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02/07
Multinacional fecha unidade do Seixal
400 funcionários no desemprego
A Alcoa, uma multinacional norte-americana ligada à produção de cablagens, fecha, esta quarta-feira, a sua unidade do Seixal, o que vai mais de 400 funcionários no desemprego. A produção que era feita em Portugal vai ser deslocalizada para a Hungria.
A multinacional norte-americana Alcoa fecha, esta quarta-feira, a sua unidade no Seixal, deslocalizando toda a produção que tinha nesta fábrica para uma infra-estrutura que dispõe na Hungria.
Cristina Abreu, uma das 440 pessoas que vão ficar no desemprego após o fecho desta fábrica de cablagens e que esteve nesta unidade durante 15 anos, está inquieta com o seu futuro.
«É o fechar da porta, é o arrumar, é o deixar a chave no cacifo», explicou, de forma emocionada, esta funcionária da Alcoa, que diz que o futuro pode ser «com muitas lágrimas».
A Alcoa empregava na sua unidade do Seixal 440 operários, na sua maioria mulheres, com idade a rondar os 40 anos, o que deixa estes funcionários com poucas possibilidades de virem a arranjar novos empregos.(28.02.07/Fonte : TSF)Taxa de juro nos créditos à habitação sobe
A taxa de juro referente aos contratos de crédito à habitação fixou-se, no mês de Janeiro, em 4,764 por cento, subindo 0,102 por cento relativamente a Dezembro de 2006, segundo o INE.
De acordo com os dados disponibilizados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a subida mensal da taxa de juro estendeu-se aos três prazos considerados, verificando-se acréscimos de 0,081 por cento para os últimos três meses, de 0,105 por cento no que se refere aos últimos seis meses e de 0,119 por cento relativamente aos últimos doze meses.
As taxas de juro implícitas fixaram-se assim nos 4,435 por cento, 4,335 por cento e 4,408 por cento, respectivamente.
A subida da taxa de juro implícita refere-se, no conjunto dos contratos em vigor, a todos os destinos de financiamento, a saber: aquisição de terreno para construção de habitação (0,034 por cento), construção de habitação (0,107 por cento) e aquisição de habitação (0,101 por cento).
Em Janeiro, o valor médio do capital em dívida no total dos contratos de crédito à habitação em vigor foi de 50 468 euros por contrato, representando um acréscimo de 211 euros face a Dezembro de 2006.
Em relação ao total de contratos associados à aquisição de habitação, o valor médio do capital em dívida foi de 54 078, mais 236 do que no mês anterior.
Para os contratos para construção de habitação registou-se um aumento de 92 euros, traduzidos nos 40 129 euros de Janeiro.
A aquisição de terreno para a construção de habitação mantém-se como o valor médio do capital em dívida mais elevado (85 814 euros), representando ainda assim uma diminuição face a Dezembro de 2006.(28.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Portugueses são os europeus mais insatisfeitos com sistema de segurança social
Os portugueses são os cidadãos da União Europeia (UE) mais insatisfeitos com o sistema de segurança social, com apenas um em cada dez inquiridos a considerá-lo adequado, indica hoje um inquérito divulgado em Bruxelas.
O inquérito do Eurobarómetro sobre a realidade social europeia revela que o desemprego, o custo de vida, os cuidados de saúde e o sistema de pensões estão no topo das preocupações dos portugueses, pouco confiantes numa retoma em Portugal a curto prazo.
O capítulo do extenso inquérito levado a cabo entre Novembro e Dezembro na UE (ainda a 25) relativo aos sistemas de segurança social demonstra que os portugueses são os mais descontentes, com apenas dez por cento a considerar que o sistema nacional oferece uma cobertura bastante razoável.
No panorama da UE a 25, mais de metade dos europeus (51 por cento) manifestam-se satisfeitos com os respectivos sistemas de segurança social. Em países como o Luxemburgo o valor atinge os 75 por cento.
Enquanto 42 por cento dos europeus consideram que o sistema de segurança social dos seus países poderia mesmo servir de modelo para outros países, em Portugal apenas cinco por cento têm essa opinião – o valor mais baixo a nível comunitário.
O sistema de pensões é outra dor de cabeça dos portugueses e é apontado como uma das principais preocupações por cerca de um terço dos inquiridos (35 por cento), acima da média comunitária (30 por cento).
Na mesma linha, apenas 34 por cento dos portugueses demonstram confiança quanto ao futuro da sua pensão, o sexto valor mais baixo da UE — cuja média de confiança é de 42 por cento.(27.02.07/Fonte : Público)"High-Tech": Portuguesa EDIGMA prevê crescimento de cem por cento em 2007
Correio da Manhã – Qual a previsão do volume de negócios da EDIGMA para o corrente ano?
Miguel Oliveira – Cerca de cinco milhões de euros, o que significa um crescimento de cem por cento, comparando com o do ano passado.
– A EDIGMA, que actua na área de tecnologias de informação, lançou-se recentemente no mercado norte-americano. Que trunfos tem para os EUA, que são muito competitivos?
– A EDIGMA foi a primeira empresa, em 2004 , a nível mundial, a apresentar o conceito de montra interactiva com o lançamento do produto ‘DISPLAY interactive window’, antecipando em 50 anos a tecnologia de interactividade usada no filme de ficção científica ‘Minority Report’, que se desenrola num cenário futurista de 2054. O ‘know-how’ acumulado na EDIGMA, bem como as competências do nosso laboratório de investigação e desenvolvimento, possibilitam que a empresa tenha capacidade de inovação contínua, lançando constantemente produtos tecnologicamente evoluídos. O facto de a EDIGMA ter também competências nas áreas de conteúdos e consultoria permite dar ao cliente uma solução integrada.
– Em termos de clientes, qual a percentagem de crescimento?
– Os projectos que as nossas equipas aplicaram em 2006 tiveram um acréscimo de 300 por cento aproximadamente.
– Estando a empresa em expansão, caso precise de se financiar, recorrerá ao mercado de capitais ou à banca?
– Essas duas possibilidades estão a ser analisadas e podem ser uma realidade no decorrer de 2007; nomeadamente, para suportar a expansão internacional.(26.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Inovação em Portugal abaixo da média europeia
Portugal tem ainda muito a fazer para promover a inovação, se quiser colocar-se em posição competitiva face a muitos dos seus parceiros na União Europeia.
