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12/08

Recorde de dinheiro movimentado no multibanco : 130 mil euros por minuto no Natal

 

Os portugueses esqueceram a crise nos últimos dias antes do Natal. Entre levantamentos e pagamentos de compras com o cartão multibanco, gastaram entre os dias 21 e 25 de Dezembro, 130 mil euros por minuto. No total, foram movimentados, em apenas quatro dias, mais de 749 milhões de euros.

Curiosamente até ao dia 21 de Dezembro, os levantamentos e compras realizados através da rede de multibanco indiciavam um aperto do cinto dos portugueses, mas as corridas dos últimos dias acabaram por contribuir para que o dinheiro movimentado na rede tenha batido um novo recorde durante este Natal.

Entre 1 e 25 de Dezembro, os portugueses movimentaram, através da rede multibanco, mais de 4,2 mil milhões de euros, 2,2 mil milhões dos quais em compras. Trata-se de um aumento de um por cento face ao mesmo período de 2007. O número de operações, por seu turno, revela um crescimento de quatro por cento.

As compras dos últimos quatro dias apagaram assim os resultados mais modestos dos primeiros 21 do mês. De acordo com os dados da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), que gere a rede multibanco, o valor médio dos levantamentos aumentou mesmo face a 2007, passando dos 68 para os 69 euros.

O número dos movimentos dos primeiros 21 dias de Dezembro revelava um aumento de compras, mas de valor inferior, em média, a 2007.

COMÉRCIO SURPREENDIDO
O presidente da União das Associações de Comércio e Serviços (UACS), Vasco de Mello, manifestou-se ontem "surpreendido" com o número de operações dos últimos dias na rede multibanco. A perspectiva dos comerciantes era a de que "dificilmente" as vendas iriam recuperar, num ambiente de crise económica, adianta. Mas, ainda assim, é preciso esperar pelos dados finais das vendas, números que a associação ainda não dispõe, sublinha Vasco de Mello.

Certo é que ante a perspectiva de acentuadas quebras nas vendas, muitos comerciantes optaram por apostar nas promoções para incentivar o consumo. Essa tinha sido mesmo uma das recomendações da consultora Deloitte, que num estudo internacional sobre o consumo na quadra natalícia apontava para a redução de presentes , com excepção das crianças. A Deloitte estimava uma quebra nos gastos de 4,8 por cento, face à resposta de 77 por cento dos inquiridos: o poder de compra este ano era inferior ao do ano passado.
(28.12.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Faianças Bordalo Pinheiro cessam produção no fim do mês por falta de encomendas

 

A empresa vivia de dois clientes que já não fazem mais encomendas.


A maior cerâmica caldense – as Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, Lda – pediu aos trabalhadores para suspenderem o seu contrato de trabalho por já não ter “uma única encomenda para o mês de Janeiro”, segundo o seu administrador, Jorge Serrano.

A empresa vai cessar a produção da fábrica que possui na zona industrial das Caldas da Rainha e que dá emprego a 150 trabalhadores, mantendo por enquanto a funcionar o espaço fabril secular que já vem do tempo do artista Rafael Bordalo Pinheiro, na zona histórica da cidade. Aqui, porém, só trabalham 17 pessoas e o seu administrador diz que os encargos são tantos que também esta parte da empresa não deverá sobreviver ao mês de Janeiro.

Já em Junho passado, a Secla, a maior indústria cerâmica das Caldas da Rainha, tinha também fechado a sua fábrica, que contava com 260 trabalhadores. As Faianças Bordalo Pinheiro são a última indústria deste sector, que ainda sobrevivia, e, curiosamente, foi também a primeira, dado que a empresa é herdeira da fábrica criada em 1884 pelo artista que lhe dá o nome.

Em Maio deste ano, perante uma primeira ameaça de insolvência, a câmara local interveio e comprou por 900 mil euros uma parte do edifício histórico onde Bordalo trabalhou. O objectivo era preservar a memória de uma figura intimamente ligada às Caldas – e da qual se comemorou este ano o centenário da sua morte –, bem como o património industrial da fábrica do século XIX, na qual a autarquia pretende criar ateliers cerâmicos.

Este balão de oxigénio só aguentou a empresa por mais sete meses. Jorge Serrano diz que só falta receber 200 mil euros por aquela venda, mas que estes já têm destino para pagar dívidas à Segurança Social e a outros credores. O empresário diz que não há muito mais a fazer, tendo em conta que vivia apenas de um cliente americano e outro alemão para os quais já não há encomendas.

Além do edifício histórico, a empresa já vendeu praticamente todos os seus activos, que incluíam uma loja no centro da cidade e os serviços sociais da fábrica na zona industrial. Mas as receitas foram insuficientes para fazer face a um passivo que, em Maio, era de 5 milhões de euros. Nos últimos três anos a empresa teve sempre prejuízos que - sem contar 2008 - atingiram 1,7 milhões de euros.

Em Janeiro, se ninguém comprar o que resta da herança física de Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha, a fábrica encerra.

Ontem, os vereadores da oposição (PS) questionaram o executivo camarário sobre a forma como a câmara está a “acompanhar as evoluções negativas ao nível da sustentabilidade do projecto e da manutenção dos postos de trabalho” daquela fábrica, depois de terem sublinhado a “singularidade da aquisição em apoio de uma empresa que é uma referência histórica”.
(23.12.08/Fonte : Público)

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PARABÉNS!

