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08/05

Inflação sobe 2,2% em Portugal em Julho

Os preços no consumidor aumentaram 2,2% em Julho, face ao período homólogo de 2004, em Portugal, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O incremento foi impulsionado pelos elevados preços da energia, que subiram 12% no período analisado. Por sua vez, os preços no sector da alimentação registaram uma quebra de 1,9%. Excluindo estes dois sectores (energia e alimentação) a inflação subjacente cresceu 2,1%.
Espanha registou o maior aumento, com um acréscimo de 3,3% em termos homólogos, seguida da Turquia, Hungria, Grécia, entre outros. Nos EUA, a inflação subiu 3,2% e no Japão desceu 0,3%. Na Alemanha e em França os preços no consumidor aumentaram 2% e 1,8%, respectivamente.

Por regiões, a inflação da zona euro registou um incremento de 2,2% em Julho, face a igual período de 2004, devido ao aumento de 11,3% da energia, muito superior ao de 0,1% nos alimentos. No conjunto da União Europeia (UE), os preços no consumidor cresceram 2,3% em termos homólogos e 1,6%, excluindo a energia e alimentação. A inflação dos países da OCDE aumentou 2,6% em Julho.(31.08.05/Fonte : Diário Digital)

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Açores: Governo regional investe 2ME na requalificação do Farol dos Capelinhos

O Governo açoriano anunciou hoje um investimento de cerca de dois milhões de euros na requalificação do interior do Farol dos Capelinhos, no Faial, para instalar no imóvel um centro de interpretação da natureza.

Os Capelinhos, classificados como Zona de Protecção Especial da Rede Natura 2000 e Monumento Natural Regional, por decisão Executivo açoriano, constituem um dos percursos turísticos mais procurados na ilha do Faial e também no grupo Central, devido à sua beleza natural, valor paisagístico e património histórico.

Segundo uma fonte governamental, a instalação no Farol dos Capelinhos de um Centro de Interpretação vai permitir aos visitantes "a compreensão de todas as fases da vida do imóvel" e da erupção vulcânica registada na zona em 1958, que soterrou parte das casas da freguesia do Capelo.

A instalação do Centro de Interpretação surge após obras de consolidação já realizadas na estrutura do Farol, acrescenta o Governo regional, garantindo ainda que a nova intervenção, com um prazo de execução de 550 dias, vai "manter o aspecto original do Farol que passará a funcionar como um miradouro privilegiado sobre toda a zona envolvente".
(30.08.05/Fonte : PortugalNews)

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 Indústria automóvel precisa da Auto Europa e de novos investimentos

Finanças. Estudo recomenda a manutenção da fábrica da VW

A consolidação da indústria automóvel em Portugal requer a manutenção da AutoEuropa e a atracção de novo investimento, diz um estudo divulgado pelo Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP) do Ministério das Finanças.

O DPP disponibilizou no seu endereço electrónico um debate sobre a fragmentação das cadeias de valor nas indústrias globais e modulares, focada nas do automóvel, da aeronáutica e da electrónica.

A instituição entende que a consolidação do cluster automóvel em Portugal "passa pela existência de âncoras", entre as quais o reforço do pólo de Palmela, mencionando a necessidade de um conjunto de intervenções infra-estruturais na área ambiental, dos transportes e dos centros de competência.

A consolidação pretendida requer ainda, acrescenta-se, a atracção de novos investimentos directos estrangeiros.

Apostar no fornecimento de soluções integradas para os interiores do automóvel, se possível em parcerias com designers internacionais, e progredir na cadeia de valor, através da integração de mais conhecimento, desde logo através de uma associação mais estreita com as universidades, são "focos de convergência" identificados para facilitar a consolidação.

A gestão dos riscos para a actividade aconselha ao reforço de tendências recentes no sector em Portugal, como o desempenho de funções de produção de veículos de gama média e alta para os mercados da Europa e EUA e a adopção, pelos fabricantes, de uma estratégia de internacionalização.

