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06/08
Mais condutores a fugir sem pagar
Gasolina - postos de abastecimento têm registado quebras de 15%.
Há cada vez mais pessoas a abastecer os depósitos do carro e que depois não pagam, pondo-se em fuga. Postos de abastecimento em vários pontos do País estão a introduzir o sistema de pré-pagamento para combater o fenómeno, medida que, para a associação do sector, "não é solução".
As gasolineiras garantem que os furtos de combustíveis são cada vez mais frequentes por causa dos aumentos. "Os elevados preços dos combustíveis têm levado alguns postos a optar por essa solução [pré-pagamento] em zonas onde há mais risco de as pessoas abastecerem e arrancarem sem pagar", refere a BP Portugal, que adianta ainda que em média as fugas se situam nos cem euros ao dia por posto de abastecimento.
Adelino Nunes, gerente de dois postos da BP em Torres Vedras e Alenquer, confirma que as fugas aumentaram desde o início do ano, mas lamenta que "não vale a pena apresentar queixa". O proprietário admite "pôr todos os dias as bombas em pré-pagamento" para evitar fugas. Possibilidade que Augusto Cymbron, presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, não considera ser uma escolha correcta para evitar o fenómeno. "O pré-pagamento só serve durante a noite. De dia de pouco serve", afirma Augusto Cymbron em declarações ao CM, que estima ainda que as pessoas abasteçam menos se o posto estiver em pré-pagamento. Mas o presidente da Associação recusa aceitar que os portugueses estejam a fugir sem pagar por causa da subida de preços. "Quem faz isto é um vândalo que se vai gabar aos amigos. As pessoas civilizadas podem pôr menos combustível nos carros, mas pagam", defende.
Numa altura em que o barril de petróleo aumentou 57% desde o início do ano, para o novo máximo de 142,99 dólares atingido na passada sexta-feira, os postos de abastecimento estão a registar quebras na ordem dos 15 por cento, resultados que, garante a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, "deixou o sector em ruína. Os postos estão a entrar numa situação de falência", o que pode levar a despedimentos, lamenta Augusto Cymbrom.
PORMENORES
Petróleo
O barril de brent tem registado sucessivos aumentos, com especialistas a preverem que chegue aos 200 dólares até ao final do ano.
Produção
O rei da Arábia Saudita prometeu aumentar a produção dos barris de petróleo de forma a controlar a especulação nos preços dos combustíveis.
Alternativas
Com a crise financeira a atingir as famílias portuguesas, são muitos os que optam por deixar o carro em casa ou mudar para o mais barato GPL.(30.06.08/Fonte : Correio da Manhã)Código Trabalho "facilita" a precariedade e despedimentos
O líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã disse hoje que o PS "procura facilitar" a precariedade e os despedimentos com a nova versão do Código de Trabalho aprovada quarta-feira, e que este será o grande tema do partido para este Verão.
"O problema do emprego é o problema mais importante do país e quando o primeiro-ministro, com grande fanfarra, anuncia um Código de Trabalho que pretende reforçar, baixa os braços em relação à precariedade, ao trabalho temporário e ao desemprego, nós fazemos as contas", afirmou Francisco Louçã à imprensa numa visita ao Instituto de Emprego e Formação Profissional de Sintra (IEFP).
O acordo tripartido para as alterações ao Código de Trabalho que foi alcançado na quarta-feira entre o Governo, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as associações patronais é criticado pelo BE ao referir que o PS "procura facilitar" os despedimentos.
"O Bloco de Esquerda quer mostrar que é uma esquerda de confiança ao contrário do governo do PS que procura facilitar a precariedade, facilitar o trabalho temporário, facilitar as despedimentos", disse Francisco Louça
O deputado do Bloco de Esquerda adiantou que o primeiro-ministro não foi capaz de diminuir o desemprego e que o PS continua a agravar a situação da precariedade em Portugal.
"Quando José Sócrates chegou ao governo havia 412 mil pessoas desempregadas e desempregados, agora há 440 mil e muitas pessoas saem das estatísticas porque desesperam de tantos anos que não conseguem emprego", afirmou.
Francisco Louçã salientou também que as alterações ao Código de Trabalho vão ser dos temas mais debatidos pelo Bloco de Esquerda este Verão "para mostrar que é preciso responder a este código laboral em nome da coerência que o PS abandonou".
"Vamos discutir com o país e com as pessoas, em comícios na rua ao longo de todo este Verão e por isso mesmo é que o Bloco de Esquerda vai fazer uma marcha contra a precariedade que vai percorrer algumas das localidades do país em Setembro", referiu.
O abandono da proposta de despedimento por inadaptação na terça-feira, que fora um dos principais motivos de contestação por parte da CGTP e da UGT, permitiu que o acordo tripartido fosse aceite tanto pelas entidades patronais como a UGT.
A CGTP não assinou o acordo referindo que é necessário tempo para analisar as alterações propostas.
A proposta assinada pelos parceiros sociais prevê a criação de "bancos de horas" e "horários concentrados", como forma de aumentar a adaptabilidade nas empresas.
Neste âmbito será possível a criação de "bancos de horas", que fixarão um número anual de horas de trabalho (máximo de 200 horas) a aplicar em conjunto com os limites de variação diária e semanal do tempo de trabalho e respeitando o descanso semanal e diário.
O limite das 200 horas só poderá ser ultrapassado em situações que pretendam evitar a redução de pessoal. A nova versão do Código do Trabalho prevê ainda a caducidade das convenções colectivas com mais de cinco anos ou que tenham sido denunciadas há mais de 18 meses.
Esta proposta de alteração à legislação é feita pelo Governo com o objectivo de "promover a regulação contratual colectiva". A proposta do novo Código de Trabalho vai agora para o Parlamento para ser votada e prevê-se que as alterações entrem em vigor já no próximo ano.(27.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)Microsoft compra empresa de Braga
A Microsoft anunciou a aquisição da Mobicomp, empresa portuguesa de Braga que opera na área de serviços para telemóveis.