 

A Dra. Albertina Gonçalves Pereira Ruivo, defendeu, hoje, em Paris na Universidade da Sorbonne, a sua tese de doutoramento intitulada "La poésie de Fernando Pessoa et ses traductions en français". O Júri constituído pelas duas Directoras de tese Prof. Teresa Rita Lopes da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Anne-Marie Quint da Universidade Paris III, pelo Prof. Álvaro Manuel Machado da Universidade Nova de Lisboa e presidida pela Prof. Maria Helena Carreira da Universidade Paris VIII, após deliberação, anunciou a obtenção do grau de "Doutor" dando uma menção à tese da Doutora Albertina Gonçalves Pereira Ruivo. Salientando o percurso fora do comum desta Personagem, todos concordaram em reconhecer as qualidades e o trabalho denso e construtivo da tese. Visto o seu conhecimento e especialização sobre as obras do poeta Fernando Pessoa, a Prof. Teresa Rita Lopes, aproveitou para "entronizar" a recém Doutora de "Pessoana".

 

A LUSO PLANET deseja muitos sucessos a esta Doutora especialista em estudos pessoanos. (18.12.08/Fonte : Luso Planet)

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Salário mínimo fixado em 450 euros

 

A Retribuição Mínima Mensal Garantida para 2009 foi esta quinta-feira fixada em Diário da República nos 450 euros, assumindo-se como objectivo de médio prazo o valor de 500 euros em 2011.

O decreto-lei entra em vigor a 1 de Janeiro e dá cumprimento ao acordo tripartido assinado em Dezembro de 2006 na Concertação Social, que estipulou que o salário mínimo nacional seria fixado em 403 euros, em 2007, atingir o valor de 450 euros em 2009 e os 500 euros em 2011.

"Estima-se que o impacte da evolução desta [RMMG] não revele constrangimentos significativos para a actividade económica e o emprego na sua globalidade", lê-se no documento.

O decreto-lei prevê ainda a "promoção de iniciativas e medidas que possam apoiar sectores, regiões e empresas onde esse impacte se faça sentir de forma moderada".

O respeito pelo acordo entre os parceiros sociais esteve em causa durante as negociações na Concertação Social, com a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) contra este aumento, alegando que em 2006 "os pressupostos eram outros" e que hoje as empresas estão confrontadas com a crise financeira internacional e uma perspectiva de estagnação da economia portuguesa em 2009.

Esta posição do patronato foi, no entanto, contestada pelas centrais sindicais e pelo Governo.

De acordo com os dados do Governo, o salário mínimo atinge actualmente 4,5 por cento da população activa, estimada em mais de cinco milhões de pessoas.
(18.12.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Portugueses estão a fazer compras mais baratas

 

Multibanco. Ainda falta uma semana para o Natal, mas os primeiros dados relativos à utilização do cartão multibanco são um barómetro: os portugueses estão a aumentar ligeiramente o número de operações de compra, mas a despesa é igual. Nos levantamentos há mesmo quebra face a 2007

Portugueses estão a fazer compras mais baratas
A crise está a travar os ímpetos consumistas de muitos portugueses. Durante a primeira quinzena de Dezembro, o valor das compras pagas com cartão Multibanco apresentou um crescimento zero face ao mesmo período do ano passado, apesar do número de compras ter aumentado 5%, segundo dados da Sibs - Sociedade Interbancária de Serviços, a que o DN teve acesso. Os portugueses estão a comprar o mesmo, mas a gastar menos em cada aquisição.

Os números da Sibs mostram que, por cada compra com cartão nos terminais de pagamento automático (TPA) existentes nas lojas, os portugueses gastaram, na primeira quinzena de Dezembro do ano passado, 46 euros. Este ano, o gasto médio para o mesmo período é de apenas 44 euros.

Trata-se de uma estagnação pouco usual nesta época do ano, apesar de ainda não se contabilizar a última semana antes do Natal. No ano passado, até 25 de Dezembro, o crescimento tinha sido de 5,1%. Um valor que este ano dificilmente se poderá atingir, apesar do velho hábito de se guardar as compras para os últimos dias.

Nos primeiros quinze dias de Dezembro deste ano, os portugueses levantaram menos dinheiro das caixas automáticas do que em igual período do ano passado, ou seja, menos 2%. Até dia 14, foram levantados no Multibanco 1,094 milhões de euros, contra 1,112 milhões em 2007. Também o número de operações de levantamento caiu 2%, pelo que o valor médio de cada ida à caixa Multibanco ficou praticamente igual: 67 euros em 2007, contra 68 euros em 2008.

Levanta-se menos dinheiro, faz-se ligeiramente mais compras e gasta-se menos em cada oferta. No total, entre levantamentos e compras, regista-se uma quebra de 1% face aos primeiros quinze dias de 2007, apesar de no conjunto destas operações se verificar um aumento de 2%. O valor médio de levantamentos e compras neste período é de 53 euros em 2008, contra 55 euros nos mesmos primeiros quinze dias do ano passado.

Assim, por cada dia de Dezembro, foram pagos 83,7 milhões de euros de compras com cartão de débito Multibanco, quer em 2007, quer em 2008.

Já no que respeita aos levantamentos nas caixas automáticas, foram levantados 79,4 milhões de euros por dia, no período em análise de 2007, contra 78,1 milhões de euros por dia em 2008.

Se olharmos para as compras pagas com o conhecido cartão, em cada hora que passa são pagos 3,4 milhões de euros em todo o país, um valor idêntico em Dezembro de 2007 e de 2008. Ou seja, 58,1 mil euros por minuto.

No ano passado, até ao dia 25 de Dezembro tinham sido levantados das caixas automáticas, 1,9 mil milhões de euros, mais 7% que em 2006, e efectuadas compras no valor de 2,2 mil milhões de euros, mais 5,1% que no ano anterior.

