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05/08

Casas de penhores mais procuradas

 

Os portugueses procuram cada vez mais as casas de penhores. Em Lisboa e no Porto a procura cresceu quase 50% em relação a 2007 e, de acordo com responsáveis por estes estabelecimentos, as pessoas penhoram tudo ouro, prata, linhos e a própria roupa.

Os penhoristas referem que são procurados por pessoas de todas as camadas sociais e as épocas de maior procura são as de Setembro/Outubro, regresso às aulas, na época de pagamento das contribuições autárquicas e depois das festas.

As casas de penhores emprestam dinheiro a clientes que depositam determinado bem na loja. O objecto é avaliado e é emprestada determinada a quantia. O objecto ficará na loja por três meses, durante os quais poderá ser recuperado. Depois desse tempo a loja pode vendê-lo.

Os responsáveis por estas lojas dizem existir o desejo de recuperar os objectos, mas são cada vez menos os que conseguem.
(30.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Portugal terá mais um milhão de idosos dentro de 40 anos

 

Idosos não podem ser encarados como "fardos", mensagem que as escolas devem veicular.

 

O número de idosos (mais de 65 anos) atingirá a marca de 2,95 milhões em 2050, mais um milhão do que em 2005 (1,78 milhão) e 2006 (1,82 milhão), de acordo com as projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2046, haverá 238 idosos por cada 100 jovens, o dobro dos valores actuais (112 para 100), facto que leva especialistas a considerar que as escolas devem preparar os mais novos para a sua própria velhice.

Ainda segundo as projecções do INE, em 2046 a proporção de população jovem reduzir-se-á 13% e a população idosa aumentará dos actuais 17,2% para 31%.

Neste cenário, agravar-se-á o processo de envelhecimento da população portuguesa expresso no índice de envelhecimento, que é hoje de 112 idosos por cada 100 jovens e em 2046 será de 238 pessoas com mais de 65 anos por cada 100 até aos 14 anos.

Aulas de gerontologia
Perante estas projecções, uma docente e investigadora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (ISCSP/UTL) defende que as escolas deviam dar aulas de gerontologia (estudo do envelhecimento) aos jovens para lhes explicar que "ser idoso não tem de ser um fardo" e educá-los para uma velhice activa.

Num país em que a esperança de vida à nascença e aos 65 anos é cada vez maior, os mais velhos são considerados "um fardo e um custo em toda a ordem em termos de equipamentos sociais e dos hospitais", considera Stella António.

"O Envelhecimento e Políticas Sociais" e a "Solidariedade Geracional e Sustentabilidade da Segurança Social" são alguns dos temas que vão estar hoje em debate na "Conferência Demografia e Políticas Sociais", organizada pelo Centro de Administração e Políticas Sociais do ISCSP/UTL e Associação Portuguesa de Demografia (APD).

Os dados mais recentes do INE, relativos a 2006, indicam que o Alentejo é a região do país mais envelhecida, com 102.042 jovens (até aos 14 anos) contra 175.061 idosos (22,9% do total da população).

No lado oposto estão as regiões autónomas, onde há mais jovens que idosos nos Açores existem 46.904 jovens e 30.198 idosos (12,4% da população) e na Madeira há 44.283 crianças até aos 14 anos e 32.274 pessoas com mais de 65 anos, que perfazem 13,1% do total da população madeirense.

Stella António explicou que a causa principal do envelhecimento não é tanto o aumento da esperança média de vida, mas sim a quebra da natalidade "Se tivéssemos muitas crianças a nascer, compensava os nossos idosos", justificou.

"Nós não estamos a arranjar respostas positivas para estes idosos", frisou, defendendo que é preciso "pensar e educar para a idade da reforma".

"A idade da reforma tem de ser pensada hoje", advertiu, sublinhando que as pessoas têm de começar a pensar que "o velho que eu serei amanhã terei de começar a pensá-lo hoje".
(29.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Dívida total das famílias chega a 129% do que ganham por ano

 

O elevado nível de endividamento dos portugueses pode limitar a sua capacidade de ajustamento a crises, numa altura em que as taxas de juro não param de subir. O endividamento dos particulares já atingiu os 129% do seu rendimento disponível anual, ou seja, a dívida total das famílias é superior em 29% ao seu rendimento de um ano, sem impostos.

Em 2006, este valor era de 123%, o que significa que os portugueses aumentaram as suas dívidas à banca em 11,2 mil milhões de euros, no último ano. A dívida total dos particulares à banca era de 147,9 mil milhões de euros no final do ano passado, ou seja, 91% do PIB.

Estes dados foram ontem revelados pelo Banco de Portugal, no seu Relatório de Estabilidade Financeira de 2007. O supervisor considera que, ainda que o quadro financeiro das famílias não ponha em causa a estabilidade do sistema em geral, detectam-se "algumas situações de vulnerabilidade, sobretudo nos estratos mais jovens e de rendimento mais baixo".

O Banco de Portugal ressalva, no entanto, que estas famílias têm uma participação relativamente limitada no mercado do crédito. Por outro lado, destaca os "níveis historicamente reduzidos" do incumprimento na carteira de crédito dos bancos, apesar de, no primeiro trimestre deste ano, o rácio de incumprimento ter subido 5,5%, passando de 1,8 para 1,9% dos empréstimos totais a particulares.

Para a autoridade de supervisão, os principais riscos para a estabilidade financeira em Portugal são a incerteza quanto à duração, extensão e implicações da turbulência nos mercados financeiros.

O elevado nível de endividamento das famílias, refere ainda a instituição liderada por Vítor Constâncio, "poderá estar a constituir uma restrição activa para a evolução do consumo privado e do investimento residencial". Uma situação que tenderá a agravar-se, num quadro de aumento da restritividade na concessão de crédito, como consequência das dificuldades de financiamento enfrentadas pelos bancos.

O Relatório refere ainda, no quadro de uma menor procura no mercado imobiliário, que não existe "uma sobrevalorização dos preços da habitação em Portugal, que têm registado taxas de crescimento muito moderadas ao longo dos último anos (negativas em termos reais)", ao contrário do que se observa noutros países.

Poupança volta a cair
Em 2007, registou-se uma redução da taxa de poupança dos portugueses. De acordo com o Relatório de Estabilidade, esta taxa, quando medida em percentagem do rendimento disponível dos particulares, fixou-se nos 7,9%, contra 8,4 % no ano anterior.

Já no que respeita à sua relação com o PIB, a taxa de poupança foi de 5,5%, quando em 2006 tinha sido de 6%. Mais um dado que indicia um maior recurso ao financiamento nos mercados internacionais, por parte dos bancos, agravando a posição do País face ao exterior.

Do lado das empresas, a situação também não melhorou. A dívida total destas atingiu os 114% do produto interno bruto (PIB) em 2007, enquanto a sua poupança corrente, em percentagem do PIB, baixou para 4,3%, contra 5% em 2006. Referindo-se ao sector bancário, o Banco de Portugal defende um reforço dos fundos próprios dos bancos portugueses, para fazer face às incertezas que persistem nos mercados financeiros. "As perturbações nos mercados financeiros deverão continuar a afectar negativamente a rendibilidade dos bancos", refere o documento.

