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09/06

Desemprego - Firmas a caminho do Leste e da Ásia
Nove mil atingidos pela deslocalização

O anúncio do encerramento da multinacional levou o desespero e a tristeza aos 650 trabalhadores de Nelas.

A deslocalização de empresas causou mais de nove mil desempregados – afectando directamente a vida de 27 mil pessoas – em apenas três anos. O último caso é o da Johnson Controls, que até Julho de 2007 vai despedir 875 trabalhadores devido ao encerramento das suas fábricas em Nelas e Portalegre.

Desde 2003, 40 empresas encerraram ou reduziram a sua produção em Portugal para se instalarem noutros países – sobretudo do Leste europeu e da Ásia. O sector eléctrico foi o mais atingido, onde os despedimentos atingiram cinco mil trabalhadores de 19 empresas. Nos sectores têxtil e metalúrgico foram afectados mais de duas mil pessoas, de dez unidades fabris.

Agora, é a vez do sector de componentes para automóveis agravar a situação, com o encerramento das unidades fabris da Johnson Controls em Nelas e Portalegre. No primeiro concelho serão afectadas 650 pessoas – 580 mulheres e dezenas de casais que ali trabalham. É o maior problema sociolaboral desde o encerramento dos fornos eléctricos e das minas da Urgeiriça.

O comércio, as pequenas fábricas que trabalhavam para a Johnson Controls e empresas transportadoras também vão sofrer as consequências da deslocalização da empresa americana para o Leste da Europa.

Amadeu Santos, da União de Sindicatos de Viseu, considera o encerramento uma “tragédia social” para a região. “Em Nelas está a laborar uma empresa de tecidos, com duas dezenas de trabalhadores, que tinha como único cliente a fábrica da Johnson. Agora também se vê ameaçada. E como esta haverá muitas mais”, afirma o responsável para explicar o efeito de dominó causado pelo fecho da Johnson Controls, a segunda maior empregadora do distrito de Viseu.

“Resta-nos emigrar!”, desabafa Afonso Oliveira, que trabalhava na empresa há oito anos com a mulher. “Nós aqui não temos muitas alternativas de trabalho. Não sei como vai ser. Sou novo ainda, tenho 43 anos, mas o pior é a família. Vamos ver se há propostas de trabalho”, adianta João Pires, operário em Portalegre. E o problema é transversal a toda a economia local. “É lógico que as pessoas vão ter menos dinheiro na carteira para comprar artigos. Vai ser mau para todos”, refere Maria Pinto, dona de uma loja em Nelas. “Se as pessoas já tinham pouco dinheiro agora vão ficar sem nenhum.”

Para se perceber o impacto que tem o fecho da multinacional em Nelas, basta referir que o número de desempregados deverá subir 9,5 por cento no distrito de Viseu. Em finais de Agosto, havia 6867 indivíduos desempregados, ou seja, onze cento do total da região Centro e dois por cento da totalidade do País.

GOVERNO À PROCURA DE SOLUÇÃO

O secretário de Estado da Indústria garantiu ontem à presidente da Câmara de Nelas que o Governo está disponível para acompanhar de perto o futuro da Johnson Controls e dos seus trabalhadores.

Segundo um comunicado da autarquia, Castro Guerra e a presidente da Câmara debateram o encerramento da Johnson Controls e definiram um conjunto de medidas que visam ou reverter a decisão ou minimizar as consequências.

O governante “manifestou a disponibilidade do Governo para acompanhar de perto a situação e ajudar a encontrar uma solução” e prontificou-se a contactar a empresa “ao mais alto nível” para que “reveja a decisão ou incremente um programa de investimentos que substituam os que agora pretende deslocalizar”.

DEVIAM FAZER PARTE DE UMA LISTA NEGRA

As duas centrais sindicais estão a acompanhar com “preocupação” o encerramento das empresas que estão a deslocar a sua produção para outros países e são unânimes em defender uma intervenção “eficaz e atempada” do “poder político”, nomeadamente na definição de regras que evitem o despedimento dos trabalhadores.

Vítor Coelho, da Comissão Permanente da UGT, defende a reciclagem e a preparação dos trabalhadores para serem integrados em novas empresas, enquanto José Ernesto Cartaxo, membro da comissão executiva da CGTP-IN, propõe também a criação, pela União Europeia, de uma ‘lista negra’ com essas empresas ou grupos económicos que teriam ainda de devolver os subsídios que receberam quando se instalaram.

OPERÁRIOS NÃO ESPERAVAM FECHO
TRISTEZA
“Estou muito triste com o fecho desta empresa, que era a nossa segunda casa. Trabalhava aqui há 13 anos, dei muito de mim”, diz Ermengarda Guerra, 42 anos.

SURPRESA
Fernando Correia, 44 anos, não compreende o fecho: “Estamos sem saber o que fazer. Disseram que vão fechar a fábrica porque a mão-de-obra é cara”.

DESILUSÃO
“Trabalhava aqui há oito anos. Estamos desiludidos porque nada apontava para isto. A fábrica estava no pleno da sua produção”, conta Afonso Oliveira, 35 anos.
(29.09.06/Fonte : Correio da Manhã)

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Portugal entre os melhores destinos turísticos

O destino turístico Portugal apresentou um dos melhores desempenhos no ano passado entre os países da Zona Euro e Mediterrâneo, afirmou esta quarta-feira o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Francesco Frangialli.

“Em 2005, na Zona Euro e Mediterrâneo, Portugal teve um dos melhores desempenhos”, afirmou Francesco Frangialli, salientando o desenvolvimento de Lisboa como destino de negócios e cultura.

Segundo o secretário-geral da OMT, Portugal “melhorou muito” e os dados divulgados recentemente sobre o Verão “são muito positivos”, sublinhou, em declarações proferidas durante conferência de Imprensa que marcou o encerramento da Conferência Internacional da OMT do Dia Mundial do Turismo, que este ano se comemorou em Lisboa.
(28.09.06/Fonte : Correio da Manhã)

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Recorde nas patentes de invenções nacionais

As patentes para protecção de invenções de cidadãos portugueses e investidores residentes em Portugal deverão atingir as 300 este ano. Este número é um recorde alcançado pela primeira vez no nosso país, segundo o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, António Campinos.

"O número de patentes e módulos de utilidade, que protegem as invenções (a inovação tecnológica original), deverá elevar-se a 300 no final do ano, contra 271 em 2005, o valor mais elevado na história de Portugal", salientou o presidente do INPI, numa conferência de imprensa, em Lisboa.

Segundo António Campinos, "nunca a Propriedade Industrial (o conjunto de leis que visam proteger os resultados de investimentos em inovação, tanto de carácter tecnológico, como comercial) teve uma expansão em Portugal como agora". Na visão do responsável este crescimento "surge na sequência do Plano Tecnológico", lançado pelo Governo.

Só na primeira metade de ano, as patentes nacionais de invenções atingiram as 157, adiantou o presidente do INPI. António Campinos destacou, também, que os pedidos de registo de marcas nacionais no país, na primeira metade do ano, atingiram 8.603, prevendo-se que cheguem a 16 mil, contra os 12.319 pedidos no ano anterior.

O presidente do INPI, referiu que o objectivo é triplicar o número de patentes registadas.
(28.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Portugal perde competitividade

Portugal recuou três lugares na edição de 2006-2007 da lista dos países mais competitivos face ao ‘ranking’ de 2005-2006, surgindo agora na 34.ª posição, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Fórum Económico Mundial.

A lista dos países mais competitivos é liderado pela Suíça, que subiu três posições, seguida da Finlândia, que manteve o segundo lugar, e da Suécia, que melhorou quatro posições. Em sentido contrário, os EUA perderam cinco lugares, caindo da primeira para a sexta posição.

Refira-se que Portugal surge classificado atrás de países como a Estónia (25.º), República Checa (29.º) e Eslovénia (33.º), bem como da Espanha, que manteve o vigésimo-oitavo lugar que já ocupava em 2005-2006.

O ‘ranking’ dos 20 países mais competitivos é o seguinte (entre parêntesis é indicada a posição ocupada em 2005-2006):
1.º (4) - Suíça
2.º (2) - Finlândia
3.º (7) – Suécia
4.º (4) – Dinamarca
5.º (5) – Singapura
6.º (1) – EUA
7.º (10) – Japão
8.º (6) – Alemanha
9.º (11) – Holanda
10.º (9) – Reino Unido
11.º (14) – Hong Kong
12.º (17) – Noruega
13.º (8) – Taiwan
14.º (16) – Islândia
15.º (23) – Israel
16.º (13) – Canadá
17.º (15) – Áustria
18.º (12) – França
19.º (18) – Austrália
20.º (20) – Bélgica
(27.09.06/Fonte : Correio da Manhã)

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8000 empregos perdidos em três anos no sector automóvel

Futuro da multinacional norte-americana Johnson Controls provoca receios em Nelas

A indústria de componentes para automóveis vive tempos difíceis. Depois de nos últimos três anos terem sido eliminados oito mil empregos, segundo a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas de Portugal (FSTIEP), sobretudo no sector de acessórios eléctricos e electrónicos, teme-se o fecho de duas unidades da multinacional Johnson Controls, que actua na área dos tecidos e espumas para automóveis, em Nelas e Portalegre.

