, depois de em 2004 também Segadães Tavares ter recebido um Ostra pela ampliação da pista do aeroporto do Funchal, na Madeira.
Este prémio é atribuído ao projecto que é considerado como o mais notável, inovador e criativo feito no mundo nos últimos anos. Desta vez, o júri da IABSE rendeu-se à amplitude da estrutura circular da Igreja, onde cabem nove mil pessoas sentadas, delimitadas por uma parede circular atravessada na zona central por duas grandes vigas que suportam a estrutura. São vigas em betão branco que foram pensadas de forma a retraírem e a expandirem, consoante a temperatura, sem que haja fissuras.
Ao PÚBLICO, José da Mota Freitas disse ter ficado muito honrado a atribuição do prémio. “Recebemos todos com muita alegria a notícia, até porque não estávamos a contar com esta distinção. Trazer o prémio é uma honra, e trazê-lo para Portugal é uma honra maior ainda, porque aqui há grandes engenheiros, que, apesar de tudo, não são reconhecidos. Internacionalmente, sim. Mas, cá dentro, parece que ninguém liga aos projectos de engenharia... até parece que as coisas aparecem feitas”, desabafa.
A Igreja da Santíssima Trindade foi, segundo Mota Freitas, um projecto complexo que exigiu a colaboração de mais de 20 técnicos, entre engenheiros, desenhadores e medidores-orçamentistas. “Não posso deixar de referir aqui o nome de dois engenheiros que foram fundamentais na concretização do Projecto e no acompanhamento da obra: Eugénio Maia e Miguel Guimarães. Como representante dos nossos desenhadores, refiro o nome da Cassilda Santos. O prémio não é meu. É desta gente toda”, sublinhou. (09.09.09/Fonte : Público)Malparado sobe 100% junto das empresas [portuguesas]
Menos procura de crédito e mais incumprimento no consumo e empresas.
Os sinais de recuperação de que já fala o presidente do BCE decididamente não chegaram ainda a Portugal, onde os bancos viram o crédito malparado das empresas duplicar (somando já 4,29 mil milhões) e o dos particulares subir para 3,65 mil milhões de euros.
Os dados sobre a evolução do crédito em Julho já disponibilizados pelo Banco de Portugal dão conta de um forte abrandamento na procura de empréstimos e de um agravamento do incumprimento. Mas em ambas as situações, os números relativos às empresas são bastante mais acentuados do que os verificados junto dos particulares. E esta constatação é válida tanto para as comparações mensais (mês imediatamente anterior) como paras as homólogas (igual mês do ano passado).
Há ainda uma outra conclusão a extrair dos dados: apesar de o saldo total do crédito às empresas ser inferior ao volume total dos empréstimos às famílias, o mal parado atinge um valor mais elevado no caso das empresas. O que significa que o peso da cobrança duvidosa no total dos empréstimos é mais acentuado neste grupo.
Em Julho, os particulares deviam aos bancos 134,66 mil milhões de euros, ou seja, mais 422 milhões do que no mês anterior e mais 1,59 mil milhões face a Julho de 2008. Já os valores da cobrança duvidosa indicam que estes totalizam 3,66 mil milhões de euros (mais 33,76% que no mês homólogo), tendo aumentado 156 milhões de euros (4,40%) entre Junho e Julho últimos.
Esta subida do malparado é acima de tudo explicada pelo incumprimento nos créditos para consumo e outros fins. Na realidade, entre os três segmentos de empréstimos considerados (habitação, outros fins e consumo) este último responde por mais de metade do agravamento mensal do valor em incumprimento. Na habitação - que representa cerca de 80 do endividamento -, o malparado manteve-se relativamente estável em termos mensais, tendo ainda assim subido 22,3% face a 2008.
Do lado das empresas, os dados do Banco de Portugal mostram uma retracção do saldo do crédito concedido de 221 milhões de euros na evolução mensal, ainda que a comparação homóloga ainda denote uma subida. No seu conjunto, as empresas deviam em Julho 117,5 mil milhões de euros aos bancos.
Mas é a coluna do malparado que evidencia ainda assim uma evolução mais desfavorável. Este soma já 4,29 mil milhões de euros, valor que representa um aumento de 160 milhões de euros face ao mês anterior e de 2,16 mil milhões de euros em relação a Julho de 2008, o que significa uma crescimento de 101,% em um ano.