O Relatório de Estabilidade considera ainda que a actual conjuntura "não é favorável à realização de operações de fusão e aquisição, que nos últimos anos tinham contribuído de forma bastante positiva para os resultados dos bancos".
(28.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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POBREZA E DESIGUALDADES

 

Por Mário Soares.


Não posso dizer que tenha ficado surpreendido com o Relatório da União Europeia (Eurostat) e o trabalho, coordenado pelo Prof. Alfredo Bruto da Costa, do Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS), intitulado "Um olhar para a pobreza em Portugal", divulgados há dias, que coincidem em alertar para o facto de a "pobreza e as desigualdades sociais se estarem a agravar em Portugal". Surpreendido não fiquei. Mas chocado e entristecido, isso sim, por Portugal aparecer na cauda dos 25 países europeus - a Roménia e a Bulgária ainda não fazem parte da lista - nos índices dos diferentes países, quanto à pobreza e às desigualdades sociais e, sobretudo, quanto à insuficiência das políticas em curso para as combater.

Recentemente, cerca de 20 mil cidadãos portugueses, impulsionados pela Comissão Justiça e Paz, dirigiram à Assembleia da República um apelo aos legisladores para aprovarem uma Lei que considere a pobreza uma violação dos Direitos Humanos. Foi uma manifestação de consciência cívica e de justa preocupação moral - que partilho - quanto à pobreza crescente na sociedade portuguesa. E acrescento: a revolta quanto às escandalosas desigualdades sociais, que igualmente crescem, fazendo de Portugal, trinta e quatro anos depois da generosa Revolução dos Cravos, o país da União Europeia socialmente mais desigual e injusto, ombreando, à sua escala, naturalmente, com a América de Bush... Ora, a pobreza e a riqueza (ostensiva e muitas vezes inexplicável) são o verso e o reverso da mesma moeda e o espelho de uma sociedade a caminho de graves convulsões. Atenção, portanto.

Eu sei que o mal-estar social e as dificuldades relativas ao custo de vida que, hoje, gravemente afectam os pobres, mas também a classe média - e se tornaram, subitamente, muito visíveis, por força da comunicação social - vêm de fora e têm, evidentemente, causas externas. Entre outras: o aumento do preço do petróleo, que acaba de atingir 135 dólares o barril; a queda do dólar, moeda, até agora de referência; o subprime ou crédito malparado, em especial concedido à habitação (a bolha imobiliária); a falência inesperada de grandes bancos internacionais e as escandalosas remunerações que se atribuem os gestores e administradores; o aumento insólito do preço dos géneros alimentares de primeira necessidade (cereais, arroz, carne, peixe, frutas, legumes, leite, ovos, etc.); a desordem geostratégica internacional (com as guerras do Afeganistão, do Iraque e do Líbano, a instabilidade do Paquistão, o eterno conflito israelo-palestiniano e as guerras em África); o desequilíbrio ambiental que, a não ser de imediato corrigido, põe o Planeta em grande risco; a agressiva concorrência dos países emergentes, que antes não contavam; etc...

Tudo isto configura uma situação de crise profundíssima a que a globalização neoliberal conduziu o Mundo, como tantas vezes disse e escrevi. Uma crise financeira, em primeiro lugar, na América, que está a alargar-se à União Europeia, podendo vir a transformar-se, suponho, numa crise global deste "capitalismo do desastre", pior do que a de 1929. Uma crise também de civilização que está a obrigar-nos a mudar de paradigma, tendo em conta os países emergentes, e os seus problemas internos específicos, uma vez que o Ocidente está a deixar de ser o centro do mundo. Não alimentemos ilusões.

Claro que com o mal dos outros - como é costume dizer-se - podemos nós bem. É uma velha frase que hoje deixou, em muitos casos, de fazer sentido. Vivemos num só Mundo em que tudo se repercute e interage sobre tudo.

No entanto, no nosso canto europeu, deveremos fazer tudo o que pudermos, numa estratégia concertada e eficaz, para combater a pobreza - há muito a fazer, se houver vontade política para tanto - e também para reduzir drasticamente as desigualdades sociais. Até porque, como têm estado a demonstrar os países nórdicos - a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia - as políticas sociais sérias estimulam o crescimento, contribuem para aumentar a produção e favorecem novos investimentos. Este é o objectivo geostratégico para o qual deveremos caminhar, se quisermos evitar convulsões e conflitos.

Depois de duas décadas de neoliberalismo, puro e duro - tão do agrado de tantos que se dizem socialistas, como desgraçadamente Blair - uma boa parte da Esquerda dita moderada e europeia parece não ter ainda compreendido que o neoliberalismo está esgotado e prestes a ser enterrado, na própria América, após as próximas eleições presidenciais. A globalização tem de ser, aliás, seriamente regulada, bem como o mercado, que deve passar a respeitar regras éticas, sociais e ambientais.

Em Portugal, permito-me sugerir ao PS - e aos seus responsáveis - que têm de fazer uma reflexão profunda sobre as questões que hoje nos afligem mais: a pobreza; as desigualdades sociais; o descontentamento das classes médias; e as questões prioritárias, com elas relacionadas, como: a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social, o trabalho. Essas são questões verdadeiramente prioritárias, sobre as quais importa actuar com políticas eficazes, urgentes e bem compreensíveis para as populações. Ainda durante este ano crítico de 2008 e no seguinte, se não quiserem pôr em causa tudo o que fizeram, e bem, indiscutivelmente, para reduzir o deficit das contas públicas e tentar modernizar a sociedade. Urge, igualmente, fortalecer o Estado, para os tempos que aí vêm, e não entregar a riqueza aos privados. Não serão, seguramente, eles que irão lutar, seriamente, contra a pobreza e reduzir drasticamente as desigualdades.

Já uma vez, nestes últimos anos, escrevi e agora repito: "Quem vos avisa vosso amigo é." Há que avançar rapidamente - e com acerto - na resolução destas questões essenciais, que tanto afectam a maioria dos portugueses. Se o não fizerem, o PCP e o Bloco de Esquerda - e os seus lideres - continuarão a subir nas sondagens. Inevitavelmente. É o voto de protesto, que tanta falta fará ao PS em tempo de eleições. E mais sintomático ainda: no debate televisivo da SIC que fizeram os quatro candidatos a Presidentes do PPD/PSD, pelo menos dois deles só falaram nas desigualdades sociais e na pobreza, que importa combater eficazmente. Poderá isso relevar - dirão alguns - da pura demagogia. Mas é significativo. Do que sentem os portugueses. Não lhes parece?...
(27.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Combustíveis: Galp aumentou preços de gasolina e gasóleo
SC 95 custa agora 1,49 euros, SC 98: 1,63 e gasóleo: 1,41 euros

 

Revendedores lançam apelo a Cavaco Silva.

 

A Galp subiu este fim-de-semana, pela 18ª vez, o preço dos combustíveis. A Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC) admite fazer um abaixo-assinado a pedir a intervenção do Presidente da República na escalada dos preços. A BP não segue, para já, a subida.

