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07/05

150 Milhões de Euros :  Teixeira Duarte ganha na Argélia

A construtora Teixeira Duarte obteve a adjudicação de um troço de uma obra hidráulica na Argélia, avaliada em 150 milhões de euros. A obra foi ganha em parceria com a empresa argelina ETRHB e visa a construção de 80 quilómetros de condutas de transferência de água da barragem de Chlef para o Oeste do país, resolvendo em parte a falta de água na região. A partir da barragem serão transferidos 155 milhões de metros cúbicos de água por ano. A obra deve estar concluída em 32 meses e inclui a instalação de uma estação de bombagem e de condutas de ligação à estação de tratamento de águas em Sidi Hdjel. Outro lote foi adjudicado ao consórcio italiano Astaldi e à Cosider por 75 milhões de euros.(20.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Eólicas reduzem factura energética nacional em 6%

Governo apresentou concurso que deverá dotar rede eléctrica com mais 1700 MW

Plano. O primeiro-ministro disse a uma plateia de empresários do sector das energias renováveis que pretende um país menos dependente do petróleo daqui a cinco anos

O ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, assegurou que o desenvolvimento de potência possibilitado pelo novo concurso para parques eólicos, ontem apresentado publicamente, "permite ao País reduzir a sua dependência energética em 6%". O concurso, que deverá ver o seu caderno de encargos publicado antes do final do corrente mês (provavelmente no próximo dia 26), vai dotar Portugal de mais 1700 megawatts (MW) de potência eólica.

Presente na apresentação pública, o primeiro-ministro, José Sócrates, sublinhou que Portugal irá assumir-se como "um dos países de vanguarda em matéria de modernização energética e respeito ambiental". Reafirmou o objectivo de formar um novo cluster industrial com sede no território e frisou que a base tecnológica "não será desenvolvida com materiais importados".

Conforme o DN adiantou já na sua edição de ontem (ver caderno DN Negócios), o concurso divide-se em três fases, com um primeiro lote entre 800 MW e 1000 MW e um segundo entre 400 MW e 500 MW. O terceiro lote será para dividir entre pequenos investimentos e terá no máximo 200 MW de potência. As empresas ou consórcios a quem for adjudicado o primeiro lote não podem avançar para o segundo. O critério que pesa mais na escolha é o do parceiro industrial (o que vai desenvolver o cluster), estando quantificado em 45%. Os restantes critérios foram ontem divulgados pelo secretário de Estado, Castro Guerra. A gestão técnica que privilegie o armazenamento de energia e a coordenação com outras fontes vale 25%, enquanto que o abatimento de 5% à tarifa tem uma pontuação de 20%. Finalmente, a aposta na inovação (investimento de 35 milhões de euros) vale 10 pontos.

Fontes do sector contactadas pelo DN são de opinião que o critério que vai ser primordial para a escolha dos dois candidatos vencedores vai ser o do parceiro industrial e tecnológico. E isto não só pelo seu peso relativo mas porque é o que mais poderá diferenciar as diferentes candidaturas. Segundo as mesmas fontes, qualquer dos majors que plausivelmente se apresentarão tem capa- cidade para cumprir os critérios de inovação e desconto à tarifa, sendo que um número superior a dois estará também apetrechado com tecnologia de armazenamento e ligação a outras fontes. Mais sensível será a capacidade de investimento, já que o cluster, tal como o DN adiantou, está orçado em 900 milhões de euros.

O próximo passo da corrida deverá ser, portanto, a escolha de parceiros, já que é crível que não apareçam a concurso mais do que três ou quatro consórcios. Por outro lado, a imposição de que a componente industrial tenha uma forte incorporação nacional reduz bastante os actores possíveis. Ripower, Enercom, Bonus, GEWE e Nordek são alguns dos possíveis. Seja como for, segundo o DN apurou, antes do final desta semana quase todos os consórcios estarão formados.

Com a implantação de mais 1700 MW de potência eólica, que se juntam aos 760 MW já em laboração, mais aos 2700 MW que já foram licenciados e ainda não estão instalados, Portugal aproxima-se da capacidade máxima de potência baseada em energias intermitentes. Na sua intervenção de ontem, o presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), José Penedos, referiu que, com a entrada no Mibel, o espaço ibérico deve ficar com energias intermitentes (caso da eólica) muito próximo dos 30% que é valor máximo que os organismos internacionais aconselham como limite de segurança de abastecimento de uma determinada rede.