Um relatório da Comissão Europeia, ontem divulgado em Bruxelas, considera que a inovação no nosso país está abaixo da média da UE, especialmente no que se prende com os indicadores relacionados com a propriedade intelectual, como o número de patentes. No entanto, também foram notados pontos fracos em áreas como a aprendizagem ao longo da vida, Investigação e Desenvolvimento e exportações de alta tecnologia, outros indicadores tomados em consideração para comparar o comportamento dos vários Estados membros neste domínio.
Contudo, este estudo notou algumas tendências positivas entre 1998 e 2005, especialmente nos factores mobilizadores da inovação (como a percentagem de população com educação terciária e o grau de penetração da banda larga), e nas medidas para promover a modernização tecnológica ao nível das empresas, incluindo o volume de despesas com este esforço e o trabalho, neste sentido, das pequenas e médias empresas.
A par destas conclusões, um relatório do Eurostat, o departamento de estatística da União Europeia, indicava que, em cada dez empresas portuguesas, quatro têm actividades ligadas à inovação, o que coloca Portugal próximo da média comunitária (42% do total de empresas a terem actividades de inovação). Perante esta proporção de 41%, a vizinha Espanha situou-se abaixo da tabela com 35%. A Alemanha é o país com maior proporção de empresas inovadoras (65%) enquanto a Roménia se situou no fundo da lista (16%).(23.02.07/Fonte : Diário de Notícias)Maioria da população pagará mais pelo saneamento
Há 246 municípios que cobram pelo serviço de saneamento e águas residuais uma tarifa final abaixo do valor médio que pagam aos sistemas multimunicipais que é da ordem dos 0,42 euros por metro cúbico, de acordo com dados de 2005. De acordo com dados do PEAASAR II (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) relativos a 2005, esta situação abrange pelo menos 76% da população do Continente que, de acordo com as novas regras tarifárias preconizadas pelo plano agora aprovado, terá de pagar mais por este serviço no futuro.
Segundo Pedro Serra, o preço dos serviços de água e saneamento vai continuar a subir nos casos em que o valor cobrado está abaixo de custo. O presidente da Águas de Portugal, que foi coordenador do grupo de trabalho que elaborou o PEAASAR II, adianta que houve aumentos muito significativos no passado e que terão de continuar a haver no futuro.
Só no caso dos serviços municipais de saneamento de águas residuais há mais de meia centena de municípios que não cobram tarifa, sendo que 30% da população não paga ou paga menos 20 cêntimos por metro cúbico pelo saneamento. Esta situação, além de comprometer a capacidade financeiras das autarquias, põe em causa a sustentabilidade do sistema no médio prazo e é contrária à legislação nacional e comunitária.
A situação é menos grave no abastecimento de água, onde ainda assim há 44 municípios que cobram uma tarifa média abaixo do intervalo médio fixado nos sistemas multimunicipais. Esta percentagem abrange cerca de 4,2% da população. Os dados do PEAASAR revelam ainda que a operação prestada pelos serviços municipalizados (empresas municipais) é a que cobra tarifas mais caras, com um valor médio de 1,25 euros por metro cúbico de água abastecida e tratada. Do outro lado da tabela estão os serviços municipais directamente prestados pelas próprias autarquias, que custam em termos médios 0,89 euros por metro cúbico.
Segundo indicou ontem o ministro do Ambiente, Nunes Correia, a orientação política para actualizar o preço da água vai no sentido de manter a mesma banda tarifária entre os 0,40 e os 0,50 euros por metro cúbico de água fornecida e tratada para os sistemas multimunicipais. A tarifa final a cobrar pelos municípios ou concessões em baixa (distribuição pelo consumidor) terá de ser superior ao valor pago ao sistema em alta para assegurar a sustentabilidade económica do serviço e do próprio sistema.
O princípio de que o pagamento deve reflectir os custos de investimento e exploração do sistema está consagrado no novo modelo tarifário, cuja primeira versão já foi apresentada pelo IRAR (Instituto Regulador da Água e Resíduos) e que deverá estar em condições de ser posto em prática a partir de 2008. No entanto, a sua aplicação no que diz respeito à actualização tarifária, garante Nunes Correia, será gradual. Ou seja, não haverá aumentos bruscos e significativos do preço da água. O novo quadro legal também reforça as competências do regulador, que até agora estava limitado às concessões municipais e multimunicipais, a todo o sector, e dá-lhe poder sancionatório.(22.02.07/Fonte : Diário de Notícias)População activa é a mais pobre : 14% dos trabalhadores vive abaixo do limiar da pobreza
Catorze por cento da população activa portuguesa vive abaixo do limiar da pobreza, a percentagem mais alta da União Europeia a 25 Estados-membros, de acordo com o Relatório Conjunto sobre a Protecção e Inclusão Social de 2007 da Comissão Europeia.
“Ter emprego nem sempre protege as pessoas do risco da pobreza”, lê-se no relatório que revela que um em cada seis europeus vive abaixo do limiar nacional de pobreza – definido como 60 por cento da média salarial do respectivo país.
Portugal está igualmente entre os países com maior taxa de pessoas a viver na pobreza (20%), tendo abaixo de si apenas a Lituânia e a Polónia (ambas com 21%).
O documento mostra, porém, que Portugal tem uma das mais baixas taxas (5,8 por cento) de pessoas a viver em agregados familiares em que nenhum membro tem emprego.
O relatório vai ser apreciado no próximo mês no Conselho da Primavera.(21.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Portugal entre os países com menos justiça social da UE
Portugal é dos países com menos justiça social da UE-25, segundo o relatório da Comissão Europeia sobre protecção e inclusão social/2007, ontem divulgado em Bruxelas.
"A taxa de risco de pobreza após transferências sociais (20 por cento em 2004) e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio de 8,2 no mesmo ano) são das mais elevadas na UE", lê-se no capítulo do documento dedicado à "situação e principais tendências" para Portugal.
Crianças e idosos são apontados como as categorias da população portuguesa mais expostas ao risco de pobreza. As estimativas para os mais velhos apontam para uma taxa de risco de 28 por cento, superior ao dos que têm menos de 65 anos.