"Se o Presidente já está sensibilizado para o problema e ouviu o secretário-geral da OPEP dizer que o negócio está maluco, que não há falta de petróleo e que não se justificam preços destes – fruto da desvalorização do dólar e da especulação –, temos de pedir a alguém com estatuto moral reconhecido pelos portugueses que ponha cobro a isto", diz Augusto Cymbron, presidente da ANAREC. "Em vez de as pessoas promoverem um boicote às petrolíferas [BP, Galp e Repsol], que vai apenas prejudicar os revendedores, devem pedir a intervenção do Presidente da República", afirma Cymbron, adiantando que poderá ser a própria ANAREC a "abrir na internet o abaixo-assinado".

Para a ANAREC, Cavaco Silva pode pedir "bom senso" a quem tem responsabilidades, entre os quais "o ministro das Finanças, o ministro da Economia e o presidente da Galp", Ferreira de Oliveira.

"Estarmos a falar de 130 e 135 dólares por barril é pura especulação, é enganar os contribuintes e temos de dizer basta", adianta.

Recorde-se que o Governo pediu um estudo à Autoridade da Concorrência para verificar se existe cartelização no sector. As conclusões serão enviadas ao Parlamento no final do mês.

ENGANO DA GALP CONFIRMA-SE
Na última semana, um e-mail interno confirmava a subida do preço dos combustíveis da Galp. No dia seguinte, apesar de a informação ter sido encaminhada a alguns revendedores, a empresa veio prontamente desmentir o aumento, justificando o erro como uma "falha de comunicação".

Este fim-de-semana, a Galp acabou por aplicar na prática aquilo a que, 48 horas antes, apelidou de "engano" e concretizou a 18º subida no preço dos combustíveis: o litro da gasolina 95 custa agora 1,49 euros e o da 98, 1,63. O gasóleo, com um aumento de 3 cêntimos, chega aos 1,41 euros.

À LUPA
SUBIDA MANTÉM-SE
A maioria dos analistas contactados pela Bloomberg acredita que o preço do barril de petróleo vai continuar a subir até ao final do mês.

APELO AO BOICOTE
O e-mail e os SMS têm sido a forma de protesto escolhida pelos consumidores contra a subida de preços. A mensagem é simples: o apelo para que ninguém abasteça na Galp, BP e Repsol.

BARRIL BATE MÁXIMOS
Na última semana, o preço do barril de petróleo ultrapassou a barreira dos 135 dólares em Nova Iorque e os 134 dólares em Londres.

FECHO DE POSTOS
O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, já admitiu a possibilidade virem a ocorrer fechos de postos de abastecimento se se mantiverem as subidas de preços.
(26.05.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Inflação [em Portugal] será a mais alta dos últimos 10 anos

 

A inflação global será em média, em 2008, de 4,5%, o mais alto nível desde meados da década de 90, de acordo com o boletim de Junho da unidade de análise da revista The Economist (EIU, em inglês) ontem publicado. Segundo a EIU há uma série de factores, não somente o aumento dos preços das matérias-primas, que exercem uma forte pressão altista sobre a inflação, o que poderá afectar o crescimento de muitos países. Assim a EIU revê em alta a sua anterior previsão para a inflação global em 2008, que anteriormente era de 3,9%, ao mesmo tempo que a de 2009, que passa de 3,2 para 3,4%. Nesta última análise, The Economist revê também em alta a previsão de preços do petróleo. Assim, sobe para 106 dólares por barril o preço médio para o período 2009-2010, contra um prognóstico anterior de 91,25 dólares em 2008 e de 85 dólares, em 2009.

Os economistas da EIU aumentam, também, a sua previsão de preços para os alimentos, as bebidas e as rações. O gabinete de estudos da The Economist mantém nos 0,8% a previsão de crescimento da economia dos Estados Unidos em 2008, mas revê em baixa para 1,1% a taxa de crescimento em 2009.

Com a Reserva Federal centrada sobre a necessidade de apoiar o crescimento económico, o documento aponta para taxas de juro no final do ano em 1,5%, abaixo dos actuais 2%. Em consequência da revisão em baixa do crescimento nos Estados Unidos, a EIU altera ainda a sua previsão para a taxa de câmbio euro-dólar. Aponta agora para uma média em 2008 de 1,55 dólares por euro, enquanto em 2009, o câmbio médio será de 1,50 dólares.

Para a economia da Zona Euro, prevê uma redução de forma brusca do crescimento este ano para 1,5% (contra os 2,5% de 2007), e de 1,7% em 2009.
(22.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Portugal lidera risco de incumprimento de pagamentos

 

Os pagamentos assumidos pelas empresas como incobráveis subiram de 2,5 para 2,7 por cento, este ano, devido à crise financeira internacional e à subida do preço do petróleo.


Portugal é um dos países europeus onde o risco de pagamento é maior e onde a taxa de casos incobráveis aumentou já este ano, devido à crise financeira e à subida do preço do petróleo, segundo um estudo hoje divulgado pela Intrum Justitia.

"A Grécia, Chipre e Portugal são os países europeus onde o risco de pagamento é o maior e em que os pagamentos assumidos pelas empresas como incobráveis subiu de 2,5 para 2,7 por cento, em resultado da crise financeira internacional e da subida do preço do petróleo", disse aos jornalistas, em Lisboa, o director-geral para Portugal e Espanha do grupo líder no sector de gestão de cobranças na Europa.

Os países nórdicos são aqueles em que o risco de pagamento é menor, enquanto nos países do Leste europeu "não é boa", segundo Luís Salvaterra.

O índice de risco é um indicador desenvolvido pela Intrum Justitia, líder europeu de serviços de gestão de crédito, que entre Janeiro e Março, recolheu informação junto de seis mil empresas, de 26 países da Europa.

O gestor referiu ainda que o risco de pagamento aumentou este ano em Portugal, comparativamente ao ano anterior, embora traduza "uma situação estrutural que se tem agravado", e que se verifica desde o ano 2000, altura em que a pan-europeia Intrum Justitia iniciou este estudo anual.

Embora o trabalho reconheça que em Portugal o prazo médio de pagamentos diminuiu ligeiramente, com 49,6 por cento dos pagamentos a serem efectuados a 60 dias, o valor dos incobráveis aumentou de 2,5 para 2,7 por cento em relação ao montante das vendas.

O gestor considera crucial que os empresários em Portugal tenham "uma visão mais ampla" ao pôr em prática uma gestão correcta do crédito.

"Não se trata de contactar o cliente que paga mais tarde, é necessário analisar os possíveis riscos, verificar a situação financeira dos consumidores e definir políticas de crédito correctas", adiantou.

Já no caso dos particulares, o atraso no pagamento caiu de 55,1 dias em 2006, para 53,3 dias em 2008, enquanto que a duração dos pagamentos ao nível deste segmento diminuiu de 21,6 para 19,3 dias, respectivamente.

