Já foi notícia !
07/06
O Banco Espírito Santo (BES) levou ontem a leilão 38 imóveis na zona Sul do País. Destes, 32 foram leiloados, o que culminou num volume de negócios de cerca de 2,3 milhões de euros.
Já no sábado a Luso-Roux, leiloeira escolhida para o evento, tinha trazido a público, no Porto, uma série de imóveis da zona Norte do País, operação que resultou num volume de negócios de cerca de 900 mil euros. Dos 29 imóveis em causa 15 foram arrematados.
Os leilões de imóveis são soluções que os bancos têm cada vez mais adoptado para a recuperação de créditos malparados. Este é já o quinto leilão de imóveis (três em Lisboa e dois no Porto) que a Luso-Roux realiza este mês.
Ontem, o imóvel com base de licitação mais elevada correspondia a um T4 em Odivelas, com 212 metros quadrados e data de licença de utilização de 1982. O apartamento, que tinha por base uma licitação de 156 mil euros, acabou por não ser arrematado.
Já a casa com base de licitação mais baixa – 35 mil euros, o mesmo valor pelo qual acabou por ser arrematada – correspondia a um T1 com 60 metros quadrados, com quintal e arrecadação, situado em Sacavém.
Apesar de contar com menos gente do que o habitual, o que facilmente se justifica pela época de férias, tanto o leilão de Lisboa como o do Porto acabaram por ver arrematados mais de metade dos imóveis que apresentaram.
No caso de Lisboa, foram, aliás, poucos os que não surtiram ofertas por parte dos presentes.
Sintra, Montijo e Loures foram os concelhos que marcaram presença mais acentuada no leilão de ontem, com 12, seis e cinco imóveis respectivamente.(24.07.06/Fonte : Correio da Manhã)Sector automóvel sustenta retoma das exportações
Depois de dois anos de fortes perdas na quota de mercado internacional, as exportações portuguesas estão a revelar uma força surpreendente no início deste ano. Ao ponto de poderem vir a ser, de acordo com as previsões do Governo e do Banco de Portugal, o principal motor da recuperação económica esperada para este ano.
Na origem da recuperação das exportações está a conquista de clientes fora da União Europeia, a travagem das quebras de negócio na Alemanha e, especialmente, a melhoria do desempenho de sectores importantes como o automóvel.
Até ao passado mês de Maio, de acordo com os dados preliminares do Banco de Portugal apresentados ontem no seu boletim estatístico, as exportações cresceram 10,5% em termos nominais (não descontando o efeito da subida de preços) face a igual período do ano anterior. Em termos reais - e incluindo os serviços - o crescimento das exportações foi ainda assim de 7,2% no primeiro trimestre face ao período homólogo do ano anterior.
O que explica esta subida repentina das exportações, que em 2005 tinham crescido apenas 0,9%, e que nos últimos dois anos tinham perdido uma quota de mercado anual próxima de 5%? Todos os economistas concordam que os problemas de competitividade que foram responsáveis pelo mau desempenho nos últimos anos não se resolveram de um momento para o outro. Outros fenómenos, mais específicos, permitem encontrar uma explicação.
Em primeiro lugar, Portugal está a beneficiar de uma aceleração bastante forte da procura externa que lhe é dirigida. A economia mundial está a atravessar, desde o início deste ano, um período de expansão e, em particular, mercados preferenciais portugueses como a Espanha e a Alemanha, apresentam taxas de crescimento das suas importações próximas de 10%.
Além disso, sectores ainda com um peso muito elevado nas exportações portuguesas - como o vestuário, calçado e automóveis - conseguiram minorar, no início deste ano, as fortes quebras que vinham registando nos últimos anos. De acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística até Abril, as exportações de vestuário diminuíram 4% face ao ano passado, as de calçado 5,7% e as de automóveis 4,5%. Os resultados são preocupantes, mas ainda assim bastante melhores do que os conseguidos desde que Portugal passou a enfrentar uma concorrência mais feroz dos países asiáticos e do Leste europeu.
Ainda assim, estes dois factores não são só por si suficientes para explicar o crescimento de 8,4% antecipado pelo Banco de Portugal para as exportações na totalidade do ano e, especialmente, o ganho de quota de mercado de 1% implícito na mesma projecção.
Por trás desta projecção tão positiva está, para além dos resultados conseguidos nos primeiros cinco meses do ano, a expectativa de um comportamento mais positivo na segunda metade do ano em alguns sectores de actividade.
Apesar das ameaças que enfrenta em Portugal - com a deslocalização anunciada de algumas unidades produtivas importantes -, o sector automóvel é um dos principais motivos para ter algum optimismo. A confirmação de dados positivos de produção e exportação do novo modelo da Autoeuropa, a empresa mais importante do sector, faze com que se antecipe uma aceleração das vendas ao estrangeiro deste tipo de bens (ver texto em baixo). Outra esperança é que se confirme a tendência de crescimento das exportações de combustíveis. O efeito preço, neste caso é importante. No entanto, entre 2004 e 2005, as exportações em volume da Galp Energia aumentaram 15%.