Ontem a Associação de Instituições de Crédito Especializado (Asfac) divulgou os resultados do primeiro semestre que mostram que o recurso ao crédito caiu 24% por comparação com o semestre homólogo de 2008. Para esta quebra contribuíram essencialmente as descidas na procura de crédito para consumo, para aquisição de carros e de artigos para o lar.
Os dados mostram ainda que são essencialmente os particulares que recorrem a estas instituições para se financiarem: no segmento do chamado crédito clássico (que inclui o crédito ao consumo e para empresas e representa cerca de metade do total concedido), perto de 92% destina-se a famílias e apenas 8% é contratado por empresas.
Nestes seis meses de 2009 estas instituições emprestaram 2,2 mil milhões de euros de crédito, tendo celebrado 257.967 contratos de crédito clássico. Os firmados por particulares (para consumo) tiveram uma valor médio de 3639 euros, o que evidencia uma quebra face a 2008.(08.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Ministério propôs lay-off na Rohde para evitar já o fecho
Maior empregador nacional no calçado vai pedir a insolvência.
A empresa tem as contas em dia com os seus funcionários.
O Ministério da Economia teve um papel decisivo na aplicação do lay-off na multinacional alemã de calçado Rohde, de Santa Maria da Feira, a maior empregadora nacional do sector, com 984 trabalhadores. Há cerca de dois meses que a suspensão temporária do horário de trabalho andava a ser equacionada entre o Governo e a administração, mas a decisão definitiva foi tomada anteontem, véspera do regresso ao trabalho dos funcionários, por parte do ministério de Teixeira dos Santos.
A data para o início do lay-off, que progressivamente atingirá todos os trabalhadores, será marcada nos próximos dias. Ao mesmo tempo, a firma avança com o pedido de insolvência ainda esta semana. A decisão foi ontem comunicada na cantina da unidade fabril. Neste momento, a Rohde não tem salários em atraso, nem dívidas ao fisco. No entanto, a situação agravou-se em Julho, quando o grupo de investidores alemães que comprou a casa-mãe informou que não estava interessado na fábrica portuguesa.
"O objectivo é que o lay-off comece o mais rapidamente possível. O processo tem de ser feito e começará pelos sectores que estão sem trabalho e atingirá os restantes à medida que terminarem o serviço", adianta Fernanda Moreira, coordenadora do Sindicato do Calçado dos Distritos de Aveiro e Coimbra. "Foi depois do contacto do Ministério da Economia que se avançou para a solução de lay-off. Mas se não se avançasse, com as encomendas que faltam acabar, a empresa não conseguiria ter dinheiro para pagar os salários ao final do mês. Esta é também uma forma dos trabalhadores não perderem o vínculo à empresa", acrescenta.
Fernanda Moreira refere, por outro lado, que o avanço do processo de insolvência em Portugal permitirá a nomeação de um administrador português. "Desta forma, os contactos serão outros e a empresa portuguesa terá um maior controlo da situação". Na sua perspectiva, há dois caminhos possíveis para a viabilidade. "Ou há investidores interessados na compra ou arranjam-se clientes que garantam encomendas". Caso o encerramento venha a ser uma hipótese depois do lay-off, o sindicato pedirá ao Estado para encontrar um comprador.
Sem surpresa
José Silva trabalha na empresa há 20 anos e aguardava pela notícia no regresso ao serviço. "O lay-off poderá ser uma solução se houver um investidor interessado em comprar a fábrica, senão é um adiar de um problema que vai complicar-se", adiantou ao PÚBLICO. "É um adiar da situação: com duas eleições à porta, o Governo não quer contestação social", notou. Ainda assim, o trabalhador apresenta um caminho. "A solução passa por a empresa criar uma marca própria e recomeçar. Até porque, neste momento, a Rohde não tem encomendas da casa-mãe e, portanto, não tem viabilidade", acrescenta José Silva, do sector do corte, que ontem esteve sem trabalho.