Em 2004, as despesas com a protecção social representavam 24,9 por cento do produto interno bruto/PIB, "longe da média da UE, de 27,3 por cento".
Dois outros indicadores, desta feita sobre educação, também colocam o país "muito abaixo da média da UE" a taxa de abandono escolar precoce, que "continuava extremamente elevada em 2005, 38,6 por cento, e os níveis de escolaridade dos jovens, que "registavam valores muito baixos, 48,4 por cento.
Os autores do relatório prevêem que Portugal enfrentará, nas próximas décadas, "um envelhecimento demográfico mais acelerado do que a maioria dos Estados-Membros da União Europeia". O rácio de dependência dos idosos deverá aumentar de 25,2 por cento em 2004 para 58,1 por cento em 2050. E as despesas com os regimes de pensões públicos, que representavam 11,1 por cento do PIB em 2004, deverão subir em 9,7 pontos percentuais.
No capítulo inclusão social do relatório, a economia portuguesa é descrita como "estruturalmente débil, com um modelo de desenvolvimento assente em actividades não especializadas e de mão-de-obra intensiva, que proporcionam salários baixos e empregos de pouca qualidade, "o que induz baixos níveis de produtividade e um elevado número de trabalhadores pobres", 11,4 por cento em 2003.
O mercado de trabalho nacional "continua fortemente segmentado", com quase 40 por cento das pessoas com emprego a trabalhar com contratos a prazo ou por conta própria. As disparidades salariais entre homens e mulheres no sector privado elevavam-se a quase 25 por cento em 2005.
A Comissão Europeia identifica seis riscos que afectam fortemente a inclusão em Portugal pobreza infantil e dos idosos, insucesso e abandono escolar precoce, baixos níveis de qualificação, participação diminuta em acções de aprendizagem ao longo da vida, info-exclusão, desigualdades e discriminação no acesso aos direitos das pessoas com deficiência e imigrantes.
Mau grado este estado de coisas, Bruxelas reconhece que o governo português "deu uma resposta positiva" aos problemas identificados no relatório sobre protecção social e inclusão de 2006. Os esforços efectuados neste âmbito "têm de ser prosseguidos e melhorados".
Aplauso na segurança social
Sobre a reforma da segurança social em curso, sublinha-se no relatório que "é essencial que leve ao reforço dos incentivos ao prolongamento da vida activa e contribua para um tratamento mais justo dos beneficiários dos diferentes regimes".
A CE aplaude a convergência progressiva dos vários subsistemas do regime geral, convicta de que contribuirá para uma maior equidade como para a sua viabilidade.
Na área da saúde, recomenda-se a melhoria da eficácia do sistema público, reforçando os cuidados primários, ajustando a capacidade hospitalar e controlando as despesas farmacêuticas.(20.02.07/Fonte : Jornal de Notícias)Exportações : Menos crescimento
Portugal será um dos Estados-membros da União Europeia no qual as exportações deverão crescer menos ao longo deste ano.
De acordo com um estudo encomendado pela Comissão Europeia, as exportações portuguesas deverão crescer 5,4 por cento, ultrapassando apenas países como a Irlanda (5,2%), Espanha (4,9%), Itália (4,1%) e Malta (2,1%).(19.02.07/Fonte : Correio da Manhã)
Desemprego dispara para o nível mais alto dos últimos 20 anos
O Instituto Nacional de Estatística (INE) surpreendeu ontem o País ao anunciar um forte crescimento do desemprego no último trimestre de 2006. De 7,4% no terceiro trimestre, a taxa de desemprego passou para 8,2%, e acima da que se verificara um ano antes - 8%.
Este agravamento notável do desemprego não só contraria os sinais de recuperação como ergue o número total de desempregados para o nível mais elevado desde, pelo menos, 1986: são 458,6 mil pessoas que declaram não ter emprego; estar disponíveis para trabalhar e terem feito diligências nesse sentido nas três semanas anteriores à data do inquérito.
No último trimestre do ano, entre os que encontraram emprego e os que o perderam sobraram 11 mil novos desempregados. De onde vieram eles? Como se pode ver no gráfico em baixo, o agravamento "líquido" do desemprego assentou exclusivamente nas mulheres pouco qualificadas e com experiência profissional anterior no sector dos serviços.
Norte volta a ser fustigado
A região Norte voltou a ser a mais fustigada pelo desemprego, reforçando a sua posição destacada no país. O número de desempregados no Norte aumentou 7,1% em termos homólogos para atingir os 193 mil, ou seja, 42% do universo das pessoas sem emprego (bem acima da fatia de 35,5% da população activa que vive nesta região). As duas outras regiões mais relevantes, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, onde houve ligeiras reduções homólogas, concentram, respectivamente, 17% e 27% da população desempregada.
Também no Algarve houve um agravamento do desemprego, de 8%, mas que tem contornos essencialmente sazonais, associado ao fim da estação balnear. Tanto nesta região como nas Ilhas, onde se registaram igualmente variações acentuadas (mais 16% na Madeira e menos 8% nos Açores), os dados do desemprego devem ser lidos com particular prudência dado o nível de erro que lhes está associado.
Nove mil empregos criados em dois anos
Nos últimos dois anos, a economia portuguesa criou 8,9 mil postos de trabalho. Segundo o INE, no último trimestre de 2006 estavam empregadas 5142,8 pessoas contra 5133,8 mil no último trimestre de 2004. Este fraco crescimento, todo baseado no último ano, contrasta com uma variação bem mais significativa do número médio anual de empregados entre 2004 e 2006, de 37 mil, também acumulado integralmente no último ano. Aparentemente, os empregos criados terão sido de curta duração. Aquela criação líquida de nove mil postos de trabalho torna duvidoso o cumprimento da meta da criação de 150 mil novos empregos durante esta legislatura, com que o Governo se comprometeu.
Confrontado com os dados do INE, o ministro do Trabalho admitiu ser um dado negativo, mas desvalorizou-o à luz do crescimento expectável da economia. Para Vieira da Silva, esta subida do desemprego é "um momento e não uma tendência", tendo em conta o "indiscutível" crescimento da economia. As centrais sindicais, por seu lado, atribuíram as responsabilidades ao fraco crescimento económico e insistiram na necessidade de mudar o modelo económico do País.(16.02.07/Fonte : Diário de Notícias)Portugueses preocupados : Falta dinheiro para a reforma
Mais de 40 por cento dos portugueses ainda não começou a preparar a reforma nem tem planos para isso. Entre as razões invocadas, contam-se a de falta de dinheiro e a juventude.