Existem, no entanto, riscos importantes nestas previsões. A expansão da economia mundial e da europeia, em particular, não está ainda assegurada. Os próprios dados conhecidos até Maio podem ser sujeitos a revisões importantes, como aconteceu no passado. E, mais grave, os problemas de falta de competitividade da economia portuguesa podem voltar a prejudicar o andamento das exportações portuguesas. É por isso que o Banco de Portugal, ao apresentar a sua previsão, avisa que "está sujeita a um elevado nível de incerteza". (21.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Noites tropicais estão a aumentar em Portugal
A onda de calor que atingiu o País na última semana e meia bateu alguns recordes e tornou-se por isso "a mais significativa" desde o mês de Julho desde 1941, segundo o Instituto de Meteorologia (IM). Além de ter afectado quase todo o território, o que é pouco habitual, durou muitos dias (11 no Alentejo). A outra faceta mais relevante foi o número inédito de noites tropicais consecutivas registadas em vários locais do País.
Este último dado inscreve-se - e reforça -, aliás, uma tendência que hoje já é clara: "a de que o número de noites tropicais está a aumentar no território do Continente desde meados da década de 70", como afirmou ao DN a climatologista Fátima Espírito-Santo, do IM.
É a temperatura mínima, que para isso deve ser igual ou superior a 20º Celsius, que define noite tropical. Durante esta onda de calor, Faro, por exemplo, viveu 11 noites tropicais consecutivas, Almodôvar dez e a Zebreira, no Alentejo, 12. Neste mesmo período, coube a Lisboa somar oito destas noites quentes sucessivas, batendo um recorde com 16 anos.
Mais significativo ainda, o Porto, muito pouco atreito a estas tropicalidades, foi bafejado com seis noites consecutivas de temperaturas acima dos 20º Celsius, quando o seu anterior máximo era de duas - e oito dias de onda de calor, o que é ali verdadeiramente inédito também.
As noites tropicais não são novidade em Portugal continental, mas não eram tão frequentes até meados da década de 70 - e muito menos assim, consecutivas, num mês de Julho, pouco atreito a ondas de calor.
Os números apontam, porém, uma tendência clara. Tome-se o exemplo de Lisboa outra vez. A partir de 1975 há um aumento significativo e sustentado deste fenómeno. "Passámos de sete noites tropicais por ano, na década de 70, para 20 por ano, no fim da década de 90", explica Fátima Espírito-Santo, sublinhando que "há desde então um crescimento de quatro noites tropicais por década, o que mostra uma tendência que se pode considerar significativa".
Os valores das temperaturas mínimas registados por todo o País na última semana e meia ultrapassaram, de resto, ou igualaram, os maiores valores absolutos anteriormente observados para um mês de Julho em algumas estações. Isto é, afinal, algo que se inscreve no padrão das últimas três décadas para o território continental: o do aumento do valor médio das temperaturas mínimas.(20.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Portugal "tem de perder a vergonha" de ser genuíno
Tradição, hospitalidade, diversidade ambiental e pequena dimensão geográfica são algumas das vantagens competitivas de que Portugal dispõe na área turística e que tem de aprender a explorar devidamente. Quem o diz é Edson Athayde, especialista em marketing e publicidade, que considera que o País precisa de criar uma imagem consistente no mundo e, sobretudo, de dizer ao turista aquilo que ele quer ouvir.
Coube a Edson Athayde fazer uma análise das campanhas promocionais do turismo português na 3.ª Conferência Internacional em Hotelaria e Turismo, subordinada ao tema "Promoção e Branding dos Destinos Turísticos". Considerando que "a imagem de um país já tem de existir antes de ser criada", este responsável defendeu que Portugal precisa de aprender a comunicar "o que tem de diferenciador e que atrai os turistas", deixando de ter vergonha de se assumir como "um país pequeno, hospitaleiro, com boas praias e que preserva as tradições".
A questão, sublinha Edson Athayde, é que ainda está "meio confuso" o que Portugal quer transmitir com as suas campanhas de turismo. "Se o turista gosta de viajar, ficar numa praia agradável onde vê uns pescadores pela manhã e está disposto a gastar alguns milhares de dólares para o fazer, porque não? Não é isso que vai transformar Portugal num país de pescadores", defende. E acrescenta: "É verdade que incomoda as classes mais cultas, que têm dificuldades em conviver com essas caricaturas, mas é isso que vende um destino turístico. As pessoas que viajam para a Jamaica não querem saber se o país cresceu ou não economicamente. Vão atrás de praia, e é um dos destinos que mais crescem no mundo."
Para Edson, o turismo é, em si, um tema suficientemente abrangente para ser tratado em exclusivo. "O país enquanto atractivo de investimento, pólo industrial, símbolo de modernidade, tecnologia, etc., é uma questão que um dia será realidade, mas, até lá, o turismo não precisa de ficar à espera", defende. A Espanha, adianta, resolveu muito bem essa questão, na década de 90, construindo a marca da paixão. "E não se preocupou em potenciar um preconceito, um estereótipo, que o resto do planeta tinha em relação à sua história, cultura e presença, tal como a Grécia não se incomoda em se publicitar enquanto destino de ilhas muito interessantes e divertidas, com casinhas brancas e telhados azuis", acrescenta.