Presente na cerimónia pública esteve também António Sá da Costa, presidente da associação das energias renováveis (APREN). "Como nota forte posso dizer que a energia eólica atingiu a sua maioridade e que agora é preciso provar que sabemos fazer", disse aquele responsável.
(19.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Casas futuras a utilizar renováveis

A construção de casas novas em Portugal deverá passar a estar sujeita a uma nova regra que obrigue a preparar as futuras habitações para que possam incorporar uma componente de energias renováveis. Segundo Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, o Governo está a preparar-se para lançar a medida, que na sua opinião pode dar um grande contributo para a utilização nomeadamente da energia solar para aquecimento de águas e para o consequente desenvolvimento do sector das renováveis. Esta é uma regra semelhante à que foi estabelecida para construções futuras antes da introdução do gás natural no País. A ideia até pode ser apresentada pelo Governo já na segunda-feira.(18.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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20% da floresta ardeu

Desde o início da época dos incêndios, a 15 de Maio, perto de 19 mil hectares de área florestal do território continental desapareceram

Grandes incêndios : Desde Janeiro, deflagraram 44 incêndios de grandes dimensões que consumiram 12 879 hectares de floresta.

Nos últimos cinco anos arderam 820 184 hectares, equivalentes a mais de um quinto da floresta portuguesa ou a cerca de nove por cento do território continental. O pior destes anos foi 2003, com a destruição de 425 726 hectares de mancha verde, representando a maior catástrofe deste tipo na Europa no último meio século. Entre Janeiro e 10 de Julho deste ano, a área ardida já atingiu os 29 580 hectares, sendo que, destes, perto de 19 mil hectares foram consumidos desde o início da época dos incêndios (15 de Maio).

Registaram-se, desde o primeiro mês deste ano, mais do dobro dos incêndios (3375) e fogachos (11 863) ocorridos em igual período em 2004 - 1393 e 5291, respectivamente. Os distritos do Porto, Viseu e Viana do Castelo foram, até agora, os mais devastados, queimando, em apenas seis meses, mais de uma dezena de milhar de hectares.

Estes três distritos e Braga registaram ainda, segundo o último relatório provisório da Direcção- -Geral dos Recursos Florestais, o maior número de fogos 1649, 527 dos quais no distrito do Porto. As chamas pouparam, em contrapartida, os distritos de Évora e Portalegre, que, no total, viram arder apenas 177 hectares da sua mata.

Deflagraram, por outro lado, desde o princípio deste ano, 44 grandes incêndios no País, que consumiram perto de 13 mil hectares, estando as suas causas, na maior parte dos casos, ainda por apurar. Só os fogos nos concelhos de Albergaria-a-Velha (Aveiro) e Figueira da Foz (Coimbra) destruíram perto de dois mil hectares.

O "importante reforço no combate, tanto do ponto de vista técnico como da autoridade política" terá, entretanto, evitado que este cenário fosse ainda mais grave, acredita o presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), sublinhando, designadamente, "o envolvimento e empenho" de governadores civis, autarcas e bombeiros. Ou a criação das brigadas helitransportadas, cuja acção passa quase despercebida todos os fogos começam por ser pequenos e quando se consegue evitar que atinjam grandes proporções não são notícia.

Num ano como este, "particularmente adverso", os aviões anfíbios poderiam contribuir para um melhor combate às chamas, mas, recorda ainda ao DN Manuel João Ribeiro, o baixo nível das águas nas albufeiras e noutros pontos de abastecimento de água sugeriu a não adopção deste tipo de aviões, ao contrário daquilo que, aliás, estava previsto, e fez com que o respectivo concurso fosse alterado.

A perda de vidas e os danos humanos já verificados levam aquele responsável a fazer uma avaliação pouco positiva desta época, além de que, frisa, é ainda muito cedo para adiantar qualquer balanço, mesmo que se tenha consciência dos benefícios alcançados com as reformulações de processos e meios introduzidos e sobretudo da aposta feita na "motivação, competência e empenho" de todas as partes envolvidas nesta batalha.

Nada disto significa, porém, que não existam problemas, reconhece o presidente do SNBPC. Há aspectos a corrigir - "enquanto houver um acidente, enquanto houver uma árvore a arder, nunca podemos estar satisfeitos".
1201Hectares : Área destruída pelo incêndio de Valmaior, em Albergaria-a-Velha, o maior desde a abertura da época, a 15 de Maio.
2 Mortes : Número de bombeiros falecidos desde o início da época de incêndios. 136 soldados da paz ficaram feridos.
3890 Hectares : Área destruída pelos 527 incêndios que, entre Janeiro e Julho, deflagraram só no distrito do Porto.
3375 Incêndios : Número de incêndios ocorridos até à segunda semana de Julho de 2005. Mais do dobro dos registados em igual período de 2004.
(15.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Floresta e vinho são sectores prioritários na agricultura