O acordo deverá ser assinado nas próximas semanas, e, embora o valor exacto não tenha sido revelado, responsáveis da empresa falaram em "dezenas de milhões de euros", concretizando o maior investimento de sempre da Microsoft em Portugal.(27.06.08/Fonte : Público)Aeroportos portugueses em risco de parar dia 19
Protestos. Sindicatos marcam vários períodos de greve em Julho
O Verão vai ser caótico nos aeroportos portugueses, sobretudo no dia 19 de Julho quando os trabalhadores de assistência em terra pararem por 24 horas. A greve, num sábado e em pleno período de férias, vai ter um impacto "muito negativo" na actividade aeroportuária, porque pela primeira vez em vários anos o protesto vai juntar todos os sindicatos de assistência em terra, disse ao DN André Teivas do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA). Ou seja, sem assistência em terra os aviões não podem aterrar nem descolar, para além dos outros serviços de apoio, como a entrega das bagagens, ficarem parados.
A TAP será a companhia mais prejudicada pelo protesto, e Julho será um mês de má memória para Fernando Pinto, presidente da empresa, já que ao pré-aviso de greve para dia 19 entregue pelo STHA, juntam-se os sindicatos dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC).
A agravar a situação, os sindicatos vão realizar paragens de uma hora entre os dias 7 e 13, e de duas horas entre os dias 16 e 30 de Julho. No dia 16 entre as 15 e as 17 horas os trabalhadores vão concentrar-se em plenário em frente do edifício 25, onde se situam os escritórios da administração da TAP. Os trabalhadores da companhia aérea exigem a actualização salarial e rejeitam as explicações de Fernando Pinto que face à situação actual, provocada pela escalada do preço do petróleo, considera "irresponsável falar em aumentos salariais". Os trabalhadores entendem que face aos resultados alcançados em 2007, e que se fixaram em 32,8 milhões de euros, têm direito à "correcção salarial".
José Simão do SITAVA considera que a actualização salarial é feita com base nos resultados de 2007, e cita Fernando Pinto que num encontro com os trabalhadores considerou os resultados de "muito, muito bons". O petróleo não pode servir de "desculpa", salienta. Em troca, a TAP propõe um prémio, que os trabalhadores rejeitam e cujo valor é da ordem dos 300 euros. Os trabalhadores do STHA, representativo dos trabalhadores da Groundforce, além de exigirem o cumprimento do Acordo de Empresa apelam à regulação do sector, que está na posse do Estado e que acumula prejuízos.
Fernando Pinto convocou uma conferência de imprensa para hoje às 11 horas para falar da situação. Há mesma hora, os sindicatos reúnem com o Governo.(26.06.08/Fonte : Diário de Notícias)Táxis vão aumentar os preços já em Julho
Subida na ordem dos cinco por cento.
O representante dos taxistas defende que este aumento destina-se a combater o impacto da escala dos preços dos combustíveis.
O sistema tarifário dos táxis vai sofrer uma mexida já em Julho, que se vai manter até o final do ano. A medida faz parte do pré-acordo a que o sector chegou hoje com a Secretaria de Estado dos Transportes e que deverá ser assinado amanhã à tarde. Os aumentos serão na ordem dos cinco por cento.
Em declarações ao PÚBLICO, Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), afirmou que o aumento das tarifas acordado com o Governo “não deverá ser superior ao dos transportes de passageiros” e que se destina a combater o impacto da escala dos preços dos combustíveis.
Segundo o responsável, o aumento será “entre os cinco e os 5,5 por cento”, não estando ainda decidido se a mexida será reflectida no valor da na bandeirada ou no preço por quilómetro.
A FPT pretende o aumento da bandeirada, mas a Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (Antral) defende esta última opção, por considerar que é a que “prejudica menos o público em geral”.
Segundo Carlos Ramos, a actualização das tarifas vai ser válida até ao final do ano, sendo que no início de 2009 voltam a ser actualizadas.(26.06.08/Fonte : Público)Construção faz disparar crédito malparado
Cobrança duvidosa de particulares e empresas aumentou 15% num só ano.
Desemprego e subida dos preços e dos juros estão a dificultar o pagamento das prestações dos empréstimos. Num ano, o crédito malparado disparou mais de 15%, totalizando já 4,45 mil milhões de euros, entre particulares e empresas.
Os dados relativos à evolução da concessão de crédito e do montante de cobrança duvidosa mostram que não são apenas as famílias, mas também as empresas que, de mês para mês, mostram maiores dificuldades em pagar os empréstimos. Em Abril, o malparado das empresas ascendia a 1,93 mil milhões de euros e o dos particulares subia para 2,52 mil milhões de euros.
Entre Abril de 2007 e igual mês deste ano, o valor do crédito concedido a empresas que as instituições financeiras tiveram de classificar como sendo de cobrança duvidosa foi de 266 milhões de euros. Só o sector da construção foi praticamente responsável por metade deste malparado.
De acordo com o "Boletim Estatístico" do Banco de Portugal, as empresas tinham naquele mês créditos no valor total de 106,39 mil milhões de euros, dos quais 21,123 mil milhões foram contraídos pelas de construção. Em termos, globais o malparado estava contabilizado em 1,93 mil milhões de euros, sendo aquele sector responsável por quase um terço (602 milhões de euros) daquele total.
Do lado dos particulares, a situação evidencia um padrão de comportamento idêntico. Ainda que face ao montante de crédito total concedido, o malparado seja residual, o certo é que desde Dezembro de 2007 que mantém uma constante tendência de subida. Em termos homólogos, o crédito de cobrança duvidosa das famílias subiu 16,43% em Abril (ou 356 milhões de euros). O total ascende a 2,52 mil milhões.
O incumprimento foi especialmente sentido no segmento da habitação: num um ano aumentou 161 milhões de euros, totalizando já 1,37 mil milhões de euros. Numa comparação mensal (entre Março e Abril deste ano), há a registar uma subida de 1,25% (ou 17 milhões de euros). Já no crédito ao consumo, o incumprimento aumentou 57% em termos homólogos, mas registou uma ligeira melhoria (ao cair 3,05%) se a comparação for feita com o mês anterior.
