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10/05

Portugueses poupam menos devido a queda de rendimento e juros baixos

Hoje é o Dia Mundial da Poupança. Mas a verdade é que os portugueses poupam cada vez menos - a taxa de poupança caiu de 11,8% para 10,4% do rendimento disponível, entre 2003 e 2004. As causas para a quebra são facilmente identificáveis com o rendimento disponível das famílias em queda, devido ao fraco crescimento dos salários reais, há cada vez menos dinheiro a sobrar no final do mês e, com as taxas de juro em valores historicamente baixos, os estímulos são para gastar, mesmo o que não se tem.

No ano passado, os portugueses aforraram 9,8 mil milhões de euros, de um rendimento total disponível de 94,8 mil milhões de euros, o que correspondeu a uma taxa de poupança de 10,4%, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Em 2003, quando a taxa de poupança estava nos 11,8% e o rendimento disponível dos portugueses era de 91,5 mil milhões de euros, o total "amealhado" pelos particulares ascendia a 10,8 mil milhões de euros.

Analisando os últimos seis anos, verifica-se que o aforro conheceu um pico em alta em 2001, decrescendo desde então.

A redução da taxa de poupança em 1,5 pontos percentuais nos dois últimos anos explica-se, segundo o Banco de Portugal, com o facto de o esforço de consolidação orçamental ter sido menos intenso do que o inicialmente admitido, o que contribui "provavelmente para estimular o consumo privado em 2004". As taxas de juro baixas e diversas formas contratuais de crédito bancário explicam também a redução da poupança.

A possibilidade de os portugueses poderem alargar o prazo dos seus empréstimos à habitação e diferir as amortizações de capital contribuiu igualmente para a redução da designada poupança "forçada", ou seja, aquilo que os portugueses aforram para amortizar os seus empréstimos, libertando assim recursos que podem ser utilizados para consumo, alerta ainda o Banco de Portugal.

A par de uma redução das poupanças, os portugueses descobriram simultaneamente outras formas de aforro. Os tradicionais depósitos bancários estão a perder terreno para produtos inovadores e mais sofisticados, como fundos de investimento, de pensões ou produtos estruturados, uma prova de que os consumidores estão a aprender a gerir o seu dinheiro.
(31.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Capital do Móvel lança ofensiva nos mercados externos
Mais informações : APIMA - Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins

A estratégia comercial vai passar por sensibilizar o IAPMEI e o ICEP para uma campanha para os próximos cinco anos que vai levar Paços de Ferreira às principais feiras europeias. A primeira fase destina-se ao mercado galego e ao mercado interno e visa trazer os consumidores à região.

A Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) vai desenvolver uma forte ofensiva comercial para a colocação em novos mercados dos móveis produzidos na região. De acordo com Carlos Dithmer, secretário-geral da AEPF, a estratégia passa por promover em conjunto os empresários da Capital do móvel, que inclui os dois concelhos vizinhos de Paços de Ferreira e Paredes, de forma a estimular a visita dos consumidores à região. Isto numa altura em que, finalmente, Paços de Ferreira vê concluídos os acessos viários, com a abertura, até ao final do ano do IC25.

Segundo Carlos Dithmer a AEPF tem já delineada uma outra iniciativa a propor ao IAPMEI e ICEP, para que a Capital do Móvel promova a marca em outros eventos realizados a nível europeu e destinados aos profissionais, mas também ao público em geral.

A primeira grande iniciativa é a presença dos empresários na Vigoferia, a principal feira multisectorial do norte de Espanha, que se inicia hoje e termina no dia 6 de Novembro. A campanha de marketing de dois anos envolve também o território nacional e parte de Espanha, e tem como objectivo a divulgação da marca capital do móvel. O custo estimado deste evento é de cem mil euros para este ano e para o próximo ano tem um custo semelhante.

Na 12ª Vigoferia - Salón del Mueble, Decoración e Interiorismo, a capital do móvel vai montar uma gigantesca "exposição" de mobiliário que vai ocupar cerca de 4000 metros quadrados e será integrada pelos stands de 28 empresários da região, dos quais 25 são de Paços de Ferreira e três do concelho vizinho de Paredes. Os dois concelhos juntos são responsáveis por cerca de 70% da produção e comercialização de mobiliário do país.

Numa estimativa realizada pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira no ano passado, o concelho pode ter cerca de um milhão de metros quadrados de área ocupada por exposições de móveis. No total, estão directamente ligadas ao comércio de móveis em Paços de Ferreira cerca de 350.

Esta é a primeira vez em que um grupo de empresários participa de uma feira internacional sob princípios comuns e com a organização da AEPF. Tradicionalmente, tais participações ocorrem de forma isolada ou, como foi o caso de1995, quando os objectivos eram mais limitados.

De acordo com o presidente da AEPF, Pedro Vieira de Andrade, o comércio de móveis do concelho é o grande motivo da campanha. Esta é uma campanha direccionada para o consumidor final, portanto visa captar consumidores para o comércio local. "Nós temos aqui, mais quantidade e variedade do que em qualquer outro lugar. Portanto, precisamos divulgar essa informação, mas especificamente para o público da Galiza, que é aqui ao lado". Não faria sentido uma campanha destas voltada para Barcelona ou Valência, por exemplo, afirmou.

De acordo com dados recolhidos pelo Departamento de Feiras e Eventos da AEPF, o índice de visitantes estrangeiros às últimas edições da Capital do Móvel, a maior feira de mobiliário do país dirigida ao público, oscilou entre os 20% e 30%. Na última edição da feira, realizada entre o final de Agosto e início de Setembro deste ano, nada menos do que 90% dos visitantes estrangeiros eram da Galiza.

Essa situação, segundo o presidente da AEPF, justifica a realização de uma campanha de marketing, já em desenvolvimento, dirigida especificamente para a província espanhola. "Neste momento, já está em andamento na Espanha campanha fortíssima ao nível dos meios publicitários, que envolve desde muppie, jornais e outros meios impressos, rádios e televisão (TV Galiza)", conclui o responsável pela AEPF.