Portugal deveria recorrer ao clima, hospitalidade, diversidade ambiental e mesmo dimensão geográfica, que permite conhecer muitas coisas em pouco tempo, diz. "Mas isso é tudo o que tem vergonha de dizer. Que é pequeno, que é bom para ir à praia... E por isso diz de forma envergonhada ou por meias palavras, e não tira o devido proveito". Porque, "enquanto fica a meio caminho tentando inventar alguma coisa, ou se reinventar, o tempo vai passando e outros países e destinos vão encontrando a sua lógica".(19.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Gastos com apoio social inferiores à média da UE
Os gastos com políticas de apoio social em Portugal continuam a ficar muito longe do que é praticado na Europa, segundo dados divulgados ontem pelo Eurostat, o órgão estatístico da União Europeia (UE). Os números mostram que o "investimento" neste tipo de apoio tem vindo a aumentar em Portugal entre 2000 e 2004. Ainda assim, a comparação com a média da UE, quer seja a 25 ou a 15, ou mesmo com a Zona Euro, deixa Portugal longe das médias praticadas.
Entre 2000 e 2004, o peso deste tipo de despesas no produto interno bruto (PIB) passou de 12,5% para 15,2%. No entanto, estes valores ainda ficam longe dos 19,4% da Zona Euro, dos 19,1% da média da UE-15 ou dos 18,9% da UE-25. Esta comparação assume ainda valores mais significativos caso se compare a situação nacional com a dos "campeões" da protecção social. De facto, países como o Luxemburgo ou a Suécia, por exemplo, gastavam em 2004 o equivalente a, respectivamente, 28% e 24,3% do PIB. Uma situação que, aparentemente, contrasta com as necessidade de reduzir despesa nesta área. Recorde-se que o Governo tem em andamento propostas de medidas que visam diminuir a despesa com prestações sociais.
O documento ontem divulgado pelo Eurostat dá ainda conta da despesa efectuada em outras nove áreas de actuação pública. E, se Portugal fica mal "classificado" em termos de gastos com protecção social, há outras áreas onde apresenta níveis de despesa acima dos seus congéneres europeus. Estão neste caso as despesas efectuadas ao nível da segurança ou a educação, mas também as relacionadas com o incentivo ao desenvolvimento da actividade económica. Do lado contrário, aparece o investimento no ambiente ou na defesa.(18.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Gestores de empresas faltosas obrigados a pagar dívidas
Milhares de gestores de empresas, sobretudo da região Norte, vão receber, hoje e amanhã, cartas da Segurança Social (SS) obrigando-os a pagar do seu bolso as dívidas à Previdência contraídas pelas empresas que lideram. É a primeira vez que o Instituto de Gestão Financeira (IGF) da Segurança Social avança com uma operação massiva do género, afirmou, ao JN, José Gaspar, presidente do instituto responsável pela cobrança coerciva e extraordinária de dívidas à SS.
A operação envolve perto de seis mil membros de órgãos estatutários, chamados a pagar quase 84 milhões de euros de dívidas registadas até ao fim de 2005, no âmbito de 7.576 processos executivos.
Todas estas empresas estão em fase de processo executivo, pelo que já foram alvo de penhora e venda de bens. Quando não há mais bens de valor significativo ou o produto da venda é insuficiente para liquidar o total em falta, avança-se sobre os bens dos gerentes, recorrendo à figura legal chamada reversão.
Passos do processo
As cartas com a notificação para a audição prévia - a primeira fase do processo onde se dão dez dias para regularizar a situação ou contestar a medida - já estão a chegar às caixas de correio, explicou Nelson Ferreira, membro do conselho directivo do IGF.
Findos os dez dias, e caso a dívida não tenha sido paga (de uma só vez ou mediante acordo de prestações) nem tenha sido reconhecida razão ao reclamante, o IGF enviará uma segunda carta, desta vez com a citação de reversão, dando um novo prazo, de 30 dias, para pagar ou contestar. "É uma segunda oportunidade", diz Nelson Ferreira.
Se, novamente, a dívida não for paga nem tenha sido dada razão a uma eventual contestação, o passo seguinte é a penhora, feita pelas secções de processo da SS (sem passar pelos tribunais). Os bens a vender em hasta pública, mediante proposta em carta fechada, são identificados através de troca de informações com as Finanças (estão em curso conversações com as conservatórias).
A dívida apurada destas empresas ascende a 110 milhões de euros, mas esta operação só cobrará 84 milhões, já que o IGF ainda não conseguiu identificar os gerentes à data da contracção dos restantes 26 milhões de euros (a acção será aproveitada para preencher a lacuna). Essas pessoas, bem como outras empresas excluídas da primeira fase em curso, serão abrangidas numa segunda operação, que deverá ter lugar ainda este ano, explicou José Gaspar.
Quem pode ser citado
A reversão incide sobre todos os membros de órgãos estatutários da entidade com dívidas à SS. Esse papel tem que ser desempenhado de facto e não apenas nominalmente, pelo que foi importante, no apuramento de responsabilidades pelo IGF, saber se o gestor em questão recebia salário por desempenhar o cargo.
Uma vez identificadas, todas as pessoas com responsabilidades de gestão são contactadas. Imagine-se uma empresa com dois gerentes e uma dívida de 20 mil euros. Ainda que apenas um seja directamente responsável pelos pagamentos à SS, a lei entende que o segundo é solidário na constituição da dívida, pelo que o valor em falta vai ser cobrado a ambos. "Vamos pedir a cada um 20 mil euros", explicou José Gaspar.
À medida que os bens são vendidos, a dívida vai sendo abatida até ser totalmente paga. Se, eventualmente, um dos gestores pagar mais do que a sua parte (neste exemplo, se pagasse mais do que metade), a lei confere-lhe o direito de recorrer aos tribunais para forçar o outro gestor a dar-lhe o que pagou a mais.