A informação sobre os empréstimos concedidos até Abril último mostram que as famílias continuam a contrair empréstimos para comprar casa, mas a um ritmo que praticamente não oscilou face ao mês anterior. No total, em Abril, os portugueses deviam aos bancos 130,83 mil milhões de euros, sendo que este valor não inclui o crédito titularizado ("vendido" a outras instituições).(25.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)Viajar na TAP é mais caro a partir de hoje
A TAP aumenta hoje a sobretaxa de combustível em três euros nos voos para a Europa e em 15 euros nos voos intercontinentais, devido à "a contínua escala dos preços dos combustíveis", disse fonte da companhia aérea, citada pela Lusa.
A mesma fonte adianta que nos voos efectuados dentro da Europa (médio curso), a sobretaxa de combustível aumenta de 32 para 35 euros por percurso, com excepção das viagens para a Escandinávia, em que esta taxa aumenta para 40 euros, acrescentando que nos voos intercontinentais (longo curso) a sobretaxa de combustível passa de 110 para 125 euros.
A transportadora justifica este aumento com "a contínua escala dos preços dos combustíveis" a nível mundial, de acordo com a mesma fonte. Este aumento da sobretaxa de combustível segue-se aos aumentos fixados a 15 de Janeiro, 18 de Março e 8 de Maio.
Na semana passada, a TAP admitiu gastar até mil milhões de euros em combustível para aviões (’jet fuel’) se o preço do barril de petróleo chegar aos 150 dólares, o que corresponde a metade das receitas.(24.06.08/Fonte : Diário Económico)Peso dos combustíveis no orçamento dos portugueses é o segundo maior da UE
Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) onde as famílias consomem uma maior parte do seu rendimento com combustíveis para o automóvel, o que as torna ainda mais vulneráveis à recente subida de preços registada nos mercados internacionais de energia.
De acordo com os dados publicados na semana passada pelo gabinete estatístico da União Europeia, Eurostat, os portugueses deixaram, em média, durante o ano de 2005, 5,2 por cento do seu orçamento familiar para abastecer o depósito do automóvel. Este é um valor que fica muito acima da média da União Europeia, que não vai além dos 3,3 por cento. De resto, neste capítulo, os portugueses apenas são superados pelos italianos, que no mesmo ano (2005) reservaram 5,7 por cento do seu rendimento para gastos com gasóleo e gasolina.
Na vizinha Espanha, o gasto médio com combustíveis é de 3,8 por cento, enquanto na Bulgária, o Estado-membro onde as famílias gastam uma menor parte do seu rendimento com este bem, o valor não vai além de 2,1 por cento.
Os dados recolhidos pelo Eurostat junto dos vários institutos nacionais de estatísticas apenas são referentes a 2005. Tendo em conta a escalada dos preços dos combustíveis que se tem verificado em todos os países nos últimos dois anos, é natural que actualmente, mesmo havendo uma redução do consumo, o peso das despesas com estes produtos nos orçamentos dos europeus tenha aumentado substancialmente.
O hábito de usar carro
Com ou sem aumento de preços, a verdade é que, em Portugal, o agravamento da factura destes bens energéticos no orçamento familiar já se vem fazendo sentir de forma regular, pelo menos, desde 1988. Nesse ano, revela o Eurostat, o peso dos combustíveis na despesa era, em média, de 3,2 por cento, subindo depois para 3,5 por cento em 1994 e 3,7 por cento em 1999. Durante todo este período, Portugal acompanhou de perto a média europeia, sem nunca a ultrapassar. Contudo, a partir de 1999, este indicador disparou em Portugal, em contra-ciclo com a diminuição que se verificou na Europa.
São várias as explicações possíveis para esta evolução e uma das hipóteses está relacionada com o preço dos combustíveis praticado no país. Comparando com a totalidade da União Europeia, os valores cobrados em Portugal na gasolina e no gasóleo estão muito próximos da média, mas, uma vez que o rendimento das famílias portuguesas é substancialmente inferior, é natural que, utilizando as mesmas quantidades de combustível, o seu peso no orçamento seja maior. Ainda assim, em vários países do alargamento, que têm um nível de rendimento mais baixo do que Portugal, as famílias adaptaram os hábitos de consumo por forma a que o peso dos combustíveis na estrutura do seu orçamento não fosse demasiado elevado.
E, de facto, outra explicação para o resultado português pode ser uma excessiva utilização do automóvel particular como meio de transporte, quando comparado com o que acontece noutros países da Europa. Quando se verifica qual o peso no orçamento familiar das despesas com transportes públicos (a principal alternativa para diminuir a factura dos combustíveis), Portugal, com 1,3 por cento, não só não tem registado qualquer tipo de subida face aos anos anteriores, como fica atrás de países como a França ou o Reino Unido. Quanto à média europeia, está situada em 1,4 por cento.
O entusiasmo vivido pelos portugueses na sequência da entrada na moeda única europeia e da descida das taxas de juro, que permitiu a muitas famílias a aquisição de automóveis através de crédito (tornando-se vulgar a existência de mais do que um veículo por agregado), deverá ter contribuído para que, entre 1999 e 2005, se tenha verificado um comportamento tão diferente em Portugal face ao resto da Europa na evolução do peso da despesa com combustíveis. Aliás, no ano de 1999, Portugal destacou-se de muitos dos seus congéneres europeus, figurando como o terceiro país da Europa em que as famílias consumiram uma maior parte do seu orçamento na aquisição de automóveis.(23.06.08/Fonte : Público)Espanha: Crise no país vizinho afecta portugueses
40 mil [portugueses] regressam sem trabalho.
Os sinais já eram visíveis mas só agora começam a passar a fronteira e a atingir Portugal. Espanha, que é o maior parceiro comercial português, está em forte abrandamento económico. Com o sector da construção civil a ser um dos mais afectados, quarenta mil portugueses que trabalham nas obras em Espanha vão ficar sem emprego, como resultado da crise financeira.