Segundo um estudo da Fidelity Internacional, divulgado ontem, os portugueses são dos mais atrasados da Europa na preparação para a reforma.
Apenas 25 por cento dos inquiridos afirmou ter começado já a preparar a sua reforma, contra 44 por cento que não o fez nem planeia fazê-lo.
No entanto, cerca de 70 por cento manifesta-se preocupado com o futuro das suas reformas e 41 em cada 100 admite continuar a trabalhar mesmo depois de se reformar.
Uma das razões avançadas pelos inquiridos neste estudo, que envolveu mais oito países europeus, prende-se com a falta de dinheiro. Um facto para o qual já apontava um estudo semelhante, também encomendado pela Fidelity, ao concluir que os portugueses que ainda não tinham começado a preparar a sua reforma não dispunham de 100 euros para pôr de lado mensalmente.
Outra das razões apontada é a juventude, uma ideia desmistificada pela empresa de investimentos, que sublinha “que o tempo é uma vantagem” na preparação da reforma.
Por outro lado, cerca de 60 por cento não tem ou tem pouca informação acerca de como poderá preparar a sua reforma, isto é, quais os instrumentos financeiros a que poderá recorrer.
O imobiliário, uma reserva de investimento tradicional para quem prepara a reforma, é também vista pela maioria dos portugueses como um meio de o fazer. A preferência dos portugueses vai assim para investimentos de baixo retorno e pouco risco.
SEM RISCO
A maioria dos portugueses prefere um produto financeiro de reforma que garanta um retorno baixo mas com pouco risco financeiro. Apenas 14 por cento quer correr riscos.(15.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Sócrates prepara PS para guerra na Função Pública
Sócrates avisou ontem os seus deputados que a Administração Pública vai mudar, mesmo com protestos
José Sócrates preparou ontem os deputados socialistas para uma nova frente de batalha contra o Governo. Na abertura das jornadas parlamentares do PS, que ontem começaram em Óbidos, o primeiro-ministro avisou que "a reforma da Administração Pública está em marcha e vai fazer-se". Mesmo na questão mais polémica dos vínculos contratuais, Sócrates advertiu os sindicatos que o Governo não vai desistir de premiar o mérito, assentando a progressão de carreiras na avaliação do desempenho individual. Essa será a grande prioridade do Governo para 2007, garantiu o primeiro-ministro, dois dias depois de ter assegurado uma vitória para o partido no referendo do aborto.
"Como é possível ter deixado que os nossos regulamentos tenham progredido desta forma caótica na proliferação de carreiras?"questionou o secretário-geral socialista."É preciso premiar o mérito e haver carreiras com base na avaliação do desempenho", afiançou.
"Não é possível continuar com uma regulamentação do século passado", alegou ainda o líder socialista, garantindo que depois do PRACE e da mobilidade dos funcionários públicos, este é o momento de introduzir o sistema de avaliação aos serviços e às pessoas, porque aí é "que está a pecha" do sector. "A negociação com os sindicatos já começou e é para ser levada até ao fim", anunciou perante quase uma centena de deputados presentes.
Certo é que os primeiros passos dessa negociação já mereceram forte contestação dos sindicatos. Isso aconteceu na última semana, depois de se conhecer a intenção de alargar o contrato individual de trabalho na administração a sectores como a educação e saúde, que são entendidos pelo Governo como funções não nucleares do Estado.
Também ontem, o DN noticiava que alguns deputados socialistas queriam aproveitar as jornadas parlamentares precisamente para questionar o Governo sobre os contornos desta reforma. Sócrates, assim, antecipou-se às eventuais dúvidas, deixando clara a estratégia do Governo.
A reforma da administração pública não será, porém, o único tema a merecer a atenção do Executivo este ano. Haverá também a reforma das universidades, referiu, não adiantando nada mais face ao calendário que já tinha proposto ao Parlamento nesta matéria que a revisão do financiamento das universidades, assim como da sua autonomia e estatuto da carreira docente, estarão prontos para aprovar até Março deste ano.
PCP também contesta
Também ontem, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de estar a "redesenhar o Estado" ao serviço dos interesses dos grupos económicos e financeiros, "a pretexto da delimitação da natureza dos vínculos laborais".
"A agora anunciada intenção do Governo de resumir às chamadas áreas de soberania aquelas que constituirão as funções nucleares do Estado, a pretexto da delimitação da natureza dos vínculos laborais, constitui uma incontornável confissão do projecto em curso de redesenhar o Estado ao serviço dos interesses dos grupos económicos e financeiros", afirmou Jerónimo de Sousa.
Em conferência de imprensa para apresentar as conclusões da reunião do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa manifestou-se contra a "alienação das funções e responsabilidades sociais do Estado", considerando que o Governo socialista "há muito vem prosseguindo" tal caminho.
Nomeações passam a excepção
Para acabar com a variedade de vínculos na administração pública, o Governo pretende que passem a existir apenas dois a nomeação (só para funções nucleares) e contrato individual (que se alarga, no projecto, às áreas da educação e saúde).(14.02.07/Fonte : Jornal de Notícias)Maior sismo dos últimos 30 anos assusta população do Algarve
Portugal foi abalado, ontem de manhã, pelo maior sismo sentido nos últimos 30 anos, que atingiu a magnitude de 5,8 na escala aberta de Richter, sem provocar quaisquer danos pessoais ou materiais.
O tremor de terra registou-se às 10.36 e teve o seu epicentro a 160 quilómetros a sudoeste do cabo de S. Vicente, no Algarve, e foi sentido principalmente no centro e sul do País. Assim como em algumas zonas de Espanha. Ao longo do dia foram observadas mais duas réplicas, pelo Instituto de Meteorologia (IM), às 11,50 e às 13.30, com uma magnitude de 2,5 na escala de Richter.