Mais receitas e mais justiça
Aumentar as receitas da Segurança Social é, claro, um dos objectivos da acção, mas não o único. Pretende-se também contribuir para viabilizar empresas em situação difícil (dando mais uma oportunidade para pagarem a dívida em prestações) ou submetê--las a um processo de insolvência em "última instância, não fechamos empresas viáveis", garante José Gaspar.
O IGF espera, também, combater a concorrência desleal feita por empresas incumpridoras e responsabilizar os gestores. Tanto que há relatos de gerentes que declaram receber salário, mas nunca pagam os descontos correspondentes. Como as pensões de reforma são calculadas em função do salário inscrito nas declarações de remuneração e não nos descontos efectivamente feitos, é possível ter-se uma reforma, sem se ter chegado a pagar os descontos, afiançou Nelson Ferreira.
Cartas sob controlo
A Segurança Social pode saber a qualquer momento onde estão as cartas que notificam os gerentes que serão alvo de reversão, porque os CTT deram ao IGF acesso ao sistema de rastreio de cartas registadas. Mediante o código de barras existente em cada uma das missivas, é possível através da Internet perceber se e quando a carta foi entregue; se regressou à estação de correios por não estar ninguém na morada de entrega; ou se foi simplesmente devolvida. Com este sistema, é possível monitorizar a evolução do processo e saber exactamente quando terminam os prazos de reclamação ou pagamento, previstos na lei.(17.07.06/Fonte : Jornal de Notícias)Portugal é o país que menos cresce na UE
Portugal foi o país da União Europeia que registou, no primeiro trimestre deste ano, a mais baixa taxa de crescimento homóloga do PIB, numa altura em que ressurgem os sinais de um abrandamento da retoma europeia já a partir do segundo trimestre de 2006.
De acordo com o Eurostat, a aceleração da economia portuguesa no início de 2006 para uma variação homóloga do PIB de 1% ficou ainda bastante abaixo da média de 2,2% verificada na União Europeia e não conseguiu superar o valor de nenhum outro país da UE. A Alemanha, Itália e França, com crescimentos próximos de 1,5%, foram os países que, a seguir a Portugal, apresentaram o desempenho mais fraco.
No debate sobre o estado da Nação realizado ontem no Parlamento, o primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que "as recuperações económicas são normalmente feitas de forma lenta e gradual" e que um crescimento de 1% "é muito bom para a economia portuguesa e representa um sinal de retoma da confiança". Portugal tinha registado, no terceiro e quarto trimestres do ano passado, taxas de crescimento homólogas de 0,3% e 0,8%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, Portugal cresceu nos primeiros três meses de 2006 a uma taxa de 0,5%, um valor que compara com os 0,7% verificados no conjunto da União Europeia. Neste caso, Portugal apresentou um resultado mais positivo que outros cinco países da União Europeia.
Um sinal positivo para Portugal foi o facto de ter baseado o seu crescimento na evolução das exportações. Ainda assim, em termos homólogos, o crescimento de 7,2% das vendas de Portugal ao estrangeiro no primeiro trimestre fica abaixo da média europeia de 10,5%.
Também ontem, a Comissão corrigiu em baixa as suas projecções de crescimento para a Zona Euro durante o segundo e o terceiro trimestres deste ano. Depois dos 0,6% dos primeiros três meses de 2006, Bruxelas aponta agora para uma taxa de crescimento no intervalo entre 0,4% e 0,8% no segundo trimestre e entre 0,3% e 0,7% no terceiro. Antes, a Comissão estava mais optimista, com estimativas situadas entre 0,5% e 0,9% para os dois períodos.
Em relação ao quarto trimestre, o Executivo europeu projecta um crescimento situado no intervalo entre 0,5% e 1%.(13.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Vendas na distribuição sobem 8,9% em 2005
As vendas no sector da distribuição cresceram 8,9%, em 2005, face ao ano anterior. Números divulgados ontem pela Associação de Empresas de Distribuição (ADEP) dão conta da expansão do sector em todos os segmentos facturação, número de associados, de lojas e de trabalhadores.
Os indicadores devolveram a confiança à distribuição, permitindo descolar da conjuntura económica negativa registada nos anos de 2003 e 2004. Luís Vieira e Silva, presidente da ADEP, não tem, por isso, dúvidas em classificar 2005 como "um ano positivo".
De acordo com dados do "Ranking da Grande Distribuição 2005", o ano passado saldou-se por um crescimento de 53% no total de associados (mais 26 do que em 2004), de 26% no número de lojas (abriram 320 espaços novos), de 13,4% na área comercial (mais 195 500 metros quadrados). O balanço refere, ainda, a criação de mais 5228 postos de trabalho.
No total, o ano passado acabou com 75 empresas associadas à ADEP, 1546 lojas, 1,65 milhões de metros quadrados e cerca de 55 mil trabalhadores.
Ainda de acordo com Vieira e Silva, citado pela Agência Lusa, as empresas associadas, que representam 90% do comércio a retalho, investiram perto de 500 milhões de euros em novas lojas. À semelhança do que aconteceu em anos anteriores, a lista das 25 maiores empresas do sector é liderada pelo Modelo Continente. A companhia do grupo Sonae teve uma facturação de 2,3 mil milhões de euros, seguida da Jerónimo Martins Retalho que registou vendas na ordem dos 1,8 mil milhões de euros. O grupo francês Auchan aparece em terceiro lugar no ranking, com 1,15 mil milhões de euros.