Recorde-se que o pico máximo de compras com cartão Multibanco foi alcançado, no ano passado, a 22 de Dezembro, com 149 milhões de euros. O dia que, este ano, todos os comerciantes tanto esperam.
(17.12.08/Fonte : Diário de Notícias)

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“As famílias endividadas são os novos pobres”

 

Pobreza Padre José Maia comenta a última estatística.

Correio da Manhã – O risco de pobreza mantém-se nos 18%. Considera um número real?

Padre José Maia – O problema está nas desigualdades sociais. É um processo de empobrecimento e temos agora um novo factor que criou os novos pobres, as famílias endividadas. São da classe média, têm trabalho mas estão muito endividadas. Esses portugueses não contam nem aparecem nos números das estatísticas nacionais, nem europeias.

– E quais são os outros factores?
– Os baixos salários ou o abismo entre os pequenos e altos salários. Nunca percebi como é que a vizinha Espanha, que agora apresenta uma taxa de desemprego muito superior à nossa, tem um salário mínimo nacional que é mais do dobro. Em Portugal a riqueza produzida é sempre mal repartida e isso causa injustiças sociais. Depois há o fenómeno da exclusão social, para o qual não há medidas adequadas.

– A que medidas se refere?
– Os governos não aplicam medidas para reverter as situações. Optam por medidas paliativas, que não resolvem o problema, apenas o sustentam. Os subsídios não são a solução.

– E qual seria a solução no seu entender?
– Os governantes e responsáveis por esta matéria têm que ouvir os parceiros sociais, que trabalham todos os dias com a problemática da pobreza e da exclusão social. No tempo do governo Guterres, ouviam os parceiros sociais e foi a partir daí que se perdeu o complexo de que havia pobres em Portugal. Nessa altura, os números estatísticos do risco de pobreza andavam nos 21 por cento. Começaram a baixar desde que se enfrentou o problema com medidas concretas.

– Mas os números não diminuíram muito?
– Como disse, os salários não acompanham o custo de vida e agora há outros novos pobres, os das famílias endividadas.
(16.12.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Crise em Espanha provoca falências [em Portugal]

 

Desemprego: Em dois meses fecharam vinte empresas de capital espanhol.

 

Nos meses de Outubro e de Novembro, perderam o emprego cerca de 800 pessoas que trabalhavam em empresas espanholas sedeadas em concelhos da raia. Os sectores mais afectados são os da construção naval, nomeadamente de embarcações de recreio, e do fabrico de componentes automóveis.

O Alto Minho está a ser a região mais afectada, atendendo ao grande número de empresas galegas que, nos últimos quatro anos, aproveitaram as vantagens oferecidas pelos municípios de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço para a sua instalação do lado de cá da fronteira.

Os sindicatos dizem que o pior está ainda para vir, já que há mais de duas centenas de empresas prestes a fechar ou com processos de despedimentos colectivos em massa.

"Só no Alto Minho, nos concelhos de Cerveira, Monção e Valença, há quatro empresas de construção de barcos de recreio e cinco do ramo automóvel que estão presas por um fio e que garantem mais de dois mil postos de trabalho", disse ao Correio da Manhã Branco Viana, o coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo.

Este responsável disse ter conhecimento de problemas em várias empresas de capital espanhol em Trás-os-Montes, na Beira, no Alentejo e no Algarve, mas assegurou que nada que se compara com o que se passa no Minho.

A primeira a dispensar 85 funcionários foi a Rodman, em Valença, a que se seguiram a Star Fisher (185) e a Baleante (40), em Cerveira.

"MOTOR DE VIGO ESTÁ GRIPADO"

As empresas fabricantes de barcos de recreio, nomeadamente dos iates de luxo, sofreram nos últimos meses, devido à crise económica e financeira, uma quebra brutal de encomendas, o que obrigou a medidas drásticas no sentido de reduzir a produção. Algumas fábricas fecharam, outras despediram dezenas de pessoas e outras ainda estão a laborar três ou quatro dias por semana. No caso das fábricas de componentes para a indústria automóvel, como a Dayco Ensa, de Valença, ou a TRW de Cerveira, estão a sentir na pele a crise que afectou a fábrica da Peugeot-Citroën de Vigo.

"O motor de Vigo está gripado e o mais certo é que venha a causar fortes constipações a muitas empresas do Minho e que dependem quase em exclusivo da Citroën de Vigo", disse Branco Viana.

É que a crise já chegou a esta fábrica, que deve despedir 800 funcionários em Janeiro.

SAIBA MAIS
FÁBRICA ENCERRADA
A primeira fábrica de capitais espanhóis a fechar foi a Garyns Yates, em Monção. Foi no dia 31 de Outubro e atirou 30 pessoas para o desemprego.

800 : É o número de pessoas que ficaram sem o seu emprego em fábricas espanholas sedeadas em Portugal só nos meses de Outubro e Novembro.

200 : É o número de empresas espanholas, com sede ou fábricas no nosso país, que, segundo os sindicatos, está na corda bamba por cauda da crise internacional.

CATÁSTROFE SOCIAL
Os sindicatos dizem que se esta onda de falências, quase em efeito dominó, não for travada, assistiremos em breve a uma catástrofe social.
(15.12.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Alcatel-Lucent anuncia redução de pessoal

 

A fabricante de equipamentos de telecomunicações Alcatel-Lucent anunciou hoje a intenção de suprimir mil postos de chefia e de reduzir em cerca de 5000 o número dos seus subcontratos, no quadro de um "plano estratégico."