Maria Silva trabalha na costura da Rohde há 22 anos e acredita que "há sempre uma esperança". "Estava preparada para o pior porque alguma coisa tinha de acontecer. A administração comunicou-nos que tinha duas soluções: ou ir para o lay-off ou encerrar a empresa de vez. Vão pedir a insolvência para ver se há alguma solução", contou.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar a administração da empresa.(08.09.09/Fonte : Público)Falhou o projecto para salvar a Qimonda Solar
A Qimonda Solar também é detida pela Qimonda AG.
Neste momento há duas Qimondas com processos de insolvência a decorrer no Tribunal de Vila Nova de Gaia. Depois da Qimonda Portugal, que fabrica memórias para computador, a Itarion Solar, conhecida por Qimonda Solar, também avançou com processo idêntico, na sequência do fracasso da iniciativa governamental para salvar o projecto.
Os processos de insolvência são distintos e a duas empresas também não têm ligação accionista directa. A Itarion Solar é detida pelas alemãs Qimonda AG (que se encontra em processo de liquidação na Alemanha e é a detentora do capital da Qimonda Portugal) e pela CentroSolar. O Projecto Itarion, que envolveria um investimento de 150 milhões de euros, considerado de interesse estratégico, já tinha sido iniciado, com a construção parcial de um edifício em terrenos da Qimonda Portugal e tinha 15 trabalhadores associados, quase todos quadros superiores.
Intenções de investimento
O pedido de insolvência da Itarion Solar, a designação oficial da empresa, aconteceu pouco depois de o Governo ter anunciado a salvação do projecto através da constituição de um consórcio liderado pela EDP, e que incluía as capitais de risco públicas e ainda um número alargado de empresas e instituições financeiras (DST, Visabeira, Inovcapital, BPA, BES e BCP), prometendo-se criar 400 postos de trabalho para produzir células fotovoltaicas. Quase dois meses depois da solução patrocinada pelo Governo e que consistia na compra dos 51 por cento que a Qimonda AG tinha no projecto, as negociações fracassaram com o parceiro alemão, a Centrosolar, que tinha os restantes 49 por cento. Nessa altura, foi anunciado que o consórcio luso-angolano avançaria sozinho, já para um projecto menor, de construção de células fotovoltaicas e de criação de 200 postos de trabalho, o que não aconteceu.
A informação nunca foi clara em torno deste último projecto, nomeadamente quanto ao acesso das patentes necessárias.
Depois do fracasso das negociações com a Centrosolar, as autoridades portuguesas deixaram cair o projecto de recuperação deste negócio. Entretanto, nenhum outro plano concreto apareceu. A administradora de insolvência já nomeada, Carla Santos, disse ao PÚBLICO que, até ao momento, não foi contactada por nenhuma empresa ou entidade interessada na continuidade do projecto. Neste momento, diz que o processo ainda se encontra numa fase muito inicial, não podendo adiantar se haverá hipótese de garantir a continuidade do projecto ou se se vai avançar para a liquidação, decisão a tomar pelos credores. A primeira assembleia de credores está marcada para o próximo dia 24.
Já nas últimas semanas, a Cabelte tem sido apontada como a impulsionadora de um novo projecto industrial, pretendendo envolver a EDP e a REN. Neste caso, já não se trata alegadamente do aproveitamento da Qimonda Solar, mas sim de parte da mão-de-obra (230 trabalhadores), essencialmente da Qimonda Portugal e do parque industrial já montado.
Ao que o PÚBLICO apurou, o interesse da Cabelte reside na possibilidade de impulsionar duas novas áreas de produção do grupo - cabos de muito alta tensão e de fibra óptica -, mas faz depender esse passo de uma tomada garantida da sua produção pela EDP e REN, através de um compromisso semelhante a contratos-programa, que lhe daria mercado cativo.
EDP e REN escusam-se a comentar o assunto, mas sem elas a Cabelte não avançará. O PÚBLICO tentou contactar o presidente executivo da Cabelte, Tiago Neiva de Oliveira, mas não foi possível.(07.09.09/Fonte : Público)PORTUGAL: Produção automóvel cai 31,4% em Julho
A produção automóvel manteve em Julho a tendência de queda registada nos meses anteriores, revelou ontem, quinta-feira, a Associação Automóvel de Portugal. Foram produzidas 12 163 unidades, o que representa uma quebra de 31,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Este decréscimo foi provocado pela descida de todos os tipos de veículos, destacando-se, no entanto, um recuo no número de veículos pesados produzidos. Em Julho saíram das linhas de fabrico nacionais 179 unidades, ou seja, menos 78,5% face ao período homólogo. Quanto aos ligeiros de passageiros caíram 29% para 9624 unidades, e os comerciais ligeiros decresceram 29,4%.