A lista das 25 maiores empresas destaca, ainda, a entrada directa da Massimo Dutti e da Sacoor para o 18.º e 23.º lugares, respectivamente.(12.07.06/Fonte : Jornal de Notícias)Cancro : Radiação ultravioleta atinge pico de intensidade
Não se vêem, não se sentem e, no entanto, causam cancro da pele, cataratas e diminuem a eficácia do sistema imunológico, entre outros problemas. Estamos a falar das radiações ultravioletas que atingem esta semana um pico de intensidade em Portugal. O Instituto de Meteorologia prevê índices entre os nove e onze, sinal de proibição à exposição solar sem protecção.
Os índices de raios ultravioletas (UV) atingem os valores mais elevados desde sábado, prevendo-se uma ligeira diminuição para hoje, voltando a subir amanhã. Isto porque é a altura do ano em que o sol está muito alto e o ozono é menos abundante. A maior intensidade dos UV nada tem a ver com as elevadas temperaturas do ar atingidas esta semana. "Há factores coincidentes, mas não há uma relação casual", explica o meteorologista Diamantino Henriques.
A prova é que o maior índice de ultravioletas regista-se na Madeira (11), que tem temperaturas na ordem dos 25 graus, enquanto o Continente, com uma onda de calor que atinge os 35 graus, tem um nível de radiação inferior.
A radiação UV é cada vez mais preocupante porque está a diminuir o ozono atmosférico, que é o único gás que absorve de forma significativa os raios. "A natureza não é capaz de repor a camada de ozono à mesma velocidade com que é destruída, logo é previsível que se venham a verificar valores mais elevados de radiação ultravioleta de ano para ano", diz Diamantino Henriques. Os actuais índices de UV nos Açores e a Madeira devem-se, precisamente, a uma invasão de ar tropical estratosférico menos rico em ozono.
O maior problema, alertam os médicos e físicos, é que os raios ultravioletas não se sentem, ao contrário do que acontece com os infravermelhos. Neste último caso, o desconforto causado pelo calor leva a que as pessoas procurem uma sombra e a protegerem-se com roupa, chapéu e protectores solares.
Mesmo em dias de nevoeiro, podem apanhar-se queimaduras solares, porque a exposição aos ultravioletas é mais prolongada que num dia em que o céu está limpo. "A ultravioleta emite uma energia muito pequena, mas é muito eficaz para o efeito da queimadura na pele, por exemplo", diz Diamantino Henriques.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia concluiu que a maioria dos inquiridos não sabe definir raios UV e apenas 37,9% indicam que as lentes escuras com protecção eram a medida mais indicada para proteger os efeitos nocivos deste tipo de radiação.Radiação ultravioleta atinge pico de intensidade
Os raios UV são um dos principais factores ambientais responsáveis pelo desenvolvimento do cancro da pele, incidência que está a aumentar em Portugal. Estima-se que existam oito novo casos de melanoma (cancro da pele mais temível) por cem mil habitantes por ano, segundo dados do Instituto Português de Oncologia.
O olho é outro órgão do corpo muito afectado pelos UV. A radiação conduz à destruição parcial ou total dos fotos receptores da retina, provoca queimaduras oculares na pálpebra, aumenta o risco de desenvolver cataratas e provoca de degenerações com a idade.
Os índices de UV vão manter-se elevados durante em Julho, prevendo-se que decresçam em Agosto, mês em que são esperadas intensidades entre os oito e os nove, continuando a diminuir gradualmente.(11.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Portugal vai construir estádios na África do Sul
O governo sul-africano está a contactar empresas portuguesas para participarem nas obras do próximo Mundial de Futebol, a realizar em 2010.
As autoridades sul-africanas estão a contactar as empresas portuguesas para participarem na construção dos dez estádios que vão acolher o próximo Mundial de Futebol, em 2010, apurou o Diário Económico.
A intenção do Governo sul-africano é aproveitar todo o conhecimento que as empresas portuguesas adquiriram na organização do Euro 2004, nomeadamente no sector da construção de estádios e segurança. As empresas portuguesas confirmaram ao Diário Económico o contacto com as autoridades da África do Sul, sendo que algumas estão dispostas a deslocarem-se para África.
Mota Engil, Soares da Costa e Teixeira Duarte dizem-se "dispostas a olhar" para os projectos. A Mota Engil, com uma forte presença em Angola, é das que mais está interessada através da sua empresa Martifer, que construiu várias estruturas metálicas para os estádios do Euro 2004. A Somague - a empresa que mais estádios construiu para o Euro 2004 referiu não estar interessada. Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague, afirmou ao DE que foi contactado pelos sul-africanos mas que, devido à estratégia da Sacyr (accionista maioritário da Somague), "não iremos para África". Vaz Guedes reafirma que o mercado estratégico da Somague continua a ser os Estados Unidos, Europa de Leste e Brasil.
Na semana passada, o governador da província de Kwazulu Natal - que irá construir um novo estádio em Durban - visitou a Secil e a Cimpor no sentido de poderem ser fornecedores para as várias infraestruturas necessárias ao Mundial 2010. A Cimpor tem uma fábrica na zona que produz cerca de um milhão de toneladas de cimento por ano. Ainda durante a sua deslocação, o governador Sbu Ndebele reuniu-se com a AIP e com o ICEP, de modo a promover parcerias com as empresas. Aliás, nos últimos meses têm existido uma série de desenvolvimentos diplomáticos e empresariais para que se chegue a algum consenso quanto à participação das empresas portuguesas no Mundial da África do Sul.