O ministro da Agricultura admitiu ontem que a Floresta e o Vinho são dois dos sectores mais prioritários para Portugal. Jaime Silva acrescentou que também se terá de prestar grande atenção ao olival é à hortofruticultura, acrescentando esperar que no próximo QCA Portugal possa beneficiar de um envelope financeiro de 500 milhões de euros anuais para o desenvolvimento rural. O titular da Agricultura referiu que em 2006 o Ministério vai ter uma nova orgânica. Adiantou, desde já, que caberá a uma Direcção Geral dos Recursos Florestais ser o interlocutor único para o sector, adiantando que quando chegou ao Ministério existiam quatro ou cinco entidades que distribuíam o dinheiro do Programa Agris, que em Março tinha já 90 % das suas verbas comprometidas. Para fazer face ao impacto negativo da seca, Jaime Silva anunciou várias medidas, designadamente a importação pelo INGA de 400 mil toneladas de cereais forrageiros para as rações . O ministro assegurou que apesar da perda de algumas produções ser de 50% a quebra do rendimento não chega aos 35 %.(13.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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'Skylander' arranca em Setembro e já há planos para mais aviões

Tudo somado, serão criados em Évora cerca de 1450 novos postos de trabalho

O projecto 'Skylander' leva mais sete empresas para a região, que irão fornecer 70% do aparelho

A fábrica de aviões Skylander, projectada para o aeródromo de Évora, vai iniciar a actividade em Setembro, com a chegada dos primeiros engenheiros. Entretanto, está já a ser preparado um segundo modelo e estão também a decorrer negociações com vista à construção de mais um avião em parceria com outro construtor.

O projecto Skylander, da Sky Aircraft Industries, envolve um investimento de 375 milhões de euros em dez anos e deverá criar 950 postos de trabalho, prevendo-se a construção de quatro mil aparelhos em duas décadas. A concretizar-se a construção de um segundo modelo, como avançou o administrador executivo da Manden Parque - Associação Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Elias de Freitas, irão ser criados cerca de mais 400 novos postos de trabalho, a somar aos primeiros, enquanto o projecto para a fabricação de mais um avião, em parceria com outro construtor - cuja negociação não está concluída - representa um investimento de 200 milhões de euros e outros 1100 empregos.

A Sky Aircraft Industries, que vai fazer a sua base no Alentejo, resulta de uma joint-venture entre a Geci, sediada em Paris, um consórcio francês de engenharia aeronáutica e um grupo de investidores portugueses, que conta com o apoio do Governo.

O capital ainda não está fechado, mas tudo aponta para que o levantamento dos investidores esteja concluído nas próximas semanas, revelou Elias de Freitas. Embora centrado em Évora, o futuro Pólo Aeronáutico do Alentejo tenciona aproveitar as condições logísticas de Beja e irá captar pessoal especializado de todas as regiões do país, havendo disponibilidade para negociar com a Gestenave, empresa de capital humano, "caso tenha pessoal a mais", acrescentou Elias de Freitas, salientando que se está a inaugurar um pólo no terceiro segmento mais importante do mercado aeronáutico, que inclui aviões até dez toneladas.

O projecto leva mais sete empresas, francesas e portuguesas, para Évora, que irão fornecer 70% das peças do Skylander, um bimotor, com 19 lugares, muito versátil. Um dos seus principais atributos é aterrar com facilidade em qualquer lado, podendo ser modificado e transportar passageiros, carga, água, ou ser utilizado como ambulância, tendo um trem fixo para ser mais económico. O primeiro voo será em 2006 e as primeiras entregas estão previstas para 2007.
(12.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Actos societários vão custar menos de metade do valor actual
Com esta medida, criar uma empresa passa a custar 360 euros, mais imposto de selo, incluindo publicações obrigatórias.

Actos societários e registrais inúteis ou dispensáveis agilizará processos, bem como a criação de uma entidade única quando tenha de existir um controlo público, evitando multiplicação de procedimentos

Os actos societários sujeitos a registo comercial que actualmente têm que ser obrigatoriamente publicados na III Série do Diário da República custarão aos empresários, a partir de Janeiro, menos de metade do que custam hoje, revelou ao DN João Silveira, secretário de Estado da Justiça. Isto porque passarão a ser publicados num site na Internet, que substituirá o DR para esse efeito.

Com este procedimento, em vez dos 77 euros/lauda que pagavam até agora pela publicação de actos constitutivos e alterações aos pactos sociais, por exemplo, os empresários vão pagar apenas 30 euros, podendo ainda beneficiar de um 'desconto' de três euros se a solicitarem pela via tecnológica, o que perfaz um total de 27 euros.

Esta redução de custos decorre de um processo de eliminação de actos notariais e registrais inúteis que hoje se inicia, com a primeira reunião da Comissão de Desformalização, em que participam, para além do ministro e do secretário de Estado da Justiça, representantes dos ministérios da Economia, das Finanças, das associações empresariais, confederações de trabalhadores, Ordem dos Advogados e defesa do consumidor, entre outros (ver caixa).

A Comissão de Desformalização tem por missão "elencar os actos notariais e de registo que hoje sejam exigíveis mas que não contribu-am para o desenvolvimento económico do País, podendo ser considerados dispensáveis. No fundo, é o mesmo princípio das 'Empresas na Hora', recentemente anunciadas pelo Governo", diz João Silveira.