A queda de produção fez sentir-se em todas as linhas de fabrico nacional, no entanto, a Autoeuropa foi a fábrica que registou menor quebra. A unidade da Volkswagen em Palmela produziu 8208 unidades, uma quebra de 14,7%.
Seguiu-se a Peugeot Citroen com menos 41,4% de produção, a Toyota Caetano registou uma quebra de 60% e a Mitsubishi menos 77%. Segundo a ACAP, do total de veículos produzidos em Portugal, em Julho, 98,1% destinaram-se ao mercado externo, ficando apenas 1,9% dos veículos para comercialização no mercado nacional.
Analisando por semestre, o cenário é idêntico. De Janeiro a Julho saíram das linhas de fabrico 75 384 veículos, menos 31,7% do que em 2008.
Mas não é só a produção de automóveis que tem caído. Segundo a mesma fonte, a venda de carros sofreu uma quebra de 17,3% em Agosto, ou seja, menos 13 094 unidades vendidas.(04.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Sócrates lançou primeira base da Ryanair em Portugal
O primeiro-ministro José Sócrates considerou hoje que a primeira base da Ryanair em Portugal é "importante para a economia regional e para o turismo, que é um dos sectores mais importantes para a economia portuguesa".
"Este investimento é da máxima importância. Mais voos, mais passageiros, mais turistas, mais actividade económica", reforçou o primeiro-ministro durante a cerimónia de lançamento da base da Ryanair.
José Sócrates defendeu que o aeroporto Sá Carneiro tem tido "uma história de sucesso e tem resistido às oscilações do mercado", acrescentando que a escolha do Porto pela Ryanair é "da máxima importância para a continuação do sucesso".
Na cerimónia que decorreu na pista de aterragem do aeroporto do Porto, o primeiro-ministro afirmou que "Portugal não aceita a posição periférica na Europa" e que, nesse sentido, "quer estar ligado ao centro da Europa, com as mais modernas infra-estruturas".
José Sócrates congratulou-se ainda com "a campanha que a Ryanair está a fazer pela defesa do Tratado de Lisboa, na Irlanda" que reforçou com a inscrição num avião "Says Yes to Europe".
"É com gosto que nos associamos à campanha que a Ryanair está a fazer na Irlanda para que os irlandeses votem sim à Europa no próximo referendo", salientou.
A primeira base da Ryanair em Portugal representa um investimento de 146 milhões de euros e aumentará para dois milhões de passageiros o tráfego da companhia no Aeroporto Sá Carneiro.
A infra-estrutura contará com três aviões que assegurarão um total de 21 rotas.
Na sequência da criação da base do Porto, a Ryanair inicia a 26 de Outubro as operações da sua primeira rota doméstica em Portugal, entre o Porto e Faro, com quatro frequências semanais às segundas, quartas, sextas-feiras e domingos.(03.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Portugal: Vendas de automóveis caem 14,8% em Agosto
As vendas de automóveis ligeiros de passageiros mantiveram em Agosto a tendência de queda registada nos últimos meses, revelou hoje, terça-feira, a Associação Automóvel de Portugal.
Em Agosto deste ano o mercado de ligeiros de passageiros registou um decréscimo de 14,8 por cento face ao mês homólogo de 2008, o que significa menos 10.520 unidades vendidas, segundo dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Entre Janeiro e Agosto de 2009, as vendas caíram 32,1 por cento, face ao período homólogo, tendo sido comercializados 100.775 automóveis ligeiros de passageiros.
As vendas também diminuíram no mercado de comerciais ligeiros, registando-se um decréscimo de 23,8 por cento em Agosto deste ano, face ao mesmo mês de 2008, tendo sido vendidos 2.382 veículos.
De Janeiro a Agosto deste ano, o mercado caiu 36,7 por cento em relação ao período homólogo, o que corresponde a um total de 23.123 veículos comercializados.
No mercado de veículos pesados foram comercializados em Agosto deste ano 192 veículos, o que corresponde a uma diminuição de 46,8 por cento face ao mesmo período do ano anterior.