Já em relação ao Estado português, este tarda em média a pagar aproximadamente o dobro de dias dos seus congéneres europeus, uma situação comum aos países do Sul da Europa.

"Esta situação tem efeitos dramáticos no desenvolvimento da economia, nomeadamente pondo em risco a sobrevivência das pequenas e médias empresas", salientou Luís Salvaterra.

O pagamento de facturas na Europa é em média de 55,5 dias, contra 58,6 dias em 2007, mas os países do Sul da Europa são os mais faltosos.

Na Europa, as facturas dadas como incobráveis atingiram o nível mais elevado este ano, com uma taxa de crescimento 2 por cento do volume de vendas, em comparação com 1,9 por cento em 2007.

O Estado, na Europa, continua a ser "o piors pagador", ao levar em média 65 dias para saldar as suas dívidas, enquanto os empresários levam 55 dias e os consumidores 40 dias.

Luís Salvaterra manifestou ainda a sua preocupação pelo facto de as empresas estarem a esquecer-se da importância da gestão ligada aos pagamentos, uma vez que a conjuntura mudou, e os bancos estão a limitar o crédito concedido, o que trará problemas de liquidez ou de expansão.

O estudo refere também que 55 por cento das empresas inquiridas a nível europeu acreditam que os riscos de pagamentos vão permanecer inalterados, contra 30 por cento que responderam que será difícil receber os pagamentos em atraso.

As empresas na Hungria, Irlanda, Espanha e em Portugal são as mais pessimistas, adianta o estudo.
(21.05.08/Fonte : Público)

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Exportações e consumo afundam a economia [portuguesa]

 

Para comprar alimentos, famílias cortaram no vestuário e calçado.


Corte nos gastos das famílias em compras, quebra na construção e um menor desempenho das exportações explicam porque o País ficou 0,2% mais pobre nos primeiros três meses do ano, em relação ao último trimestre do ano passado, e cresceu apenas 0,9% quando comparado com primeiro trimestre de 2007.

Foram também estas as razões que levaram o Governo a rever em baixa, de 2,2% para 1,5%, as estimativas da expansão da economia para este ano. Ontem, na síntese de conjuntura, o INE relatou que "este abrandamento", no primeiro trimestre, "estará relacionado com o menor dinamismo" do consumo das famílias e com uma forte travagem no investimento.

Os gastos das famílias, principalmente em produtos duradouros - como em compras de electrodomésticos ou carros - abrandaram, se bem que, diz o INE, aumentaram as compras de produtos de "consumo corrente, como bens alimentares. Este aumento das compras - terá registado um máximo desde 2004 - poderá estar relacionado com o "efeito Páscoa", em Março. Em contrapartida, diz o INE, para enfrentarem os gastos com os festejos, as famílias cortaram no vestuário e calçado, na conta dos combustíveis e da electricidade.

A deterioração no investimento - entre os últimos três meses de 2007 até final de Março deste ano - é explicada pelo INE pelo mau desempenho na construção ( a venda de cimento caiu), já que até "recuperou ligeiramente" a compra, pelos empresários, de máquinas e equipamentos. No entanto já para Abril, há sinais de que a venda de máquinas terá abrandado.

Nos primeiros três meses do ano, as exportações e importações abrandaram de ritmo, o que está em linha com a redução da procura externa e ajuda a explicar a contracção da economia no primeiro trimestre (0,2%) em relação aos últimos três meses de 2007.

Mas já em Abril, terá existido uma ligeira recuperação da exportações. Pelo menos na indústria transformadora, a avaliar pela carteira de encomendas, relatada pelos empresários do sector, que interrompeu uma "trajectória descendente iniciada em Agosto do ano passado.
(21.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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CNE (Conselho Nacional da Educação) recomenda fusão dos ciclos para minorar transições bruscas

 

Pobreza atinge 23% das crianças portuguesas.
 

A reestruturação da organização escolar, fundindo o 1.º e o 2.º ciclos e alargando o ensino da monodocência até aos 12 anos, são algumas das medidas propostas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) num estudo em que caracteriza a situação das crianças portuguesas dos zero aos 12 anos. Mais pobres dos que os adultos, mais vitimizadas do que em qualquer outro país da Europa, as crianças portuguesas são das que menos brincam com os pais e têm na televisão a principal fonte de entretenimento.

Mais do que o diagnóstico do sistema educativo, é o retrato da criança portuguesa como produto de uma sociedade em que "melhoraram vários indicadores sociais, mas agravaram-se as desigualdades", com evidentes consequências nas aprendizagens e nas assimetrias de acesso ao saber. Embora considerem "assinaláveis" os progressos registados, os autores do estudo "A educação das crianças dos 0-12 anos" sublinham que há, na sociedade portuguesa, "crianças maltratadas, mal-amadas, mal acolhidas pela escola".

Tendo como pano de fundo factores como a elevada taxa de pobreza infantil (23%, quando na população adulta é de 21%), o desemprego e o baixo nível de escolarização dos pais, assim como a percentagem mais elevada de mulheres trabalhadoras a tempo inteiro da Europa, o CNE critica a falta de apoio às famílias na educação dos filhos e lança diversas propostas para melhorar a qualidade do ensino ministrado às crianças até aos 12 anos.

A começar logo na faixa etária dos zero aos 3 anos com medidas como a profissionalização das amas, programas de actividades com uma intencionalidade educativa mais explícita ou melhor oferta de ocupação dos tempos livres.

"Desarticulação" é substantivo mais utilizado para descrever o funcionamento do sistema de ensino e, em termos mais latos, as políticas e as práticas que regulam a vida dos petizes portugueses. Para minorar as "transições por vezes traumáticas" entre ciclos, são propostas medidas que introduzam uma lógica de continuidade entre o pré-escolar e o 1.º Ciclo, assim como uma fusão dos primeiros dois ciclos.

A criação de um ciclo de seis anos - em regime de monodocência com progressiva co-adjuvação, pelo menos em duas áreas (uma mais voltada para as ciências e outra para as letras) - "visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola". A brusquidão da passagem do 1.º para o 2.º ciclos já foi reconhecida pela ministra da Educação, que anunciou a concentração de disciplinas e a redução do número de professores no âmbito da revisão curricular do 2.º Ciclo.

A fusão dos dois primeiros ciclos do básico encerra, porém, alguns riscos, assume o CNE, como uma possível descoordenação das equipas multidisciplinares e uma eventual influência disciplinar e académica dos actuais professores do 2.º Ciclo sobre os do 1.º.

O CNE postula "uma oferta alargada de formação de qualidade", que vise a realização das potencialidades do "ser único que é cada criança".
(20.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Perto de 30 mil beneficiários [do Rendimento Social de Inserção] pediram apoio mais que uma vez

 

Beneficiários antigos regressam cada vez mais ao programa - um sinal de que os tempos não estão fáceis.

 

O número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) que regressou à política de apoio social em 2007, após terem visto a sua prestação cessada, foi de 29.123 pessoas, o que corresponde a um aumento superior a 50% quando comparado com o ano de 2006, em que apenas 12.545 pessoas tinham regressado ao programa.