Esta estratégia deve procurar explorar o "espaço de proximidade", localizado pelo DPP no triângulo Vigo-Valladolid- Palmela, onde estão implantados os grupos PSA, Renault e Volkswagen.

O estudo identifica um conjunto de riscos para o sector, como o do aumento do preço do petróleo.

Uma "elevação significativa" deste preço determinará uma redução na procura de automóveis, "com destaque para os modelos de massa", o que pode "desencadear uma vaga de fusões e aquisições e o encerramento de unidades fabris na Europa Ocidental".

Este encerramento pode ser acelerado pela afirmação progressiva da Europa do Leste como destino principal da relocalização internacional da indústria automóvel.

Um terceiro risco é o da subida dos custos de transporte, devido ao preço do petróleo e a eventuais limitações de natureza ambiental, penalizar as cadeias logísticas longas, o que prejudicaria Portugal pela sua posição geográfica.
(29.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Portugal : Salário mínimo 31% abaixo [da média] da UE

O salário mínimo em Portugal é 31% inferior à média dos 18 Estados membros da União Europeia que têm esta prestação, revelou ontem o Eurostat.

Com o valor de 374,70 euros (em 14 meses) no nosso país, o salário mínimo nos outros Estados ronda, em média, os 641,2 euros.

Os montantes variam entre os 116 euros da Letónia e os 1467 euros do Luxemburgo.(26.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Shell reforça investimentos nas renováveis em Portugal

Depois de ter vendido o retalho, a petrolífera diz que Portugal é um mercado estratégico. Agora na diversificação energética.


A Shell pretende reforçar a sua presença em Portugal no segmento das energias renováveis, nomeadamente na componente solar e biocombustível, estando para o efeito em cima da mesa diversas oportunidades concretas. Depois de vender o negócio de retalho de combustíveis na Península Ibérica, a companhia holandesa garante assim a sua continuidade em Portugal, cuja área mais visível actualmente é a de lubrificantes.

“Portugal é um país claramente atractivo e portanto vamos estudar outras áreas em termos de diversificação energética”, disse ao Diário Económico Alexandre Fernandes, presidente da Shell em Portugal. Este responsável garante que “há negócios concretos em estudo que estamos a avaliar com entidades oficiais e privadas e que vão além de meras intenções”. Contudo, escusou-se a pormenorizar os projectos em causa.

Aumentar produção de painéis solares em Évora
Mas um dos que está mais adiantado é a aposta na comercialização de painéis solares na Península Ibérica aproveitando a produção da fábrica AJ Lobo em Évora.

“Estamos a equacionar a hipótese de comercializar, em Portugal e Espanha, esses produtos, o que vai obrigar a fábrica a operar com mais turnos”. A parceria com a AJ Lobo resultou do desinvestimento feito pela Shell na produção deste tipo de produtos na Alemanha e Holanda e resulta num investimento conjunto de 10 milhões de euros. A fábrica, localizada em Évora, emprega cerca de 200 trabalhadores, 90 dos quais para este segmento, com uma produção anual de 17 megawatts, exportando 98% para a Shell Solar, na Alemanha.

Trata-se por isso, segundo o mesmo responsável, de abrir uma nova unidade de negócio em Portugal, aproveitando uma fábrica que já tem incorporada tecnologia e ‘know-how’ nacional.

Esta unidade dedica-se também à metalomecânica de precisão, para a Airbus, e sistemas magnéticos de relés, para a Tyco.

Em Portugal, além dos lubrificantes e dos painéis solares, a multinacional holandesa marca presença em mais dois projectos. Um deles é a actividade de gás natural, sendo a empresa um dos fornecedores do terminal de gás natural liquefeito, em Sines. Detém ainda uma participação na CLC Madeira, com presença no terminal logístico naquele arquipélago. Aqui será apenas de breve prazo um vez que a licença termina em 2006 e, com a venda do retalho, deixa de fazer sentido esta participação.