Galiza mobiliza empresários

Pela primeira vez os empresários da indústria do mobiliário mobilizam-se e em conjunto apostam na promoção da marca numa feira vocacionada para os consumidores. A Vigoferia é uma das maiores feiras multisectoriais do Norte de Espanha. Localizada na cidade de Vigo, na Galiza, ocupa cerca de 33 mil metros quadrados de área coberta do Instituto Ferial de Vigo (Palácio de Exposições).

Paralelamente é formada por três grandes feiras: o 12º Salón del Mueble, Decoración e Interiorismo, a 10ª Pasarela Jóvenes Disegnadores e pela 8ª Expogalaecia - Salón de Turismo, Gastronomia e Artesania. Dentro deste evento, ocorre ainda a 3ª Potugalicia e o 3º Workshop Portugália. O evento para o qual vão os empresários de Paços de Ferreira e região é o 12º Salón del Mueble, que ocorre entre os dias 28 de Outubro e 6 de Novembro.

Empresários na expectativa de concretizarem bons negócios

Os empresários presentes na Vigoferia tem expectativas muito positivas quanto aos negócios que vão conseguir a curto e médio prazo. De acordo com Carla Morte, responsável comercial da Centímetro, esta é a primeira vez que a empresa está presente numa feira fora do país. Com 10 anos de existência e um volume de negócios de quatro milhões de euros, a Centímetro tem em Vigo a sua primeira experiência externa. É grande a expectativa para a empresa, que já aposta no design próprio, produzindo móveis contemporâneos, e com uma "qualidade de materiais e critérios acima da média", refere.

Fernando Correia, responsável da Móveis Jota, tem já alguma experiência no mercado externo e exporta para alguns mercados, consequência da presença na feira de Valência. Neste momento está a produzir para França e Bélgica, este último mercado com uma linha de móveis específica.

Portugal exporta 50% da produção

Em 2003, pela primeira vez, Portugal ultrapassou a barreira dos 50% da sua produção para os mercados externos. Produziu 1.260 milhões de euros e exportou 664 milhões (51.6 por cento). Em 2004. Portugal produziu 1.450 milhões de euros e exportou 765 milhões de euros, aumentando 15,3% em relação a 2003. No conjunto dos 25 países da UE, Portugal foi o quarto com a melhor subida. O País é o sexto da UE com a melhor balança comercial, com um saldo positivo de 320 milhões de euros. Portugal aumentou as exportações em 111 milhões de euros de 2003 para 2004, tornando-se no 14º maior exportador da Europa. Os principais mercados de destino são a França (37%), Espanha (33%) e Suécia (7%).
(28.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Mário Lino quer proibir contratos cruzados

Ministério quer evitar que uma empresa pública contrate administradores do universo estatal Gestores da Refer demitidos.

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, vai propor, brevemente, a Conselho de Ministros, que os administradores de empresas públicas não possam exercer quaisquer funções noutras empresas do Estado, em regime de contrato. A decisão foi anunciada, ontem, após a decisão de exonerar o Conselho de Administração da Refer, por justa causa, pelo que sem direito a indemnização.

A lei actual não proíbe a celebração de contratos por parte de administradores de empresas de capitais públicos com firmas na esfera do sector empresarial do Estado. No entanto, "apesar de não ser um comportamento ilegal, não deixa de ser duvidoso", sublinhou Mário Lino. "Em nome da transparência, o Governo não pode deixar que estes casos se repitam", frisou.

A proposta que Lino pretende levar a um dos próximos Conselhos de Ministros é, precisamente, a proibição de um administrador de uma empresa pública celebrar um contrato de trabalho com qualquer outra empresa do Estado. A decisão foi despoletada pela assinatura de um contrato, sem termo certo, entre dois administradores da Refer com a CP. Uma situação que o ministro quer evitar, alterando o Estatuto do Gestor Público.

Quanto à eventual dissolução do contrato dos dois administradores com a CP, Mário Lino adiantou que é necessário verificar quais os procedimentos legais que o ministério terá que cumprir, já que a legislação actual não o impede. "Temos que apreciar a situação daqueles que deixaram a administração da Refer mas que mantêm contrato com a CP", afirmou o ministro da tutela.

Na base da exoneração dos gestores da Refer está o facto de os dois administradores em causa, que não foram identificados, se terem "contratado a eles próprios" para prestarem serviço que não de administração à empresa - uma medida proibida por lei e que já tinha sido anulada pela própria administração. A anulação, contudo, não impede que tenha sido cometida uma "ilegalidade absoluta e repetida", explicou Mário Lino.

Luís Pardal é novo líder da Refer

Luís Filipe Pardal, engenheiro civil e presidente da empresa Ferbitas durante doze anos, foi nomeado presidente do conselho de administração da Refer , tendo Alfredo Pereira como vice-presidente. Romeu Costa Reis, Alberto Castanho Ribeiro e Carlos João Fernandes foram nomeados vogais. Os gestores vêm substituir José Braancamp Sobral, José Osório de Castro, Marques Guedes e Luís Miguel Silva, exonerados por justa causa. Já o administrador da Refer Manuel Aguiar de Carvalho e António Rosinha, da CP, foram afastados por "conveniência de serviço". Igualmente aceite por Mário Lino foi o pedido de demissão apresentado por Pires da Fonseca, até agora administrador da CP.
(27.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Socem desenvolve engenharia para o Volkswagen Marrakech

Interiores do novo SUV da Volkswagen são “made in Portugal”.

A Socem, empresa de engenharia de produto e moldes sediada em Leiria, está a desenvolver os projectos de engenharia e protótipos para o interior do Volkswagen Marrakech.

A empresa, que detém uma unidade fabril na Martingança e outra no Brasil, é fornecedora certificada da VW e participa neste projecto em parceria com a SPD, a empresa alemã que integra o Grupo Simoldes, de Oliveira de Azeméis, e que negociou o contrato directamente com a VW.

O VW Marrakech, o novo SUV da marca alemã, construído a partir da plataforma do Passat, esteve para ser construído na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, mas a fábrica de Wolfsburgo acabou por chegar a acordo com os sindicatos, garantido a produção local do automóvel. A participação da Socem neste projecto teve início no final de Setembro e centra-se no desenvolvimento de todos os interiores do novo veículo, excepto o painel de instrumentos. Trata-se do desenvolvimento da engenharia e da produção de protótipos funcionais que irão servir para o processo de certificação do veículo.