A notícia foi adiantada na edição de ontem do "Jornal de Negócios" e, ao que o JN conseguiu apurar, o grupo norte-americano deverá emitir, hoje, um comunicado sobre o assunto. Durante a tarde de hoje, irá, ainda, realizar-se uma reunião entre os presidente das câmaras de Nelas e Portalegre com a administração da Johnson Controls.

O encerramento destas fábricas implica o desparecimento de 950 postos de trabalho e faz parte de um plano de reestruturação do grupo que prevê o fecho de 16 fábricas a nível mundial e a eliminação de cinco mil postos de trabalho em doze meses. Tanto a produção de capas para assentos da unidade de Nelas - que emprega 630 pessoas - como o fabrico de espumas em Portalegre - onde trabalham 320 trabalhadores - deverão ser deslocalizados para as fábricas que o grupo detém em Espanha.

O grupo veio para Portugal na mesma altura em que a Autoeuropa se instalou em Palmela. Através da Vanpro - empresa detida a 50% pela Johnson Controls e pela francesa Faurecia -, o grupo é um dos principais fornecedores do construtor alemão de bancos completos, para os modelos Volkswagen Sharan e Seat Alhambra,que em 2008 deixam de ser fabricados, e Ford Galaxy, que já deixou de ser produzido em Palmela.

Em Portugal existem 200 empresas de componentes automóveis. Cerca de metade são nacionais e o restante divide-se entre multinacionais ou empresas de capital português e estrangeiro. Em 2005 o sector empregava 40 mil pessoas e facturava 4,5 milhões de euros.

'Não quero acreditar, mas há-de ser o que Deus quiser'
Temor e muito receio pelo futuro. Era este o ambiente que ontem, a meio da tarde, na mudança de turno, se vivia junto aos portões da Johnson Controls, às portas de Nelas, no distrito de Viseu, pelos trabalhadores da multinacional norte-americana, perante a notícia do iminente fecho da empresa e da sua deslocação para Espanha.

"Há-de ser o que Deus quiser, mas nem quero acreditar nisso", desabafou, ao JN, Filomena Martins, um dos 630 trabalhadores que têm o emprego em risco e dos raros que aceitou falar sem recorrer ao anonimato ou "fugir" pura e simplesmente perante a presença da comunicação social.

Há 14 anos na empresa, costureira, com marido desempregado e duas filhas (uma das quais trabalha também na Johnson Controls), Filomena Almeida é taxativa"Não sabemos de nada; não acredito nisto e ainda no sábado estivemos aqui a trabalhar", desabafou.

Quem também não sabia de nada era Fernando Correia, que trabalha na empresa juntamente com a mulher vai para 11 anos e "com casa para pagar".

"Nem quero pensar na possibilidade de isto fechar, embora pense que depois alguma coisa se há-de arranjar", disse. O ambiente de ansiedade dos trabalhadores foi ontem de manhã "cortado", segundo o JN, por uma reunião entre os "chefes de linha" e os trabalhadores , onde, apesar de não garantirem que a fábrica não fecha, afirmaram que tudo não passava de especulação.

A Johnson Controls produz equipamentos interiores para automóveis e é a maior empresa de Nelas. Dos 630 trabalhadores, 500 são mulheres, segundo a presidente da Câmara, Isaura Pedro, que ainda não pode confirmar - tal como o JN, apesar dos esforços feitos junto do director-geral da empresa, José Augusto - o possível encerramento, em breve, da fábrica. "Não sabemos nada; vocês é que deram a noticia", desabafou um jovem trabalhador que preferiu o anonimato. Casado, com um filho e a esposa a trabalhar na mesma empresa, apenas disse"Nem quero pensar nisso".

Município com cerca de 15 mil habitantes, Nelas tem um panorama de emprego representado por 7,5% no sector primário, 45% no secundário e 47% no terciário. O fecho da Johnson Controls poderá traduzir-se na maior crise laboral da região.

Empregos perdidos em três anos no sector automóvel

Cavaco Silva não comenta

De visita a Espanha (um dos países para os quais a multinacional norte-americana pondera deslocalizar a produção), Cavaco Silva escusou-se a comentar a notícia. O presidente da República levou consigo vários empresários, com intuito de mostrar a importância que Espanha tem como destino de investimento. E de tentar atrair investimento espanhol para Portugal.

As quebras no investimento directo estrangeiro em Portugal verificadas nalguns anos têm sido, em boa medida, motivadas pelo aumento da concorrência internacional e pelo recrudescimento das deslocalizações de muitas empresas para países mais competitivos, nomeadamente da Europa Central e Oriental e da Ásia. O fenómeno da deslocalização atravessa quase todos os sectores de actividade, mas é bastante mais visível naqueles em que os custo da mão-de-obra é um dos elementos fundamentais na elaboração das estratégias das empresas. Por isso, o sector têxtil e automóvel (este em algumas áreas específicas) estão entre os mais visados.

Lear
A Lear, que produzia cablagens em Valongo, anunciou, no passado mês de Maio, um corte de 300 postos de trabalho (empregava 800) e a posterior deslocalização para a Polónia. No ano passado, a empresa já tinha trocado a Póvoa de Lanhoso pela Roménia, mandando para o desemprego 700 trabalhadores.

Delphi
Há três anos fechou a fábrica de Carnaxide e até fins de 2006 encerra a unidade do Linhó. 250 pessoas têm os seus empregos ameaçados.

General Motors
É o caso mais recente e com maior dimensão no que diz respeito a deslocalizações.

Portalegre operários apanhados de surpresa
Apesar de não existirem confirmações oficiais quanto ao encerramento da fábrica, os trabalhadores da Johnson Controls, em Portalegre, começam a deitar contas à vida.
As notícias sobre a reestruturação dos serviços da multinacional americana apanharam os operários de surpresa. "Estamos aqui há 14 anos, temos bons níveis de qualidade e produção, não esperávamos uma coisa destas".

António Branco, presidente da comissão de trabalhadores, admite, no entanto, que "onde há fumo também pode haver fogo".

Por isso, mal a notícia se foi conhecendo, "começou a respirar-se um ambiente de tristeza e consternação" entre os cerca de 250 operários, actualmente ao serviço. "Em Portalegre as coisas estão muito difíceis e não se vê novas fábricas"; por isso, as famílias afectadas por um eventual encerramento "encaram o futuro com apreensão e sem saber se terão onde se empregar".

Entretanto, segundo apurou o JN, esta tarde haverá uma reunião geral de trabalhadores com os administradores-gerais da empresa. No encontro, que contará com gestores americanos e representantes da estrutura europeia, será explicado o futuro da unidade, já definido, e que pode passar pela deslocalização da produção para Espanha, o Leste da Europa ou até Marrocos.

Durante o dia estão ainda previstas reuniões com instituições locais e câmara municipal.
O impacto na economia da capital do norte alentejano será, certamente, significativo. A cidade tem vindo a perder no segmento das médias e grandes empresas, o que aumentou, em muito, os níveis de desemprego.

A Johnson produz, essencialmente, capas para assentos de automóveis. Em Portalegre tem vindo a reduzir o efectivo de operários, mas continuam com trabalho mais que suficiente para operar 24 horas.

Peças mais lucrativas

A venda de peças para automóveis é mais lucrativa para os fabricantes do que a comercialização de carros novos, revela um estudo publicado na Alemanha. "Se as pessoas comprassem um carro à peça, independentemente da marca, teriam de pagar quatro vezes o preço de um carro novo", sublinha um dos autores do estudo, Wolfgang Meinig, da Universidade Otto Friedrich, de Bamberg.

Os custos referem-se apenas ao preço das peças ou componentes, sem incluir a mão-de-obra que seria necessária para montar o veículo.

O preço das peças para automóveis subiu significativamente nos últimos anos, sobretudo devido à chamada troca de componentes. O aumento do preço das reparações provocado pelo recurso a componentes em vez de pequenas peças já levou o Automóvel Clube da Alemanha (ADAC) a protestar, exigindo mais moderação por parte dos fabricantes.