Na sequência da fusão em 2006 entre a francesa Alcatel e a norte-americana Lucent Technologies, o grupo tem acumulado resultados negativos e encetou vários planos de reestruturação, que envolvem a redução de 16.500 postos de trabalho em todo o mundo até 2009.

Em Outubro último a Alcatel-Lucent, especializada em equipamento para operadores de telecomunicações fixos e móveis, anunciou o sétimo trimestre consecutivo de perdas.

O grupo, com sede em Paris e que também opera em Portugal, diz prever para 2009 uma quebra de 8 a 12% no mercado de equipamentos de telecomunicações, mas diz esperar manter a sua taxa de penetração.
(12.12.08/Fonte : Diário Económico)

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Este ano faliram 440 empresas no distrito de Braga

 

Até ao final do mês de Setembro, faliram 440 empresas do distrito de Braga - 1,5 por cento do universo total. Face ao mesmo período de 2007, o aumento é de cerca de 50 por cento e o sector têxtil é aquele em que se tem observado um maior número de insolvências.

Estes números estiveram na base de um diagnóstico negro da situação económica das regiões dos vales do Ave e Cávado traçado ontem pela Associação Industrial do Minho (AIMinho). António Marques, que lidera a instituição, fala num cenário de "pré-colapso" que está a atingir o Norte, e exige medidas urgentes. E pede que o Governo actue "até ao final do ano, sob pena de já ser tarde."

O dirigente da associação empresarial alerta que, se nada for feito, "não vai haver país dentro de seis meses a um ano". "As falências vão aumentar muito nos próximos dois a três meses e podemos estar perante um cenário de ruptura social", afirma António Marques.

O distrito de Braga é o terceiro do país onde faliram mais empresas em 2008, de acordo com os dados divulgados ontem pela AIMinho. Apenas Lisboa e, sobretudo, o Porto - onde fecharam mais de 800 empresas este ano - ultrapassam a região minhota. Nos primeiros nove meses do ano, 15 por cento das empresas que abriram falência no país situavam-se no distrito de Braga.

Mas a AIMinho alerta que esta acaba por ser a região onde este cenário de crise tem mais impactos, uma vez que é o distrito onde o número de empresas falidas tem mais peso face ao total de empresas existentes. Ao todo, 440 firmas faliram este ano em Braga, o que representa 1,5 por cento do total da região. Neste quadro assume especial relevo o sector têxtil, principal sector da actividade e empregador da região, especialmente no vale do Ave.

A associação defende, perante este quadro, a criação de um fundo de reestruturação de empresas para apoiar as unidades com viabilidade económica e o desenvolvimento de um plano de apoio específico para o Norte. "Faz sentido actuar-se numa lógica regional", defendeu António Marques.

O líder da AIMinho entende que o Governo deve, por exemplo, estender algumas das medidas anunciadas para auxiliar o sector automóvel a outras áreas industriais. "A têxtil representa 12 por cento das exportações nacionais e emprega 180 mil pessoas. Também devia poder recorrer aos incentivos à formação para que não haja despedimentos", sublinha.

Bancos criticados
No final de uma reunião extraordinária do conselho estratégico da AIMinho, que durou cerca de três horas, os empresários lançaram ainda fortes críticas ao sistema bancário. "Temos de dar um puxão de orelhas aos bancos", ilustrou António Marques.

O dirigente diz que a associação empresarial está em total sintonia com a solução encontrada pelo Governo para garantir o financiamento do sistema financeiro, mas queixa-se que esse dinheiro não está a chegar às empresas. "Não compreendemos como é que os bancos, apesar do apoio do Estado, continuam a levantar obstáculos ao crédito das empresas." O dirigente apela ao executivo para que se reúna com os presidentes dos bancos, de modo a garantir que os empréstimos vão chegar à economia real.

A associação industrial do Minho divulgou também outras medidas que quer ver aplicadas no combate ao actual cenário económico do país, onde incluiu um ajuste dos prazos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), para que os financiamentos comunitários comecem a chegar rapidamente às empresas, bem como uma diminuição temporária da carga fiscal e a alteração das regras do pagamento do IVA.
(11.12.08/Fonte : Público)

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Economia contraiu-se novamente no terceiro trimestre e arrisca recessão

 

A fragilidade das exportações e do investimento ditou a contracção da economia no terceiro trimestre.


A economia portuguesa voltou a contrair-se (0,1 por cento) no terceiro trimestre do ano, em comparação com o trimestre anterior, depois de já ter observado idêntico comportamento entre Janeiro e Março (recuo 0,2 por cento), anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A contracção em cadeia (trimestres consecutivos) da riqueza no terceiro trimestre traduz um agravamento dos números divulgados pelo INE na estimativa de 14 de Novembro, que apontava para a estagnação do Produto Interno Bruto (PIB). Se acontecer nova contracção em cadeia no quarto e último trimestre do ano, a economia entra em recessão técnica (dois trimestres consecutivos com o PIB negativo).

Na variação homóloga, o PIB cresceu 0,6 por cento, menos uma décima do que a estimativa rápida e do que a evolução do segundo trimestre.

O fraco desempenho da economia no terceiro trimestre ficou a dever-se à diminuição do investimento e à fragilidade das exportações. No primeiro caso, o investimento chegou mesmo a inverter o rumo do passado e caiu 1,4 por cento em valores homólogos, contra uma progressão de 3,2 por cento no segundo trimestre do ano.

Nas exportações, estas continuaram “em desaceleração”, escreve o INE, observando um crescimento de apenas 0,7 por cento em volume no terceiro trimestre e perdendo fôlego em relação ao avanço de 1,8 por cento apurado no trimestre anterior.