No âmbito desta política, o Executivo vai criar os meios que permitam, "quando tenha que existir um controlo público, que este seja feito por uma única entidade, evitando que os empresários tenham de se deslocar a várias". O governante dá como exemplo o 'documento único automóvel', projecto cujo objectivo é o de substituir os dois documentos actuais (registo de propriedade e livrete) por um único, eliminando o presente vai-e-vem entre a Direcção-Geral dos Registos e Notariado e a Direcção-Geral de Viação, entidades que serão substituídas por uma única no contacto com o cidadão.

Estas medidas, que para as empresas entrarão em vigor no princípio de 2006, serão estendidas ao cidadão comum no primeiro semestre do mesmo ano.

No que respeita ao regime especial de constituição de empresas no próprio dia, o Governo prevê também uma redução de custos, que, segundo anunciado, se tornarão dos mais baixos no contexto europeu. Com esta medida, criar uma empresa passa a custar 360 euros, mais imposto de selo, incluindo publicações obrigatórias. Caso seja uma empresa de novas tecnologias ou de investigação e desenvolvimento, este preço baixa para os 300 euros mais imposto de selo. Este modelo entra em vigor ainda este mês.

A Comissão de Desformalização é constituída pela AEP - Associação Empresarial de Portugal; ACP - Associação Comercial do Porto; AIP - Associação Industrial Portuguesa; CIP - Confederação Industrial Portuguesa; CCP - Confederação do Comércio de Portugal; CEC - Concelho Empresarial Centro; Câmara Solicitadores; DECO - Defesa do Consumidor; Ordem dos Advogados; PME Portugal; CGTP - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses; UGT - União Geral dos Trabalhadores e UCMA.(11.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Passos legais para a constituição de uma empresa

Criar uma empresa nos tempos que correm é relativamente fácil. Fazê-la vingar já é mais complicado. Numa altura em que cada vez mais se promove o empreendorismo, vale a pena parar para pensar, antes de se arriscar um passo que pode revelar-se maior do que as pernas.

Em tempos de crise económica e quando o desemprego floresce, uma das fugas mais comuns é a criar um negócio por conta própria. O empreendorismo está na ordem do dia. O Governo estimula-o, a Europa incentiva-o, a banca premeia-o e a comunicação social divulga-o. No entanto, nem tudo são flores e apesar de actualmente ser muito mais simples e rápido constituir uma empresa, os problemas reais com que esta se irá debater no futuro serão sempre os mesmos: mercado, concorrência, necessidade de gerar lucro.

O crescimento empresarial durante um período de desemprego elevado não é necessariamente um bom sinal, alerta José Soares Ferreira, director geral da Central Business, uma empresa especializada em ajudar os potenciais empreendedores a criarem os seus negócios. “Há muitos empresários que o são porque não tiveram outra alternativa: são os chamados empresários forçados”.

Efectivamente, de acordo com uma fonte do Gabinete de Política Legislativa e de Planeamento, que publica os dados relativos ao número de inscrições no Registo Nacional de Pessoas Colectivas, há anualmente inúmeros registos que nunca chegam a vias de concretização.

Todavia, os mesmos registos revelam que de 2001 a 2004 se registou um decréscimo, embora com algumas oscilações, do número de sociedades constituídas (ver infografia). Convém contudo salientar, conforme alertou uma fonte da Rede Nacional dos Centros de Formalidades de Empresas, que 2001 foi um ano atípico já que, em virtude das alterações da lei fiscal implementadas nesse ano, houve uma série de empresários registados em nome individual que se viram na contingência de rever a sua situação. Por outro lado, os dados disponíveis para 2004 são provisórios, podendo ainda sofrer alterações na respectiva consolidação. Convém salientar que os dados do Registo Nacional de Pessoas Colectivas se referem à emissão de firmas o que não significa que, em todos os casos, os requerentes das mesmas concretizem o processo de criação das empresas. Todavia, de acordo com os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a entidade que recolhe e trata os dados sobre constituição de empresas em Portugal, entre 2001 e 2003 (ainda não estão disponíveis os dados de 2004) houve um decréscimo de pessoas colectivas e entidades equiparadas por escritura pública registadas - 46.152 em 2001, 34.182 em 2002 e 24.890 em 2003. De acordo com José Soares Ferreira, não é chocante que haja uma descida no número de empresas criadas “é até um sinal saudável”, adianta, acrescentando que isso significa que a índole do verdadeiro empreendorismo está a ser levada a sério. “Se há sinais de desemprego e não cresce a criação de empresas é um bom sinal. Isso significa que não estamos só a criar empresas para colmatar o desemprego e que as pessoas estão a reflectir antes de se atirarem de cabeça sem pensarem muito bem no que querem fazer”, acrescenta.