O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, visitou aquele país em Maio, com o objectivo de tentar promover investimentos e o ministro sul-africano do Desporto, Ngconde Balfour, deverá deslocar-se a Portugal em breve. Além disso, a AEP está a preparar uma missão empresarial a Moçambique que inclui um a visita Nelspruit (uma das cidades que vai receber jogos do Mundial) e a câmara de Comércio Luso-Sul africana, presidida por Horácio Roque, organiza em Outubro uma delegação multi-sectorial à África do Sul.(10.07.06/Fonte : Diário Económico)Turismo algarvio cresce acima das expectativas
O turismo do Algarve registou uma evolução positiva nos meses de Abril e Maio. Os últimos dados estatísticos dão conta de uma subida ao nível do número de dormidas, hóspedes e receitas hoteleiras.
Em Maio, o Algarve obteve um aumento de 13,2 por cento de voltas de golfe face ao ano anterior, o que representa uma subida de 12.672 voltas para 108.909 voltas, nos primeiros cinco meses do ano.
Neste mesmo mês, o tráfego no aeroporto de Faro cresceu quatro vezes acima do previsto, tendo sido observado um aumento de 8,8 por cento em movimentos de aviões e 7,8 pontos percentuais em movimentos de passageiros comerciais. Estes valores ultrapassaram largamente as previsões iniciais de dois por cento, apresentadas pelo próprio aeroporto.(07.07.06/Fonte : Publituris)Portugueses são dos mais pessimistas da União Europeia
Depois dos húngaros, os portugueses são os cidadãos da UE "menos satisfeitos com a sua vida em geral" e, inclusive, 60% considera que a situação económica e o emprego vai piorar "nos próximos 12 meses", de acordo com o eurobarómetro, ontem divulgado pela Comissão Europeia.
Desde 2001 que o pessimismo em Portugal está a aumentar. Mas agora os portugueses assumem-se como os cidadão mais pessimistas da Europa a 25. A tal ponto que apenas 51% dos cidadãos afirma que a sua "vida em geral" vai melhorar nos próximos cinco anos. "O que revela algum realismo" admite a nota que acompanha o eurobarómetro, "em resultado do clima de crise prolongada" que se vive em Portugal.
O que mais "aflige" os portugueses? " Desemprego", "situação económica" e "inflação", responde o inquérito elaborado pela Comissão, para além do "crime" e do "sistema de saúde". O desemprego é a preocupação central de 64% dos portugueses, enquanto existe uma "relativa despreocupação" com a "imigração" e o "terrorismo", à semelhança dos concidadãos dos dez novos Estados membros. É que, para os cidadãos da UE 15, a imigração, bem como o terrorismo, é um dossier preocupante.
Cerca de 30% dos portugueses afirmam que a União Europeia é a principal causa do desemprego. E, para o futuro, receiam a transferência de empregos para outros países. "Isto coloca Portugal entre os países que mais identificam a União com o aumento do desemprego", afirma o relatório, ontem divulgado.
Para os portugueses, a estabilidade económica não é associada com a UE, a tal ponto que, pela primeira vez em dez anos, o número de nacionais que declaram como "positivo" pertencer à UE desceu abaixo dos 50%. É que, diz o relatório, ao avaliarem a sua situação económica e financeira, "consideram que a UE teve um papel negativo. Por isso, em relação ao futuro da União, dizem os cidadãos nacionais - principalmente os residentes em áreas urbanas -, deverá centrar-se na luta contra o desemprego, a pobreza e a exclusão". Mas este sentimento presente não significa repúdio pela UE. É que, "a maioria dos cidadãos" deseja "um aumento da importância da UE na sua vida quotidiana".(07.07.06/Fonte : Diário de Notícias)API revê projecto francês : Skylander passa a Projecto de Interesse Nacional
O projecto Skylander do grupo francês GECI, que consiste no fabrico de aviões bimotores em Évora, vai ser tratado pela Agência Portuguesa para o Investimento (API) como Projecto de Interesse Nacional (PIN).
A GECI-Internacional afirmou esta manhã que ao ser considerado um PIN o projecto,que conta com um investimento de 125 milhões de euros, “passa a ser acompanhado pela API junto de todas as entidades responsáveis ou participantes” na sua formalização.
O presidente do grupo francês, Serge Bitboul, salientou que o fabrico do avião vai permitir a entrada de Portugal “num clube muito restrito, de forma privilegiada, pois toda a cadeia de valor fica no país, e internaliza tecnologias inovadoras”. A construção do avião deverá gerar cerca de mil empregos qualificados e perto de dois mil indirectos”. Está ainda previsto um volume de exportações perto de 300 milhões de euros por ano, um terço das actuais vendas do maior exportador português, a fábrica da Volkswagen da Autoeuropa.
O projecto consiste na construção de um avião bimotor turbo-propulsor, chamado Skylander-100, e terá capacidade para transportar até 3,3 toneladas de carga e entre 19 e 29 passageiros, conforme as diferentes versões. O aparelho poderá ser adaptado a missões de carga, transporte médico, ajuda humanitária ou combate a incêndios.