"Os consórcios automóveis têm de construir os veículos dividindo as componentes em tamanhos aceitáveis", disse o porta-voz do ADAC, Urich May.

Para minorar este problema, o ADAC fornece regular e gratuitamente aos seus 15 milhões de associados uma tabela de avaliação dos custos reais das várias marcas e modelos. A tabela mostra que alguns automóveis, apesar de mais caros na aquisição, ao fim de dois a três anos já recuperaram a diferença de preço em relação a outros veículos de mais baixo custo inicial, mas também mais propensos a avarias, e com manutenção e reparações mais caras.

A firma de consultoria Mercer, de Munique, fez também um estudo sobre as peças para automóveis e chegou a conclusões, no mínimo, surpreendentes. "Os fabricantes não ganham quase nada com a venda de carros novos, em que a sua margem de lucro é de cerca de cinco por cento, nem com a venda de veículos usados, em que ganham apenas um por cento".
(26.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Crédito à Habitação: Euribor continua a subir

Bancos cobram mais de 4 por cento

Os portugueses já pagam mais de quatro por cento em juros para contrair empréstimos de créditos à habitação. Tendo em conta a taxa de referência (euribor), o ‘spread’ e os custos associados ao empréstimo, a larga maioria dos bancos já cobra mais de quatro valores percentuais por ano.

No caso de um crédito de 120 mil euros, para uma habitação no valor de 150 mil, indexado à euribor a seis meses, a amortizar durante 30 anos, o valor mais baixo que os bancos cobram em juros ronda os 4,36 por cento, como é o caso do Deustche Bank. Mas este valor pode chegar mesmo aos 6,2 por cento, no GE Money. Portanto, em termos de créditos habitacionais, o banco alemão segue na linha da frente, seguido do BPI, que cobra em juros 4,53 por cento e do Banif (4,54 por cento).

Por agora, para conseguir juros mais baratos pode-se recorrer à euribor a 12 meses. Aí, a Caixa Galicia apresenta uma taxa efectiva de 4,1 por cento, seguida do BPI com 4,4 por cento. Depois é sempre a somar, com o Grupo Caixa Agrícola a cobrar 5,27 por cento e o GE Money novamente no final com a mesma soma: 6,2 por cento.

Também a euribor a três meses se apresenta mais vantajosa do que a usual (euribor a seis meses), em termos de juros. Neste caso, e dentro das mesmas condições de empréstimo, o Banif cobra em juros cerca de 4,28 por cento, seguido do Deutsche Bank cobrando 4,37 por cento.

Outra hipótese passa pela negociação no próprio banco por um ‘spread’ mais em conta, como por exemplo alegando a relação que o cliente tem com o banco ou ofertas de concorrentes, entre outros.

Porém, estes valores são provisórios. Analistas, economistas e o próprio Banco Central Europeu (BCE) prevêem que a tendência das taxas de juro é de aumento até ao final deste ano, o que se reflecte nos encargos para o crédito à habitação. Esta previsão, praticamente consensual, relaciona-se com a subida da taxa de juro de referência na Zona Euro.

Desde o ano passado, a euribor – a taxa mais utilizada no cálculo da prestação mensal dos contratos de empréstimos habitacionais – tem sofrido subidas significativas, reflectindo as taxas directoras decididas pelo Banco Central Europeu.

Actualmente, a euribor a seis meses está acima de 3,5 por cento, já antecipando novas decisões do BCE até final de 2006.

A subida de juros não ficará por aqui e responsáveis do BCE já avisaram que no próximo ano a taxa directora do dinheiro na Europa ficará nos quatro por cento. Isto significa que os melhores créditos à habitação não custarão menos de cinco por cento.

Por outro lado, os portugueses continuam a endividar-se e cada vez mais. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísitca (INE), a confiança dos portugueses na aquisição de bens duradouros, como uma casa, está a recuperar de forma ténue, após terem atingido o mínimo histórico em Maio.

Mesmo assim, em Junho último, os portugueses deviam cerca de 88,8 mil milhões de euros aos bancos em empréstimos para habitação, segundo o Banco de Portugal. Mais 12,4 mil milhões do que no período homólogo, este é o valor mais elevado de sempre, um máximo histórico ultrapassado todos os meses.

Face às subidas dos juros, os bancos tentam criar condições mais flexíveis. Porém, João Fernandes, técnico da ‘Deco Proteste’, adverte: “financeiramente, estas soluções são mais penalizadoras, porque ou se paga mais juros ou as prestações se prolongam por mais tempo, como acontece com a prestação fixa”.

GUERRA PROMOCIONAL AO RUBRO

A guerra entre os bancos está ao rubro. O Santander/Totta e o Barclays lançaram, há duas semanas, ‘spreads’ a zero por cento, mas com condições e prazos de adesão. O Santander/Totta oferece este ‘spread’ promocional durante o primeiro ano do empréstimo, enquanto que, no caso do Barclays, o ‘spread’ a zero por cento é aplicado nos dois primeiros anos, mas só para operações de crédito que ultrapassem o valor total de 200 mil euros.

Por outro lado, a CGD iniciou, na terça-feira, uma campanha que oferece a primeira prestação para as operações até ao final de 2006, de montante igual ou superior a 75 mil euros e cujo prazo seja igual ou superior a dez anos.

Enquanto isso, a maioria dos bancos oferece modalidades de crédito mais flexíveis – pagamento apenas de juros no primeiro ano e créditos onde 30 por cento do empréstimo é pago na última prestação. O alargamento do prazo do crédito, que em muitos casos ultrapassa os 40 anos, e as modalidade de taxa fixa e a prestação fixa, ambas não indexadas à euribor, são outras estratégias.

EMPREITEIROS COM POUCAS EXPECTATIVAS

Construtores e empreiteiros estão pessimistas com a actual situação do mercado imobiliário. Só no mês passado, a confiança no sector caiu 48 por cento. Uma tendência constante desde o início do ano, de acordo com dados da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP). “A situação está muito complicada. O sector da construção está em queda desde 2002”, diz Manuel Agria, vice-presidente da ANEOP. “Estamos a produzir apenas 25 por cento do que produzíamos”, confessa.

De acordo com o estudo da associação de empreiteiros, as horas de trabalho estão a descer desde o início do ano e alcançaram o seu máximo em Julho, com menos de 4,8 por cento em relação a 2005. Ao mesmo tempo, a carteira de encomendas caiu cerca de 65 por cento em relação ao período homólogo em 2005, também ela em queda desde Janeiro de 2006.

“Não é uma questão de confiança. Houve um excesso de oferta há uns anos e o mercado ressentiu-se”, conclui Manuel Agria.

"AMORTIZAR TODA A DÍVIDA NEM SEMPRE É POSITIVO" (João Fernandes, Economista e Técnico da ‘Deco Proteste’)

Correio da Manhã – Quais são os cuidados a ter quando se pede um crédito à habitação?

João Fernandes – Existem vários factores a ter em atenção, mas o mais importante é o ‘spread’, pois é aqui que existe maior disponibilidade por parte do banco para negociar. Outro factor é os custos associados ao empréstimo. Por norma, os bancos têm duas comissões: uma para conceder o crédito e outra para a avaliação do imóvel. Estes custos estão cada vez mais elevados e representam uma grande parcela do valor a pagar.

– Caso tenha um empréstimo devo negociar com o banco?

– Em qualquer momento deverá procurar conseguir condições mais vantajosas, nomeadamente em termos de um ‘spread’ mais reduzido. Para tal, deverá procurar apresentar os seus argumentos, como por exemplo: ser cliente desse banco há muitos anos, ter vários produtos e/ou serviços contratados, etc. Poderá inclusivamente pressionar apresentado propostas de outros bancos e mostrando-se na predisposição para transferir o crédito para lá.

– Devo pagar o mais depressa possível a minha dívida?

– Fazer amortizações antecipadas é sempre positivo, na medida em que estará sujeito a um menor custo com juros. Contudo, deverá avaliar as eventuais penalizações, pois, no limite, pode até ser contraproducente [penalização a pagar superior ao ganho em juros não pagos]. Este aspecto varia muito de banco para banco, mas as penalizações podem chegar aos cinco por cento.

– Quais são as suas ressalvas em termos de crédito à habitação?

– Deverá ter em conta todos os encargos com o crédito (juros, custos processuais, seguros, etc.), bem como outras características do empréstimo (penalizações por reembolsos antecipados, arredondamento da taxa de juro, etc.). Deverá ainda ler atentamente todas as cláusulas do contrato de crédito antes de o assinar.