Ir pelos próprios meios
Para se criar uma empresa com cabeça, tronco e membros é fundamental, antes de mais nada, fazer uma boa avaliação do mercado e ver onde existem lacunas que é possível colmatar. A segunda questão é tentar saber se, por essa via, é possível obter clientes novos em quantidade suficiente para garantir o lucro. De acordo com o director geral da Central Business, “cada negócio varia consoante a apetência de risco dos empreendedores”, no entanto, a base fundamental é sempre a mesma: “deter uma vantagem que seja apreciada pelos clientes”. Por outras palavras, não basta ter uma boa ideia ou uma ideia inovadora, é necessário conseguir criar lucro para que o negócio seja produtivo. Soares Ferreira apresenta como exemplo o caso de várias empresas espanholas actualmente estabelecidas em Portugal, que desenvolvem “actividades comerciais e industriais de baixo nível de inovação mas com grande eficácia”, a ponto de estarem a ganhar terreno face a algumas das suas congéneres portuguesas por estas não conseguirem o mesmo nível de eficácia.

Outra questão fundamental é a velha necessidade de se recorrer ao apoio Estatal ou ao subsídio para se conseguir implementar um negócio. Trata-se de uma tendência fundamentalmente europeia que tem como resultado um dado curioso, adianta Soares Ferreira. “Existe uma diferença grande entre o perfil das empresas criadas nos Estados Unidos e na Europa, incluindo Portugal. As empresas na Europa nascem maiores (surgem com uma estrutura mais pesada, mais pessoas, mais metros quadrados, mais capital investido) e crescem menos do que nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos as empresas arrancam mais pequenas e crescem mais do que as europeias”. Os motivos para esta realidade, porém, não se prendem apenas com o hábito de recorrer aos cada vez mais difíceis apoios, mas também à crença vigente de que uma empresa só o é de facto se tiver uma determinada dimensão. É possível criar uma empresa em casa e fazê-la evoluir à medida das nossas possibilidades e respostas do mercado, adianta o empresário dando como exemplo o portal ‘Google’. “Ser empresário é um desporto de alta competição e alto risco, que tem mais adrenalina do que saltar de pára-quedas. Ter uma ideia, adequá-la, adaptá-la e reunir os meios necessários para a realizar, constitui por si só uma espécie de treino de qualificação para entrar num mercado que é duríssimo” frisa José Soares Franco, adiantando que, na fase de montar um negócio “um empresário está a exercitar no mercado um conjunto de competências que lhe vão ser muito valiosas depois de fazer parte desde mesmo mercado”. Por todos estes motivos, um dos conselhos fundamentais é que o empreendedor constitua a empresa pelos seus próprios meios.

Questões filosóficas aparte, os principais entraves que, até há bem pouco tempo, mais engulhos causavam aos empreendedores portugueses, os processos burocráticos, fazem cada vez mais parte do passado (ver infografia). Paralelamente, os empreendedores poderão sempre buscar conselho técnico junto de entidades estatais, como é o caso do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), privadas, como a Central Business, ou simplesmente contratar um advogado para os ajudar a ultrapassar as etapas legais inerentes à constituição da sociedade.

Interagindo com a Vida
Nascida em Fevereiro de 2004, com um capital social de cinco mil euros (o mínimo obrigatório) a Yomoc - Design e Comunicação Lda. (www.yomoc.com) é fruto do sonho de quatro amigos empenhados em explorar de forma criativa a sua paixão comum pela animação, tecnologia, imagem e som.

Especializada em NewMedia (design digital - website, CD’s multimédia, postais animados, conteúdos para televisão ‘indoor’, etc) a Yomoc foi o nome inventado por Gonçalo Nogueira, Vasco Avillez, Pedro e João Eça, para transmitir o estado de espírito que queriam que fosse a alma do negócio. “Yomoc é um estado de espírito de uma personagem que criámos e que tem a ver com auto-superação e constante inovação”, explica Gonçalo Nogueira. E é precisamente aqui que reside o grande segredo da Yomoc. “Empresas de Web Design já existiam imensas. Não estamos a explorar uma área nova”, conta o jovem empresário. Assim, a solução teria que passar pela qualidade e especialização acima de todas as coisas, optando sempre por imprimir uma forte componente de inovação a todos os trabalhos efectuados. “A nossa mais-valia é sermos um bocadinho alfaiates da internet. Trabalhamos à medida do cliente e tentamos apresentar sempre soluções inovadoras”, diz Gonçalo Nogueira.

Apesar da inovação ser ainda olhada com desconfiança por muita gente, a Yomoc está a conseguir levar avante o seu sonho de origem. Actualmente, a equipa integra já sete pessoas, com idades compreendidas entre os 25 e os 27 anos, já conquistou o seu espaço no mercado e começa agora a conseguir cumprir os objectivos sonhados.

Segundo Gonçalo Nogueira, “a grande novidade é que as empresas podem mudar a mentalidade. Podem exercer influência para que as pessoas comecem a pensar de uma forma que, no limite, melhora a vida pessoal de cada um e, no final, da sociedade como um todo”.