De acordo com o Relatório Anual de Execução de 2007 do RSI, a que o JN teve acesso, foram os distritos do Porto, Aveiro, Lisboa e Coimbra os que registaram um maior número de beneficiários que voltaram de novo a requerer aquele apoio.

A comparação entre os dois anos permite concluir, de uma forma geral, que o número de beneficiários activos do RSI em 2007 registou uma ligeira subida quando comparado com o ano anterior subiu de 286.837 beneficiários, em 2006, para 315.783, em 2007.

Os distritos do Porto e Lisboa continuavam a ser, no ano passado, os que mostravam o maior número de beneficiários. Uma análise comparativa com a população residente em Portugal, observou que, em 2007, o número de pessoas dependentes do RSI constituíam 3%, contra os 2,8% do ano anterior.

Ao todo, no ano passado, deram entrada nos Serviços de Segurança Social 319.516 requerimentos de RSI (249.269 em 2006), tendo sido avaliados 301.964. Ao longo do ano, foram cessados 66.855 processos (38.276 em 2006). A alteração de rendimentos constituiu o motivo principal (57% dos casos) para a cessação da prestação. Quanto ao número de processos suspensos em 2007, eles resumiram-se a 2796, apresentando uma taxa de suspensão (processos suspensos face aos deferidos) de 2,4%, um peso superior ao de 2006 (1,8%).

Os rendimentos superiores dos agregados requerentes da prestação de RSI constituíram o principal motivo (70%) de indeferimento. Ao todo, em 2007, foram indeferidos 99.988 processos (contra 76.732, em 2006).

Beneficiário jovem, com outros rendimentos além da prestação - é assim que se pode caracterizar, em retrato, a maioria das pessoas que beneficiam do RSI. Na verdade, em 2007, a população beneficiária era predominantemente jovem 42% tinham menos de 18 anos, o que evidencia o peso das crianças e jovens dos agregados familiares. Por outro lado, 65,9% possuíam outros rendimentos além da prestação

Quanto aos titulares do RSI, eles ascendiam aos 117.740 em 2007 (106167, em 2006). Os distritos do Porto e Lisboa eram aqueles que concentravam a maior parte.

Predominantemente, são as mulheres as que mais se mobilizam para requerer o RSI 71,4%. Na Região da Madeira, o número eleva-se mesmo a 83,1%.

Quanto aos escalões etários, em 2007 observou-se um peso significativo de população nos escalões em idade activa, nomeadamente entre os 34 e os 44 anos (28%), entre os 45 e os 54 anos (21%) e os 25 e 34 anos (20%).

As famílias nucleares com filhos eram, em 2007, a tipologia predominante (30%), o que constitui uma diferença em relação ao ano anterior, em que a maioria dos agregados familiares era constituída por famílias compostas (com pelo menos um elemento que não tem relação de parentesco com qualquer dos elementos do agregado familiar).

A maioria dos beneficiários de acções de inserção (38%) pertencia ao escalão etário entre os 0 e os 18 anos.

Em 2007, foram frequentadas 247.837 acções de inserção social, valor que duplicou em relação ao ano anterior, que tinham sido 179.246.
(19.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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PSA desvia para Portugal Berlingo e Partner

 

O grupo PSA Peugeot-Citroën acaba de anunciar a intenção de desviar para Portugal, Mangualde, uma parte da produção dos modelos Berlingo e Partner, face à procura registada e tendo em conta que a unidade de Vigo, na Galiza, está praticamente na capacidade máxima. Actualmente saem da fábrica de Vigo, uma das maiores importantes da Europa do sector automóvel, 500 viaturas de cada um destes dois modelos, de produção exclusiva na Galiza e distribuição em mais de cem países.

Tratam-se de dois novos modelos daquela gama, principalmente direccionados para o mercado europeu. No entanto, e face ao "incremento" na procura destes dois modelos, a PSA, anunciou fonte da unidade galega, pretende desviar parte da produção global para as fábricas do grupo na Turquia e Portugal.

Na unidade de Mangualde, o grupo PSA prevê colocar a montagem da gama Berlingo e Partner. Isto porque apesar de já ter começado a produção dos novos modelos em Vigo, a gama anterior continuará a sair para o mercado durante "alguns anos", convivendo com o modelo actual. O desvio de produção para Portugal ainda não está quantificado, já que dependerá da procura, mas deverá acontecer até ao final do ano. Actualmente, segundo dados da PSA, a fábrica de Vigo tornou-se na unidade da multinacional francesa com o maior número de modelos em produção simultânea, com sete diferentes. Tratam-se de quatro versões dos modelos Partner e Berlingo (gama nova e antiga), ainda o Citroën Xsara Picasso e os monovolumes C4 Picasso de sete cinco lugares. No ano passado aquela que é maior fábrica do sector em Espanha e que emprega mais de 9000 trabalhadores, produziu cerca de 540 mil unidades.
(19.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Menos 3,1 milhões

 

Crescimento: Teixeira dos Santos desce de 2,2 para 1,5 por cento a previsão para este ano.

 

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,5% este ano, menos 0,7 % do que a anterior estimativa do Governo, que apontava para um crescimento de 2,2%. Este erro de previsão significa menos 3,1 milhões de euros por dia .

Esta revisão em baixa foi anunciada pelo titular da pasta das Finanças após o Instituto Nacional de Estatística divulgar que a nossa actividade económica progrediu 0,9 por cento nos primeiros três meses de 2008. Recorde-se que, no último trimestre do ano passado, se registara a expansão de 1,8 por cento do PIB português. Ou seja: houve um forte abrandamento.

Segundo Fernando Teixeira dos Santos, "a previsão de crescimento de 1,5% em 2008 e de dois por cento em 2009 assenta na nossa convicção de que a economia portuguesa continuará a revelar capacidade de reacção, nomeadamente, no sector empresarial".

Em 2007, o PIB português cresceu 1,9%, para 163 mil milhões de euros. Este ano, se o crescimento fosse de 2,2%, a riqueza gerada em Portugal aumentaria 9,8 milhões de euros diariamente. Com a revisão em baixa para 1,5 por cento, essa riqueza expandir-se-á em cerca de 6,7 milhões de euros por dia. Isto é: menos 3,1 milhões de euros diariamente.

Quanto à inflação, desceu para 2,5% no mês passado, comparando com Abril de 2007.

ALERTA DE CAVACO
"São números desfavoráveis", afirmou o Presidente da República. Cavaco Silva recordou que, "neste momento, a atenção tem de ser dada de forma particular para aqueles que perdem o emprego e que têm mais dificuldades para, em relação ao aumento dos preços dos produtos alimentares, assegurar uma alimentação condigna".

O Chefe de Estado frisou que "é preciso um olhar especial para aqueles que, na nossa sociedade, estão a ser atingidos de forma particular por esta crise económica, que, vindo do exterior, também está a afectar-nos". Acrescentou que "não podemos parar o esforço de modernização da economia portuguesa".