'RANKING' DOS CRÉDITOS

Os empréstimos indexados à euribor a doze meses são, de momento, os mais vantajosos, quer em termos de juros como em relação às prestações mensais. Segue-se a euribor a três meses deixando a taxa mais usual para o fim da lista.

MONTANTE DO EMPRÉSTIMO: 120 000,00 euros
VALOR DO IMÓVEL: 150 000,00 euros
PRAZO: 30 anos
EURIBOR A 3 MESES

Banco / TAN (Taxa Anual Nominal) / Spread / Prestação / Despesas de Processo / TAE (Taxa Anual Efectiva)

1- Banif / 4,15% / 0,90% / 584,82 euros / 419,75 euros / 4,28%
2- Deutsche Bank / 4,25% / 0,80% / 590,33 euros / 441,50 euros / 4,37%
3- Banco BEST / 4,25% / 1,00% / 591,47 euros / 341,75 euros / 4,38%
4- BES / 4,25% / 1,00% / 591,47 euros / 471,75 euros / 4,39%
5- Santander (taxa de esforço inferior a 35%) / 4,35% / 1,10% / 598,44 euros / 367,75 euros / 4,48%
6- Banco BPI / 4,41% / 1,00% / 601,41 euros / 157,30 euros / 4,51%
7- Totta (taxa de esforço inferior a 35%) / 4,45% / 1,20% / 605,53 euros / 367,75 euros / 4,58%
8- Santander (taxa de esforço superior a 35%) / 4,45% / 1,20% / 605,53 euros / 367,75 euros / 4,58%
9- BBVA / 4,50% / 1,25% / 608,02 euros / 364,00 euros / 4,62%
10- Millenium BCP e ActivoBank7 / 4,50% / 1,00% / 609,12 euros / 431,82 euros / 4,64%
11- Totta (taxa de esforço superior a 35%) / 4,55% / 1,30% / 612,66 euros / 367,75 euros / 4,69%
12- Montepio Geral / 4,55% / 1,30% / 612,89 euros / 384,80 euros / 4,69%
13- Grupo Crédito Agrícola / 4,75% / 1,40% / 625,98 euros / 316,00 euros / 4,88%
14- Barclays / 4,75% / 1,35% / 625,98 euros / 423,50 euros / 4,89%
15- BPN / 5,00% / 1,75% / 644,19 euros / 277,00 euros / 5,14%
16- BCA / 5,50% / 2,25% / 681,35 euros / 290,00 euros / 5,66%
17- GE Money / 6,00% / 2,50% / 719,46 euros / 416,50 euros / 6,20%

EURIBOR A 6 MESES

Banco / TAN (Taxa Anual Nominal) / Spread / Prestação / Despesas de Processo / TAE (Taxa Anual Efectiva)

1- Deutsche Bank / 4,25% / 0,80% / 572,90 euros / 441,50 euros / 4,36%
2- Banco BPI / 4,43% / 1,00% / 602,90 euros / 157,30 euros / 4,53%
3- Banif / 4,40% / 0,90% / 602,41 euros / 419,75 euros / 4,54%
4- Banco BEST / 4,50% / 1,00% / 609,16 euros / 341,75 euros / 4,64%
5- BES / 4,50% / 1,00% / 609,16 euros / 471,75 euros / 4,65%
6- Santander (taxa de esforço inferior a 35%) / 4,60% / 1,10% / 616,24 euros / 367,75 euros / 4,74%
7- Banco Popular / 4,63% / 1,20% / 618,53 euros / 416,00 euros / 4,78%
8- Totta (taxa de esforço inferior a 35%) / 4,70% / 1,20% / 623,44 euros / 367,75 euros / 4,85%
9- Santander (taxa de esforço superior a 35%) / 4,70% / 1,20% / 623,44 euros / 367,75 euros / 4,85%
10- Finibanco / 4,75% / 1,25% / 625,98 euros / 401,28 euros / 4,89%
11- Caixa Galicia - Normal / 4,75% / 1,25% / 625,98 euros / 471,75 euros / 4,89%
12- Totta (taxa de esforço superior a 35%) / 4,80% / 1,30% / 630,67 euros / 367,75 euros / 4,95%
13- Montepio Geral / 4,80% / 1,30% / 630,90 euros / 384,80 euros / 4,95%
14- CGD / 4,85% / 1,35% / 634,27 euros / 367,75 euros / 5,00%
15- Grupo Crédito Agrícola / 4,88% / 1,40% / 635,05 euros / 316,00 euros / 5,01%
16- Barclays / 5,00% / 1,35% / 644,19 euros / 423,50 euros / 5,15%
17- BPN / 5,25% / 1,75% / 662,64 euros / 277,00 euros / 5,40%
18- BCA / 5,75% / 2,25% / 700,29 euros / 290,00 euros / 5,93%
19- GE Money / 6,00% / 2,50% / 719,46 euros / 416,50 euros / 6,20%

EURIBOR A 12 MESES

Banco / TAN (Taxa Anual Nominal) / Spread / Prestação / Despesas de Processo / TAE (Taxa Anual Efectiva)

1- Protoc. DECO-C. Galicia / 3,99% / 0,45% / 572,14 euros / 419,75 euros / 4,07%
2- C. Galicia - Internet / 3,99% / 0,45% / 548,21 euros / 835,75 euros / 4,10%
3- Banco BPI / 4,30% / 1,00% / 594,13 euros / 157,30 euros / 4,40%
4- Deutsche Bank / 4,50% / 0,80% / 608,02 euros / 441,50 euros / 4,63%
5- Banco BEST / 4,63% / 1,00% / 618,11 euros / 341,75 euros / 4,77%
6- Banco Popular / 4,88% / 1,20% / 636,61 euros / 416,00 euros / 5,04%
7- CGD / 5,10% / 1,35% / 652,58 euros / 367,75 euros / 5,26%
8- Grupo Crédito Agrícola / 5,13% / 1,40% / 653,38 euros / 316,00 euros / 5,27%
9- GE Money / 6,00% / 2,50% / 719,46 euros / 416,50 euros / 6,20%

(25.09.06
/Fonte : Correio da Manhã)

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Qimonda investe cem milhões na unidade de Vila do Conde até 2008

A Qimonda, ex-Infineon, vai investir cem milhões de euros na sua fábrica de Vila do Conde, a realizar até 2008, apurou o DN. O anúncio é feito hoje pelos responsáveis da empresa, numa sessão que conta com a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho, e do secretário de Estado adjunto, da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra.

O projecto de investimento, cuja negociação foi liderada pela Agência Portuguesa para o Investimento (API), ascenderá, numa primeira fase, a realizar entre 2006 e 2007, a 70 milhões de euros e prevê a criação de cerca de 140 novos postos de trabalho. O contrato prevê igualmente a realização de acções de formação profissional da ordem dos quatro milhões de euros. Numa segunda fase, serão investidos mais 30 milhões de euros na unidade industrial. Com este investimento, a Qimonda será o segundo maior investidor estrangeiro em Portugal.

De origem alemã, a Qimonda passou a deter, há cerca de seis meses, a totalidade do capital da Infineon, depois de ter comprado a posição que a Siemens ainda mantinha na empresa produtora de semicondutores.

O projecto para a unidade de Vila do Conde envolve um investimento em novas tecnologias Front End: wafer testing e wafer level packaging. Adicionalmente, a unidade passará a produzir multi-chip packaging e 3-D packaging, o que coloca a empresa num patamar mais elevado da cadeia de valor do sector - Front End, face aos ganhos previstos com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras nesta área em Vila do Conde.

Com a realização deste investimento, a Qimonda Portugal pretende consolidar a sua posição no seio do grupo e garantir elevados níveis de competitividade. A totalidade da produção da empresa destina-se à exportação.

A Qimonda Portugal é subsidiária do grupo alemão Qimonda AG, que teve origem no processo de realinhamento estratégico da Infineon e respectiva estrutura accionista, processo que teve origem o ano passado e que deu origem à autonomização do negócio dos produtos de memória.

A Infineon Technologies - Fabrico de Semicondutores Portugal foi criada pelo Grupo Siemens em 1996, mediante um projecto de investimento de raiz, com a designação Siemens Semicondutores. Mais tarde, a Siemens fez um spin-off da sua unidade de negócios de semicondutores, com a colocação de 30% do capital nas Bolsas de Nova Iorque e Frankfurt, criando a Infineon Technologies AG.

A Qimonda Portugal encerrou 2005, com um volume de negócios de 997 milhões de euros e 1413 colaboradores.
(22.09.06/Fonte : Diário de Notícias)

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Portugal recupera terreno na venda de alta tecnologia

Portugal é, entre os 15 membros mais antigos da União Europeia, o segundo que registou um crescimento mais forte das exportações de produtos de alta tecnologia no período entre 1999 e 2004.