"Segundo o padrão normal de uma série sísmica é natural que ocorram réplicas, de menor intensidade, nas horas seguintes ao sismo principal", explicou ao DN o sismólogo do IM, Fernando Carrilho. A observação dos fenómenos anteriores levam o investigador a afirmar que "existe a possibilidade de voltar a acontecer um novo sismo nos próximos dias". A situação está a ser acompanhada e, se necessário, "faz--se o alerta à protecção civil".
Algarve assustado
"Ouvi um barulho forte, esquisito, mais intenso que o vento, e de repente começou tudo a tremer. Lembrei-me logo do que aconteceu em 1969 e saí para a rua, cheia de medo". Poucas horas depois do sismo, Carmelinda Oliveira, telefonista da Câmara Municipal de Vila do Bispo, o concelho algarvio onde o sismo mais se fez sentir, ainda não estava refeita do susto.
Na outra ponta do Algarve, na localidade turística de Altura, Maria Filomena Palma contou ao DN que também ouviu um "som estranho". "Estava no quarto e de repente a cama começou a abanar fortemente e até perdi o equilíbrio. Um colchão que estava encostado à parede caiu e só tive tempo de me colocar debaixo da ombreira da porta."
De Alcoutim a Aljezur, toda a gente sentiu o sismo e houve muitas situações de pânico, com pessoas a sair para a rua, sobretudo com medo de réplicas. Em escritórios, cafés e pastelarias, o medo instalou-se e durante todo dia sucederam-se os relatos da experiência, embora o sismo não tenha causados estragos nem danos pessoais.
Segundo apurou o DN, muitos estabelecimentos de ensino accionaram os seus planos de emergência, "cumprindo à risca" as instruções aprendidas nos simulacros que habitualmente fazem, tal como constatou Lurdes Lança, a presidente da Escola E.B. 2,3 de Castro Marim. "Os alunos reagiram automaticamente, colocando-se sob as secretárias e saindo depois das salas, ao sinal do alarme, em fila indiana." Os 150 estudantes foram encaminhados para o campo de jogos, onde permaneceram 10 minutos, regressando depois às suas actividades normais. Duas alunas, do 7.º e 9.º anos, tiveram de ser assistidas no centro de saúde local, com "palpitações decorrentes do nervosismo em que ficaram".
Zonas atingidas
Na região de Lisboa e no Alentejo o sismo atingiu a intensidade IV na escala de Mercalli modificada. O regimento de Sapadores de Bombeiros da capital não recebeu nenhum pedido de ajuda, mas foram várias as pessoas que telefonaram para confirmar o abalo.
O sismo foi também sentido, com uma magnitude 4, em Espanha. Na Andaluzia, não se registava um sismo tão forte há mais de dez anos. Em Sevilha, centenas de trabalhadores abandonaram, por iniciativa própria, os locais de trabalho, vários edifícios oficiais e residências privadas. Fontes dos bombeiros da cidade referiram que os números de emergência ficaram saturados com telefonemas.
O sismo levou mesmo à evacuação de edifícios como a Torre Triana, o maior imóvel administrativo da Junta de Andaluzia, do Serviço Andaluz de Saúde e de vários outros edifícios no centro de Sevilha.(13.02.07/Fonte : Diário de Notícias)PS vai despenalizar e regulamentar o aborto
Lei a funcionar em pleno só em 2008
A nova lei que permite a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às dez semanas só estará a funcionar em pleno em 2008. Quem o diz ao DN são fontes da direcção do grupo parlamentar do PS, que sublinham a necessidade de regulamentação da lei, para incluir a vertente do aconselhamento e do prazo para reflexão, o que vai implicar mexer com verbas do Orçamento do Estado que não estão contempladas.
A ideia do PS é tratar desde já da despenalização, ou seja fazer com que a prática do aborto deixa de ser crime. Para isso, será necessário alterar o Código Penal (CP), no seu artigo 140.º e juntar às duas alíneas uma terceira, com a redacção que foi encontrada para a pergunta do referendo. A IVG pode ser praticada até às dez semanas, em estabelecimento legalmente autorizado.
Para fazer esta alteração ao CP o PS apenas terá de fazer esta alteração quase "cirúrgica", mas neste momento estão em curso negociações com o PSD para um Pacto de Justiça, que contemplam já mexidas no CP, no Código de Processo Penal e na Mediação Penal. Dentro do grupo parlamentar do PS há quem defenda que "não faz sentido mexer no CP no âmbito do Pacto e deixar isto de fora. Poderá criar um embaraço ao PSD, mas tem que se fazer", sustentam aquelas fontes da direcção da bancada socialista.
Em paralelo com a despenalização, o PS irá avançar com um projecto de lei para ficar assente o aconselhamento e o período de reflexão. Isto ao mesmo tempo que o Governo terá de regulamentar a lei, através de decreto-regulamentar, decreto-lei ou de portarias emanadas do Ministério da Saúde.
Quanto ao período de reflexão, o DN sabe que o PS e o Governo estão a pensar instituir um prazo mais curto do que o que existe em alguns países europeus - que dão até dez dias. Esse período deverá ser, segundo as nossas fontes, de "três ou quatro dias, no máximo", devido ao prazo para a IVG estipulado na lei.(12.02.07/Fonte : Diário de Notícias)REFERENDO AO ABORTO
Sim ganha com 58, 42%
Os resultados eleitorais de quase 4000 freguesias já apuradas, às 20:51, mostram a tendência para a vitória do "sim" assinalada nas projecções feitas pelas televisões. Faltam apurar 308 freguesias. ( 20:51 / 11 de Fevereiro 07 )
Resultados nacionais do referendo às 20:51
freguesias apuradas 3952
freguesias por apurar 308
......................2007.....................1998
SIM 1810888....58,42 % ....345743...38,98%
NÃO 1289093....41,58%.......541259...61,02%
Fontes:
STAPE - Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral
ITIJ - Instituto das Tecnologias de Informação da Justiça(11.02.07/Fonte : TSF Online)"Sim" segura liderança com maior participação
Uma sólida vantagem de 16% deverá colocar o "sim" à despenalização do aborto ao abrigo de imprevistos, quando no próximo domingo os eleitores forem chamados a pronunciar-se. A avaliar pelos resultados da sondagem da Universidade Católica para o JN, a RTP e a Antena 1, que hoje publicamos, a participação cresce - um efeito mobilizador atribuível à campanha - e é reforçado o perfil jovem dos defensores da mudança da lei.