A rapidez de execução e o domínio da tecnologia bimaterial (que utiliza em simultâneo dois tipos de matéria-prima) terão sido, segundo Carlos Novo, director de desenvolvimento da Socem, os factores determinantes na conquista deste contrato que resultou do lançamento de um concurso a nível internacional. “Actualmente somos a empresa mais rápida da Europa a apresentar soluções de engenharia de produto e prototipagem”, sustenta Carlos Novo, salientando o facto dos projectos em curso terem de estar concluídos até ao final do ano.

A Socem é fornecedor certificado Classe A do Grupo VW, tendo já desenvolvido vários projectos para a multinacional alemã, designadamente através da VW Brasil e da VW México.

Presente na indústria automóvel a nível mundial, o grupo Socem tem-se destacado na produção de moldes, protótipos e desenvolvimento de engenharia para marcas como a Volvo, Mini-BMW, Renault, Grupo VW, Opel, Saab e Mercedes.

O grupo liderado por Luís Febra emprega 171 pessoas e facturou, em 2004, sete milhões de euros. Para este ano, o empresário estima um ligeiro acréscimo na facturação, “apesar do deslocamento da procura para a China a Europa de Leste”.
(25.10.05/Fonte : Diário Económico)

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Delta Cafés compra distribuidor francês e "ataca" mercado

Empresa de Campo Maior quer expandir vendas para além do "mercado da saudade".

A Delta Cafés acaba de adquirir a empresa do seu distribuidor em Paris, passando a estar directamente presente naquele mercado. Desta forma, a empresa de Campo Maior pretende ter um controlo mais apertado das suas vendas em França, país onde será implementada uma nova estratégia de negócio.

"Surgiu a oportunidade de compra e decidimos avançar. Assim, para além de Espanha, passamos a ter também uma presença directa em França", afirmou ao DN Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés.

Contudo, a empresa não quer manter a estratégia do seu antigo distribuidor. "90% da carteira de clientes era constituída por portugueses com negócios na zona de Paris. Acreditamos que a Delta tem um potencial de crescimento fora do mercado da saudade. Estamos a estudar esta situação para avançar com a estratégia mais adequada", frisou.

Rui Miguel Nabeiro não adiantou quais os objectivos traçados para o mercado francês, uma vez que "a aquisição foi feita há muito pouco tempo e ainda estamos a estudar a situação".

Pelo contrário, em Espanha as metas já estão bem definidas. "O nosso objectivo é chegar aos 5% de quota de mercado e estar entre as cinco primeiras marcas, em cinco anos". A Delta tem departamentos comerciais em sete regiões espanholas, tendo actualmente uma quota de 3,5%. Neste momento, a empresa está a elaborar um plano estratégico, com a Blue Consulting, para trabalhar o desenvolvimento da sua participação no mercado espanhol e respectiva internacionalização da marca.

A Delta tem ainda distribuidores em vários países da Europa, sobretudo ligados a negócios de portugueses. As vendas internacionais estão também a crescer na Internet. "Lançámos o site com vendas online em Fevereiro, e está a superar todas as expectativas. Temos vendido café para todo o mundo e já temos clientes fiéis, como, por exemplo, na Noruega. Embora a maior parte das encomendas sejam de pequenas quantidades, em Setembro vendemos 100 kg para um cliente norte-americano, o que já é significativo."

No mercado nacional, a empresa entrou no segmento dos escritórios, com a Delta Office. "É um nicho das pequenas empresas, onde oferecemos merchandising diferenciado e apostamos nas mulheres como vendedoras. São mais atenciosas em relação aos detalhes e mais preocupadas com o arranjo e limpeza. Em quatro meses conquistámos 70 clientes."
(24.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Refeições nos hospitais com falta de higiene
Hospital de Egas Moniz está entre os piores classificados

Estudo:  Das 21 unidades analisadas pela Deco oito obtiveram uma classificação negativa Administradores apuram responsabilidades.

As cantinas de oito hospitais estão a servir refeições com falta de higiene aos seus doentes, segundo um estudo da Deco em 21 unidades. Os resultados da avaliação, a publicar na Pro Teste, são particularmente desfavoráveis aos hospitais da Cova da Beira (Covilhã), São Francisco Xavier, S. José e Egas Moniz (Lisboa) e Espírito Santo (Évora), que obtiveram a pior classificação, numa escala de mau, medíocre, médio, bom e muito bom.

O presidente do Conselho de Administração do Hospital Egas Moniz, José Miguel Boquinhas, afirmou que a nota negativa obtida refere-se à higiene do pessoal que presta o serviço de catering. A administração já convocou uma reunião com a empresa responsável. No caso do Hospital S. José, um responsável limitou-se a comentar que a instituição não tinha conhecimento da realização de qualquer estudo. Do outro hospital de Lisboa que não passou no teste - S. Francisco Xavier - não foi possível obter qualquer reacção.

Os resultados apanharam de "surpresa" o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, Miguel Castelo Branco. Este responsável lembra que a alimentação é fornecida por uma empresa, que "será responsabilizada pelos dados a que venhamos a ter acesso". Admite, de resto, que esse resultado "é importante" na medida em que "o serviço vai a concurso até final do ano".

Entre as oito unidades com apreciação negativa, os hospitais de Santa Marta (Lisboa), Covões e Pediátrico (Coimbra) apresentam, no estudo citado pela agência Lusa, a pontuação de medíocre. No caso das unidades de Coimbra, o presidente do Conselho de Administração, Rui Pato, refere que no relatório que lhe foi enviado pela Deco apenas surgia como ponto desfavorável a preparação das saladas. "Mas até foi positivo porque de imediato tomámos providências junto do concessionário".