Responsabilidade social na ordem do dia
Especializada em três áreas fundamentais de trabalho: Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social de Empresa, Marketing Social e Apoio à Gestão de Organizações do Terceiro Sector, a Publicampaign (www.publicampaign.com) apresenta-se como uma empresa de consultoria com uma equipa verdadeiramente internacional. Nascida em 2003 com um capital social de 21 mil euros, a Publicampaign tem sede em Lisboa e uma rede europeia de consultores (um total de 15 responsáveis.)
Apesar das dificuldades inerentes a “uma oferta de serviços que constituíam - e constituem ainda - novidade a nível do mercado nacional”, a empresa não se coibiu de traçar, à partida, um programa de trabalho ambicioso, mesmo estando consciente destas dificuldades, conta João Almeida, director geral da Publicampaign, salientando que, ainda assim, o crescimento da empresa está a ser “lento, mas sustentado”. Oferecendo uma “equipa de profissionais e um conjunto de ligações a empresas que operam em mercados mais maduros nestas áreas” ao mesmo tempo que propõe “uma abordagem não demagógica do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social de empresa”, assim como boas competências na área do marketing social” a Publicampaign mostra alguma confiança no amadurecimento do mercado, face a estas áreas cada vez mais na ordem do dia e espera atingir no final do ano “uma performance francamente melhor do que a esperada” e alargar as suas operações em Espanha.

Empreendedores para empreendedores
Nascida em 2002 com o objectivo central de oferecer consultoria aos empreendedores, ajudando-os a movimentarem-se em todas as fases e a fazer uso dos instrumentos e veículos disponíveis para o efeito, a Central Business está capacitada para acompanhar a constituição de uma empresa desde a fase inicial até ao arranque do negócio, apresentando as soluções mais adequadas que os mercados oferecem para cada caso.

Apesar de se ter posicionado numa área onde não existia grande concorrência a nível privado, a empresa não está todavia a ter os resultados esperados, admite José Soares Franco, o seu director-geral. Segundo o empresário, “a gestão e o marketing não são ciências exactas e acontece surgirem produtos e conjunções de serviços que não funcionam num dado momento e acabam por vingar passados dez anos”, provavelmente porque, antes disso, “o mercado não está maduro e não compra”. A única solução para a empresa é ponderar esta questão e adaptar a sua oferta de forma a que esta se ajuste ao mercado que existe.

Com um capital social de 100 mil euros e quatro funcionários, a empresa lançou o ano passado o seu portal (www.centralbusiness.pt ou www.empreendedores.com), numa tentativa de reduzir consideravelmente os seus custos e simultaneamente facilitar o acesso dos seus potenciais clientes à informação. “Conseguimos um melhor equilíbrio entre os nossos custos e os nossos proveitos. Isto é uma forma de nos adaptarmos utilizando, neste caso, a informática como uma ferramenta para ganhar dinheiro”, explica o director-geral da Central Business.
(08.07.05/Fonte : Diário Económico)

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Seca já atinge todo o território

97% do território em seca extrema ou severa. 39 concelhos usam autotanques

A seca severa e extrema já está instalada em 97% do território nacional, disse ao DN Adérito Mendes, do Instituto da Água. O último relatório da comissão da seca revela ainda que há 39 municípios com problemas de abastecimento e que estão a recorrer a autotanques para distribuir água por 22 385 pessoas. Para acautelar o futuro, já estão a ser tomadas medidas estruturantes, como a redução dos níveis de captação subterrâneos.

A seca extrema afecta 64% do território e a severa (menos dura), 33%. Em relação à quinzena anterior, o agravamento é de 18%, ou seja, a seca extrema e severa registava-se em 79% do País ; agora, devido à falta de precipitação, à pouca água armazenada no solo e às temperaturas elevadas registadas, o índice subiu para 97%.

Nas albufeiras nacionais, os níveis de armazenamento também continuam a baixar. No último dia do mês de Junho, todas as bacias registavam volumes de água inferiores aos do final do mês anterior. Das 57 albufeiras monitorizadas, 15 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total. Apenas as bacias do Guadiana e do Ave apresentam níveis de armazenamento superiores à média de dez anos. No Arade, a situação é tão grave que em anos anteriores a média era de 49,% e agora é de 10,7%.

O abastecimento às populações não está ainda posto em causa, mas em 39 municípios a água chega por vias alternativas, na maior parte dos casos por autotanques. No total, de norte a sul do País, são já 22 385 pessoas afectadas por esta situação de recurso. Mértola, Nisa, Moura, Mealhada e Arouca continuam a ser os concelhos com mais problemas de abastecimento.