SÓCRATES APOSTA NAS EXPORTAÇÕES
O primeiro-ministro garantiu ontem que "o Governo está preparado para indicar sinais de confiança ao País" e avançou mesmo com as receitas para vencer o abrandamento da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano. Para Sócrates, a solução passa por "reforçar a aposta nas exportações e no investimento".

No final da missão empresarial à Venezuela, o chefe do Governo disse-se satisfeito com a inflação, que desceu para 2,5%. Como"a crise orçamental está resolvida, e bem resolvida, mantemos a mesma meta para o défice orçamental em 2008", afirmou.
(16.05.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Economia [portuguesa] está em abrandamento desde Dezembro do ano passado

 

As famílias portuguesas estão a consumir menos, os empresários estão a apertar o investimento, a produção nas fábricas está a fraquejar e o Estado está a contrair as despesas. Salvam-se as exportações que ainda estão a animar a economia, apesar dos crescentes sinais de desaceleração nos principais parceiros comerciais, como Espanha e Alemanha.

O Governo prevê para este ano um crescimento da economia de 2,2%, mas deverá ser obrigado a rever as expectativas abaixo de 1,9%, após o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelar hoje o andamento nos primeiros três meses do ano.

Os analistas já fizeram as contas, estão a rever os papéis, e agora, para este ano, esperam uma expansão entre os 1,6% e os 1,7%. Para o primeiro trimestre antecipam um aumento entre 0,3% e 0,4% na riqueza do país, em comparação com o último trimestre do ano passado. Isto significa que a economia terá crescido entre 1,6% e 1,7% em relação ao período de Janeiro a Março do ano passado. Ou seja, o "ambiente" na actividade é semelhante ao "sentido" no terceiro trimestre de 2007.

O consumo das famílias ao crescer apenas 0,3% - entre Janeiro e Março, em relação aos últimos três meses de 2007 - "deverá estar relativamente estabilizado", diz Cristina Casalinho, economista chefe do BPI. É que as perspectivas de aumentos dos rendimentos "não são encorajadoras" e, do lado das despesas domésticas, o aumento das taxas de juro e das facturas "com carácter mais rígido", como a energia e transportes, "constrangem o consumo" das famílias. Pela primeira vez desde Junho de 2003, o indicador avançado do consumo do Banco de Portugal detectou, uma descida dos gastos das famílias. O que parece ser comprovado pela desaceleração das vendas dos lojistas e dos serviços, de acordo com dados de Março do INE.

Para o corrente ano, as variáveis mais dinâmicas serão o investimento e as exportações, mas ainda assim, diz a economista Cristina Casalinho, "em ambos os casos observaremos arrefecimento". Nos últimos três meses, o ambiente de incerteza sobre a conjuntura e a queda das vendas de cimento (uma descida de 8,7% entre Janeiro e Março) e de carrinhas comerciais, indiciam um enfraquecimento do investimento, de acordo com Rui Constantino, economista do Banco Santander. Recentemente o INE dava conta de um "abrandamento significativo" do investimento até Fevereiro.

A produção industrial desacelerou nos primeiros meses (de acordo com o INE) e desde Janeiro o contributo do Estado para o crescimento da economia foi nulo. Até Março, o investimento público caiu - em comparação com igual período de 2007 - e mesmo a despesa total no sector Estado (incluindo salários dos funcionários e compra de bens e serviços ) registou uma contracção de quase 1%. Ou seja, o Estado não está a animar a actividade.

O comércio externo é, como dizem os economistas, a variável mais dinâmica da economia. Ainda só existem dados para os primeiros dois meses do ano. Até Fevereiro as exportações (para a UE e resto do Mundo) cresceram 8% em termos reais, enquanto as importações aumentaram acima dos dois dígitos (16,4%), influenciadas pelos aumentos dos preços do petróleo e dos produtos alimentares. O défice comercial agravou-se, mas ainda assim - descontando o efeito preços - o contributo do comércio externo para o crescimento da economia terá sido positivo.

O primeiro cliente português, Espanha está a sofrer os efeitos de uma forte contracção dos gastos das famílias e do investimento privado. Terá crescido 0,3% no primeiro trimestre (a mais baixa taxa desde 1995) mas ainda assim as exportações portuguesas para aquele mercado aumentaram 11,8%. Para a Alemanha, segundo destino das mercadorias, as vendas cresceram 3,9%.
(15.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Bancos [portugueses] lucram quatro milhões por dia

 

Os quatro maiores bancos privados que operam em Portugal ganharam 376,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2008. Ou seja: a média de 4,18 milhões de euros diariamente.

O BES foi a instituição financeira que registou o resultado líquido mais elevado nos três primeiros meses deste ano: 145,9 milhões de euros. Comparando com o mesmo período de 2007, o lucro da instituição financeira presidida por Ricardo Espírito Santo Salgado progrediu 4,4 por cento.

Seguiu-se o Santander Totta, com 140,3 milhões de euros (crescimento de 7,5 por cento).

Na terceira posição, ficou o BPI, com 75,3 milhões de euros (quebra de 22 por cento).

O BCP foi o que menos lucrou: 14,7 milhões de euros (descida de 92,3 por cento).
(14.05.08/Fonte : Correio da Manhã)

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Exportações de têxteis voltam a crescer mais que as importações

 

Para a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal trata-se de um crescimento "robusto". Entre Fevereiro de 2007 e Fevereiro de 2008, as exportações nacionais do sector registaram um incremento de 6,8 por cento, para um total de 762,27 milhões de euros.

Segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística, o vestuário de malha e de tecido foi a categoria de produtos que mais contribuiu para esta performance positiva e para a balança de pagamentos do sector. Pela primeira vez em vários anos, as vendas ao exterior cresceram a um ritmo superior ao das importações, que, no mesmo período, tiveram até uma quebra de 5,3 por cento,

Olhando para os números globais, o melhor desempenho ficou a cargo da área dos tecidos especiais e tufados (aumento das exportações de 46,5 por cento), logo seguido pelo dos artigos de malha e lã, com uma evolução de 20,6 e 20 por cento, respectivamente. Mas também as fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (11,6 por cento) e o vestuário e acessórios de malha (11 por cento) deram um forte impulso a estes resultados, colmatando de longe as quebras nas exportações dos tapetes e outros revestimentos (-16 por cento) e dos artigos de seda, que, com menor expressão na produção, registaram quebras nas vendas ao exterior de 57 por cento.

Curiosamente, os artigos de seda tiveram também influência na quebra de 5,3 por cento das importações, para 600,8 milhões de euros, entre Fevereiro de 2007 e o mesmo mês deste ano, apesar do aumento das aquisições de artigos de lã (20 por cento). As compras ao exterior caíram 43,9 por cento nos artigos de seda, mas houve quebras significativas em diversas outras áreas, como a dos tecidos impregnados (-15,3 por cento) e especiais e tufados (-10,4 por cento).

Para a ATP, "estes dados positivos vêm felizmente contrariar algumas expectativas pessimistas que se generalizaram no princípio deste ano, suportadas num sentimento de apreensão, face à conjuntura de desaceleração económica nos principais mercados de exportação do sector, nomeadamente na Europa", lê-se numa nota assinada pelo seu presidente.