Só o Hospital dos Capuchos (Lisboa) e o privado S. João de Deus (Montemor-o-Novo) obtiveram a classificação "bom". No que respeita às refeições dos funcionários, 14 têm avaliação negativa.
(20.10.05/Fonte : Jornal de Notícias)

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Ciclo de subida dos juros deverá já ter começado

As taxas de juro deverão já ter iniciado o seu ciclo de subida. A Euribor a 6 meses, o indexante mais utilizado para o cálculo das taxas do crédito à habitação, há cerca de dois anos que se encontra em níveis muito baixos. Nos últimos dois meses, no entanto, o seu valor tem vindo a subir ligeiramente. De um pico mínimo de 2%, as taxas estão agora nos 2,25%, com Euribor a 12 meses a situar-se perto dos 2,4%.

Mas nos últimos dois anos registaram-se, por diversas vezes, "falsas partidas" no que respeita ao início do ciclo de subida das taxas. Será que desta vez não haverá novas descidas?

Para Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, se a economia europeia não voltar a desapontar, poderemos estar a viver o início o ciclo de subida das taxas. Segundo esta responsável, o Banco Central Europeu (BCE) deverá subir as suas taxas directoras em Março do próximo ano para 2,25%, subida essa que já está descontada no actual nível das taxas interbancárias. "Como este movimento não será um caso isolado, as taxas Euribor continuarão a subir", refere.

O discurso do BCE, apontando para o risco de subida da inflação na Europa, é também um indício para Rui Constantino, economista-chefe do Santander Negócios, de que aquela autoridade monetária se prepara para subir os seus valores de referência. "Os últimos indicadores económicos europeus estão ligeiramente melhores, pelo que começa a haver condições para a subida das taxas", considera. Estas poderão subir até aos 3,5%, mas mais importante do que o valor da subida é evitar que as famílias sejam surpreendidas com esse movimento, salienta o economista.
(17.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Medidas para cortar despesa e subir receita

Subsídio de desemprego

A revisão no subsídio de desemprego pretendida passa por impedir o acesso à prestação para quem abandona o mercado de trabalho por rescisão amigável e condicioná-la à procura activa de emprego por parte do desempregado, que deixará de poder recusar ofertas de emprego, em função de uma nova consideração de "emprego conveniente", quer em termos de categoria profissional, quer em termos geográficos. A redução do período de duração daquela prestação para os mais jovens também está em cima da mesa.

Cálculo da pensão

O período de transição, que se estendia até 2017, para a contabilização de toda a carreira contributiva no cálculo da pensão será antecipado. Prioridade é evitar a manipulação dos descontos dos trabalhadores independentes. Para a maioria dos futuros pensionistas a regra que vigora é a contabilização dos últimos dez anos dos últimos quinze.

Taxa social única

A alteração legislativa, já aprovada, que aumenta o desconto mínimo dos trabalhadores independentes para a Segurança Social, de um para um salário mínimo e meio, deverá render uma receita adicional da ordem dos 50 milhões de euros em 2006.

Salário mínimo

A desindexação de várias prestações sociais ao salário mínimo dará ao Governo mais margem de manobra para gerir as suas diferentes actualizações. Embora não deva entrar em vigor em 2006, a desindexação permitirá que o subsídio de desemprego deixe de equivaler a 100% do salário mínimo, quando este for actualizado. Uma mudança que fará com que receber subsídio deixe de ser um desincentivo à procura de emprego, reduzindo, idealmente, o número de beneficiários.

Subsídio de doença

O controlo sobre esta prestação será reforçado com a ligação electrónica da Segurança Social com o Ministério da Saúde. Deste modo, de cada vez que é passada uma baixa, a Segurança Social tem acesso directo, podendo não só verificar a periodicidade das mesmas em relação a um mesmo beneficiário, como actuar mais rapidamente na convocação dos beneficiários para as juntas médicas.
(14.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Receita tributária aumenta, no produto interno bruto português

As receitas fiscais têm aumentado em percentagem do produto interno bruto de Portugal, ao contrário dos países da União Europeia e da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Num relatório sobre as receitas públicas entre 1965 e 2004, a OCDE afirmou que a carga tributária no nosso país, incluída a segurança social, cresceu 16,3 pontos percentuais de 1975 a 2003.

Em 1975, o peso dos impostos na riqueza produzida em Portugal era de 20,8 por cento; em 2003, 37,1 por cento.

Segundo a OCDE, os impostos sobre o rendimento representavam em Portugal, há dois anos, 5,8 por cento do PIB ; os impostos sobre os lucros empresariais, 3,2 por cento; as contribuições para a segurança social, 11,7 por cento; a tributação sobre o património, 1,5 por cento; os impostos sobre bens e serviços, 13,6 por cento.

Em 2003, o peso dos impostos no produto interno bruto ia do mínimo de 19 por cento no México até ao máximo de 50,6 por cento na Suécia.
(13.10.05/Fonte : Correio da Manhã)

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Governo obriga escolas a darem aulas de recuperação

Insucesso escolar Ministério da Educação quer planos de recuperação de alunos em todas os estabelecimentos de ensino Professores e pais exigem medidas de maior alcance.

O Ministério da Educação quer que os planos de recuperação de alunos com insucesso escolar que já estavam a ser feitos em muitas escolas sejam, obrigatoriamente, concretizados por todas. Para tanto, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, divulgou, ontem, junto da Comunicação Social, que um despacho está em fase de elaboração, de forma a que, já a partir do segundo período escolar, os estabelecimentos de ensino ofereçam aulas suplementares. Os professores lamentam não terem sido ouvidos sobre o assunto e duvidam que consigam recuperar alunos, dando-lhes "mais do mesmo".

Valter Lemos afirmou que, a partir do segundo período, os conselhos de turma irão propor planos de recuperação, a aplicar nos segundo e terceiro períodos. Serão alvo das medidas os alunos que tenham um número de negativas que não os permita passar de ano.

Nesse plano de recuperação deverão constar aulas suplementares nas disciplinas em que os resultados sejam negativos ou aulas de organização do estudo e de métodos de trabalho.

Diploma legislativo ainda não existe. Segundo Valter Lemos, ainda está a ser elaborado, devendo ficar pronto até ao final do mês.

Para os professores - e, curiosamente, para os próprios pais - o Ministério da Educação não levou aos órgãos de Comunicação Social qualquer novidade, já que os planos de recuperação existem em muitas escolas há vários anos. Contudo, a sua generalização enquanto forma de combater o insucesso escolar deixa aos professores - afinal, os profissionais que trabalham nas escolas com os alunos - muitas dúvidas.