Os dados, divulgados pelo Eurostat durante esta semana, colocam Portugal como um dos Estados, em conjunto com a maioria dos países do alargamento, que registam uma maior recuperação no sector da alta tecnologia, algo que é considerado indispensável para se conseguir enfrentar os desafios económicos colocados pela globalização.

De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, as exportações deste tipo de produtos - que incluem as áreas da electrónica, software ou farmácia - cresceram em Portugal, durante o período de 1999 a 2004, a uma taxa anual de 16,4%.

Portugal é superado neste indicador por sete países que participaram no alargamento da União Europeia em 2004 e pelo Luxemburgo. Apresenta, portanto, um desempenho superior ao de todos os outros países da UE a Quinze, incluindo a Espanha e a Grécia, e supera ainda a Hungria, a Estónia e Malta.

O crescimento forte das exportações de alta tecnologia em Portugal (e na maior parte dos países do alargamento) deve-se em larga medida à reduzida base de que estão a partir. O peso deste tipo de bens no total das exportações portuguesas não ultrapassou, em 2004, os 10%. No entanto, já fica acima da Grécia, Bélgica, Itália e Espanha. Como indicador negativo, Portugal regista um peso inferior dos produtos de alta tecnologia do que a Hungria, República Checa e Estónia, países que têm feito do reforço deste sector a sua grande aposta para um maior desenvolvimento. A Irlanda ainda é o exemplo máximo desta estratégia, com quase 30% das suas exportações a serem de alta tecnologia.

A estrutura da economia portuguesa e, em particular das suas exportações, é geralmente apontada como uma das suas principais fragilidades. O peso ainda muito significativo de sectores tradicionais, como o vestuário e o calçado, com empresas que na maioria dos casos apostam num modelo de mão-de-obra intensiva, faz com que Portugal se encontre actualmente muito desprotegido face à concorrência proveniente dos países asiáticos e que tem uma vantagem muito forte ao nível dos custos de trabalho.

É precisamente por este motivo que as exportações portuguesas têm vindo a perder, durante os últimos cinco anos, quota de mercado internacional. Os economistas alertam que é necessário mudar a estrutura da economia, dando maior peso aos sectores que exigem mais qualificações e que apostam na inovação. Os resultados conseguidos ao nível dos produtos de alta tecnologia nos últimos anos parecem querer indicar que a mudança já está a ocorrer, mas o caminho a percorrer é tão elevado, como acontece também nos países do Leste, que seria provavelmente necessário um ritmo bastante mais rápido.
(21.09.06/Fonte : Diário de Notícias)

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Desemprego aumentou 12,1% entre os licenciados

O número de desempregados entre os licenciados portugueses continua a aumentar, contrariando a tendência de descida verificada em termos nacionais. Até Agosto e pelo sexto mês consecutivo, o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego diminuiu 6% em relação ao mesmo período de 2005, divulgou ontem o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Uma quebra sentida em todos os grupos etários, nos homens e nas mulheres, na globalidade dos níveis de habilitação e em praticamente todas as regiões do país. Apenas os licenciados - com um acréscimo de 12,1% - e a região da Madeira escapam à descida nos números do desemprego.

No final do mês de Agosto, havia 436 792 portugueses sem emprego, menos 28 096 do que nos primeiros oito meses do ano passado. Embora sentida em ambos os sexos, a redução anual do desemprego foi mais significativa entre os homens (-8,5%) do que entre as mulheres (- 4,2%).

Entre os portugueses com menos de 25 anos registou-se uma quebra, em termos homólogos, de 11,9%. No grupo de trabalhadores adultos também se verificou uma diminuição de 5,1% no número de desempregados.

A procura de novo emprego, que constitui o motivo de inscrição de 92,5% dos desempregados, sofreu um decréscimo de 6,8%, enquanto que a procura de primeiro emprego integra também o lote das excepções, já que registou um aumento de 3,8% em termos de inscritos nos Centros de Emprego.

Subida na Madeira

A região da Madeira foi a única do país a registar uma subida no número de inscritos nos Centros de Emprego. Segundo os dados do IEFP, no final do mês de Agosto havia mais 6,7% de desempregados naquela região. Por oposição, o Alentejo surge como a região que apresentou a maior descida nos números do desemprego (- 12,4%).

É entre os grupos profissionais geralmente associados a níveis de qualificação mais elevados que o IEFP detecta maior aumento do número de portugueses sem trabalho. "Com excepção dos que possuíam um nível de instrução superior, todos os níveis de habilitação escolar registavam menos desempregados do que há um ano, nomeadamente o 2.º Ciclo do Ensino Básico, com a redução mais acentuada (-10,9%)", refere o relatório do IEFP.

O desemprego aumentou de forma mais visível entre os "profissionais de nível intermédio do ensino" (mais 32,2%), dos "profissionais de nível intermédio das ciências da vida e da saúde" (22,9%), dos "docentes do ensino secundário, superior e profissões similares" (22%) e entre os "especialistas em ciências da vida e profissões da saúde" (mais 12,9%).

Ainda relativamente às profissões dos desempregados inscritos nos Centros de Emprego, o IEFP sublinha a elevada representatividade dos "trabalhadores não-qualificados dos serviços e comércio" (52 676), dos "empregados de escritório" (50 450), do "pessoal dos serviços de protecção e segurança" (45 064) e dos "trabalhadores não-qualificados das minas, construção civil e indústrias transformadoras" (37 826). No conjunto, os quatro grupos representam 43,7% do total de inscritos.

Durante o mês de Agosto, inscreveram-se nos Centros de Emprego 43 259 trabalhadores, número ligeiramente inferior ao registado em Julho, mas que representa um acréscimo de 2% face a 2005.
(20.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Nova barragem em pleno funcionamento

A barragem de Peixe Angical, da Energias do Brasil, empresa controlada pela EDP, está em funcionamento pleno, após o arranque, sábado passado, 16 dias antes do previsto, do terceiro e último grupo gerador, revelou ontem a empresa em comunicado.

As outras duas máquinas do complexo foram lançadas em Junho e Julho. A central, localizada no Rio Tocantiss, fica com uma potência de 452 megawatts (MW), tendo representado um investimento de 1,6 mil milhões de reais (590,5 milhões de euros).

O grupo prevê ainda até ao fim do ano o arranque da quarta máquina da central de Mascarenhas (que passará de 131 para 181 MW) e da Pequena Central Hidroeléctrica de São João (25 MW).

A produção de Peixe Angical deverá já ter impacto nas contas do terceiro trimestre, diz a EDP, que espera que o "cash flow" operacional da Energias do Brasil atinja os 200 milhões de reais.
(19.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Professores contribuem para a descida efectiva do peso dos salários no Estado

A descida efectiva das despesas do Estado com salários deve-se quase exclusivamente à diminuição destes encargos com os professores.

De acordo com o boletim de execução orçamental de Agosto, apresentado pelo Ministério das Finanças na passada sexta-feira, as remunerações certas e permanentes no Estado diminuíram 2,3% face ao período homólogo do ano anterior.

Dessa descida, contudo, um ponto percentual, como refere o próprio boletim, é devido a uma alteração meramente contabilística: a saída dos laboratórios do Estado para o subsector dos Fundos e Serviços Autónomos.

A restante diminuição de 1,3%, que corresponde a 58,7 milhões de euros é, em larga medida, realizada no Ministério da Educação. Aqui, a redução homóloga dos salários pagos aos funcionários, principalmente professores, foi de 2,4% ou 75,9 milhões de euros.

Retirando os que detinham, durante o ano passado, laboratórios do Estado, apenas em mais três ministérios se verificou uma descida da despesa com salários: a Justiça com menos 0,8%, a Saúde com menos 1% e o Trabalho e Solidariedade Social com menos 1,1%.

Nos restantes, verificou-se uma subida das remunerações certas e permanentes. A mais pronunciada, curiosamente, regista-se no Ministério das Finanças e da Administração Pública, de onde saem as instruções para contenção de custos e restrição nas contratações de pessoal. Os montantes gastos em salários na entidade liderada por Fernando Teixeira dos Santos aumentaram 2,2% até Agosto deste ano face a igual período do ano anterior.

O peso do Ministério da Educação no total das despesas com salários no subsector Estado atinge os 58,7%, pelo que a descida registada chegou para compensar as subidas que se verificaram em outras áreas do Estado.

No boletim de execução orçamental, as Finanças afirmam que a redução das remunerações certas e permanentes tem "especial incidência no Ministério da Educação" e que se deve "à diminuição do número de professores dos ensinos básico e secundário contratados para o ano lectivo 2005/2006".