A construção da fábrica, no Aeródromo de Évora, deverá começar no outono, as primeiras entregas do Skylander estão previstas para 2009. A GECI conta com a venda de cerca de 1 100 aviões apostando num preço “competitivo e mais baixos custos de operação e manutenção” do que os seus concorrentes.(06.07.06/Fonte : Correio da Manhã)Eólicas de Portugal apresentou proposta de 1,5 mil milhões de euros
O Agrupamento Eólicas de Portugal (AEP), liderado pela EDP, o único dos quatro candidatos que só concorreu à fase A do concurso para atribuição de uma nova potência eólica, apresentou uma proposta de investimento global de 1, 5 mil milhões de euros, dos quais 1,25 mil milhões serão aplicados na construção de parques eólicos e 225 milhões em unidades fabris em Portugal.
O investimento no cluster industrial do consórcio conta com 100 milhões de euros de investimento directo estrangeiro (IDE), revelou ontem o responsável do agrupamento, Aníbal Fernandes, no decurso da apresentação do projecto aos jornalistas. O AEP destina ainda cerca de 35 milhões de euros para o fundo de financiamento do sistema científico nacional, uma das condições exigidas pelo caderno de encargos do concurso.
A proposta prevê a criação de sete unidades industriais de raiz, incluindo uma fábrica de fibra de vidro da Saertex, outra de secções metálicas para torres de betão e uma de armaduras de ferro. Mas nem todas são investimento directo do consórcio. Além disso, serão reforçadas as capacidades produtivas das fábricas de quadros e celas de média tensão da Siemens, fábricas de equipamento e instalações eléctricas de várias empresas e unidades de transporte de gruas.
Se vencer o concurso, o consórcio compromete-se a criar 1 800 postos de trabalho, dos quais 700 directos e 1 100 indirectos. E reúne "condições para um aumento significativo das exportações" portuguesas, uma vez que se prevê que, a partir de 2011, depois da instalação dos parques eólicos concluída, a capacidade de exportação da suas unidades fabris "seja superior a 70%", sublinhou o responsável do agrupamento . O escoamento do excedente da produção será assegurado pelo seu parceiro Enercon. Aníbal Fernandes, sublinhou que o objectivo do consórcio "é criar um cluster industrial que seja competitivo e de referência a nível mundial".
A proposta do AEP passa ainda pela produção integral em Portugal do modelo de aerogerador Enercon E-82 (dirigido essencialmente aos países mediterrâneos), cuja comercialização e exportação também passará a ser assegurada a partir do mercado português,
O consórcio AEP é constituído pela Enercon, Enernova, Finerge, Generg Expansão e TP, e suportado por accionistas como a EDP, Endesa, Sonae, Electrabel, Fundação Gulbenkian, Fundação Luso-Americana e Fundação Oriente.(05.07.06/Fonte : Diário de Notícias)230 milhões reembolsados numa semana
Reembolsos da 1.ª fase deverão ficar concluídos até 31 de Agosto
A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) já emitiu, desde o último dia 23 de Junho, mais de 300 mil reembolsos relativos aos processos de liquidação das declarações Modelo 3 do IRS, num total que ultrapassa 230 milhões de euros de impostos retidos, durante o ano passado, aos contribuintes com rendimentos provenientes de trabalho dependente e/ou pensões. Foram, ainda, emitidas cerca de 14 mil notas de liquidação, no valor de 10,5 milhões de euros.
A liquidação das declarações Modelo 3 da primeira fase deverá estar concluída dentro do prazo legal, ou seja, até ao próximo dia 31 de Agosto, devendo até lá ser emitidos todos os reembolsos e notas de cobrança desta fase. Apenas deverão ficar por concluir liquidações relativas a contribuintes cujas declarações apresentem discrepâncias, nomeadamente com os valores declarados pelas entidades patronais, bem como as referentes a declarações de substituição, que entretanto são entregues mesmo fora do prazo legal.
As discrepâncias são, este ano, de acordo com o Gabinete do Ministro de Estado e das Finanças, "em número bastante inferior às verificadas em anos anteriores", devido ao sistema de alertas implementado nas declarações electrónicas, que permitiu que cerca de 200 mil contribuintes corrigissem as suas declarações imediatamente.
A DCGI disponibiliza no sítio www.dgci.min-financas.pt a informação relativa ao estado das liquidações, podendo os contribuintes com senha individual recorrer a esse serviço para consultar o estado da sua declaração.
De acordo com a fonte citada, "a antecipação do começo do pagamento dos reembolsos para Junho - nos anos anteriores, o processo arrancou em Julho - vai, naturalmente, reflectir-se na receita fiscal deste mês, sendo expectável um decréscimo na receita do IRS, face ao mesmo período do ano passado".(04.07.06/Fonte : Jornal de Notícias)Construção perdeu 13 mil postos de trabalho em 2006
Quebras da ordem dos 7% no número de contratos celebrados de crédito à habitação, de 15% nos novos pedidos de crédito e de 6,7% no número de novos fogos licenciados até Maio de 2006, face a igual período do ano passado, são alguns dos números que atestam a situação difícil e preocupante vivida pelos industriais da construção civil.
Um sector a braços com uma quebra constante da actividade desde 2002 e que se traduziu já na extinção de 85 700 postos de trabalho desde Junho de 2002. Destes, 13 200 trabalhadores ficaram sem emprego só no primeiro trimestre de 2006.