Para o sindicato da construção civil, as últimas grandes obras acabaram com a construção da Expo’Zaragoça 2008 e estando o mercado imobiliário espanhol em recessão, "não há nada para construir". Albano Ribeiro, presidente do sindicato, garante que "podemos esperar num futuro próximo o regresso destes portugueses ao país de origem", embora realce que alguns optem por trabalhar noutros países onde sejam melhor remunerados, como França, para onde já rumaram nove mil trabalhadores, dada a situação espanhola. Actualmente trabalham na construção civil espanhola perto de 75 mil portugueses.
O próprio ministro da Economia espanhol veio a público dizer que "a queda no sector de construção se tem intensificado", confirmando os números do Colégio de Arquitectos, que fala em quebras em construções na ordem dos 70% no primeiro trimestre de 2008.
Esta redução de trabalho tem resultado em carrinhas praticamente vazias a atravessar a fronteira para transportar trabalhadores. "Havia uma empresa com 15 carrinhas de nove lugares que agora faz a viagem duas vezes por semana, com apenas duas. Não há trabalho para mais", lamenta Albano Ribeiro.
CRISE ECONÓMICA OU APENAS UMA DESACELERAÇÃO
A questão foi colocada ao primeiro-ministro espanhol: "Qual a diferença entre forte desaceleração e crise económica?" A resposta não reúne consenso. Em Portugal, o presidente da Associação Industrial Portuguesa, Rocha de Matos, fala num abrandamento com consequências para o nosso País. "Serão previsíveis repercussões no emprego, principalmente nas regiões transfronteiriças, e dificuldades nas nossas exportações", facto que também preocupa Armindo Monteiro, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). "Espanha é o maior parceiro comercial português e uma recessão como alguns prevêem vai dificultar bastante o crescimento português. As exportações nacionais, que têm sido o balão de oxigénio da nossa economia podem vir a ser seriamente prejudicadas", conclui.
APONTAMENTOS
EMPREGOS
Os empresários espanhóis da construção prevêem que o sector perca 35 mil postos de trabalho.
DÍVIDAS
A organização patronal espanhola Cepco teme que cinco mil empresas ligadas à construção deixem de pagar as dívidas.
PRODUTO INTERNO BRUTO
A economia da Espanha cresceu 2,7 por cento no primeiro trimestre de 2008, menos 0,8 pontos percentuais que nos últimos três meses de 2007.(21.06.08/Fonte : Correio da Manhã)Confiança Económica dos portugueses em "mínimo histórico"
Quase três quartos dos portugueses prevê que dentro de um ano a economia portuguesa esteja pior que na actualidade, com as expectativas económicas portuguesas a atingir um mínimo histórico, segundo uma análise da empresa de estudos de mercado Marktest.
O barómetro de Maio da Marktest mostra que 72 % dos residentes do continente a partir dos 18 anos está "muito pessimista" relativamente ao andamento futuro da economia portuguesa.
Em cada 100 portugueses, 59,6 esperam também uma deterioração da situação financeira do seu agregado familiar, de acordo com o mesmo estudo.
O índice de expectativas atingiu em Maio "o valor mais baixo de sempre" desde que a série de estudos existe desde Março de 1990, segundo a Marktest, baixando para os 20,6 por cento, bem abaixo do limite do optimismo (50 %).
A esse nível corresponde um "pessimismo acentuado", de acordo com a classificação da empresa. Este índice assenta em respostas de 800 entrevistas, num universo constituído por indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal Continental.
Os entrevistados foram contactados telefonicamente para as suas residências, depois de seleccionados aleatoriamente dos operadores Portugal Telecom e Cabovisão. A recolha da informação decorreu entre os dias 19 e 26 de Maio, entre as 15 e as 22 horas.(16.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)Mais de 330 mil pessoas têm mais de um emprego
Trabalho. Para uns, não há emprego; para outros, é o salário que é insuficiente. Entre estes, muitos vêem-se obrigados a encontrar um segundo trabalho que lhes permita complementar o salário recebido na actividade principal. Alguns fá-lo-ão por gosto. Certo, certo, é que são 6,5% da população empregada
Nunca houve tanta gente a ter um segundo trabalho
Muito se fala dos portugueses que não conseguem encontrar um emprego - o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que sejam 427 mil. Mas outros há que têm, não um, mas dois (ou mais) trabalhos. Na maioria dos casos, não é por gosto, mas por necessidade, recorrendo a uma segunda actividade, exercida em tempo parcial, para compor o orçamento ao final do mês.
No primeiro trimestre deste ano eram 339,3 mil, mais 7,5% do que no período homólogo do ano anterior, situando-se a um nível historicamente elevado. Com efeito, na actual série do INE (desde 1998), nunca se registou um valor tão alto num primeiro semestre e, levando em conta os outros períodos do ano, só em 2003 (no segundo trimestre) é que se registou um número mais elevado (343,1 mil).
Os trabalhadores que exercem uma actividade secundária representavam, nos primeiros três meses deste ano, 6,5% da população empregada. No segundo trimestre do ano passado, esta percentagem chegou aos 6,6%, mas, em média, raramente atingiu aquela fasquia.
Este nível elevado de pessoas com um segundo emprego pode ser um sinal da crise e da dificuldade dos trabalhadores por conta de outrem se sustentarem com um só salário. Daí que sintam necessidade de recorrer a part-times, muitas vezes por conta própria. Segundo os dados do INE, em média, o emprego secundário leva-lhe cerca de 12 horas por semana, constituindo aquilo que popularmente se designa de biscate.
Por outro lado, este fenómeno demonstra também que há trabalho para fazer e que, se alguns não conseguem encontrar um emprego ajustado ao seu perfil e expectativas, outros têm dois e até mais para conseguir chegar ao fim do mês.
Metade na agricultura
Mas onde é que estes trabalhadores vão encontrar o segundo (terceiro ou quarto) emprego? Segundo o organismo oficial de estatísticas, quase metade (49,1%) tem a sua segunda actividade no sector agrícola, silvicultura e pesca. Outra fatia muito relevante complementa o seu orçamento mensal com uns biscates no sector dos serviços (45,5%) e só 5,4% o faz na indústria e construção.