Para além disso, Teixeira dos Santos defendeu que este resultado se deve também à moderação salarial imposta pelo Executivo e ao congelamento das progressões automáticas na carreira.

O que é certo é que a descida registada nas remunerações certas e permanentes é a principal contribuição para a limitação da variação da despesa corrente do subsector Estado a um nível inferior à inflação e ao que estava previsto no Orçamento do Estado.

Para 2007, o plano do Governo é manter esta tendência, possivelmente ainda com a manutenção do congelamento das carreiras, com aumentos salariais negativos em termos reais e com os efeitos da reestruturação da administração pública.
(18.09.06/Fonte : Diário de Notícias)

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Mexia defende aproveitamento de potencial hídrico

O presidente executivo da EDP - Energias de Portugal, António Mexia, defendeu ontem que Portugal tem de apostar na produção de energia hídrica, lembrando que o país aproveita apenas 58 por cento do seu potencial, face aos 78 por cento de Espanha.

Segundo António Mexia, se Portugal aproveitar apenas um terço do seu potencial hídrico, isso equivale a tirar três milhões de carros da rua em termos de emissões de gases poluentes para a atmosfera. O presidente executivo da EDP considera "indispensável" que se debata o potencial hídrico português de forma "transparente e sem preconceitos", defendendo, numa alusão à Barragem do Baixo Sabor, que não se pode estar "25 anos à espera de uma decisão". A construção da Barragem de Baixo Sabor está dependente da resolução da queixa feita à Comissão Europeia por questões ambientais.
(15.09.06/Fonte : Público)

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Exportações de mobiliário aumentaram para 865 milhões de euros em 2005

Vendas no exterior crescem 100 milhões de euros e valem 70% da produção.

Se as exportações devem ser o motor de arranque da economia portuguesa, então o sector de mobiliário tem cumprido com distinção a parte que lhe toca. De acordo com dados provisórios do INE, as vendas de cadeiras, móveis, mobiliário hospitalar e colchões nos mercados internacionais atingiram os 865 milhões de euros em 2005, mais 100 milhões de euros do que no ano anterior, o que traduz um crescimento da ordem dos 13%.

Uma "performance" tanto mais assinalável quanto a produção se manteve nas 1,265 mil milhões de euros, reforçando a vocação exportadora do sector para níveis próximos dos 70%. Por mercados, a França (37%) e a Espanha (35%) continuam a representar mais de dois terços das vendas nacionais de mobiliário no exterior. O caso espanhol assume nesta evolução do sector um papel preponderante, porquanto em apenas três anos as exportações quase triplicaram, de 133 milhões de euros em 2002 para mais de 300 milhões de euros no ano passado.

O toque a reunir do sector surgiu em 2001, quando se percebeu que o futuro desta actividade não passava pelo recessivo mercado português. Nesse ano, as vendas no exterior rondaram os 429 milhões de euros, para uma produção pouco inferior (1,248 mil milhões de euros) à actual. Sobretudo através da participação em feiras internacionais, a nova estratégia depressa obteve resultados: as exportações aumentaram mais de 200 milhões de euros de 2002 para 2003 e cerca de 114 milhões de euros no ano seguinte.

Ao nível da balança comercial regista-se um saldo francamente positivo, próximo dos 400 milhões de euros. As importações de mobiliário em 2005 atingiram os 470 milhões de euros, reais 48 milhões de euros do que no ano anterior. Em 2000, em termos relativos, exportava-se pouco (340 milhões de euros) e importava-se muito (280 milhões de euros).

Das cerca de quatro mil empresas portuguesas de mobiliário, que empregam um total da ordem das 60 mil pessoas, 120 estavam em 2005 identificadas como exportadoras, contra 116 em 2004.

Para fomentar ainda mais as vendas do sector, concretamente por via das exportações, a Associação Portuguesa dos Industriais de Mobiliário e Afins (APIMA) assinou ontem um protocolo com a Exponor que visa a colaboração entre as duas partes na realização da feira de mobiliário, iluminação e artigos de casa para exportação, a Export Home, cuja próxima edição decorre entre 28 de Fevereiro e 4 de Março de 2007.~

"Carinho" para "heróis" portugueses

"É muito bom o investimento estrangeiro, mas custa-me ver os empresários estrangeiros serem tratados com um carinho diferente em relação à forma como são tratados os empresários portugueses", queixou-se ontem Couto dos Santos, vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), durante a cerimónia de assinatura de um acordo de colaboração com a APIMA. Classificou os empresários nacionais de "heróis", por "conseguirem competir no mercado global com as empresas europeias, sem que tenham o ambiente empresarial de um inglês ou alemão". Apelou então à cooperação de todos eles, em particular no quadro do movimento associativo do Norte do País, que deve "confiar em si próprio e sem contar com o apoio de ninguém [leia-se Estado]".
(14.09.06/Fonte : Jornal de Negócios)

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Fraude: Segurança Social poupa 25 milhões no Primeiro semestre

O plano nacional de combate à fraude e evasão permitiu à Segurança Social poupar cerca de 25,8 milhões de euros durante o primeiro semestre de 2006, devido à fiscalização de irregularidades, anunciou ontem o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva.

Este valor, que contrasta com os 7,1 milhões de euros poupados no período homólogo de 2005, é o resultado de cerca de 175 mil acções de fiscalização desenvolvidas junto dos beneficiários de prestações sociais: subsídio de desemprego, baixas médicas e subsídio de doença.

Na prestação para o desemprego, por exemplo, as acções de fiscalização resultaram numa poupança estimada de um milhão de euros, após 12 502 acções de fiscalização.

Ao todo realizaram-se mais de 63 mil cessações e suspensões em prestações sociais. Do lado dos contribuintes, o Executivo recuperou cerca de 286 milhões de euros.

No total, o Plano Nacional de Combate à Fraude e Evasão Contributivas e Prestacionais teve resultados directos de 312 milhões de euros, no primeiro semestre de 2006.

Este valor representa um crescimento de 151 por cento em comparação com o primeiro semestre de 2005, como sublinhou José Vieira da Silva.

Para o ministro, o plano de combate à fraude atingiu “um resultado positivo”, justificado, em grande parte, pelo crescimento de 6,61 por cento das contribuições para a Segurança Social e pela duplicação da cobrança da dívida.

Vieira da Silva disse que este é “um crescimento muito substancial que tem a ver com um maior dinamismo da economia, mas também com uma maior eficiência do sistema”.

Em relação à reforma na Segurança Social, a proposta do Executivo está a ser discutida com os parceiros sociais. Vieira da Silva garantiu que o Governo “está disponível para o debate”, mas apenas para discutir propostas concretas. “Este é o momento da verdade”, disse, indicando que “já vai sendo tempo de conhecer os números da proposta do PSD”.

SÓCRATES DESAFIA PSD

O primeiro-ministro, José Sócrates, desafiou ontem o PSD a apresentar a sua proposta de lei da Segurança Social, “para que os portugueses a possam avaliar”, mas reiterou que rejeita a privatização parcial do sector. Durante a inauguração de uma escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico, em Conceição de Faro, Algarve, Sócrates disse que “o Governo sabe o que quer” e, depois do acordo com os parceiros sociais, apresentará brevemente a sua proposta na Assembleia da República. “O PSD deve também apresentar a sua [proposta] para que os portugueses a possam avaliar”, exortou.

NÚMEROS
BAIXAS MÉDICAS

A Segurança Social poupou cerca de 3,7 milhões de euros com acções de verificação de baixas médicas e as convocatórias para o Sistema de Verificação de Incapacidades geraram uma poupança de 546 mil euros.

GRANDES DEVEDORES

Os 42 acordos prestacionais para o pagamento da dívida dos grandes devedores corresponde a 45 milhões de euros, o triplo do verificado no primeiro semestre do ano passado.

350 MILHÕES

O Executivo prevê recuperar 350 milhões de euros de dívidas em 2006, mais 50 milhões de euros que em 2005. No primeiro semestre de 2006, a Segurança Social recuperou 110 milhões de euros.
(13.09.06/Fonte : Correio da Manhã)

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Um em cada cinco trabalhadores vive com emprego temporário

Agricultura ocupa um décimo dos trabalhadores portugueses.

Portugal e Espanha são os dois países da União Europeia (UE) a 15 com mais trabalhadores precários. E, na comunidade a 25 países, só a Polónia ultrapassa a Península Ibérica na precariedade no trabalho. Os mais recentes dados do Eurostat sobre a força de trabalho europeia mostram que, em matéria laboral, Portugal continua atrás da maioria dos parceiros comunitários numa série de indicadores, desde a segurança do posto de trabalho, até ao número médio de horas trabalhadas, onde ocupa o quarto lugar na UE a 15.