Petrolífera quer abastecer lubrificantes em Espanha a partir do mercado nacional

A área de lubrificantes é actualmente o principal negócio da Shell em Portugal. Com uma facturação que este ano se deverá situar nos 30 milhões de dólares (24,4 milhões de euros), com lucros estimados de 3 a 4 milhões de dólares (entre 2,4 e 3,3 milhões de euros), a principal aposta da multinacional holandesa para o próximo ano é começar a abastecer o mercado espanhol de lubrificantes a partir de Portugal. Situação que dá relevância ao centro logístico de Alverca, uma vez que 95% dos lubrificantes desta marca, vendidos em Portugal, são produzidos na fábrica do grupo, em Barcelona,
“Em Alverca, a base logística é recente e tem uma capacidade de 3 milhões de litros de lubrificantes. Tendo a fábrica e outra zona logística em Barcelona, precisamos de uma outra zona a oeste da Península Ibérica. Assim, o objectivo é servir a zona da Galiza e da Andaluzia a partir de Alverca”, explicou ao Diário Económico o responsável da Shell, Alexandre Fernandes.

Num mercado que vale, em Portugal, cerca de 100 milhões de litros, a Shell detém uma quota de cerca de 18%, ficando abaixo da líder Galp Energia (com 30%)e da BP (com 25%). Ainda assim, “somos a maior empresa que se dedica em exclusivo a este negócio”. Curiosamente, apesar de ter perdido um dos seus principais canais de venda, as estações de serviço, a empresa prevê um crescimento este ano de 7% das vendas. Estas distribuem-se, sobretudo, em três canais: as oficinas de concessões de marca e independentes, empresas de transporte e toda a componente industrial.

Em termos de preço, Alexandre Fernandes disse que a Shell vai subir os vais subir em Setembro entre 3 a 5%, num movimento que deverá ocorrer em todo o mercado. O motivo prende-se com a subida da cotação do crude associado ao facto do mercado ser muito competitivo.
(25.08.05/Fonte : Diário Económico)

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Marca chinesa a distribuir por Hipólito Pires lança cinco modelos na Europa

Geely Motors acordou com a SHA a distribuição para Portugal e Espanha e procura parceiros para outros países europeus.

O construtor automóvel chinês Geely Motors, novo parceiro comercial de Hipólito Pires na Sociedade Hispânica de Automóveis, vai levar cinco modelos ao Salão Automóvel de Frankfurt, no próximo mês: três modelos familiares (Free Cruiser, FC e M303H), um cinco portas (Haoqing) e um desportivo (CD, abreviatura de China Dragon, segundo a marca). Segundo a just-auto.com, site informativo especializado, a Geely Motors vai protagonizar - com a Jiangling Motors e a Euro Motors - um momento inédito na história de um dos maiores eventos europeus da especialidade, já que é a primeira vez que a indústria automóvel chinesa participa no Salão de Frankfurt.

Os modelos anunciados pela Geely, que é considerado o maior construtor automóvel privado da China, destinam-se ao mercado europeu. A marca chinesa confirmou, entretanto, segundo o mesmo órgão, que a Sociedade Hispânica de Automóveis (SHA) será o distribuidor dos seus modelos em Portugal e em Espanha, estando actualmente à procura de parceiros para outros países europeus. Hipólito Pires tinha avançado recentemente com a possibilidade de o acordo comercial com a Geely abranger também a Itália, em regime de parceria, o que não parece ter sido concretizado até agora.

Um passo decisivo para a importação de veículos da China será a sua homologação pelas normas europeias de segurança. O PÚBLICO tentou contactar Hipólito Pires, que se encontra no entanto indisponível, em férias.

Em recentes declarações ao Diário Económico, o empresário disse que os modelos a importar seriam na gama citadina, média, comerciais ligeiros e furgões, com preços em média 30 a 35 por cento mais baixos do que os praticados no mercado.