A eficácia da campanha eleitoral pode medir-se pela substancial redução do abstencionismo assumido. Quase sete em cada dez inquiridos dão garantias de que exercerão o seu direito de voto e só 13% se mostram indisponíveis para ir às urnas.
Trata-se de um "regresso" ao nível de participação detectado no primeiro estudo da Católica, datado do mês de Outubro, que se repercute nas três faixas etárias - de forma mais acentuada no grupo acima dos 55 anos - mas não em todas as regiões. O Algarve seguiu a tendência diametralmente oposta, por razões que este estudo não permite apurar.
Juventude é uma força?
Em relação à sondagem realizada em Janeiro, a estimativa de resultados não sofre grandes alterações. A perda de um ponto percentual por parte do "sim" está longe de oferecer um "suplemento de alma" aos adversários. Torna-se, contudo, mais evidente o perfil etário. E registam-se mudanças muito significativas no plano da distribuição regional das duas posições [ler caixa].
As anteriores sondagens tinham já demonstrado que o "não" é, tendencialmente, a opção dos mais velhos e o "sim" a da juventude. Esta percepção é agora reforçada fica claro que o grupo favorável à despenalização está maioritariamente implantado na faixa entre os 18 e os 34 anos (52%), da qual faz naturalmente parte um elevado número de cidadãos que em 1998 ainda não podia votar.
Paradoxalmente, a juventude, que constitui a força do "sim", pode transformar-se no seu "calcanhar de Aquiles". Esta sondagem revela que os eleitores até aos 34 anos são os mais predispostos a votar. Como notam os especialistas, é um fenómeno invulgar, que em regra não encontra confirmação, após os actos eleitorais. Se isso voltar a acontecer, pode ser o "sim" a pagar as favas.
A redução do abstencionismo introduziu profundas alterações na distribuição regional das tendências de voto, se se comparar esta sondagem com a de Janeiro. O "não" continua a ser maioritário numa única região - o Norte - mas agora por uma "unha negra". Se este resultado pode ser revelador da eficácia da campanha do "sim" acima do Douro, o apresentado pelo Centro prova a capacidade de persuasão de quem defende o "não". Com efeito, não parecia provável, no mês passado, que os adversários da despenalização conseguissem recuperar ao ponto de obterem um "empate" nesta região. O "não" também deu um significativo "pulo" de dez pontos percentuais em Lisboa e Vale do Tejo, que no entanto é insuficiente para incomodar o "sim". Nas duas regiões mais a Sul, nada de (muito) novo a posição favorável à despenalização continua claramente vitoriosa. De diferente, o facto de o Algarve contrariar a tendência geral, ao registar um aumento de 7% dos não-votantes, cujas causas se desconhecem.
Ficha Técnica : Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) para a Antena 1, a RTP e o Jornal de Notícias nos dias 3 e 4 de Fevereiro de 2007. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente em Portugal Continental. Foram seleccionadas aleatoriamente quarenta e uma freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por três estratos de dimensão das freguesias. A selecção aleatória dessas freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das eleições legislativas de 2005 nessas freguesias estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada freguesia. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente, sendo utilizada simulação de voto em urna. Foram obtidos3806 inquéritos válidos, sendo que 54,1% dos inquiridos eram do sexo feminino. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos residente no Continente por sexo e escalões etários, na base dos dados do Censos. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 3806 inquiridos é de 1,6%, com um nível de confiança de 95%.(01.02.07/Fonte : Jornal de Notícias)Referendo Aborto 2007 :
"O aborto clandestino mata em Portugal"
Ana, 14 anos. Maria Ester, 32. Lisete, 36. Partilharam em comum a história de um aborto clandestino mal feito que as levou à morte. Já depois de 1998, o ano em que os portugueses disseram "não" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez. "É preciso ter respeito por estas mulheres e sem medo dizer que o aborto clandestino mata em Portugal", afirmou Vasco Freire, mandatário do Movimento Médicos pela Escolha.
O Movimento preparou para a recta final do referendo que se realiza domingo a artilharia pesada de relatos médicos sobre "mulheres que fugiram de uma lei injusta, que as trata como criminosas" e que pagaram com a vida o recurso à clandestinidade do aborto. A sessão decorreu na minúscula sede do Jovens pelo Sim, no Largo da Trindade, e até cativou a atenção de algumas televisões estrangeiras, como a TVE.
Um único relato foi feito na primeira pessoa sobre a ineficiência da actual lei, mesmo quando a interrupção é ditada por razões médicas. Uma professora de biologia do ensino secundário, de nome Catarina Sá Leal, que engravidou de gémeos verdadeiros, tendo sido diagnosticado uma malformação profunda num dos fetos (falta de cerebelo) às 20 semanas de gestação. "A minha gravidez desejada tornou-se indesejada. Não queria ser mãe de uma criança profundamente deficiente", disse aquela mãe. Queria levar por diante o feto saudável, mas os entraves foram tantos no acompanhamento que lhe foi prestado no Hospital de Santa Maria que... "Fui a Madrid fazer essa interrupção em segurança. Bem!.. Em segurança, quando a viagem correspondia a um perigo de aborto espontâneo e a perda do outro feto. Em Madrid tive vergonha de ser portuguesa." Catarina pediu ali mesmo, com os médicos pela escolha à mão, que pensem nas modificações que terão que ser feitas no pós 11 de Fevereiro, caso o "sim" ganhe, para que estas situações fiquem contempladas. " E para que mais ninguém sofra o que eu sofri!"
A médica Maria José Alves lembrou um caso ainda mais dramático que marcou o seu percurso profissional. O de Natália, moça de 21 anos, que desde pequena sofria de uma doença grave. Engravidou e os médicos subestimaram o risco de sua vida. "Ela dizia: eu quero é viver. Natália morreu, porque nós, os médicos decidimos por ela", frisou a obstetra.
É por esse, e por tantos outros casos, que quer ver mudar a lei. "Acabar com este mal-estar que me persegue por ter que virar as costas a tantas mulheres."
Mulheres como as que o assistente social em Campanhã, José António Pinto, condenado a 45 dias de prisão no julgamento da Maia, por encaminhar várias das que lhe pediam para interromper a gravidez, se recusa "a abandonar".