A instabilidade no emprego é um dos indicadores em que Portugal se destaca pela negativa. Um em cada cinco portugueses assinou um contrato a prazo (a termo certo) ou temporário com a entidade empregadora. A Espanha é, de longe, o país onde a precariedade mais atinge a mão-de-obra, com um em cada três espanhóis a trabalhar nessas circunstâncias. Também a Polónia - cuja economia só recentemente se converteu ao sistema capitalista e entrou na UE - aparece nos lugares cimeiros.

A par da precariedade, também na carga de trabalho Portugal sobressai no panorama comunitário, situando-se no quarto lugar entre os Quinze no que toca a número médio de horas trabalhadas. Só o Reino Unido (42,6 horas), a Áustria (42,4 horas) e a Grécia e Espanha (41 horas) ultrapassam Portugal no que toca ao tempo passado no posto de emprego (40,2 horas, o mesmo que no Luxemburgo). Os portugueses passam, assim, mais tempo no trabalho do que a maior parte dos europeus, mas apesar disso a sua produtividade é inferior em um terço à média comunitária.

Uma das várias razões pelas quais a produtividade nacional é tão baixa é a qualificação dos trabalhadores e, aqui, Portugal está novamente mal colocado. Em Junho do ano passado, só 4,6% dos portugueses declararam ter participado em acções de formação profissional ou educativa - a percentagem mais baixa de toda a União a Quinze. Na UE a 25, só a Hungria dá menos formação aos seus trabalhadores.

Um décimo na agricultura

Portugal ainda é um país de agricultores. O Eurostat indicou que 11,8% dos trabalhadores estão no sector agrícola. Entre a União Europeia a Quinze, o primeiro lugar é ocupado pela Grécia, com 12,4% da mão-de-obra dedicados ao sector primário.

No global da União Europeia, a agricultura tem um peso ainda maior. Na Polónia, 17,4% dos trabalhadores são agricultores, seguida da Lituânia (14%) e da Letónia (11,8%).

Luxemburgo, Bélgica e Alemanha são os países com menor percentagem de agricultores, abaixo dos 3%.

Legislação mais dura

A proposta socialista que mudará a lei que rege o trabalho temporário será discutida amanhã em concertação social, mas já mereceu críticas pela Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego (APESPE). À Lusa, o presidente Marcelino Pena Costa criticou a "carga burocrática inacreditável" que será exigida no processo de licenciamento e a manutenção do Instituto de Emprego e Formação Profissional como entidade responsável pelo processo de licenciamento. Em alternativa, Pena Costa defende a criação de uma comissão tripartida, com dois membros da Inspecção-Geral do Trabalho, dois das centrais sindicais e dois das patronais, entre os quais a própria APESPE. No parecer que enviou ao Governo, parceiros sociais e partidos políticos, a associação sugere que a licença de actividade seja renovada de três em três anos e não anualmente, como proposto, e aplaudiu o facto de passarem a ser permitidos contratos de trabalho durante três anos, tal como previsto na lei geral.
(12.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Novos radares vão vigiar a fronteira marítima

Sistema vai ser gerido pela Brigada Fiscal da GNR e vai ser interligado com o controlo de tráfego marítimo.

O Governo quer começar a instalar ainda este ano um sistema de alta tecnologia para vigilância de costa que abranja todo o país e que permita fazer face a várias ameaças, desde a imigração ilegal até riscos ambientais, passando pelo contrabando e pelo tráfico de droga. A informação foi confirmada ao JN pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, que adiantou que o cálculo do investimento "varia entre os 17milhões e os 27 milhões de euros".

De acordo com o governante, o Ministério da Administração Interna entendeu que o programa é de natureza prioritária e foram convidadas três empresas a apresentar propostas, seguindo os trâmites do sistema de adjudicação directa. "Contamos em Outubro poder já encontrar a empresa vencedora e queremos estar em condições de ainda este ano iniciar a instalação" do novo Sistema Integrado de Vigilância de Costa (SIVIC).

A primeira prioridade vai para a costa algarvia, considerada a zona de maior risco, mas depois o SIVIC será estendido a todo o país, inclusive as regiões autónomas. Quanto à entidade que vai ficar responsável pelo sistema - uma questão sempre delicada -- José Magalhães entende que "será a GNR e a Brigada Fiscal, tendo em conta a sua especificidade. Estamos a falar de um sistema de vigilância e não de qualquer outra estrutura", frisou o governante.

Com efeito, o SIVIC vai substituir o obsoleto LAOS, o sistema dos anos 90 ainda em utilização pela Brigada Fiscal da GNR, mas vai ficar interligado com o VTS - o sistema para gestão do tráfego marítimo gerido pelo Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações. "Já assinámos um protocolo nesse sentido com a Secretaria de Estado dos Transportes. Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar recursos e sinergias e é óbvio que um sistema de vigilância de costa deve coexistir com a informação possibilitada pelo VTS, que controla todo o tráfego marítimo", frisou José Magalhães.

O JN sabe, no entanto, que o Governo quer também encontrar financiamento junto da União Europeia, tendo em conta que Portugal está integrado na fronteira Sul da Europa e o reforço da vigilância nas nossas costas reduz as possibilidades de entrada de imigração ilegal na UE assim como de maior controlo, por exemplo, do tráfico de droga.

Com efeito, há duas semanas esteve em Portugal o director executivo da agência europeia para as fronteiras exteriores (Frontex), Ilkka Laitinen, e o Ministério da Administração Interna aproveitou para sensibilizar aquele responsável para o esforço que Portugal está a realizar na área, no sentido de conseguir apoio financeiro.

O novo sistema começou a ser pensado no ano passado pelo Governo e foi reforçado este ano com uma proposta operacional apresentada pela Brigada Fiscal da GNR, após o que seguiram reuniões de trabalho onde participou também o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Comando central

Será composto por equipamentos móveis em viaturas ou shelters e fixos. Serão orientados a partir de um comando central, descentralizado em comandos regionais ou locais.

Vigiar todo o tempo

Os sensores serão de dois tipos, radares com capacidade para detectar alvos até às 20 milhas e intensificadores de imagem, vocacionados para vigilância durante a noite ou em situações em que haja más condições de visibilidade, o designado "todo o tempo".
(11.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Dívida cobrada pela Segurança Social duplicou para 110 milhões

A Segurança Social (SS) duplicou o valor das dívidas cobradas no primeiro semestre deste ano face ao mesmo período do ano passado. Até Junho, tinham entrado nos cofres da Previdência 110 milhões de euros de dívida cobrada coercivamente, quer a empresas e trabalhadores independentes que falharam pagamentos quer, em muito menor escala (perto de 1% do total), a beneficiários obrigados a devolver subsídios recebidos ilegalmente.

Além do dinheiro de facto recebido, em Junho estavam também em vigor acordos para pagamento de 197 milhões de euros em prestações, mais um quarto do que no primeiro semestre de 2005. O valor corresponde a cinco mil acordos, praticamente o dobro dos firmados até Junho do ano passado. O montante da dívida não cresceu tanto quanto o número de acordos porque, por um lado, "a pressão para pagar é maior e as empresas procuram-nos mais para negociar prestações" e, por outro, há uma "maior eficiência junto de cada contribuinte e não apenas dos mega-contribuintes", disse Pedro Marques, secretário de Estado da Segurança Social.

Também o tempo necessário para chegar a consenso para pagar em prestações é cada vez menor. No final de Junho, um processo demorava em média dois meses, contra perto de cinco meses e três semanas no período transacto. Para mais, o número de prestações em que cada contribuinte pode saldar a dívida diminuiu. De Janeiro a Junho, SS e devedores negociaram prestações a pagar numa média de 20 meses, quando no semestre do ano anterior o prazo médio tinha sido de 24 meses (o limite é cinco anos).

Além disso, houve menos um décimo de contribuintes que chegou a acordo para saldar contas em prestações mas que, a dada altura, deixaram de pagar.

Penhora de créditos duplica

A SS está a recorrer cada vez mais à penhora de bens facilmente convertíveis em dinheiro. No primeiro semestre do ano, face ao homólogo, as penhoras de créditos que os devedores têm sobre outras entidades aumentou 104%. Também estão a subir as que incidem sobre contas bancárias, vencimentos e salários e veículos (ver em baixo). Os bens imóveis, de venda mais difícil, estão a ser menos penhorados.