A Geely Motors é um dos exemplos do boom da indústria automóvel chinesa nos últimos anos. Segundo as revistas especializadas, a Geely e o seu fundador, Li Shufu, têm contratado estúdios de design, como o alemão Rucker e o italiano Pininfarina, para desenvolver os seus modelos, embora a qualidade da sua produção continue a ser apontada como um ponto fraco. Há cerca de um mês, o grupo chinês assinou com a Shanghai Automobile e com a Universidade de Xangai um acordo para um projecto conjunto de investigação e desenvolvimento (I&D) de modelos de consumo mais eficientes, de menor impacto ambiental e de alta tecnologia.

Um dos grandes desafios da Geely, segundo a própria, será colocar no mercado carros híbridos comercialmente acessíveis por ocasião dos Jogos Olímpicos de 2008.
(24.08.05/Fonte : Público)

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50 mil portugueses trabalham em Espanha

O número de trabalhadores portugueses em Espanha está a aumentar. São já quase 50 mil os portugueses inscritos na Segurança Social espanhola, de acordo com dados oficiais do Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais daquele país. Em Julho estavam identificados 48 463 portugueses beneficiários do sistema espanhol de protecção social, mais 4 048 do que em Abril.

A participação da mão-de-obra portuguesa em Espanha está a crescer em linha com o crescimento da imigração no país vizinho, que já conta com cerca de 1,6 milhões de trabalhadores estrangeiros registados. Do total de inscritos, 295 mil têm origem noutros países da União Europeia, sendo que quase 1,3 milhões são originários de países terceiros. O Equador é o principal emissor de mão-de-obra registada, sendo responsável por 253 197 emigrantes para Espanha, seguido de Marrocos, Roménia e Colômbia. Portugal é, dentro da UE, o terceiro maior exportador de mão-de-obra para Espanha.
(23.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Segundo pior Verão dos últimos 15 anos

Ajuda. Meios aéreos estrangeiros vão dar apoio no combate às chamas

O ano de 2005 vai ficar para a história dos incêndios em Portugal como o segundo pior dos últimos 15 anos. Quem o diz é o presidente da Liga dos Bombeiros, Duarte Caldeira, que considera que este ano ultrapassará 1991, em que arderam 185 mil hectares, ficando apenas atrás de 2003. Mas em termos de detenções já atingiu o recorde, tendo a Judiciária capturado 108 suspeitos do crime de fogo posto.

A situação tornou-se preocupante durante o fim-de-semana. Os 50 fogos que atingiram o País no sábado, sobretudo os verificados no distrito de Viana do Castelo e em Pampilhosa da Serra, levaram o Governo a pedir ajuda à União Europeia. Ontem chegaram a Portugal dois aviões Canadair vindos de França e um helicóptero Puma de Espanha. Da Alemanha chegam hoje três helicópteros Puma e um avião Canadair. Mas durante o dia de ontem já esteve a operar no terreno um avião espanhol. A distribuição destes meios não foi ainda definida pelo Ministério da Administração Interna (MAI), que afirma que esta será feita de acordo com as necessidades e a gravidade das situações. O certo é que a maioria destes meios irá operar no Norte e Centro do País.

Foi ainda feito um pedido a todos os militares da GNR que se encontrem de folga ou em férias para que ajudem na evacuação de populações e na abertura de estradas, de modo a permitir a circulação dos meios de socorro. De acordo com o MAI, mais de duas centenas de militares acederam à solicitação e, ontem, "foi já visível esse apoio".

Ontem, à hora de fecho desta edição, os maiores incêndios por circunscrever eram os de Urmar (Soure), Gens (Gondomar), Portel/Meixial (Abrantes), Arneiro/Lagoa de S. Catarina (Ourém) e France (Vila Nova de Cerveira). Ao mesmo tempo, a cidade de Coimbra era ameaçada pelas chamas que deflagraram numa das suas freguesias, Ceira. Uma das pontes que dá acesso à cidade foi cortada e a electricidade também. O fogo de Pampilhosa da Serra ficou circunscrito ao início da noite.