A última análise de conjuntura mensal da responsabilidade da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), referente precisamente a Junho, mostra que o índice de confiança dos empreiteiros é provavelmente o mais baixo de sempre, considerando que a actividade tem vindo a evoluir de forma "desfavorável", mas a aproximar-se perigosamente do índice "muito desfavorável".
A percentagem de utilização da capacidade produtiva instalada nas empresas situa-se, em 2006, dois pontos percentuais abaixo face à de 2005 - cifrava-se em Maio nos 74,1%, contra 76,3% no mês homólogo do ano passado - corroborando assim o baixo nível de actividade do sector. E que é confirmado pela quebra no consumo de cimento da ordem dos 3%, nos primeiros quatro meses do ano, com as vendas a decrescerem cem mil toneladas, para um total global de 2,5 milhões de toneladas.
"Isto significa que há 25% de capacidade instalada do sector que não está a produzir. São empresas que estão paradas por falta de mercado ou desapareceram", admite ao DN Tomás Gomes, director-geral da AECOPS, considerando que a situação é "altamente preocupante", já que as previsões "não são nada risonhas, se não forem tomadas medidas que aumentem o investimento e promovam a reabilitação urbana".
A reabilitação urbana constitui precisamente o segmento de negócio para que o sector apontou baterias ao tomar consciência de que a retoma económica tarda em chegar, arrastando consigo o tão esperado aumento do investimento público que impulsiona também o privado. Esta é uma área de negócio com um potencial económico relevante, sobretudo se tivermos em conta que as estimativas apontam para a existência em Portugal de cerca de 800 mil casas a necessitar de obras.
Em termos médios, na Europa a reabilitação ocupa 33% da produção do sector da construção civil, embora em países como a Suécia chegue aos 50%. Em Portugal ronda os 10%, ou um pouco mais, admitem as associações empresariais, mas o crescimento deve-se não a um aumento real do investimento em reabilitação urbana mas à diminuição do peso da construção de fogos novos.
Mas, como refere a AECOPS (ver entrevista na pág. 9), as esperanças depositadas na nova lei saíram frustradas porque "são tão tímidas as medidas tomadas e não levarão os senhorios a investir na recuperação dos seus imóveis porque não serão ressarcidos pelo aumento das rendas", sublinha Tomás Gomes.
Em termos da falências e dissoluções de empresas, o sector assistiu ao desaparecimento de mais de 3300 empresas, só no período que vai de Janeiro de 2001 a Junho de 2004. Mas o número de novas sociedades criadas faz com que o saldo se mantenha positivo. O que se explica, por um lado, pelo facto de se tratar de um sector que, só por si, exerce um grande poder de atracção (que mantém designadamente do período do grande boom da construção do sector da habitação nos anos de ouro de 2000 e 2001). Mas sobretudo porque há, reconhece a AECOPS, um grande fluxo de empresas dentro da própria indústria da construção. Ou seja, muitas vezes a estratégia de crescimento das empresas leva-as à criação de novas sociedades numa lógica de especialização de áreas de negócio.(03.07.06/Fonte : Diário de Notícias)Renova estuda abertura de fábrica em Angola
É no mercado angolano que a portuguesa Renova planeia abrir a sua terceira fábrica e a primeira fora de portas nacionais.
O projecto está a ser analisado numa óptica de curto e médio-prazo e poderá revelar frutos até ao final do ano. No plano de expansão internacional da Renova, "o mercado angolano é muito importante", revelou Paulo Pereira da Silva, presidente da empresa, ao Jornal de Negócios.
A marca está já presente em Angola, "com um posicionamento elevadíssimo em termos qualitativos", mas com um volume de vendas residual feito a partir de Portugal. "É um mercado no qual queremos estar presentes e que estamos a analisar com toda a seriedade. O passo seguinte terá forçosamente que passar por uma fabricação local e é esse aspecto que está agora em estudo", explica Paulo Pereira da Silva.
Sem avançar com previsões acerca do potencial de negócio do mercado angolano, bem como sobre possíveis parcerias de entrada em Angola, o presidente da Renova revela apenas a sua a crença "num país muito grande, riquíssimo, com relativamente poucos habitantes e que tem passado por muitas dificuldades". "Numa África que, nos últimos anos, tem estado a sofrer imenso, Angola pode ser um exemplo de reconstrução", defende.
50% do negócio fora de portas
Mesmo apontando para uma lança em África, o mercado europeu continua a ser prioritário para o negócio da Renova, cuja estratégia de internacionalização tem sido definida ao ritmo da penetração de grandes cadeias como Carrefour e Auchan.
Com presença internacional em Espanha, França, Luxemburgo e Bélgica, o próximo alvo é a Suíça, mercado onde a marca já é comercializada mas ainda não tem presença em nenhuma das três principais cadeias de distribuição. Em curso está também o reforço da Renova nos EUA através de uma equipa comercial que ainda este Verão começará a comercializar os chamados produtos "tissue".
Os números do negócio atestam a crescente importância do mercado internacional. Em 2005, o volume de facturação da empresa situou-se nos 120 milhões euros, à semelhança do ano anterior. Mas, pela primeira vez na história da Renova, o mercado externo foi responsável por mais de metade da facturação da empresa, com Espanha a liderar esta dinâmica.(03.07.06/Fonte : Jornal de Negócios)