Ele que convive com elas todos os dias, conhece os dramas do seu bairro do Lagarteiro, onde o desemprego de longa duração, a toxicodependência, o abandono escolar e a criminalidade andam de mãos dadas num "território de exclusão" que propicia a gravidez indesejada. "Se eu não as ajudasse, sabia que elas metiam uma agulha no útero e iam morrer nas mãos de habilidosas que fazem desmanchos."(08.02.07/Fonte : Diário de Notícias)Referendo Aborto 2007 :
RTP ACUSADA DE PRIVILEGIAR O 'NÃO'
Manuel Alegre manifestou-se ontem “indignado” com a forma como a televisão pública tem feito a cobertura da campanha do referendo da interrupção voluntária da gravidez.
“A RTP deu14 minutos ao ‘não’ e seis minutos ao ‘sim’”, especificou o deputado socialista, fazendo referência a uma situação ocorrida num telejornal recente. “Que poderes misteriosos, ocultos, podem estar a deformar desta maneira as regras do pluralismo democrático num referendo desta importância”, questionou, por ocasião da conferência sobre o aborto promovida no Porto pelo grupo parlamentar socialista.
Na sua intervenção, Manuel Alegre rejeitou as críticas que têm vindo a ser feitas à pergunta do referendo e defendeu que esta “não é uma fraude”. “Fraude é tentar deformar o sentido da pergunta e tentar convencer os portugueses de que se pode manter tudo na mesma e, ao mesmo tempo, despenalizar o aborto”, sublinhou.(07.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Dívidas fiscais ultrapassam os 16 mil milhões de euros
As dívidas fiscais ultrapassam actualmente os 16 mil milhões de euros, 10,5% do PIB e o equivalente ao custo de uma Ota e um TGV juntos e respectivas derrapagens para este tipo de projectos. O objectivo do Executivo para 2007 é tentar recuperar pelo menos 1,6 mil milhões de euros, depois de ter conseguido arrecadar em cobranças coercivas, incluindo penhoras, 1,54 mil milhões de euros em 2006.
"Ainda há muito a percorrer", no combate à fraude , afirmou Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças, ontem, em Lisboa, ao efectuar o balanço sobre o combate à fuga e fraude fiscal em 2006. Os resultados, apresentados à imprensa - sem a presença do director de Impostos, Paulo Macedo -, são vistos pelo ministro com "satisfação relativa".
Sem apresentar dados, o Ministério das Finanças reconheceu que as prescrições fiscais - tal como sucedeu nos anos anteriores - voltaram a aumentar no final de 2006. Nesta matéria, "o que há a fazer" é "tentar cobrar o que é cobrável", diz João Amaral Tomaz, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ontem no Ministério das Finanças, em Lisboa.
Em 2006, o fisco recrutou 295 inspectores para a inspecção tributária e detectou 842 milhões de euros de impostos em falta, tendo procedido a correcções à matéria colectável no valor de três mil milhões de euros. Nesta última rubrica representa um acréscimo de 23%, após uma ligeira queda registada em 2005. Na justiça tributária, o número de penhoras - em resultado da informatização implementada desde 2002 - aumentou 129% e a cobrança coerciva atingiu os 1,54 mil milhões de euros.
Com as dívidas por cobrar a totalizar entre os 16 e os 17 mil milhões de euros (cerca de 10,5% do PIB), para 2007 a meta de Teixeira dos Santos para a cobrança executiva ascende a 1,6 mil milhões de euros - um valor que pode ser considerado "moderado", já que corresponde a um crescimento nominal de 3,4% em relação a 2006. Isto explica-se pela dificuldade evidenciada pelos serviços de Paulo Macedo em atingir o objectivo declarado para 2006, nas últimas semanas de Dezembro. O ministro considera, no entanto, que o campo da cobrança coerciva é vasto e prevê que até 2009 há condições para atingir cobranças acima dos 1,5 mil milhões anuais.
Para 2007, a agenda fiscal para o controlo da arrecadação inclui novo recrutamento: desta vez, mais 334 inspectores para a inspecção. É que a prática parece demonstrar que vale a pena contratar inspectores. Entre 2004 e 2006, as regularizações voluntárias à matéria colectável - após acções inspectivas - ascenderam a mais de 530 milhões de euros, um acréscimo considerável face aos anos anteriores. Para o mesmo período, os pagamentos voluntários cresceram 116 milhões de euros.(06.02.07/Fonte : Diário de Notícias)Casas custam mais em Lisboa que em Bruxelas
O Global Property Guide é um site especializado na comparação dos preços das casas a nível internacional, a pensar naqueles que têm necessidade de viver num país diferente do seu.
Comprar um apartamento em Lisboa sai mais caro do que em Bruxelas, de acordo com a informação disponibilizada na página de Internet Global Property Guide. Contudo, os custos associados à transacção são mais elevados na Bélgica do que em Portugal.
O preço de um apartamento de 120 metros quadrados custa 302 mil euros em Lisboa, enquanto que em Bruxelas não passa dos 258 mil euros.
Contudo, o Global Property Guide revela que os custos das transacções associadas à aquisição de casa são mais caros em Bruxelas – onde chegam a atingir 36,8 por cento do preço – do que em Portugal (8,8 por cento do preço).
Talvez por isto Lisboa seja apontada por aquele site como uma das cidades onde menos compensa comprar apartamentos com o objectivo de os alugar, uma vez que o senhorio só poderá esperar lucrar 5,7% do valor do custo da casa.
Lisboa é, porém, mais barata para a compra de casa do que Madrid, onde um apartamento custa em média 480 mil euros.
A cidade mais cara em termos de preço de casas é Monte Carlo, no Mónaco, onde um apartamento de 120 metros quadrados custa perto de três milhões de euros. Logo a seguir nesta lista vem Londres, onde os preços se dividem entre os bairros mais luxuosos e a restante cidade. Nos primeiros, como Chelsea ou Knightsbridge, um apartamento custa 1,7 milhões de euros.
Do lado oposto da lista, ou seja, a cidade europeia onde comprar casa é mais barato, está Chisinau, na Moldova, onde se compra um apartamento com a área referida por 110 mil euros.