Outra informação relevante que os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam diz respeito à desagregação por sexo. Dos 339,3 mil trabalhadores com actividade secundária, 218,6 mil são homens, ou seja, 64%. As restantes 120,7 mil são mulheres.(17.06.08/Fonte : Diário de Notícias)Precários subsidiados continuam a aumentar
Trabalhadores com subsídio social de desemprego são 44 mil, mais 20% do que há um ano.
O número de pessoas que não trabalha tempo suficiente para receber a prestação de desemprego normal e é remetida para o subsídio social aumentou 20% no último ano. É mais um reflexo da subida da precariedade do trabalho em Portugal.
O subsídio social de desemprego é dado sempre que o beneficiário já trabalhou e fez descontos para a Segurança Social, mas não os suficientes para ter acesso ao subsídio de desemprego normal. A descrição encaixa nas pessoas sujeitas a contratos a prazo de curta duração e que não são renovados, voltando a cair no desemprego. E como os precários são uma fatia cada vez maior dos trabalhadores em Portugal, também é de esperar que encham as fileiras do desemprego. Os dados da Segurança Social indicam que, em Março de 2007, havia perto de 37 mil beneficiários do subsídio social de desemprego. Doze meses depois, em Março deste ano (os últimos dados disponíveis), já eram quase 44 mil. É um aumento de 20% que contrasta com a redução do número de beneficiários do subsídio "normal" de desemprego.
O resultado é que o peso destes trabalhadores esporádicos no total dos beneficiários do subsídio de desemprego é cada vez maior. Em Março, eram 17% do total, face a 13% um ano antes. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) corroboram a tese de que os contratados a prazo são uma fatia cada vez maior dos desempregados. Entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano, houve mais contratados a prazo (quase 59 mil) a perder o trabalho do que trabalhadores nos quadros (pouco mais de 57 mil). Foi a primeira vez que tal sucedeu desde que o desemprego começou a subir, em 2003. Do outro lado do espelho, no mercado de trabalho, a tendência repete-se. De acordo com o INE, no primeiro trimestre do ano passado, havia 647 mil contratados a prazo; nos três primeiros meses deste ano, eram já 718 mil - mais 71 mil pessoas a trabalhar com contratos a termo. Os "recibos verdes" ficam de fora destas contas, já que os 150 euros de descontos mensais que estão obrigados a fazer não lhes dão direito a qualquer protecção em caso de desemprego, mesmo quando se trata de um falso trabalhador independente.
Os beneficiários do subsídio social fizeram menos descontos do que quem recebe a prestação normal, mas os valores pagos são inferiores até ao salário mínimo nacional. Em média, a cada mês os beneficiários recebiam em Março 323 euros, variando dos 290 pagos em Beja até aos 356 de Faro. Em qualquer caso, é bastante menos do que os 510 pagos, em média, aos trabalhadores com carreiras contributivas mais longas.(16.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)
Acordo custa milhões [ao Estado]
O Governo cedeu em quase todas as reivindicações da associação dos transportadores de mercadorias. De fora ficaram as mais emblemáticas mas as que mais poderiam penalizar o Orçamento do Estado: o gasóleo profissional, harmonização fiscal com Espanha e ainda a isenção de tributação das ajudas de custo. Ainda assim as medidas vão custar milhões de euros ao Estado, uma quantificação que o primeiro-ministro vai anunciar hoje no Parlamento.
Os efeitos do pacote de dez medidas acordadas começam já a fazer-se sentir a partir de Julho, com a redução entre 30 e 50 por cento no preço das portagens durante a noite. Foram seis horas de negociações para redigir um acordo que deixou os transportadores satisfeitos, como garantiu ao CM o presidente da ANTRAM, António Mousinho, que apelou ao fim da paralisação. Além do ministro das Obras Públicas e da secretária de Estado dos Transportes e dirigentes da ANTRAM, participaram nas reuniões representantes da comissão de manifestantes e responsáveis das concessionárias das auto-estradas.
O primeiro-ministro presidiu ontem a um improvisado gabinete de crise. Com os ministros da Economia e dos Transportes, representantes das petrolíferas e das forças de segurança, o chefe do Governo ‘radiografou’ os bloqueios feitos pelos piquetes de camionistas e ordenou, ele próprio, o reforço de policiamento nas zonas mais críticas.
Por ordem do primeiro-ministro, por exemplo, um comboio de 41 camiões cisterna de combustível foi mesmo acompanhado por 90 agentes do Corpo de Intervenção da PSP desde Samora Correia.
AS DEZ MEDIDAS
1- Portagens reduzidas à noite entre 30 e 50 por cento
2 - Majoração das despesas de combustíveis no IRC
3 - Manutenção do ISP durante um ano
4 - Indexação do frete ao custo do aumento dos combustíveis
5 - 30 dias para pagamento de facturas aos transportadores
6 - Manutenção do imposto de camionagem durante três anos
7 - Forma especial de pagamento do IVA
8 - Subsídios à formação profissional
9 - Apoio ao abate de viaturas
10 - Apoios à renovação da frota
À LUPA
POSTOS
Postos de combustíveis encerrados no Centro e no Sul. Só o Norte não foi afectado.
INCIDENTES
Três camiões foram incendiados, quatro apedrejados e um danificado.