Para Paulo Nunes de Almeida, "não será estranha a este bom desempenho a mudança de perfil do tecido produtivo do sector, hoje claramente mais competitivo, e as iniciativas de internacionalização das suas empresas, fortemente apoiadas pela ATP, em mercados tradicionais e nos novos mercados emergentes, diversificando o destino das exportações da fileira da moda nacional".
(13.05.08/Fonte : Público)

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Segurança Social penhorou contas de 56 mil devedores

 

Em 2007, a Segurança Social recuperou 313,7 milhões de euros de dívidas

 

As penhoras de contas bancárias feitas pela Segurança Social aumentaram 386% no ano passado, comparando com o anterior. As 174 mil penhoras atingiram 56 mil contribuintes e permitiram recuperar 80 milhões de euros de dívida, indica um relatório do Instituto de Gestão Financeira (IGF) da Segurança Social, a que o JN teve acesso.

O aumento da cobrança de dívida resultou de duas prioridades definidas para 2007, lê-se no documento a "aposta na citação de contribuintes em massa"; e o enfoque da actividade de cobrança coerciva em sectores que atravessam problemas económicos graves, como "empresas de trabalho temporário, limpeza e segurança, construção civil e transportes".

A conjugação das medidas e a abertura de duas novas secções de processo executivo, no Porto e em Lisboa, também aumentaram a capacidade de atendimento do instituto responsável pela cobrança da dívida da Segurança Social e da elaboração do seu orçamento anual.

No total, em 2007, foram recuperados 313,7 milhões de euros da dívida acumulada e que se estima ronde os três mil milhões.

9 mil empregos mantidos
Além dos 80 milhões de euros cobrados no ano passado pela execução de penhoras de contas bancárias, a Segurança Social conseguiu receber 120 milhões por via de acordos assinados com as empresas devedoras, em particular pelo Viável. Ao abrigo deste programa, é definido um plano de pagamentos da dívida em prestações. Nos últimos três anos, o IGF já assinou 53 mil acordos deste género, envolvendo uma dívida de 638 milhões de euros, a pagar faseadamente.

Todas as empresas podem pedir à Segurança Social para saldar a dívida em prestações, mas as grandes recebem uma atenção especial no relatório, por causa do valor da dívida e pelo número de trabalhadores. E, só no "bolo" dos grandes devedores, chegou a acordo para o pagamento faseado de um total de 115 milhões de euros. Com isso, o IGF evitou que 9311 pessoas tenham ido parar ao desemprego, pelo menos por causa da dívida à Segurança Social.

Negociar com os devedores em vez de pedir a sua falência (que era a prática até há pouco tempo) tem duas vantagens assegurar que a empresa continua em actividade e a pagar as contribuições do mês - mais uma parte do que está para trás - e, ao mesmo tempo, evitar pagar subsídio de desemprego a quem perdesse o trabalho.

Pagamentos voluntários
Durante o ano passado, foram recuperados ainda mais cerca de 90 milhões de euros por via de reversões sobre o património dos gerentes (que são chamados a pagar a dívida da empresa do seu bolso), da venda de imóveis ou da penhora de créditos que os devedores tivessem a receber de outras entidades como, por exemplo, câmaras municipais.

Além dos métodos usados para forçar os devedores a saldar contas, acontece serem as próprias empresas a tomar a iniciativa de pagar o que devem, quando recebem as notificações da Segurança Social. Estes pagamentos voluntários atingiram os 21 milhões de euros no ano passado.

É de esperar que, no futuro próximo, as penhoras sobre carros aumentem, já que no final do ano passado o IGF assinou um protocolo com o Instituto de Registos e Notariado para "aumentar a celeridade deste tipo de penhoras".
(09.05.08/Fonte : Jornal de Notícias)

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Dois terços dos processos por corrupção arquivados

 

A repressão dos crimes de corrupção tem baixa eficácia, dada a elevada taxa de processos arquivados, dois em cada três, ou seja, 64,6%. O combate a este fenómeno depende das denúncias por escrito, geralmente anónimas. Os denunciantes têm medo de represálias, mas o receio de passar por "bufo" é um elemento cultural que inibe a denúncia e que não pode ser ignorado pelas autoridades.

Estas são algumas das conclusões de uma pesquisa sobre o fenómeno da Corrupção Participada, com base em dados de 2002 e 2003. O trabalho resulta de uma parceria entre o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e o Observatório de Ética na Vida Pública, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

O estudo foi ontem apresentado em Lisboa num debate onde participou o ministro da Justiça, Alberto Costa. Na ocasião, este governante anunciou que metade dos 150 novos inspectores da Polícia Judiciária (integrados no próximo ano) vão trabalhar na área da corrupção e da criminalidade económica. Segundo Alberto Costa, o número de investigações de corrupção passou de 430, em 2005, para 480, em 2007.

No que se refere ao estudo, a equipa de investigadores tinha por objectivo compreender as características do fenómeno da corrupção que a justiça detecta. Os dados foram fornecidos pelo Ministério Público.

Segundo explicou ao DN o politólogo Luís de Sousa, "os casos que o sistema conseguiu sancionar são de baixo porte", com vantagens pecuniárias pouco significativas, o que na opinião do investigador não permite identificar "o que é sistémico". Esta pequena "corruptela" diz sobretudo respeito ao poder autárquico e a negócios envolvendo alterações a planos directores municipais, bem como a casos envolvendo polícias.

O estudo da equipa do ISCTE baseou-se em 449 processos, não tendo sido contemplados dados, por exemplo, das Finanças ou do Tribunal de Contas. Nos crimes de corrupção (60% do universo estudado), apenas 18% dos processos passaram à fase de acusação (17,3% continuavam em investigação). Um valor bem inferior a dos crimes de peculato, metade dos quais passaram à fase de acusação.

Os investigadores concluem que "quanto maior é a complexidade do crime, maior a probabilidade de ser arquivado". Outro indicador tem a ver com a denúncia, que em 82,2% dos casos é feita por escrito. Segundo apuraram os autores, o sistema "incentiva" esta forma, geralmente anónima. A quase totalidade (98%) dos processos onde não havia provas documentais ou gravações, baseando-se apenas em testemunhos, acabaram arquivados.

A razão mais invocada para a denúncia é o "cumprimento do dever profissional". Seguem-se a "revolta" e o "cumprimento do dever de cidadania". Muitos denunciantes declararam ter medo de retaliações ou de passarem por "bufos". Em certos casos, consideravam que a denúncia seria inconsequente.

Como salientou Luís Santos, o sistema detecta pequenos montantes, mas dois terços dos casos não têm apuramento de verbas. Além disso, 50% das situações tiveram origem em câmaras municipais e juntas de freguesia. A área de actividade dos corruptores era, em 29,8%, da construção civil. Do futebol, vieram 4%.
(07.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Aposta da Qimonda nas renováveis pode chegar a quatro fábricas

 

Empresa de Vila do Conde admite no futuro expandir a produção até 1GW.