"Estou ansiosa para ver os planos de recuperação para crianças que não aprendem porque passam fome". O comentário, feito por uma professora num sítio da Internet dedicado aos temas da educação vem ao encontro da reacção das organizações sindicais à medida anunciada. Adriano Teixeira de Sousa, da Federação Nacional dos Professores, disse ao JN que , em vez de oferecer aos alunos "mais do mesmo, seria mais útil criar nas escolas equipas multidisciplinares, já que as causas do insucesso são múltiplas".

Por seu turno, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, também considerou os planos de recuperação insuficientes. No seu dizer, as escolas deveriam ter mecanismos de intervenção para todos os casos de insucesso e não apenas para os que apresentam maus resultados apenas em algumas disciplinas.

"Soube a pouco", dizem pais

"Soube a pouco", comentou ao JN Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). Aquele dirigente recordou que os planos de recuperação têm 13 anos e já fazem parte do Decreto-Lei 98/A de 1992, o qual continua em vigor.

Para Albino Almeida, para além de dar aos alunos "mais do mesmo", o Ministério da Educação devia fortalecer a autonomia e capacidade de decisão das equipas de coordenação dos apoios educativos (ECAE), existentes nas escolas."O sistema está burocratizado e as ECAE dependem das direcções regionais de educação para tudo", salientou. "Essas equipas deviam ter autonomia para trabalharem directamente e em rede com as autarquias e centros sociais na busca de resposta para os alunos com dificuldades de aprendizagem, como acontece nos países da Europa do Norte", referiu.
(12.10.05/Fonte : Jornal de Notícias)

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edgeBOX [da empresa portuguesa Critical Software] ganha prestigiante prémio internacional atribuído pelo IEC

A edgeBOX, da Critical Software, foi distinguido pelo International Engineering Consortium (IEC) com o InfoVision Award para a melhor Broadband Appliance.

É a primeira vez que uma empresa Portuguesa, a Critical Software, recebe este prestigiante prémio internacional.

O edgeBOX fornece serviços integrados que contemplam os domínios de network (IP), collaboration (IT) e voice (VoIP) num único equipamento, substituindo de forma particularmente eficaz 4 a 6 equipamentos distintos que normalmente são necessários para fornecer o mesmo tipo de serviços em pequenas e médias empresas e organizações.

O InfoVision Award premeia tecnologias, produtos, e serviços considerados únicos e particularmente úteis na indústria de telecomunicações bem como contribuições inovadoras que nesse domínio demonstrem ser importantes para a sociedade em geral.

Os produtos ou soluções elegíveis para o prémio têm de estar disponíveis na altura do IEC Broadband World Forum Europe, que este ano teve lugar em Madrid de 3 a 6 de Outubro.

A solução premiada responde a uma nova oportunidade identificada pela Critical no mercado das telecomunicações que emerge da facilidade de acesso, a baixo custo, à largura de banda. Tal, gera apetência para serviços de comunicação sofisticados, integrados, fáceis de usar e de baixo custo nas PMES que tipicamente têm dificuldade de acesso a know-how de TI e pressiona os operadores de telecomunicações e fornecedores de serviços a oferecerem serviços de valor acrescentado que os destingam de competidores, melhorem o retorno por assinante e promovam novos modelos de negócio para além da conectividade – cada vez mais vista como uma commodity.

O edgeBOX destaca-se da concorrência porque utiliza hardware standard de baixo custo (COTS) e um conjunto particularmente rico e integrado de aplicações open-source que fornecem uma plataforma convergente de serviços IT, IP, e VoIP.
(11.10.05/Fonte : Portugal News)

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Cidades castigam socialistas

PS perde importantes câmaras para PSD e CDU. Carmona vence em Lisboa, Rio conquista maioria no Porto

A‘onda laranja’ que há 4 anos derrotou o Partido Socialista nas principais cidades do País e que levou António Guterres a demitir-se do Governo por causa do “pântano” repetiu-se ontem e à conquista de Lisboa Porto, Sintra e Coimbra, o PSD juntou Aveiro e Santarém.

Das capitais de distrito, Marques Mendes só perdeu Faro para o PS. A CDU também reconquistou municípios emblemáticos como Barreiro, Sesimbra e Marinha Grande. Além do descalabro eleitoral do PS, a outra nota da noite foi a vitória dos independentes Isaltino Morais, Valentim Loureiro e Fátima Felgueiras. Dos quatro mais mediáticos candidatos-arguidos apenas Avelino Ferreira Torres foi derrotado em Amarante.

Enquanto a CDU resistiu à bipolarização e contou as vitórias das reconquistas ao PS em municípios da Grande Lisboa e ganhou, pela primeira vez, através de um candidato independente, Peniche, o CDS só teve motivos para festejar através das vitórias das coligações com o PSD, todas lideradas por candidatos indicados pelo partido liderado por Marques Mendes.

Na contabilidade do partido agora liderado por Ribeiro e Castro, apenas restam Ponte de Lima, de Daniel Campelo,o homem do queijo limiano, que há 4 anos se tinha apresentado como independente. Corvo, Oliveira do Bairro e Marco de Canaveses foram perdidas.

O Bloco festeja a eleição do independente Sá Fernandes para Lisboa e além da reeleição da edil de Salvaterra, ex-autarca do PCP, que há 4 anos mudou para as listas do Bloco, o partido ainda não disputa a liderança de qualquer outro município.

O voto de protesto, especialmente dos funcionários públicos, penalizados pelas medidas de austeridade, pode ter contribuído para a derrota socialista. Mas se há 4 anos António Guterres interpretou a derrota socialista como um cartão vermelho ao Governo e assumiu que não tinha condições para continuar , ontem José Sócrates garantiu que o Governo não estava em causa nestas eleições.

“Os resultados do PS ficam aquém das suas expectativas. Tínhamos expectativas altas que não foram confirmadas”, disse José Sócrates, na sede do partido, em Lisboa.

Mas o primeiro-ministro salientou que os resultados destas eleições não devem ter uma leitura nacional: “O que estava em causa não era o Governo, eram as câmaras municipais”.