Estes números do INE criam o ambiente de recessão previsto para o próximo ano pela Organização de Coordenação e Desenvolvimento Económico, que a 25 de Novembro antecipava uma contracção anual do PIB português de 0,2 por cento, um valor ainda assim inferior à média da Zona Euro que será de 0,6 por cento.

Segundo ainda a OCDE, a fraqueza da Zona Euro estará associada, sobretudo, à contracção da Alemanha (0,8 por cento), França (0,4 por cento) e Espanha (0,9 por cento).
(10.12.08/Fonte : Público)

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Processos de insolvência aumentam 20% em 2007

 

Estatística. Em 2006, 50% resultaram em falências. No mesmo ano foram criadas 37 232 empresas.

O número de processos de insolvência de empresas que deram entrada nos tribunais judiciais de primeira instância ascendeu a 3933 em 2007, o que representa uma subida de 20% face ao ano anterior. Segundo dados do Ministério da Justiça, a que a Lusa teve acesso, em 2006 deram entrada nos tribunais judiciais de primeira instância 3283 processos de insolvência, dos quais resultaram 1650 falências decretadas pelos tribunais. No que diz respeito a 2007, não se sabe ainda quantos resultarão em falência e encerramento das empresas.

Segundo o Ministério da Justiça, nem sempre os processos de insolvência que dão entrada nos tribunais resultam no encerramento das empresas. Apenas pouco mais de 50% das empresas cujos processos de insolvência entraram nos tribunais em 2006 resultaram em decreto de falência.

Nesse ano, dos 3283 processos de insolvência, foram decretadas 1650 falências, a maior parte das quais (914) na região Norte, seguida pela região de Lisboa (323) e Centro (298). A região autónoma dos Açores foi a que teve menos empresas encerradas em 2006 (6) seguida pela Madeira (16), pelo Algarve (25) e pelo Alentejo (68).

No que diz respeito ao número de empresas criadas - também em 2007 - constata-se que foi 9,4 vezes superior ao número de insolvências que deram entrada nos tribunais. O número de empresas criadas foi de 37 232. Desse total, 23.075 foram empresas criadas na hora, 13.454 foram criadas pelo método tradicional, com e sem escritura, e 703 surgiram através de processos on-line.

Já este ano, de acordo com dados até 31 de Outubro, foram criadas 29.132 empresas, das quais a grande maioria, 20.462, foram empresas criadas na hora. Seguiram-se 6751 empresas constituídas pelo método tradicional e 1919 empresas criadas on-line.

Quanto às insolvências decretadas pelos tribunais, os números do Ministério da Justiça referem que entre 2000 e 2006 o número de falências aumentou 80%, de 918 para 1650 processos. Entre 2005 e 2006, as falências decretadas aumentaram 15%, de 1433 para 1650.

O maior agravamento nesse período registou-se na região do Alentejo, de 38%, de 24 para 68 casos, seguida por Lisboa, em 25,1%, de 258 para 323 casos. A menor foi registada pela Região Autónoma dos Açores, que desceu 14%, de sete para seis casos.
(09.12.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Este ano vão vender-se menos 75 mil casas do que em 2007

 

Em 2007, foram vendidos 275 mil imóveis em Portugal.
 

É preciso recuar 15 anos para encontrar um nível idêntico de transacções imobiliárias em Portugal. Só em 1993 é que o número de imóveis vendidos esteve abaixo dos 200 mil, o que irá repetir-se este ano. Já se anda a falar de crise no sector imobiliário há pelo menos sete anos, mas nunca a queda de transacções foi tão acentuada - menos 75 mil do que em 2007.

Desde o início da década que o mercado tem vindo a reorganizar-se e a corrigir o boom imobiliário em que todos os factores concorriam para a venda das casas e a valorização dos imóveis. A crise bancária e a escassez de liquidez que se abateu sobre o sistema financeiro este ano veio agudizar os problemas.

Os números com que vai fechar o ano de 2008 ainda não são conhecidos, mas estima-se que as tendências de quebra até agora reveladas se vão acentuar no número de transacções; no entanto, começa a assistir-se a uma ligeira recuperação nos indicadores de valorização dos imóveis.

É pelo menos essa a conclusão que se pode tirar do cruzamento dos dados recolhidos pelo PÚBLICO, em matéria de valorização do mercado residencial - verificada pelo Índice Confidencial Imobiliário -, com o número de imóveis vendidos em Portugal.

O Índice Confidencial Imobiliário mede o nível de valorização do mercado residencial, através de uma metodologia que tem por referência o ano 2005 e que recorre à informação disponível no portal imobiliário LarDoceLar, do grupo Caixa Geral de Depósitos. Este portal tem registados 450 mil fogos provenientes de cerca de 1400 empresas de mediação. Apesar da convicção instalada de que o preço das casas tem vindo a descer, é mais verdadeiro afirmar que as valorizações são menos acentuadas, já que em nenhum ano, mesmo neste ciclo de retracção, as casas estiveram a valer menos em termos homólogos - apesar de estas variações anuais estarem por diversos anos abaixo da inflação.

Este índice revela que os anos em que se registaram maiores taxas de variações mensais homólogas foram os de 2000 e 2001 - respectivamente 8,3 e 7,1 por cento. O ano em que os imóveis menos se valorizaram (em termos de variação anual, medida em cada mês, pelos últimos 12 meses, comparados com os 12 meses anteriores) foi nos anos de 2003 (a taxa de valorização anual foi em média de 0,6 por cento) e 2004 (a taxa foi de 1 por cento). Durante os primeiros dez meses de 2008, a taxa de valorização anual neste índice tem mantido um crescimento constante, posicionando-se em Outubro nos 3,5 por cento (a média dos dez meses é de 2,3 por cento).