NOTAS
CRISE - TRANSPORTES
O presidente da Associação de Transportadores de Passageiros (ANTROP), Cabaço Martins, admitiu ontem a possibilidade de rupturas no serviço 'a qualquer momento'
ABASTECIMENTO - AVIÕES
A ANA – Aeroportos de Portugal suspendeu o abastecimento de combustíveis aos aviões no aeroporto da Portela, em Lisboa. A medida ainda não levou ao cancelamento de voos
HIPERMERCADOS - FALTAS
A falta de embalagens de água e de peixe, carne, frutas e legumes frescos era ontem bem visível em muitas das grandes superfícies comerciais um pouco por todo o País
AGRICULTORES - PROTESTO
A Confederação dos Agricultores de Portugal admitiu ontem que o sector "pode vir a manifestar-se publicamente" em protesto conjunto com os camionistas, segundo o presidente, João Machado
BUZINÃO - CONTRA GOVERNO
O Movimento de Utentes de Serviços Públicos promove um buzinão nacional na próxima terça-feira, dia 17, em protesto contra o Governo, que acusam de "assobiar para o lado"
FORÇAS ARMADAS - PRECAVIDAS
Marinha e Força Aérea têm reservas próprias. A Armada abastece-se a partir de pipelines no mar que fornecem a Base Naval do Alfeite. Lanchas abastecidas por navios
INEM - PLANO DE CONTINGÊNCIA
O Instituto Nacional de Emergência Médica afirmou ter um "plano de contingência" que abastecerá as 79 ambulâncias de que dispõe caso haja um corte nos combustíveis
MAI - ACTIVIDADE ASSEGURADA
O Ministério da Administração Interna garantiu ontem que os bombeiros e as forças de segurança não terão a operacionalidade afectada pela paralisação dos camionistas
BOMBEIROS - SANTARÉM SECOU
Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, disse ao ‘CM’ que sete corporações do distrito de Santarém ficarão hoje sem combustíveis e três de Coimbra a curto prazo
SIS - INFILTRADOS NOS PIQUETES
Operacionais dos Serviços de Informações e Segurança têm estado, desde segunda-feira, infiltrados nos piquetes de camionistas, passando informações às chefias da PSP e da GNR. (13.06.08/Fonte : Correio da Manhã)Fruta, legumes e peixe começam a faltar nos supermercados
O director-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição disse esta quarta-feira que já começaram a faltar produtos hortofrutícolas e peixe nos supermercados, principalmente no centro e sul do país, devido à paralisação dos transportes de mercadorias.
José António Rousseaux disse à agência Lusa que "ao terceiro dia de paralisação, a situação se agravou", adiantando também que aumentaram os piquetes nas estradas para impedir a circulação dos veículos que transportam mercadorias.
"Os produtos perecíveis como os hortofrutícolas e o peixe começaram já a faltar em alguns supermercados", referiu, acrescentando que "todas as superfícies estão a ser afectadas da mesma maneira".
Contudo, as zonas Centro e Sul do país são as mais afectadas.
De acordo José António Rousseaux, a escolta policial aos camiões não está a ser totalmente eficaz, porque muitos veículos voltam a ser bloqueados. "Muitas vezes a escolta policial não vai até ao destino dos veículos", explicou.
O director-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) lamentou ainda a "dezena de viaturas danificadas devido a apedrejamentos" e existência de "ameaças aos motoristas".
Fonte da empresa Jerónimo Martins disse hoje à Lusa que começam a escassear produtos frescos como peixe, carne, fruta e vegetais.
Questionado sobre se os clientes estão a fazer reservas de alimentos, a mesma fonte esclareceu que se tem notado um "ligeiro acréscimo nas vendas, mas não significativo".
Por sua vez, fonte do grupo Auchan referiu à Lusa que a bomba de combustíveis de Alfragide, Lisboa, já teve de encerrar.
Quanto aos supermercados do grupo, a mesma fonte disse que só começará a ser notória a partir de hoje, dado que terça-feira (feriado nacional) venderam menos por terem encerrado às 13 horas.(11.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)50 mil empresas estão a reter 1,2 mil milhões em impostos
Administração Fiscal notificou esta semana 50 mil empresas, dando-lhes uma última oportunidade para entregarem os 1,29 mil milhões de euros de IRS, IRC e IVA que retiveram aos seus funcionários e clientes. Caso não o façam, o Fisco avançará com um processo de inquérito criminal.
A instauração destes processos vai passar a ser automática a partir da próxima semana, pois nessa altura entra em funcionamento um novo sistema informático que sistematiza a instauração de inquérito criminal quando há falta reiterada das prestações tributárias retidas pelas empresas. No final do ano passado, a DGCI contabilizou 60 mil empresas em falta, ou seja, que tinham retido na fonte aos seus trabalhadores e clientes IRS, IRC e IVA sem que depois entregassem o imposto ao Fisco. Daquele universo, 10 mil acabaram por regularizar a sua situação, repondo 48 milhões de euros. As 50 mil que se mantêm em falta têm agora uma última oportunidade. A não entrega aos cofres do Estado de impostos retidos na fonte ou suportado por terceiros está classificada como crime de abuso de confiança fiscal, punível com pena de prisão até três anos.(09.06.08/Fonte : Jornal de Notícias)MANIFESTAÇÃO: Moção da rua teve mais de 200 mil pessoas
Acossado. Sócrates viveu ontem um dia negro: 200 mil saíram à rua para protestar contra o Código Laboral, no Parlamento, foi censurado pela terceira vez e, já à noite, ouviu Alegre admitir que pode deixar o PS
CGTP vai apoiar o buzinão de dia 17.
"Está quieto, pá!" pedia Carvalho da Silva a Ulisses Garrido, enquanto em cima do palco escrevia nas suas costas as últimas notas de um discurso que ia fazer perante mais de 200 mil pessoas.
Mas qual a mensagem que queria o secretário-geral da CGTP transmitir ao mar de gente que ontem encheu a lisboeta Avenida da Liberdade? "Portugal tem futuro!"
Para o líder da central sindical, a manifestação era a prova de que "o crescendo de indignação vai exigir ao Governo outras políticas". Carvalho da Silva diz mesmo que é necessário ter-se "confiança no futuro" e que "o Executivo socialista tem de ver a verdadeira dimensão dos protestos".
Perante o apoio dos muitos manifestantes que estavam visualmente enquadrados por um mar de bandeiras a que se juntaram gigantescos balões de variadas cores, Carvalho da Silva prometeu que "os protestos não param", e em moção aprovada - por unanimidade - no fim do seu discurso ficaram agendadas, para dia 28 deste mês manifestações em todas as cidades do País.
Mas mesmo antes, já no dia 17, os manifestantes prometem aderir ao grande buzinão que se está a preparar contra o aumento "do preço dos bens essenciais, dos combustíveis aos alimentares".
Falando durante cerca de 40 minutos, Carvalho da Silva garantiu: " Vamos encher as ruas de muitas cidades, porque não abdicamos de construir um futuro para Portugal."