No final de Junho, a Previdência tinha acumulado 8594 penhoras e bens dados como garantia de pagamento, no valor de 553 milhões de euros. Só no primeiro semestre foram accionadas 2744 novas penhoras e garantias (mais 36%). Caso entretanto o devedor não pague, a SS vende os bens. No semestre em análise foram feitas 99 vendas no valor de 2,5 milhões de euros (mais 57% do que a base de licitação).

Também o número de processos judiciais ou extrajudiciais de insolvência ou recuperação de empresas aumentou para 600, no primeiro semestre. Daqui, a SS acabou por chegar a acordo com empresas que empregam 2695 pessoas, permitindo assim assegurar a manutenção destes postos de trabalho.

Pedro Marques realçou o facto de ter mais do que duplicado o número de processos a cargo do Gabinete de Intervenção Integrada de Restruturação Empresarial - o AGIIRE, criado para facilitar o entendimento com empresas - e o aumento para 42 dos acordos com grandes devedores, no valor de 45 milhões de euros.
(08.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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Portuguesas descobrem enzima destruidora

As moléculas de ARN são destruídas pela enzima RNASE II.

Duas cientistas portuguesas, Cecília Arraiano e Maria Arménio Carrondo, descobriram como funciona uma enzima que destrói moléculas responsáveis pelo metabolismo celular, uma descoberta que vai permitir novas aplicações da genética à medicina e que será divulgada na próxima edição da prestigiada revista científica ‘Nature’.

O trabalho de investigação que permitiu fazer esta importante descoberta científica durou cerca de três anos e foi realizado em Oeiras por uma equipa de investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, com um orçamento de 125 mil euros.

A ‘molécula destruidora’, a enzima ribonucluase II (RNASE II), degrada as moléculas de ácido ribonucleico (ARN), mensageiros que transportam a informação genética para as células, para estas fabricarem as proteínas necessárias à construção e manutenção em boa forma de um ser vivo.

A RNASE II faz parte de um grupo de enzimas que permite cortar o ARN em pedaços, quando é preciso deitar fora o mensageiro, após cumprida a sua função. Existem diversos tipos de ARN, com funções diferenciadas, que regulam e actuam como catalisadores de actividades celulares.
(07.09.06/Fonte : Correio da Manhã)

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Área ardida desde Janeiro semelhante à do concelho de Leiria

Distrito de Viana do Castelo o mais afectado

Os incêndios já consumiram 57.994 hectares em Portugal desde Janeiro, uma área semelhante ao concelho de Leiria, sendo o distrito de Viana do Castelo o mais afectado, indica um relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.

O número é cerca de cinco vezes inferior aos valores obtidos no mesmo período do ano passado, quando os incêndios consumiram mais de 300 mil hectares de Janeiro a final de Agosto.

De acordo com o documento a que a Lusa teve hoje acesso, desde 01 de Janeiro até 31 de Agosto deste ano registaram-se 18.770 focos de incêndio, distribuídos por 2.897 fogos e 15.873 fogachos, que foram responsáveis por 57.994 hectares de área ardida.

Do total de área ardida, 29.686 hectares foram consumidos em povoamentos e 28.308 em zonas de mato.

Nos primeiros seis meses de 2005 registaram-se 29.372 incêndios, que consumiram 300.274 hectares de área, 189.015 dos quais em povoamentos.

Os dados da DGRF divulgados hoje também indicam que o mês deste ano em que se ocorreram mais incêndios foi o de Agosto, com 7.380 fogos, que consumiram 62 por cento da área total (40.049 hectares).

O número de fogos em Agosto é superior à média dos meses de Agosto dos últimos cinco anos, que é de 7.255 fogos.

Já os meses de Julho (4.468 fogos) e Junho (2.840) deste ano registaram uma descida do número de incêndios quando comparados com a média dos últimos cinco anos, que apontam uma média de 3.508 fogos para o mês de Junho e 5.976 em Julho.

"Os elementos apurados até 31 de Agosto apontam, claramente, para um número de ocorrências inferior ao valor médio apurado para o período 2001-2005, apesar do acréscimo significativo do número de ocorrências verificado na primeira quinzena de Agosto", indica o relatório.

Os distritos de Viana do Castelo (15.369 hectares), Braga (9.500), Évora (6.305) e Viseu (5.329) foram os mais afectados pelos fogos, que deflagraram em maior número nos distritos do Porto (4.226), Braga (2.596) e Aveiro (1.833).

Há ainda a registar 90 grandes incêndios (com área superior a 100 hectares) desde o início do ano, 54 dos quais ocorreram no mês de Agosto e são responsáveis por 71 por cento da área ardida.

O maior fogo ocorreu em Cabana Maior, distrito de Viana do Castelo, quando no dia 08 de Agosto as chamas consumiram 5.690 hectares.

Na Glória, distrito de Évora, ocorreu o segundo maior, com 4.779 hectares de área ardida, e em Fragoso, distrito de Braga, as chamas consumiram 2.800 hectares.

Quarenta e sete dos 90 grandes incêndios estão a ser investigados, 27 foram de causa indeterminada, quatro não foram investigados e os restantes têm causas atribuídas.

Entre as causas dos incêndios já apuradas contam-se a queda de uma aeronave, equipamento florestal, renovação das pastagens, máquinas agrícolas, trovoada, vandalismo e conflitos de caça..
(05.09.06/Fonte : Jornal de Notícias)

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OGMA faz novo avião

Em vez de jactos da Embraer, a fábrica de Alverca vai produzir o CASA C-295 para os espanhóis.

A OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal) vai iniciar, a partir de Setembro, a fabricação de diversos componentes da fuselagem dos aviões de transporte táctico espanhóis CASA C-295. Este negócio acontece ao abrigo do contrato de contrapartidas, no valor de 460 milhões de euros, assinado com o construtor espanhol do Grupo EADS/Airbus pela aquisição das 12 unidades deste aparelho que irão substituir os Aviocar da Força Aérea Portuguesa.

«Numa primeira fase, a OGMA irá ligar os cinco anéis da fuselagem central do aparelho; numa segunda fase, irá montar totalmente o anel onde se situa o trem de aterragem (actualmente, fabricado em Espanha); e, numa terceira fase, prevista para 2007, vai fabricar e montar os cinco anéis», revelou ao EXPRESSO uma fonte ligada ao processo. Para este efeito, a OGMA está a ultimar um investimento numa nave de fabricação, em Alverca, de que resultará a criação de novos postos de trabalho. A OGMA emprega cerca de 1700 pessoas e as suas vendas em 2005 totalizaram 118 milhões de euros.

O contrato para a fabricação da fuselagem do CASA C-295 irá reforçar a componente fabricação da OGMA, a par dos aviões suíços Pilatus (construídos na sua quase totalidade em Portugal) e dos componentes para os helicópteros NH-90, escolhidos para a substituição dos Alouettes franceses. A Indústria Aeronáutica de Portugal fabrica ainda componentes estruturais em alumínio e materiais compostos para a Boeing, Airbus, Dassault e Lockheed Martin.

Em Abril de 2005, a CASA (Construcciones Aeronáuticas SA) ganhou o concurso promovido pelo Ministério da Defesa para o fornecimento dos aviões militares que vão substituir os C-212 Aviocar fabricados pela mesma empresa nos anos 70. O negócio ficou fechado por 275 milhões de euros, mas prevendo contrapartidas que ascendem praticamente ao dobro e que beneficiarão directamente empresas como a OGMA (60% do total), Edisoft, EID, Efacec e Empordef TI. Dos 12 aparelhos adquiridos, dez ficarão para transporte táctico e dois serão vocacionados para patrulha marítima e fiscalização de pescas, prevendo-se que os primeiros aviões cheguem a Portugal no Verão de 2007.

A fabricação dos CASA C-295 na OGMA marca, também, a entrada efectiva do Grupo EADS/Airbus na empresa de Alverca, na qual detém indirectamente uma participação simbólica de 1%, adquirida no âmbito da privatização e em total consonância com os 65% controlados pela Embraer. O consórcio criou para o efeito a AIRHolding SGPS, controlada pela empresa brasileira (99%), mas o acordo prevê que a participação da EADS aumente progressivamente para 20% ou 30%. Por sua vez, a CASA integra o Grupo EADS desde 1999, onde a participação espanhola ascende a 5,5%.

Robusto e polivalente
O CASA C-295 possui um raio de acção de 5630 quilómetros e pode transportar até 71 pessoas, cinco paletes standard (88 x 108 polegadas) ou 24 macas.
Apresenta boas qualidades para voar a baixa altitude e capacidade para transportar uma carga útil de nove toneladas à velocidade de 480 km/h.
Efectua diversas missões: transporte táctico e logístico, largada de tropas, evacuação médica e patrulha marítima.
(01.09.06/Fonte : PortugalNews)

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