A tendência de quebra do número de imóveis transaccionados encontra também reflexo na diminuição do número de casas novas que têm vindo a ser licenciados e construídas ao longo desta década. No ano 2000, venderam-se 346 mil casas, e pediram-se licenças para construir 137 mil novos fogos. Em 2007, foram vendidos 275 mil imóveis em Portugal e foram pedidas 31 mil licenças de novos fogos. "Partiu-se de uma realidade em que o mercado do novo representava 35 por cento das vendas, e agora deve andar à volta dos 12 por cento. Tem sido uma grande alteração", comenta o presidente da Remax em Portugal.

Em entrevista ao PÚBLICO, Manuel Alvarez afirmou que as evoluções do mercado têm trazido uma grande alteração das mentalidades e dos comportamentos dos vários intervenientes, esperando-se que a actual conjuntura venha a acentuá-las.

Alvarez recorda que, em 1994, quando um estudante acabava a universidade e conseguia arranjar o primeiro emprego, não pensava logo em comprar cada. "Mas agora todos se habituaram a isso, e porque não conseguem, lá voltam a falar na crise", observa.
(08.12.08/Fonte : Público)

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[Leiria] Key Plastics Portugal dispensou 220 trabalhadores
 

A Key Plastics Portugal (KPP), fábrica de componentes para a indústria automóvel, anunciou hoje a extinção de 220 postos de trabalho nas suas três unidades fabris.

O director-geral da empresa, Hermano Gouveia disse hoje à agência Lusa que esta decisão pretendeu "ajustar a capacidade à realidade da indústria automóvel."

O processo, que começou a 12 de Outubro e terminou nesta sexta-feira, afectou as duas fábricas do concelho de Leiria (Gândara dos Olivais, freguesia de Marrazes, e Barosa) e a unidade de Vendas Novas.

Hermano Gouveia admitiu ainda que, de forma a minimizar custos, a empresa está também a convidar os trabalhadores a gozarem já as férias do próximo ano.

"Esta foi a forma de minimizar o número de despedimentos, ganhando desta forma tempo até que a situação se clarifique", acrescentou o mesmo responsável.

A KPP produz componentes plásticos para painéis de instrumentos, auto-rádios e climatizadores para o mercado internacional e para as marcas Ford, Renault, Opel, BMW, VW, Audi e Volvo.

A empresa espera atingir este ano um total de facturação de 30 milhões de euros, valor inferior ao exercício de 2007, em que totalizou os 32 milhões de euros.

O Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas (SINQUIFA) já manifestou a sua preocupação com quanto à situação, que diz resultar da "crise" decorrente da "quebra na venda de automóveis."

O coordenador do SINQUIFA no distrito de Leiria, António Marcelino, confirmou a dispensa destes trabalhadores, lembrando que "estão a sair os funcionários colocados nas unidades da Key Plastics Portugal por empresas de trabalho temporário ou com contratos a termo."

António Marcelino, também ele funcionário da KPP, garantiu que a dispensa de funcionários atinge outras empresas do ramo automóvel de Leiria.

"Há outras fábricas que estão em dificuldade", alertou o sindicalista, admitindo que este ano já foram despedidas "mais 200 pessoas neste sector" nesta região.

O director-geral da KPP adiantou, entretanto, que a empresa recuperar os 220 trabalhadores dispensados a partir do final do primeiro trimestre de 2009, na sequência da transferência da produção de uma empresa alemã de componentes para automóveis que abriu falência.

"Há grandes possibilidades de transferência desse negócio para Portugal e tanto é que estamos a convidar todos esses trabalhadores que saíram para a nossa festa de Natal, na expectativa de que venham, novamente, a integrar a empresa", esclareceu o director-geral da KPP.
(05.12.08/Fonte : Diário Económico)

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PSA [Mangualde] não renova contratos e compensa rescisões

 

Os cerca de 300 trabalhadores com contrato a termo da PSA (Peugeot e Citroen) em Mangualde não verão os seus contratos renovados e a administração está a propor uma compensação extra, além da indemnizações previstas a trabalhadores que aceitem rescindir os contratos.

"Trata-se de uma reorganização da empresa para fazer face à falta de encomendas", afirmou Marília Bidarro, responsável pelo gabinete de imprensa da empresa. No entanto não quis adiantar qual o valor do bónus que estão a oferecer, salientando que tal "é para um número limitado de trabalhadores efectivos da empresa".

O grupo PSA em Mangualde emprega actualmente 1400 pessoas e estima-se que até ao final do primeiro trimestre de 2009 esse número seja reduzido em cerca de 400 trabalhadores.

Além da redução dos postos de trabalho a empresa vai também avançar já com dois períodos de suspensão da actividade. Um a partir de 10 de Dezembro e até 7 de Janeiro e o segundo entre 26 de Janeiro até 3 de Fevereiro.

Ao retomar a normalidade a fábrica deixará de ter laboração contínua de 24 horas. "Com a redução de trabalhadores e de produção haverá também a eliminação de um dos três turnos", esclareceu Marília Bidarro.

A directora de comunicação da empresa afastou por completo a hipótese da empresa vir a fechar, mesmo tendo em conta que a PSA de Vigo vai suprimir 900 postos de trabalho, um número que vem a somar aos 300 trabalhadores que não viram os seus contratos renovados em Outubro.

"O encerramento não faz sentido. Estamos a produzir dois modelos, Peugeot Partner Origin e Citroen Berlingo First, mais antigos, que não são produzidos em Vigo e queremos acreditar conseguir um novo modelo".
(05.12.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Lusosider suspende 90% dos contratos de trabalho

 

A Lusosider anunciou ontem a suspensão de 90% dos contratos de trabalho. A medida, que a empresa diz ser "irreversível", afecta 174 trabalhadores, que passam a receber dois terços do salário.