O contrato para a construção, equipamento e operação de uma fábrica de produção de células solares localizada em Vila do Conde foi ontem assinado em Munique, na Alemanha, pela Qimonda AG e pelo Centrosolar Group AG. Em causa está um investimento inicial de 70 milhões de euros, mas poderá ser acrescido de uma segunda fase, o que elevará o projecto para cem milhões de euros, como o DN adiantava na edição de ontem. Em aberto fica ainda a possibilidade de virem a ser construídas mais tarde mais três unidades fabris da mesma dimensão.

Quem o admitiu foi o próprio presidente da Qimonda Portugal, Armando Tavares. Primeiro, explicou que o investimento a realizar em parceria com a Centrosolar Group AG terá capacidade de produção de até 30 milhões de células solares por ano (que equivalem a cem megawatts peak) e dará emprego a 150 pessoas, capacidade essa que subirá para 70 milhões de células por ano na segunda fase (250 milhões megawatts peak) e mais 50 trabalhadores. E, depois, adiantou que "no terreno disponível podemos mesmo imaginar um futuro com quatro unidades fabris capazes de produzir até um gigawatt peak por ano".

Instado pelos jornalistas a levantar um pouco mais a ponta do véu sobre este futuro, Armando Tavares limitou-se a dizer que o terreno onde será construída a nova unidade de produção de células solares - uma área de negócios completamente nova para a Qimonda Portugal, que é a maior fábrica europeia de montagem e teste de produtos de memória - "dispõe de espaço para albergar mais três unidades da mesma dimensão e que estas não estão em plano, mas que podemos e devemos antecipar o futuro".

Quem preferia uma antecipação até mais concreta no tempo e no espaço é o primeiro-ministro, José Sócrates, que ontem presidiu à cerimónia de apresentação pública do novo investimento. Um ano depois da última visita à empresa, e em que desafiou os responsáveis da Qimonda a iniciarem um novo projecto, José Sócrates lançou ontem um novo repto, o de que cumpram rapidamente o plano de expansão, avançando com as três fábricas. "São 70 milhões, temos esperança que sejam cem milhões e que desta se construam outras três. O terreno está mesmo a pedi-las", gracejou.

O projecto está ainda sujeito à aprovação pelas autoridades relevantes, designadamente a Autoridade da Concorrência. A joint-venture, detida em 49% pelo Centrosolar Group AG e em 51% pela Qimonda, vai produzir células solares feitas a partir de silício. O início da construção está previsto para breve, sendo que a produção - inicialmente toda destinada à exportação - está planeada para a segunda metade de 2009.

A Centrosolar Group AG, cotada em bolsa, está entre as empresas europeias líder na produção de sistemas fotovoltaicos para coberturas, sendo que emprega 500 pessoas e obteve, em 2007, vendas de 220 milhões de euros. As estimativas para 2008 apontam para um crescimento para os 310 milhões. A sua produção compreende, adiantou ainda Armando Tavares, sistemas fotovoltaicos integrados, módulos fotovoltaicos, sistemas de montagem e vidro solar.

Detém duas fábricas na Alemanha e uma na Holanda, e escritórios de venda na Alemanha, Espanha, França, Itália, Grécia, Suíça, Holanda e EUA. Em 2007 exportou 30% da sua produção, valor que deverá subir para 60% este ano.

Já a Qimonda foi o maior exportador nacional de 2007. O investimento representa a entrada nas energias renováveis. "Representa, também, uma excelente oportunidade de desenvolvimento de novas áreas de conhecimento para os nossos colaboradores, proporcionando carreiras noutras áreas da ciência e da engenharia e o alargamento das suas competências", sublinhou o gestor.
(06.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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Número de emigrantes sobe 50% na Europa

 

Cinco milhões de portugueses vivem no estrangeiro, o que equivale a metade da população de Portugal. E, só nos principais países de destino europeu, a percentagem de emigrantes aumentou 52,6% entre 2000 e 2006, de 419 047 para 639 612, revela o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE , a divulgar em Junho.

Os cidadãos nacionais continuam a emigrar para a Suíça, Andorra, Luxemburgo e até França. E, a estes, juntam-se os novos fluxos para Espanha e o Reino Unido. A Alemanha é o único país a registar uma diminuição de portugueses, menos 17 mil.

Os dados confirmam que Portugal não deixou de ser fonte de mão-de-obra de outras nações, apesar de a partir dos anos 80 se ter tornado também num país de destino. "Os portugueses continuam a emigrar. E, quando se compara a evolução do emprego em Portugal entre 2003 e 2006, verificamos que este estabilizou. Se tirarmos o crescimento dos estrangeiros empregados, o emprego dos portugueses diminuiu, o que quer dizer que esses tiveram que ir para algum lado", explica Jorge Malheiros, o autor do relatório português.

A Europa é o continente de destino mais recente dos portugueses. A evolução de 2000 a 2006 dos principais destinos indica que há países, como a Espanha e Andorra, em que o número de portugueses duplicou, segundo os dados compilados pela Direcção-Geral dos Assuntos Consulares Portugueses e que serão publicados no relatório SOPEMI/OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). Na Irlanda, a subida é de 246%, mas é um país com poucos portugueses.

Estas são as estatísticas nacionais oficiais e, numa área em que é impossível contabilizar as saídas para os países do espaço Schengen, quer dizer que os números reais são muito mais altos que os indicados.

Por exemplo, no Reino Unido, estima-se que vivam o triplo de portugueses, o que também acontece em Espanha. Neste último, o Ministério do Trabalho espanhol já indica 101 818 portugueses em Dezembro de 2007, ou seja, mais 25% do que no ano anterior.

Os novos fluxos migratórios traduzem-se em dois tipos de emigrantes. Os que vão à procura de um trabalho mais duradouro e se dirigem para a Suíça e para o Reino Unido e os recrutados por agências de trabalho temporário para Espanha, França e até Holanda.

Aqueles "fluxos dirigem-se para destinos tradicionais e não tradicionais da emigração portuguesa, apresentam novas formas e ocorrem num contexto institucional marcado pela liberdade de sair do país e, crescentemente, pela possibilidade de livre circulação num espaço europeu alargado", explica José Carlos Laranjo Marques, no livro "Os portugueses na Suíça, migrantes europeus".

O que diferencia Portugal dos restantes países da União Europeia é "a manutenção de quantitativos importantes de saída (particularmente intensos em momentos de crise económica, como os experimentados na actualidade), em conjunto com fluxos de entrada maciços", acrescenta aquele sociólogo. E, no caso da Suíça, por exemplo, é previsível que continue a ser um pólo de atracção para os portugueses, para trabalhos sazonais, nomeadamente no sector da hotelaria.

É mão-de-obra recrutada por agências de trabalho temporário, quando não é por redes de emigração clandestina, modalidade de emigrar e de imigrar que está a substituir as redes familiares e de amizade das migrações tradicionais.

O grande núcleo da diáspora portuguesa encontra-se nos Estados Unidos da América (1,3 milhões), na França (800 mil) e no Brasil (700 mil).
(05.05.08/Fonte : Diário de Notícias)

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