Sócrates prometeu que o Governo “cooperará com todos os autarcas eleitos”, independentemente do partido a que pertençam.

O primeiro-ministro não se esqueceu de elogiar o trabalho de Jorge Coelho, considerando que dirigiu a campanha do seu partido com “grande profissionalismo”.

Marques Mendes congratulou-se com a “vitória expressiva” dos sociais-democratas nas eleições autárquicas, mas afirmou que a derrota do PS não põe em causa o mandato do Governo.

Por sua vez, o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que os resultados eleitorais são um “sério aviso” ao PS e ao Governo e mostrou-se satisfeito com a prestação da CDU. O secretário-geral do PCP salientou as “medidas antipopulares” que têm sido tomadas pelo Executivo.

FRASES DA NOITE

"Era o que faltava se um líder partidário estivesse em causa por causa de uma derrota em eleições autárquicas". José Sócrates (primeiro-ministro e Líder do PS)

"Não transformamos eleições autárquicas em legislativas (...) mas este Governo não pode olhar para o País como propriedade sua, como sua coutada". Marques Mendes (Líder do PSD)

"Os resultados das autárquicas são um sério aviso ao PS e às políticas do seu Governo". Jerónimo de Sousa (Líder do PCP)

"O saldo nacional traduz-se numa clara vitória do centro direita para a qual o CDS contribuiu fortemente". Ribeiro e Castro (Líder do CDS-PP)

"O grande derrotado das autárquicas é o primeiro-ministro, José Sócrates, que teve resultados piores que a grande derrota de 2001." Francisco Louçã (Coordenador do BE)
.(10.10.05/Fonte : Correio da Manhã)

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60 mil em risco de penhora pela Segurança Social

IGFSS identificou 38 mil imóveis e 44 mil carros penhoráveis com novo sistema. Os imóveis de contribuintes com dívida podem ser postos à venda em dois meses, após notificação.

Dever à Segurança Social vai doer mais e mais cedo. O processo de cobrança coerciva de dívidas, desde o momento em que é instaurado até que os bens penhorados são postos à venda, vai ser encurtado para 62 dias, disse ao DN o presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), José Gaspar. Actualmente aquele processo pode demorar vários meses ou, em certos casos, mais de um ano.

O encurtamento dos prazos deve-se à entrada em funcionamento, desde ontem, de uma aplicação informática que permite aos serviços identificar, de forma automática, os bens penhoráveis de um contribuinte devedor, através da interconexão de dados com o fisco, que está em vigor desde 2004. "Em vez de estarmos à espera da resposta das conservatórias sobre os imóveis ou automóveis dos contribuintes, podemos aceder directamente às bases de dados."

Ao abrigo do novo modelo de gestão de dívida, o IGFSS tem já 60 mil contribuintes com dívidas participadas para cobrança coerciva. "Temos a consciência de que este número é o resultado de uma primeira abordagem e que a dimensão dos devedores é maior", admite José Gaspar.

A aplicação daquela funcionalidade a um conjunto de processos de cobrança coerciva permitiu já identificar 38 mil imóveis, no valor de 1,3 mil milhões de euros, e 44 mil automóveis, avaliados em 328 milhões de euros, que serão penhorados caso os seus proprietários não regularizem a dívida no prazo de 30 dias após a confirmação de citação. Pela mesma via, o IGFSS registou 457 mil contas bancárias, como potencialmente penhoráveis, em caso de incumprimento. Outro alvo de congelamento são os salários, uma vez que o IGFSS tem acesso ao registo de remunerações enviadas mensalmente. Apesar da determinação em duplicar a taxa de recuperação da dívida - actualmente de 17%-, até 2008, "o principal objectivo não é ficarmos com carros e casas para vender, mas fazer com que quem deva pague", diz José Gaspar. Por isso, a prioridade é "actuar o mais precocemente possível, antes de a dívida atingir valores elevados, que dificultem a manutenção das empresas, mas também não podemos dar falsos balões de oxigénio".

Cobrança em 62 dias

A partir de ontem, os serviços devem demorar apenas dois dias para notificar os devedores para o pagamento em falta, a partir do momento em que é instaurado o processo. O contribuinte tem 30 dias para liquidar a dívida, protestar ou acordar um modelo de pagamento. Findo aquele prazo, as secções distritais de execução fiscal da Segurança Social avançam para a penhora de bens e créditos, e, caso continue a não existir o pagamento, é accionada a venda dos mesmos. Caso a receita obtida com a venda não seja suficiente, a dívida reverte, ao fim de 30 dias, para o gerente da empresa, e reinicia-se o processo.
(07.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Governo cria superórgão de fiscalização

Vai hoje a Conselho de Ministros o projecto de decreto-lei que reestrutura a fiscalização das actividades económicas e da segurança alimentar, fundindo-as num só organismo que integrará as atribuições das dezenas de entidades que actualmente existem. Na versão entregue para consulta, o Governo designou-o por IAESA - Inspecção-Geral das Actividades Económicas e da Segurança Alimentar -, mas o DN sabe que o nome deverá, entretanto, ter sofrido alterações de última hora.

A IAESA, ou entidade com nome semelhante, surge para cumprir o objectivo do Governo de "relançar a política de defesa dos consumidores". Concentra num único organismo o "saber fazer" disperso por vários serviços e direcções-gerais, com "ganhos de eficiência e maior eficácia", que permita proceder a uma avaliação científica independente dos riscos na cadeia alimentar e fiscalizar as actividades económicas, desde a produção aos estabelecimentos industriais ou comerciais.

Tutelada pelo Ministério da Economia e da Inovação, absorverá não só a Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE) e a Agência Portuguesa da Segurança Alimentar (APSA), como também a Direcção-geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (DGFCQA), as direcções de Serviços de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar e respectivas divisões, das Direcções Regionais de Agricultura. Ficará, ainda, com as atribuições da Direcção de Serviços dos Controlos Veterinários e respectivas divisões e Divisão de Alimentação Animal, da Direcção-geral de Veterinária, serviços estes que serão também extintos.