 

A empresa justifica a decisão com a crise no sector siderúrgico, mas espera retomar a produção a partir de Março de 2009, altura em que os "funcionários retomam as suas funções dentro da normalidade", assegura ao CM a assessora da Lusosider, Tatiana Vivilde.

Por sua vez, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas diz que "a empresa tem dinheiro" e acusa a Lusosider de deixar "os trabalhadores a pagar a crise que criou". Segundo Américo Flor, "os trabalhadores estão disponíveis para parar a produção", mas exigem "o salário por inteiro".

Os trabalhadores vão reunir hoje com a administração da Lusosider.
(05.12.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Portugal tem de aumentar as suas exportações

 

Crise. Défice das transacções correntes é crítico, defende Bessa.


Portugal precisa de investir mas é "em coisas que façam aumentar as exportações" e que, portanto, reduzam o défice da balança de transacções correntes, que atinge qualquer coisa como dois milhões de euros por hora, equivalentes a cerca de 17 mil milhões/ano. E sem isso, o nosso país não resolverá "o ponto mais crítico" da sua economia, adverte Daniel Bessa.

Defendendo, genericamente, a política económica que o governo tem adoptado para enfrentar a crise, designadamente, ao apostar numa política monetária, em prejuízo da fiscal, o antigo ministro da Economia de António Guterres não deixa, no entanto, de considerar que "temos de parar para pensar", pois se não investirmos na exportação "não saímos daqui".

Daniel Bessa, que falava, ontem, ao princípio da noite, numa quinta da vila de Pereira, nos arredores de Coimbra, em mais um dos Encontros Millennium BCP, não especificou, todavia, se os grandes investimentos públicos programados e/ou anunciados pelo governo se enquadram, ou não, na sua perspectiva, naquela estratégia exportadora, mesmo quando questionado, por um dos muitos participantes na sessão. Admite, contudo, que, em relação a este aspecto, "talvez não esteja em linha com o governo". A recessão veio, de resto, pôr a nu esta fragilidade da economia portuguesa (com as importações a superarem as importações), que, sublinha, não é conjuntural, mas "é um problema estrutural". E é tempo, alerta, de "olhar para as questões estruturais".

Depois de se deter sobre as crises, considerando que podem ser entendidas como sendo todas iguais ou diferentes, de acordo com os aspectos que se querem valorizar, Daniel Bessa diz que o essencial da prescrição para a recessão internacional que se vive já foi adoptado, pois as taxas de juro já baixaram. As pessoas ainda não sentem isso, no seu dia-a-dia, nas suas prestações, mas aquelas descidas (adoptadas por instituições tão conservadoras como o BCE, por exemplo) hão-de reflectir-se dentro de algum tempo.

Os spreads ainda não baixaram, é certo, mas chegará a sua vez, acredita Daniel Bessa, sublinhando que, contudo, "há um dado muito negativo" que persiste e tem a ver com o sistema bancário. "O nó górdio continua no sistema financeiro e se não pusermos o dinheiro a circular, não saímos daqui.".
(04.12.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Governo apresenta hoje plano de emergência para sector automóvel

 

Medidas. Plano prevê relançamento da procura e trava importação de usados
Portugal vai ser o primeiro País da União Europeia a avançar com um plano de emergência para o sector automóvel, antecipando-se à Espanha, França e Alemanha, que ainda estão a afinar estratégias. O plano anti-crise é hoje apresentado na residência oficial do primeiro-ministro, e será assinado entre o Governo e os representantes dos fabricante automóveis e da indústria de componentes. As medidas implicam alguns milhões de euros e foram negociadas em apenas 12 dias, envolvendo os ministérios da Economia e do Trabalho.

O plano, que começou a ser traçado no dia 21 de Novembro, tem por objectivo evitar encerramentos de empresas e despedimentos em massa. Os apoios traçados assentam em quatro medidas. A primeira prevê a salvaguarda dos postos de trabalho, criando esquemas de flexibilidade que o Código do Trabalho já permite; a segunda pretende a criação de um conjunto de instrumentos de apoio financeiro, que se destinam sobretudo a apoiar a indústria dos componentes automóveis. A terceira medida prevê a antecipação de alguns pagamentos no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), de apoio à competitividade das empresas.

A última medida do plano de emergência tem por objectivo relançar a procura e colocar Portugal a par das medidas entretanto aprovadas pela Comissão Europeia para a renovação das frotas, procurando-se desta forma baixar a importação de veículos usados. Os valores do plano serão hoje conhecidos, mas a comparticipação financeira do Governo não deverá ultrapassar os 65%, à semelhança do que se verifica em Espanha, cujo plano global para o sector automóvel só será conhecido em Janeiro. O plano foi negociado com os cinco fabricantes automóveis presentes no mercado nacional - Autoeuropa (VW), PSA (Peugeot-Citroen), Toyota Caetano, Mitsubishi e VN Automóveis (Isuzu), responsáveis por sete mil postos de trabalho - e pela AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), que agrupa cerca de 200 empresas e é responsável por 40 mil postos de trabalho directos. Com o plano pretende-se criar condições para as empresas ultrapassarem os próximos tempos, com previsões de grandes quebras.
(03.12.08/Fonte : Diário de Notícias)

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BPP : Governo protege fortunas em "operação ilegal"

 

O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã exigiu a suspensão da operação de salvamento do Banco Privado Português, que disse ser ilegal, e considerou que o Estado só interveio "para proteger as fortunas".