Apesar de se recorrer à ajuda internacional, o Executivo mantém a opinião de que "os meios nacionais são suficientes". O facto é que até agora já arderam mais de 138 mil hectares e, de acordo com Duarte Caldeira, esse número chegará aos 200 mil. "É que os dados apresentados oficialmente continuam como provisórios, existem incêndios não contabilizados e estamos a caminho de ultrapassar o número de hectares ardidos em 1991", afirmou ao DN. Longe, no entanto, do verificado em 2003, ano em que arderam 425 mil hectares. Recorde-se que por contabilizar estão ainda os incêndios ocorridos em Pombal, Albergaria, os dois de Pampilhosa, Viana e Viseu.

detenções. Os militares vão reforçar a vigilância das matas, dada a suspeita de que grande parte dos incêndios tem como origem mão criminosa. Aliás, ascende a 108 o número de detidos pela Judiciária por suspeita de fogo posto, números que ultrapassam já o recorde de 2003, que registou 98 detenções. Mas estes números, que não param de aumentar, poderão mesmo atingir uma fasquia superior, pois as brigadas de investigação continuam no terreno. A PJ capturou só este mês 38 indivíduos no âmbito de investigações de crime de incêndio florestal. Números impressionantes, contabilizados desde o início do ano e que têm vindo a aumentar desde que o mapa do País se desenha em chamas.

A PJ continua a calcorrear terra queimada para investigar a origem dolosa dos incêndios e os investigadores continuam a lidar com pessoas que, em traços gerais, têm grande fascínio pelo fogo. Nalguns casos chegam a confessar, abertamente e sem pudor, que gostam de "ver o fogo". Refira-se que, dos 108 indiciados, 26 estão actualmente em prisão preventiva e os restantes obrigados a apresentações periódicas às autoridades, enquanto aguardam julgamento.

Em 2004 a PJ deteve 80 suspeitos, mas os números deste ano superam todas as estatísticas. Segundo fonte policial, "ainda é cedo para fazer uma avaliação profunda do fenómeno do crime de incêndio deste ano". O fogo, que já engoliu casas, fábricas e já fez perder vidas humanas, consome floresta a um ritmo avassalador.

Apesar dos resultados da PJ, vários investigadores têm admitido ao DN o desconforto de algumas decisões sobre as medidas de coacção aplicadas a detidos pelo crime de fogo posto. Ainda recentemente, após ter sido capturado e de ter confessado o crime, um indivíduo de Figueiró dos Vinhos, de 23 anos, já com cadastro, ficou com termo de identidade e residência, após o interrogatório judicial. Sustentam os investigadores que os incêndios causam grande alarme social e é enorme o risco de reincidir na mesma prática.
(22.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Prejuízos na agricultura ultrapassam 2 mil milhões

Crise. Seca extrema levou à pior campanha de cereais das últimas décadas, com quebras de 60%

Os prejuízos da seca na agricultura portuguesa já ultrapassam os dois mil milhões de euros, quase 1,5% do PIB nacional. Mas o cenário deste sector é ainda pior. É que fora desta estimativa, relevada ao DN pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), estão as perdas provocadas pelos incêndios que se têm registado praticamente todos os dias durante o Verão.

"O cálculo que nos levou aos dois mil milhões de euros engloba as perdas nos sectores mais afectados, incluindo a quebra produção de madeira nas florestas devido à seca. Os prejuízos relativos aos incêndios, que são sempre piores do que qualquer seca, não estão aqui contabilizados e, quando estiverem, vão disparar aquele número", afirmou ao DN Luís Mira, secretário-geral da CAP.

Mas mesmo sem os resultados dos efeitos dos fogos, a situação da agricultura nacional é muito crítica. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou ontem que a produção de cereais caiu mais de 60% devido à seca, sendo esta a pior campanha das última décadas. Com excepção do trigo mole, todos os cereais registaram quebras e muitas searas foram fenadas ou pastoreadas devido à baixa produção ou má qualidade do grão. Apresentam igualmente fortes decréscimos face a 2004, o girassol (-35%), a batata cultivada em regime de sequeiro (-35%), a pêra (- 25%), o milho em regime de regadio (-20%) e uma quebra de 15% para o de regime de sequeiro. A produção de batata em regime de regadio deverá baixar 5%, prevendo-se que a progressiva diminuição da disponibilidade de água venha a agravar a actual previsão. O INE refere ainda que "a falta de água, em alguns pomares, está a provocar a queda prematura dos frutos, antevendo-se produções de menor calibre".