Em tempo de escassez, a qualidade da água também fica afectada e exige vigilância mais apertada. As albufeiras da Vigia, do Enxoé e do Vale do Gaio tiveram alterações. Nesta última e no Funcho, à semelhança do que já aconteceu no Roxo, será retirada biomassa da bacia para evitar mais problemas.

Durante a última quinzena de Junho foram detectadas algas (cianobactérias) no Funcho e em Odeleite/Beliche mas a situação já está normalizada. Além disso, explicou Adérito Mendes, estas algas não costumam pôr em causa a qualidade da água porque a captação faz-se em profundidade e as algas situam-se à superfície. A existência destas algas impede o consumo da água, mas como a qualidade é sempre controlada à saída das estações de tratamento não há perigo desta ser colocada na rede pública.

A agricultura continua a sofrer quebras significativas nalgumas culturas. Os mais recentes dados indicam reduções de produtividade no arroz e no milho de regadio.

O Instituto da Água está a contar que a situação de seca se prolongue até ao final do ano, por isso está já a implementar medidas estruturantes que permitam acautelar o futuro, nomeadamente o próximo ano. "Estamos a trabalhar num cenário de continuidade de seca", admitiu Adérito Mendes, lembrando as opções já no terreno. No aquífero Querença-Silves, que abastece parte do Algarve, os níveis de captação já foram reduzidos para metade e esta opção pode estender-se a outros recursos subterrâneos. "Reactivaram-se furos antigos, alguns encerrados há dois anos, para que haja água a longo prazo", afirmou. "Apesar de a nível meteorológico, estarmos em condições anormais, a nível hidrológico, ainda temos algumas condições de normalidade."
(07.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Qualidade Praias perdem bandeira azul
Lista de Praias e Marinas Galardoadas em 2005

Onze das 191 praias distinguidas este ano com a Bandeira Azul não vão poder hastear o galardão e outras seis devem regularizar o cumprimento de critérios até dia 15, anunciou ontem a Associação Bandeira Azul. Para poder içar a bandeira, as praias têm de cumprir uma série de requisitos, incluindo a qualidade da água. O que acabou por não acontecer em praias de Portugal Continental e dos Açores.

Em Viana, a zona balnear de Ínsua ficou sem bandeira por falta de apoio de praia (concessionário). Em Cascais, a autarquia desistiu da praia de Carcavelos, enquanto as obras impediram o hastear da bandeira em São Pedro do Estoril e na Poça. Em Loulé, a autarquia desistiu da praia da Duna. A zona balnear de Alagoa (Altura), também no Algarve, perdeu igualmente o galardão devido à existência de uma lagoa com águas estagnadas.
(06.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Menos interesse por Portugal
Espanha reduz investimento

O investimento directo de Espanha em Portugal baixou 61,4% no ano passado face a 2003, ao passar de 1837 para 709 milhões de euros, segundo dados avançados pelo Ministério espanhol da Economia.

A quebra do investimento líquido espanhol em Portugal, é explicada pelo presidente da Câmara Oficial Espanhola de Comércio e Indústria, Enrique Santos, com a crise económica do país que "não convida ao investimento" no estrangeiro.

Mais Portugal em Espanha

Inversamente, o investimento líquido de Portugal em Espanha subiu 148,5% ao passar de 408 milhões de euros em 2003 para 1014 milhões de euros em 2004.

O investimento líquido espanhol em Portugal caiu de 1837 milhões de euros em 2003 para 709 milhões de euros em 2004, sendo o ano que menos investimento espanhol registou desde 2000. Nesse ano, o investimento líquido foi de 1367 milhões de euros, tendo em 2001 sido de 947 milhões de euros e em 2002 de 719 milhões de euros.

Enrique Santos, citado pela Lusa, disse esperar que o investimento estruturante de 25 mil milhões de euros anunciado pelo Governo português possa relançar a economia portuguesa e fortalecer as relações económicas entre os dois países. As declarações foram proferidas após um almoço de empresários organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola com a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho.

Durante a sua intervenção no almoço de empresários, Manuel Pinho afirmou que "estão criadas as condições para que a economia portuguesa tenha um comportamento próximo do de Espanha".
(05.07.05/Fonte : Jornal de Notícias)

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Clima económico em Portugal caiu fortemente

Consumidores e indústria, comércio, construção e serviços mais pessimistas

O clima económico em Portugal, medido pelo inquérito da Comissão Europeia, deu um forte trambolhão em Junho, com o agravamento do pessimismo de todos os agentes económicos, reflectindo as consequências do novo discurso de obsessão pelo défice orçamental e as medidas restritivas, nomeadamente do aumento de impostos.

O indicador de clima económico, com base 100 igual à média de longo prazo, baixou 6,5 pontos em Junho, para 86,7 pontos, o valor mais baixo desde Setembro de 2003, de acordo com a Direcção-Geral para os Assuntos Económicos e Financeiros (DG Ecfin) da Comissão Europeia.