Em conferência de imprensa no Parlamento, Francisco Louçã exigiu a suspensão da operação de salvamento do BPP hoje anunciada pelo Banco de Portugal "enquanto não tiver cobertura legal", referindo a garantia foi concedida pelo Estado sem estarem cumpridos cumulativamente os requisitos exigidos legais.

"As condições legais não se verificam porque o Estado não tem `interesse no empreendimento, não há `projecto concreto de investimento´ nem garantia com segurança suficiente", frisou Louçã.

"Se daqui a seis meses os bancos não pagarem o empréstimo, significa que haverá uma nacionalização e o ministro das Finanças ficará com um departamento de gestão de fortunas privadas", acusou.

Independentemente da questão legal, o deputado bloquista disse ser "politicamente inaceitável" que o ministro das Finanças esteja a "proteger as grandes fortunas que vivem de chapéu estendido ao Estado".

Louçã disse que irá pedir esclarecimentos sobre a operação a Teixeira dos Santos, na próxima audição do ministro no Parlamento, na próxima semana.

Para o BE, "o que está em causa" é o ministro das Finanças ter afirmado há dias que a eventual falência do BPP não constitui "risco sistémico" (de propagação ao sector) e "agora ser um caso de salvação nacional".

O deputado exigiu que o ministro apresente a lista dos activos que são contra-garantia, confirmando o seu valor-efectivo, e a lista de todos os beneficiários e dos montantes que estão envolvidos.

A operação de apoio financeiro envolve seis instituições de crédito, que formaram um consórcio para emprestar ao BPP um montante de 450 milhões de euros, com maturidade de 6 meses renováveis, e que tem a garantia do Estado.

Esse montante está distribuído pela Caixa Geral de Depósitos e Banco Comercial Português, com 120 milhões de euros cada um o Banco Espírito Santo com 80 milhões de euros, o Banco Santander Totta com 60 milhões de euros, o Banco BPI com 50 e Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo com 20 milhões de euros.

"A garantia prestada pelo Estado tem como contra-garantia o penhor de activos do balanço do BPP no montante de cerca de 672 milhões de euros", indicou o Banco de Portugal, frisando que "o apoio financeiro destina-se a permitir que o BPP possa fazer face a responsabilidades do passivo do balanço do Banco perante depositantes e demais credores".
(02.12.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Portugal: Despedimentos colectivos mais do que duplicaram

 

Emprego. Processos de despedimento colectivo em 87 empresas lançaram, só no terceiro trimestre, mais de 1500 pessoas para o desemprego. E os 155 processos registados de Janeiro a Setembro já ultrapassam os números de todo o ano de 2007. O Norte é, por tradição, a região mais afectada

Pequenas e micro empresas são as mais afectadas
Os processos de despedimento colectivo mais do que duplicaram no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o número de desempregados quase triplicou. Os dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho mostram que de Julho a Setembro, 87 empresas concluíram processos de despedimento colectivo, que lançaram 1509 pessoas para o desemprego. Em período homólogo, os processos tinham envolvido 32 empresas e resultado em 446 despedimentos efectivos.

Desde o início do ano que a cada trimestre que passa o número de processos e de desempregados aumenta de forma inequívoca (ver gráfico 1). A informação disponível mostra que 2008 será, provavelmente, um ano pior: os processos concluídos até Setembro (155) equivalem já ao total registado durante todo o ano passado e o número de despedidos (2591) é já superior. Nestes primeiros nove meses de 2008, o Norte de Portugal foi a região mais afectada, com 43% das empresas e mais de metade do total de pessoas afectadas. Os processos foram mais frequentes em pequenas e microempresas, que de Janeiro a Setembro desencadearam 77% dos casos. As grandes empresas concluíram menos processos (8% dos casos), mas que tiveram, naturalmente, mais impacto na população (36% do número de desempregados).

Apesar da região norte ser tradicionalmente a mais afectada e manter ainda a predominância nos casos acumulados desde o início do ano, os dados mais recentes apontam para um agravamento da situação na região de Lisboa e Vale do Tejo. No terceiro trimestre deste ano, 42 processos resultaram em 408 despedimentos, o que corresponde a uma proporção anormalmente alta para esta região do País.

Mais de 4 mil em risco
O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social publica ainda dados sobre os processos abertos e sem desfecho confirmado. Também estes foram aumentando à medida que os trimestres passavam. Desde o início do ano foram iniciados 230 processos de despedimento colectivo (97 no terceiro trimestre) que ameaçaram 4171 postos de trabalho (mais de 2000 no terceiro trimestre). No mesmo período do ano passado, não foram além de 184 empresas e cerca de 3000 postos de trabalho ameaçados. Quase metade dos processos abertos este ano está localizada em Lisboa e Vale do Tejo, sendo o Norte a segunda região em risco.

O contexto económico não é o mais favorável à resolução pacífica destes casos. Com uma economia que hesita entre a estagnação e a recessão, os empresários terão mais dificuldade em manter emprego. A análise das instituições mais credíveis apontam, aliás, para a provável destruição de postos de trabalho. A Comissão Europeia prevê que em 2009 a economia deixe de criar emprego; a OCDE é mais dramática ao sugerir uma redução de 0,5%.

O agravamento do cenário foi, aliás, confirmado, pelos últimos dados oficiais. O Instituto Nacional de Estatística revelou que a taxa de desemprego foi de 7,7% no terceiro trimestre deste ano. O Instituto de Emprego e Formação Profissional revelou uma subida do número acumulado de desempregados, pela primeira vez em 31 meses.
(01.12.08/Fonte : Diário de Notícias)

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