Os criadores de gado também estão a enfrentar sérias dificuldades. "À medida que se vão esgotando as palhas e restolhos dos cereais, recorre-se cada vez mais às rações industriais", o que se traduz em custos adicionais.

'preços não sobem'. Apesar do aumento dos custos de produção, Luís Mira acredita que o preço de produtos como a fruta, pão, legumes ou carne não vai subir. "Estamos num mercado europeu aberto. Se os preços subirem muito nos produtos nacionais, os consumidores compram os importados. Quem vai ficar com menos rendimentos e suportar os custos adicionais são os produtores", sustentou o responsável da CAP. Na fruta, a redução de calibre, "deverá até traduzir-se numa redução de preço". O DN contactou algumas associação panificadoras do País, que não se mostraram preocupadas com a quebra de produção registada nos cereais, frisando que 90% da matéria-prima usada no pão fabricado em Portugal é comprada no estrangeiro.
(19.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Desemprego chega aos 7,2% no final de Junho

O desemprego voltou a aumentar. No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego situou-se nos 7,2%, quase um ponto percentual acima dos 6,3% registados em igual período do ano passado.

O valor ontem divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) corresponde, no entanto, a um ligeiro decréscimo, de 0,3 pontos percentuais, face ao trimestre anterior. Esta descida trimestral da taxa de desemprego resultou do efeito conjugado do aumento da população activa (mais 0,4%) e da diminuição da população desempregada (menos 3,2%). Trata-se de um fenómeno explicado pelo emprego sazonal resultante da procura de mão-de-obra por parte de sectores como a hotelaria e restauração na época de Verão.

Segundo o INE, entre Abril e Junho, estavam desempregados 399,3 mil indivíduos, contra 347,3 mil em trimestre homólogo de 2004. Em relação a Junho do ano passado, e apesar da população activa ter aumentado 1,1%, verificou-se um acréscimo maior no número de desempregados, 15%, justificando a subida homóloga.

A descida verificada face ao primeiro trimestre deste ano foi particularmente sentida entre as mulheres, cuja taxa desceu de 8,6 para 8,1%. No que respeita aos homens, o desemprego manteve-se ao nível do trimestre anterior (6,5%).

O Norte do País continua a registar a taxa mais elevada de desemprego, tendo aumentado de 7,3% no segundo trimestre de 2004, para 8,7% em Junho último. Em segundo lugar surge o Alentejo, com uma taxa de 8,5% e Lisboa, com 8%. Os valores mais baixos continuam a pertencer às regiões autónomas Madeira, com 3,9%, e Açores com 4,3%.

Por grupo etário, verifica-se que o número de desempregados aumentou apenas entre os indivíduos com 45 e mais anos, face ao trimestre anterior. Quanto ao período homólogo, assistiu-se a um acréscimo generalizado em todos os grupos etários considerados, tendo sido mais expressivo entre os indivíduos entre os 25 e os 34 anos. Face a estes dados, o INE constatou que a taxa de actividade registada no segundo trimestre de 2005 foi de 52,4%, três décimas acima do valor homólogo e mais duas décimas que no trimestre anterior. A taxa de actividade dos homens foi de 57,9% e nas mulheres de 47,3%.

Numa análise da evolução da população empregada por sector de actividade económica, o sector dos serviços foi o responsável pela maior parte do acréscimo da população empregada, com mais 57,3 mil efectivos do que no trimestre homólogo de 2004, um aumento de 2%. Quanto à situação na profissão, o número de trabalhadores por conta de outrem aumentou 0,4% em relação ao trimestre homólogo e 1,2% face ao anterior. De salientar igualmente que o número de indivíduos com contrato a termo aumentou 2,2% face aos três meses homólogos e 3% face ao primeiro trimestre de 2005.
(18.08.05/Fonte : Diário de Notícias)

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