Com esta reformulação, entre as muitas áreas sobre as quais o Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas perde a tutela, destaque para a fiscalização de matadouros, bem como dos estabelecimentos da indústria transformadora da pesca, navios, lotas e mercados grossistas. Deixa também de assegurar o funcionamento dos postos de inspecção fronteiriços e a execução do Plano Nacional de Controlo de Resíduos. Da sua alçada sai igualmente a emissão de certificados de salubridade e outra documentação de acompanhamento de produtos de origem animal e vegetal destinados ao consumo humano ou animal ou o controlo da circulação e comércio de uvas em todo o território nacional.

O IAESA, ou denominação semelhante que receba a nova entidade, terá ainda de fiscalizar as obrigações legais dos agentes económicos, instruindo os respectivos processos de contra-ordenação.

Com sede em Lisboa, o novo organismo terá serviços desconcentrados no território. As suas receitas serão constituídas por "dotações provenientes do Orçamento de Estado, produto de serviços prestados, da vendas de publicações, das coimas cobradas em processos de contra-ordenação e da cobrança de taxas".

Em termos de pessoal, o projecto de decreto-lei que será votado no Conselho de Ministros, prevê a transição, para as mesmas carreiras e categorias que detêm, os funcionários da IGAE, DGFCQA e APSA, bem como todos os afectos aos quadros de pessoal das divisões de fiscalização de cada uma das restantes entidades envolvidas, nomeadamente o Instituto da Vinha e do Vinho, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, as direcções regionais de agricultura, a Direcção-geral de Veterinária, a Agência de Controlo das Ajudas Comunitárias ao Sector do Azeite e a Direcção-geral das Pescas e Aquicultura.
Associação exige ser ouvida

A Associação das Empresas de Vinho do Porto não gostou de ser ignorada na criação da IAESA. George Sandeman, presidente da AEVP, escreveu ao ministro da Agricultura, Jaime Silva, manifestando-se perplexo pela transferência de competências do IVDP para o novo organismo sem a consulta ao sector e lamentando que a sua carta de 5 de Agosto e o seu pedido de audiência de 13 de Setembro tenham ambos ficado sem resposta.

"Não poderemos admitir que, pela necessária reestruturação do sector público e dos seus organismos, que têm um funcionamento deficiente, se adoptem soluções generalistas sobre um organismo que apesar de público, funciona correcta e eficazmente, detém prestígio internacional, é totalmente custeado pelo próprio sector." George Sandeman, que escreveu também ao ministro da Economia, lamenta ainda que o Governo "não reconheça a especificidade legislativa e cultural do vinho, facto que o distingue dos restantes produtos alimentares".

A AEVP exige, ainda, ser ouvida no que respeita à alteração do quadro institucional do sector.

Refira-se que o decreto retira ao IVDP as competências de fiscalização referentes à circulação de mostos e vinhos na Região do Douro e entreposto de Vila Nova de Gaia, sendo suposto que as suas brigadas transitem para os quadros do novo organismo. O Ministério da Agricultura afirmou ao DN que a criação deste novo organismo "é um sinal evidente de racionalização e rentabilização dos meios do Estado". E garante que não há razões de preocupação quanto ao IVDP. "Não se pode confundir fiscalização com certificação." A questão é que o IVDP fica sem competências fiscalizadoras nos vinhos, mas mantém-nas na fase da produção e de inventariação das instalações de vinificação.
(06.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Portugueses estão cada vez mais pessimistas

As famílias portuguesas queixam-se da sua situação financeira "nos últimos doze meses", temem o desemprego, afirmam que não tencionam comprar bens duradouro, como electrodomésticos e carros e duvidam que consigam poupar seja o que for nos próximos tempos. A confiança dos consumidores portugueses na economia voltou a cair em Setembro, pela quarta vez consecutiva.

Por outro lado, existem "fortes indícios de subida dos preços nos próximos meses", revela o INE, à luz dos dados colectados em Setembro junto dos empresários da indústria transformadora. Isto significa que o aumento dos custos à saída das fábricas poderá pressionar os preços juntos dos consumidores. "Será com certeza resultado da evolução recente dos preços do petróleo nos mercados internacionais".

Um aumento na procura externa e interna está na origem de um ligeiro aumento da confiança dos industriais na economia, o que deverá levar a um aumento da "produção prevista", para os próximos três meses. Mas os industriais continuam a afirmar que não deverão gerar mais emprego, principalmente no sub-sector de fabricação de bens de consumo.

No sector de serviços o panorama é mais optimista. É que, "a tendência actual do volume de vendas melhorou nos últimos dois meses", relata o INE, o que levou os empresários a demonstrar maior confiança na economia, "com especial intensidade em Setembro". Mas também aqui este sentimento positivo é ainda insuficiente para gerar mais emprego.

Com as famílias a apertarem o cinto, a confiança dos comerciantes "voltou a deteriorar-se, pelo quinto mês consecutivo". Os lojistas não deverão aumentar os pedidos de novas encomendas junto dos grossistas e há sinais que se poderá verificar uma "menor pressão na subida dos preços".

Por tudo isto, o indicador de clima económico está já ao nível mais baixo desde Setembro de 2003.
(05.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Incêndios florestais : Vendaval de chamas fustiga região centro

Medo. Desde a tarde de domingo até ao início da noite de ontem, viveu-se em pânico na Figueira da Foz

É quase o eclipse total da floresta portuguesa já em pleno Outono, depois do drama dos meses quentes de Julho e Agosto. Ontem, o dispositivo de combate aos incêndios florestais voltou a engrossar mais de 1750 bombeiros, apoiados por 482 viaturas e 14 meios aéreos, entre os quais um Canadair espanhol a actuar na Figueira da Foz. Um vendaval de chamas a varrer o País, num dia em que dos 18 incêndios activos, ao início da tarde de ontem, 11 continuavam por circunscrever.

Por precaução, em Pombal, foi evacuada de manhã a escola de ensino básico de Santiago de Litém. A meio da tarde, um violento incêndio que "nasceu" em Carregal do Sal (Viseu) entra no concelho de Tábua (Coimbra), fora de controlo. Em Coimbra, a vários quilómetros de distância dos fogos, o dia de ontem foi quase sempre irrespirável, com as cinzas a cair do ar.