O secretário-geral da CGTP frisou que se verifica um "crescendo de participação dos trabalhadores nestas manifestações da CGTP, pois cada vez mais se sentem as desigualdades e as injustiças sociais".
A dimensão da manifestação prova que "este protesto não vai parar até que haja mudanças políticas e sejam apresentados novos projectos para o País", acrescentou o líder da CGTP.
Carvalho da Silva fez, no entanto, questão de esclarecer que os mais de 200 mil manifestantes desceram a Avenida para dizer "não" às políticas do Governo e à proposta de revisão da legislação laboral, adiantado estarem a fazê-lo "sem agressividade ou pretensiosismos".
Deixou o recado claro de que "os trabalhadores estão dispostos a continuar a luta", frisando que não têm sentido as declarações de Vieira da Silva, titular do Ministério do Trabalho, que ontem de manhã afirmou que tanto lhe interessava que a manifestação tivesse mil ou um milhão de pessoas.
O secretário-geral da CGTP não poupou críticas ao Governo de José Sócrates e acusou-o mesmo de não cumprir as promessas eleitorais, nomeadamente na revisão do Código do Trabalho e na criação de mais 150 mil postos de trabalho.
O aumento do custo de vida foi outro dos temas fortes do discurso do líder da CGTP, que disse ser este factor que afecta negativamente os trabalhadores, pois os seus salários estão sistematicamente a ser delapidados com o aumento da inflação.
A CGTP frisou que a revisão da legislação laboral preparada pelo Governo é "inaceitável" e deixou críticas à UGT em todo este processo.
Entre os aspectos mais nocivos da proposta do Governo, Carvalho da Silva citou a alteração do conceito de tempo de trabalho, a possibilidade de caducidade dos contratos colectivos de trabalho e a falta de medidas concretas de combate à precariedade laboral.
Apesar de ser dia de moção de censura no Parlamento, a manifestação da CGTP contou com a participação de Jerónimo de Sousa, líder do PCP, e de Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda.
O secretário-geral comunista fez questão de destacar que "a verdadeira moção de censura estava ali na rua" e garantiu que os "trabalhadores não vão deixar passar os pontos negativos do novo Código do Trabalho".
O líder do PCP frisou que se "o Governo PS mantiver esta teimosia de não alterar a proposta da revisão do Código de Trabalho, vai sofrer consequências eleitorais", adiantando que "qualquer Governo com sensibilidade social, veria esta manifestação e abandonaria esta reforma laboral".
Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda , fez questão de lembrar "o recente relatório da OCDE a dar conta do aumento da inflação e do desemprego para os próximos dois anos, o que demonstra o descaramento do Governo em querer mudar a legislação laboral". O líder do BE considerou ser da máxima importância "a grande participação na manifestação de ontem".(06.06.08/Fonte : Diário de Notícias)Portugal está a viver acima das suas possibilidades
Previsões da OCDE. Economia portuguesa deverá crescer 1,6% em 2008, com as famílias a reduzirem o consumo de bens. Desemprego, endividamento e taxas de juro impedem a recuperação e comércio externo deverá ser afectado por mau desempenho dos parceiros comerciais
Poupança das famílias cai pelo quarto ano
Portugal vai empobrecer ainda mais, prevê a OCDE. Já este ano, em resultado da crise, as poupanças das famílias baixam, pelo quarto ano consecutivo, enquanto a escalada da inflação para 3% "come" grande parte dos rendimentos. O desemprego afectará quase 8% dos portugueses, o que ajuda a explicar uma travagem nas despesas com as compras.
O país continuará nos próximos anos a viver acima das suas possibilidades, sendo a segunda nação entre as 33 filiadas na OCDE, a seguir à Grécia, com o maior défice externo. Ou seja, Portugal consome mais do que produz.
Contas feitas, a economia portuguesa cresce 1,6% este ano, uma forte revisão em baixa face aos 2% esperados pela organização em Dezembro do ano passado. Este ano, a economia cresce abaixo da Zona Euro, mas em contrapartida deverá registar melhor desempenho do que a área euro em 2009. E sem grandes públicas irá continuar a divergir da Europa.
A estimativa da OCDE está em linha com as recentes previsões do Governo (1,5%), com a actividade a ser afectada pela travagem no consumo das famílias, do investimento e das exportações, diz o relatório, ontem divulgado em Paris.
Este ano, o consumo cresce apenas 1,4%, com as famílias endividadas -a dívida aos bancos ultrapassa em quase 30% o rendimento anual dos portugueses, segunda dados do Banco de Portugal - a sofrer efeitos da alta das taxas de juro.
Acresce que os banqueiros - com dificuldades em captar dinheiro fora do país - estão a restringir a concessão de empréstimos às famílias. Aliás, diz a OCDE, a crise de liquidez e o aperto nas condições de concessão de créditos podem "moderar" os gastos com o investimento.
O contributo do comércio externo para o crescimento da economia será negativo, já que as importações deverão crescer acima das exportações. A razão é simples: o comércio português deverá sofrer com a forte travagem da economia espanhola.
O relatório da OCDE indica que a economia do país vizinho deverá crescer apenas 1,6%, em comparação com uma expansão de 3,8% em 2007. O drama é que o ritmo de crescimento das importações do país vizinho deverá cair 45,4%, uma vez que o consumo das famílias espanholas está em forte desaceleração e o investimento estagnou. E 28% das exportações portuguesas dependem de Espanha.
Apesar do fraco desempenho da economia, o défice orçamental deverá manter uma trajectória de redução. Mas, diz a OCDE, o corte de um ponto no IVA vai abrandar o ritmo de consolidação orçamental nos próximos dois anos.(05.06.08/Fonte : Diário de Notícias)Multibanco celebra hoje 25 anos com nova imagem
O Multibanco vai ter a partir de hoje uma nova imagem, adiantou à Lusa fonte oficial da SIBS, empresa proprietária da rede de caixas automáticas.
A nova imagem vai ser apresentada numa sessão que terá lugar no Fontana Park Hotel Saldanha, em Lisboa, com a presença de Fernando Teixeira dos Santos, ministro de Estado e das Finanças.