O indicador de confiança dos consumidores recuou para menos 39%, o pior em quase dois anos. Registou-se uma forte degradação do indicador de confiança na construção, que caiu para menos 42%, e na indústria, com o indicador a baixar para menos 14%. No comércio a retalho, o indicador de confiança reduziu-se para menos 13% e o indicador de confiança nos serviços entrou em Junho em terreno negativo (menos 4%). Todos os indicadores sectoriais, incluindo a confiança dos consumidores, estão claramente abaixo da sua média de longo prazo.

A produção industrial voltou também a cair em Maio em Portugal, recuando 3,3%, e baixou 2,1% nos cinco primeiros meses de 2005. A produção das indústrias transformadoras baixou 5,0% em Maio e 4,0% acumulados. A situação da produção industrial total só não foi mais gravosa devido ao acréscimo de 3,2% da produção de energia em Maio (13,2% no conjunto dos cinco primeiros meses). O INE revela que a produção de bens de investimento caiu 8,5% em Maio (recuo de 5,1% acumulado), a de bens de consumo baixou 6,5% (queda de 5,9% nos cinco primeiros meses) e a de bens intermédios diminuiu 1,5% (redução acumulada de 2,9%). Registaram-se fortes quedas em indústrias exportadoras tradicionais. Nos cinco primeiros meses de 2005, a produção de couro e produtos de couro (inclui calçado) baixou 13,8% (menos 16,2% em Maio) e a de têxteis (incluindo vestuário) recuou 8,4% (queda de 11,0%).

Salvou-se o volume de negócios do comércio a retalho - aumentou 3,1% em Maio e 3,4% em termos reais . As vendas de produtos da alimentação, bebidas e tabaco cresceram 5,4% a preços constantes e a de produtos não alimentares aumentaram 1,8%.
(04.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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Governo gasta 30 milhões para promover exportações

ICEP selecciona China, Japão, EUA, Brasil e Rússia como os principais alvos

Aumentar o volume das exportações portuguesas em 6,5% no próximo ano e em mais de 8% em 2007 é o grande objectivo do programa "Portugal a Exportar Mais", que o ICEP se prepara para apresentar nos próximos dias. Marques da Cruz, presidente do ICEP, prevê lançar as primeiras acções do programa no "espaço de 15 dias a um mês", contando com um orçamento anual entre 20 e 30 milhões de euros para incentivar as exportações nos próximos três anos.

Marques da Cruz adiantou, no final de um encontro com os delegados da rede internacional do ICEP, que o programa 'Portugal a Exportar Mais' vai apoiar a diversificação de produtos, sobretudo com uma base tecnológica mais desenvolvida, não esquecendo as áreas tradicionais. Assim, a aposta vai centrar-se "nas tecnologias de informação, em produtos na área da medicina e na biotecnologia".

O ICEP seleccionou como principal mercado, para impulsionar as trocas comerciais, a Espanha, considerado por Marques da Cruz "uma extensão natural do mercado português e para onde se destinam 25% das nossa exportações". Aumentar a quota nos mercados da União Europeia, sobretudo nos novos Estados membros, é outra medida, tanto mais, diz o responsável do ICEP, "temos de ter consciência que mais de 80% das exportações portuguesas se destinam ao mercado comunitário". Mas, considera "Portugal tem de estar presente noutros mercados, como a Ásia/ Pacífico." E os países considerados prioritários nesta região são "a China e o Japão".

No Leste europeu, a Rússia surge como o principal mercado. Na lista dos países considerados alvo na estratégia do ICEP encontram--se ainda o Brasil, Estados Unidos, Magreb (Marrocos, Tunísia e Argélia) e os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). "O programa apresenta como principal meta a diversificação para novos mercados e a diversificação de produtos", resumiu Marques da Cruz, à margem do encontro que reuniu, na Ericeira, a actual administração com os delegados da ICEP, que receberam as novas orientações estratégicas e tomaram conhecimento da sua nova missão "ajudar as empresas portuguesas a exportar mais".

Rentabilizar custos. O apoio às exportações deve ser feito com "recurso à rede internacional do ICEP, presente em 37 países", adiantou o presidente do instituto que desta forma recupera uma vocação que estava adormecida - apoiar o comércio externo. Marques da Cruz considera que a actual rede do ICEP "é cara" e tem de ser "rentabilizada".

Durante o encontro, a administração do ICEP definiu com os delegados as estratégias de promoção das exportações portuguesas que vão passar pela realização de road shows junto de potenciais importadores de produtos nacionais, apoiar a visita de grandes compradores a Portugal, para "observarem in loco a realidade das nossas empresas, e concretizar vendas". Tecnicamente, diz Marques da Cruz, "tem de se escolher o melhor instrumento de abordagem dos mercados". Portugal "tem poucos recursos", pelo que "temos de analisar os instrumentos ideais para que as exportações possam crescer, no curto prazo".
(02.07.05/Fonte : Diário de Notícias)

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