Mais de 24 horas depois de ter deflagrado, o incêndio na Figueira da Foz começou a dar tréguas, permitindo aos bombeiros considerá-lo circunscrito à hora de fecho desta edição. Mas a madrugada de ontem foi de sobressalto. São quase três da manhã, ninguém dorme, devido ao drama que se abate sobre a Serra da Boa Viagem. O DN acompanha o pesadelo. Na vila piscatória de Buarcos, as labaredas descem a encosta e para quem se encontra na marginal oceânica (apenas acessível a veículos prioritários), estar à beira-mar torna-se quase insuportável devido ao fumo. De um lado da estrada está o Atlântico, do outro um mar de labaredas.

Um vai-vém de ambulâncias e de carros de bombeiros, perto do Cabo Mondego. Na encosta da Nossa Senhora da Encarnação, uma zona urbanizada, o fogo avança descontrolado. Os bombeiros aplicam o empenho para defender as moradias. Populares usam baldes e mangueiras. Quase não falam entre si. Combatem, quase maquinalmente.

Às 02.00 da madrugada chega um Grupo de Reforço Rápido (GPR) de Setúbal, já antes havia chegado um outro de Santarém. No terreno vários veículos militares da Escola Prática de Serviços de Transportes da Figueira da Foz ajudam nas operações. Esperam-se mais GPR de outras zonas do País. A floresta está a saque. O vento sopra com muita força.

No centro de comando avançado, montado nas imediações do parque de campismo municipal (evacuado no domingo por precaução), o comandante distrital operacional de Coimbra, António Bernardes, teme os reacendimentos devido à inconstância do vento. Ao seu lado, o actual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Duarte Silva, dispara "Para além do azar, há muitas coisas estranhas".

A pedido do DN o autarca concretiza "Nas últimas três semanas, sempre ao fim-de-semana, há fogos na serra do Paião. Desta vez, foi também isso que aconteceu". Em sua opinião, deve ser analisado este fenómeno. António Bernardes, acrescenta: "Foram cinco incêndios na Figueira, um em Montemor-o-Velho e oito em Soure". Certo é que a Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária está em campo, desde anteontem, no sentido de investigar as suspeitas de crime.

Duarte Silva, que se recandidata à autarquia, decidiu suspender a campanha eleitoral por dois dias, justificando esta atitude com a "situação de catástrofe" no concelho. O autarca lamenta que os dois meios aéreos pesados que combateram o fogo ainda anteontem "não tenham chegado mais cedo", apesar de reconhecer que havia outras situações, designadamente na zona de Viseu, onde os dois Canadair, da pista de Seia, actuaram.

Ao fim da tarde, de Carregal do Sal (Viseu) chegavam três frentes violentas ao concelho de Tábua (Coimbra). Os acessos difíceis, com inclinação abrupta, junto à albufeira do Rio Mondego, estavam a complicar as tarefas de combate de 251 bombeiros. No mapa nacional dos incêndios, 11 distritos estavam a enfrentar as chamas.

Entretanto, a Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais anunciou que o período crítico foi prorrogado até 15 de Outubro, proibindo lançar foguetes, fumar, fazer lume, queimadas ou fogueiras na floresta.
(04.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Clima económico melhorou em Setembro

Confiança dos consumidores e da indústria está menos negativa

O mês de Agosto apresentou alguns sinais aparentemente positivos . E os dados da Comissão Europeia indicam uma melhoria do clima económico em Setembro, embora com todos os indicadores em níveis ainda muito baixos.

O índice de produção industrial aumentou 4,5%, principalmente devido a um acréscimo de 18,6% na energia, mas também a uma clara recuperação nos bens de investimento, com um aumento de 8,3%, revelou o INE. A produção de bens intermédios subiu 3,1% em Agosto.

A produção de bens de consumo caiu 0,9%, com a de artigos de consumo duradouros a cair 11,8% e a produção de bens de consumo não duradouros a registar um ligeiro crescimento de 0,3%. A produção das indústrias transformadoras aumentou 2,2% em Agosto. No entanto, no bimestre Julho/Agosto soma uma quebra de 1,4%.

Por tipo de bens, a produção de energia cresceu 16,0% e a de bens intermédios subiu 0,6%. Em contrapartida, a produção de bens de consumo caiu 3,7% (redução de 13,1% nos bens de consumo duradouros) e a de bens de investimento recuou 2,8%.

Nos dois primeiros quadrimestres do ano, a produção industrial diminuiu 0,8%, com queda de 2,9% nas indústrias transformadoras, e a energia foi o único tipo de bens a apresentar uma evolução favorável, crescendo 14,3%.

O volume de negócios da indústria cresceu 7,5% homólogos em Agosto, com comportamentos positivos em todos os tipos de bens, com destaque para o crescimento de 26,6% na energia e de 25,5% nos bens de investimento.

As vendas industriais para mercados externos subiram 12,4%, com a facturação da energia para o exterior a mais do que duplicar e a dos bens de investimento a crescer 69,6%. O volume de negócios industrial para o mercado português cresceu 5,3%, puxado pelo acréscimo de 18,6% na energia. Nos oito primeiros meses do ano, o volume de negócios da indústria portuguesa aumentou 2,2%

Bons sinais também no comércio - as vendas a retalho cresceram 2,0% em termos reais em Agosto, com aumento de 3,1% nos produtos alimentares e acréscimo de 1,0% nas de bens não alimentares. No bimestre Julho/Agosto, as vendas retalhistas quase estagnaram, crescendo 0,2%, após um aumento de 3,8% no segundo trimestre. No bimestre, as vendas retalhistas de bens alimentares aumentaram 1,4% e as de produtos não alimentares recuaram 0,8%. Nos oito primeiros meses, as vendas do comércio a retalho aumentaram 2,6%.

O inquérito às empresas e consumidores da Comissão Europeia aponta para uma melhoria do indicador de clima económico em Portugal, tendência idêntica à observada na UE e na zona euro. A recuperação do clima em Portugal resulta de indicadores de confiança dos consumidores e na indústria menos negativos, estabilização do comércio a retalho e maior pessimismo na construção e nos serviços. Todos os indicadores de confiança estão claramente abaixo da média de longo prazo.
(03.10.05/Fonte : Diário de Notícias)

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