O lançamento da nova imagem coincide com o 25º aniversário da SIBS, empresa fundada em 1983, que é liderada por Vítor Bento e tem como accionistas a maioria dos bancos de retalho a operar em Portugal.
A rede Multibanco conta com 12 800 caixas automáticas em todo o país, tendo registado um total de quase 795 milhões de operações em 2007.
Neste número incluem-se 392 milhões de levantamentos, 255 milhões de consultas e 127 milhões de pagamentos.
O Multibanco conta ainda com uma rede de 177 mil terminais de pagamento automático, que em 2007 permitiram realizar mais de 547 milhões de compras, com um preço médio por transacção de 43,9 euros.(04.06.08/Fonte : Diario Económico)Estado português: Irregularidades de 2,4 mil milhões
Tribunal de Contas: Relatório de actividades faz síntese de auditorias.
O Tribunal de Contas detectou em 2007 irregularidades no montante de 2,4 mil milhões de euros, dos quais 1,7 mil milhões na Conta Geral do Estado de 2006, revela o Relatório de Actividades daquele organismo. Por infracções, o Tribunal de Contas obteve a condenação em 18 (de um total de 20) processos e foram ordenadas devoluções em cerca de 373 mil. Pagamentos não orçamentados e transferências de municípios para empresas foram algumas das irregularidades detectadas na análise às contas públicas nacionais, regionais e locais.
Excepção feita à Conta Geral do Estado, foi nas auditorias ao sector público administrativo (sobretudo na aplicação de fundos comunitários) que foram detectadas anomalias de valor mais significativo. Só no Programa Operacional da Agricultura e Desenvolvimento Rural a fiscalização concluiu que teriam de ser recuperados cerca de quatro milhões de euros de fundos perdidos.
O organismo liderado por Guilherme d’Oliveira Martins fez o controlo prévio de 1736 actos, provenientes de 766 entidades que os submeteram a visto, verificou 581 contas e concluiu 97 auditorias, tudo durante o ano passado.
O chumbo do TC a contratos públicos devido a ilegalidades ou irregularidades poupou aos cofres do Estado cerca de 106,7 milhões de euros. Por outro lado, foram identificadas poupanças no valor de 19,6 milhões de euros, decorrentes da reposição de saldos e restituição de pagamentos indevidos.
DENÚNCIAS
O Tribunal de Contas recebeu uma denúncia a cada dois dias durante o ano passado. Ao todo foram feitas 150 denúncias. A maioria das queixas refere-se a organismos da Administração Central (88) e 53 a instituições da Administração Local. Estes documentos são incluídos na pasta com informação do organismo e são recuperadas no momento em que o organismo faz uma auditoria.
SARGENTO DEVE 214 MIL EUROS
O responsável por um dos maiores desvios de dinheiro detectados pelo Tribunal de Contas, um ex-sargento chefe de Infantaria da GNR, ainda não devolveu os 180 mil euros de que se tinha apropriado. Condenado em 2006, o ex-militar enfrenta agora a execução da dívida que, somado os juros de mora, já atinge os 214 333 euros, de acordo com o relatório de actividades daquele organismo.
DETALHES
Irregularidades detectadas em 2007
Em milhões de euros
Conta Geral do Estado de 2006 1,700
Outras auditorias
Diversos fundos comunitários 247
Funções soberania e ambiente 194
Empresas do Estado 170
Ciência, E. Superior, Desporto, etc 44
Autarquias Locais 33
Seg. Social, Trabalho 11
Saúde 5
Total 2404 (03.06.08/Fonte : Correio da Manhã)Português do Canadá oferece comunicações para hospitais
Os hospitais portugueses vão poder contar, a custo zero, com um sistema de comunicações inovador, que reduz em dez vezes o tempo médio das comunicações entre os diversos profissionais e serviços. Um ganho de tempo com particular utilidade na gestão das cirurgias, convocação de profissionais em caso de emergência e na transferência de doentes.
A proposta é da Globestar Systems, uma empresa de sistemas de comunicações integradas, detida por um português radicado há 40 anos no Canadá, que - depois de vender os seus serviços no Canadá, Estados Unidos, Austrália e Ásia- escolheu Portugal como placa de lançamento na Europa. Para tal, aposta na disponibilização grátis do software aos hospitais portugueses. "Nós oferecemos o software e o que pedimos em troca é que cada hospital contrate um engenheiro informático durante um ano que fique responsável pela implementação do sistema", disse ao DN o proprietário, David Tavares, nascido em São Miguel (Açores) e com residência em Toronto.
Os contactos com o Ministério da Saúde estão avançados para a implementação do sistema, que já funciona a título experimental no Hospital de Santa Marta, integrado no Centro Hospitalar Lisboa Central, desde Junho do ano passado. "O Governo inglês também estava muito interessado, mas se sou português achei que devíamos começar por Portugal", disse David Tavares, 60 anos, com muitos anos de ligação ao sector das telecomunicações. Mais do que generosidade, a Globestar pretende fazer de Portugal um show case que possa exibir no mercado europeu para vender o ConnexALL e criar aqui uma rede de engenheiros que possa dar formação um pouco por toda a Europa, à medida que o produto seja adoptado em vários hospitais. Se a proposta for acatada na íntegra, em causa estará a contratação de 100 engenheiros informáticos, tantos como o número estimado de hospitais públicos.
Como explica David Tavares - que faz questão de dizer que o seu mérito é o de rodear-se de jovens que saibam mais que ele - o produto em questão é um software que permite integrar todos os sistemas de comunicação, podendo uma ordem dada num PC ser recebida num telemóvel, num telefone fixo ou num pager e vice-versa. No caso de um acidente de grandes dimensões, por exemplo, que exija uma resposta de emergência, "com um simples clic num PC, o sistema pode convocar de forma automática o número de anestesistas, cirurgiões, enfermeiros ou ambulâncias que se julguem necessários. O computador vai chamando os telemóveis, telefones fixos dos profissionais listados, sendo que cada vez que um não atende, passa para outro, regista as confirmações, e só pára quando for atingido o número pré--definido".(02.06.08/Fonte : Diário de Notícias)