Em termos acumulados, entre Janeiro e Agosto, foram vendidas 2.642 unidades, o que corresponde a uma diminuição de 40,9 por cento relativamente ao período homólogo de 2008.(02.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)Trinta mil desempregados vão perder o subsídio até ao fim do ano
O presidente do IEFP diz que sete mil desempregados por mês estão a perder a prestação social. Mas Francisco Madelino, em entrevista, garante que “estas pessoas estão a ser acompanhadas de perto”.
O desempregado sem subsídio é, provavelmente, o rosto mais dramático da actual crise económica e tem alimentado uma incessante troca de argumentos e propostas entre os principais actores políticos e sociais. Segundo as estimativas do presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), quase 30 mil desempregados deverão perder o seu subsídio até ao final do ano. Francisco Madelino diz que, por mês, sete mil desempregados, em média, perdem a prestação social, uma estimativa mais baixa do que o número avançado pelo Ministério do Trabalho em Março.
"Estas pessoas estão a ser acompanhadas de perto", garante Francisco Madelino, em alusão ao programa InserSocial, que intervém junto dos desempregados que estão à beira de perder o subsídio.(01.09.09/Fonte : Diário Económico)Loja da Empresa já criou mais de 6 mil sociedades
Centros de Formalidades funcionam em dez pontos do país e com resultados positivos.
Só no primeiro semestre deste ano, na rede das "Loja da Empresa", foram constituídas 6089 empresas e procedeu-se a 777 dissoluções. Passos que demoravam quatro a seis meses fazem-se agora numa hora.
A ideia de simplificar os procedimentos para constituir, fazer alterações estatutárias e extinguir empresas deu os primeiros passos com a criação de dois Centros de Formalidades de Empresas (CFE), um em Lisboa e outro no Porto, em 1997. Seguiram-se mais oito, espalhados pelo país, e são agora designados por Loja da Empresa.
Processos mais simples, como dão conta os números: no Porto, durante o primeiro semestre do ano, foram iniciados 12 173 processos (significa pedidos de informação ou de uma certidão, por exemplo). Concluídos contabilizam-se 10 628 processos. Somam-se ainda os atendimentos gerais, sem consequências, que foram um total de 37 996.
Na Loja da Empresa podem realizar-se todos os procedimentos associados a uma empresa, desde a sua criação à expansão, e até à dissolução. Para tal, estão reunidos num único espaço os diferentes serviços: a AMA - Agência para a Modernização Administrativa, a quem cabe o atendimento dos clientes; o Registo Nacional de Pessoas Colectivas; o Cartório Notarial; Direcção-Geral dos Impostos; Instituto da Segurança Social; Gabinete de Apoio ao Registo Comercial; Registo Nacional de Pessoas Colectivas; e Caixa Geral de Depósitos.
O primeiro passo dentro da Loja passa pelo atendimento técnico no "front-office". Aí é discutida a ideia com técnicos da AMA, são avaliados os riscos e, em alguns casos, também a desistência, sobretudo, quando se fala do capital inicial para a constituição da empresa.
Se a ideia avança, escolhe-se o nome e, em cerca de 40 minutos, "toda" a empresa está incluída numa pasta com os respectivos dados da certidão. Seguem-se os procedimentos nas Finanças, para dar início à actividade, e depois a Segurança Social, para inscrever os membros da empresa.
Actualmente, estas lojas trabalham em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, que criou pacotes de apoio para os desempregados interessados em criar a sua empresa. Ideias não faltam, mas o sucesso fica muitas vezes pelo caminho, pelas muitas dificuldades.
A Loja do Porto é também procurada por muitos estrangeiros, essencialmente, chineses, espanhóis e italianos. Em Agosto, naturalmente, houve menos procura, ao contrário de Junho e Julho, que superaram este ano a verificada no ano passado.
O JN esteve na Loja do Porto e identificou três pessoas com motivações diferentes (ver caixas). São pessoas que muitas vezes se cruzam com a gerente da Loja da Empresa, no Porto, Ana Paula Reis, que diz quase como conclusão da visita: "Ser empresário é preciso ter características próprias para conseguir manter-se à tona na adversidade".(01.09.09/Fonte : Jornal de Notícias)