CASAS NA EUROPA (Preço por 120 metros quadrados em euros)
Mónaco: 2 988 000
Londres: 1 742 565
Paris: 800 000
Amesterdão: 800 000
Roma: 730 000
Madrid: 480 000
Copenhaga: 454 000
Berlim: 380 000
Viena: 360 000
Lisboa: 302 000
Bruxelas: 258 000
Valletta: 236 000
Atenas: 220 000(05.02.07/Fonte : Correio da Manhã)Fluxo migratório de trabalho ilegal
Acentua-se, em grande escala, o fluxo migratório de trabalhadores portugueses da construção civil em situação de "mão-de-obra ilegal" para o estrangeiro, em particular, para Espanha e Suíça. Nos últimos três anos, segundo dados ontem revelados, em Braga, pela Federação Nacional dos Sindicatos da Construção Civil, Portugal perdeu mais de 100 mil postos de trabalho, sendo a vizinha Galiza o maior empregador de mão-de-obra, com cerca de 50 mil trabalhadores portugueses.
José Dinis, coordenador daquela estrutura sindical, denunciou a precariedade dos contratos de trabalho, a par da existência de "organizações mafiosas" de contratação de trabalho naqueles países de acolhimento, sem que "o Estado português intervenha na defesa dos direitos dos emigrantes portugueses".
"Aquilo a que se assiste é de uma total e completa ilegalidade, com os trabalhadores portugueses sujeitos às maiores misérias de condições de trabalho, seja pela imposição de horários alargados (sem a respectiva compensação monetária), seja pela crescente falta de pagamentos de salários", disse José Dinis.
Nesta linha de pensamento, Manuel Beja, responsável pela comunidade portuguesa na Suíça, onde fez parte, até há pouco tempo, da Unia (o maior sindicato do país helvético), manifestou-se igualmente preocupado com o fluxo migratório de trabalhadores portugueses. "Os serviços de estatística do Governo federal referem que, só no ano de 2006, entraram mais de 12 mil portugueses em território suíço. Neste momento, são quase 190 mil os indivíduos de nacionalidade portuguesa a residir e trabalhar naquele país, a terceira maior comunidade de estrangeiros, depois dos italianos e ex-jugoslavos", revelou.
Na sua larga maioria, laboram na área da construção civil, confrontados com novas formas de contratação, citando, a título de exemplo, "os contratos temporários por parte de agências de recrutamento de mão-de-obra, de reputação duvidosa".
Manuel Beja alertou para o "incumprimento" dos contratos, ao nível de pagamentos salariais e regalias sociais". É, neste contexto que a Unia acaba de lançar um folheto informativo em língua portuguesa na Suíça, destinado a informar os trabalhadores dos seus direitos.(02.02.07/Fonte : Jornal de Notícias)Desemprego, salários e endividamento explicam desencanto nacional
Os dados da economia parecem justificar o "pessimismo moderado" dos portugueses. O desemprego teima em manter-se elevado, os consumidores apertam a bolsa, "não fazem tenções" de comprar um carro em 2007 e os lojistas queixam-se de gerar menos negócios. Apesar destas dificuldades, inquiridos pelo Instituto Nacional de Estatística, os portugueses dizem que ainda têm margem para proceder a poupanças, no médio prazo.
Pelas contas da Comissão Europeia, o salário médio auferido pelos portugueses registará uma variação real negativa de 0,1%, em 2007. Ou seja, pelo quinto ano consecutivo verifica-se uma queda do poder de compra dos consumidores, já que a inflação pode ficar ligeiramente acima dos aumentos salariais.
Para uma parte significativa da população a perda de poder aquisitivo pode ser maior. É o caso, por exemplo, dos funcionários públicos. O Governo afirma que a inflação em 2007 será de 2,1%, mas a "actualização" salarial, imposta, será de 1,5%, sendo que 0,5% será, de imediato, consumido a título de reforço na contribuição para a ADSE.
Cifras que ajudam a compreender o "estado de alma" dos portugueses, após um ano de deterioração nas remunerações, mesmo no sector privado. Até Novembro passado, os dados oficiais indicavam uma corrosão salarial de pelo menos 0,3%. É que a contratação colectiva registava um aumento de 2,7%, quando já se adivinhava uma inflação de 3%.
Desemprego
Por norma, dizem os economistas, é a expectativa sobre o desemprego que faz variar a "temperatura" do optimismo/pessimismo nos consumidores. O que se espera, então, no mercado de trabalho, para este ano? O Governo afirma que o desemprego vai baixar, passando dos 7,6% para os 7,5%, uma redução partilhada pelos economistas da OCDE. Pelo contrário, a Comissão Europeia não está tão optimista e afirma que o desemprego vai agravar-se, ligeiramente, afectando 7,7% da população activa portuguesa.
Os dados mais recentes deixam antever que o desemprego registado (números oficiais) tem resistido à erosão. No terceiro trimestre de 2006, a taxa de desemprego estava situada em 7,4% - uma queda de 0,3 pontos percentuais relativamente ao primeiro trimestre do ano - mas em Dezembro o número de ofertas de emprego estava a desacelerar.
Consumo
Tanto o Governo como o Banco de Portugal - tal como sucede com a Comissão Europeia e a OCDE - afirmam que o consumo privado vai crescer este ano. O banco central afirma que os gastos das famílias serão em linha com o rendimento real disponível, ao contrário do que sucedeu nos últimos anos.
A ligeira aceleração do consumo em 2007 é explicada pelo banco central por uma expectativa de redução da taxa de desemprego. Mas, alerta o banco, o aumento do endividamento das famílias (ver em baixo), nos últimos anos, deverá "limitar o crescimento das despesas de consumo" em 2007 e mesmo em 2008.
O que leva as famílias a "pensarem duas vezes" antes de gastar dinheiro? Para além da redução do poder de compra, as famílias enfrentam mais custos com os aumentos das taxas de juro - em escalada desde Dezembro de 2005 e que deverá perdurar nos primeiros meses deste ano - e um aumento dos impostos directos e indirectos (IVA). Como se não bastasse, os preços na energia e transportes estão a evoluir acima da inflação, levando os consumidores para a "banda" do pessimismo.(01.02.07/Fonte : Diário de Notícias)