Já foi notícia !

Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

04/05

Douro Azul atrai turistas americanos para o Algarve

A Douro Azul, empresa especializada na exploração de cruzeiros turísticos, celebra nos próximos dias um contrato com a americana Uniworld, operadora que lhe vai adquirir um conjunto de viagens de barco no Algarve por um período de três anos, avançou ao DE Mário Ferreira, presidente da empresa.

O acordo vale 5,2 milhões de euros e inicia-se no primeiro fim-de-semana de Abril de 2006. São 18 ‘charters’ por ano provenientes dos Estados Unidos da América com destino ao Algarve.

O Algarve Cruiser, que deverá entrar em operação na última semana de Junho, constitui a aposta de Mário Ferreira no mercado algarvio, depois de somados vários anos de experiência na exploração de cruzeiros no rio Douro. A nova embarcação, cuja construção está a ser ultimada nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, tem capacidade para 130 turistas e contempla 65 cabines, das quais 40 com varanda privativa. O Algarve Cruiser irá realizar viagens de oito dias entre o rio Arade (Portimão) e Vila Real de Santo António, subindo o Guadiana até Mértola.

Dos estaleiros de Viana do Castelo sairá, em Maio, um novo barco cruzeiro, com características semelhantes ao Algarve Cruiser, que irá juntar-se às dez embarcações que Mário Ferreira explora no rio Douro. O Douro Queen será baptizado a 20 de Maio, tendo o empresário convidado Isabel de Herédia para madrinha. O investimento nos dois barcos ascende a vinte milhões de euros. Mário Ferreira prevê atingir este ano um volume de negócios com a exploração de cruzeiros próximo dos 13 milhões de euros, contra os 6,9 milhões de 2004.

Projecto imobiliário para o vale do Douro

O empresário Mário Ferreira está a desenvolver um projecto imobiliário para o vale do Douro, que contempla a construção de 45 moradias num terreno de vinte hectares com vista para o rio. Segundo adiantou, será um complexo residencial de segunda habitação de qualidade elevada, para o qual convidou a participar os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura. Para já, não quer adiantar o valor do investimento. Recorde-se que Mário Ferreira está a finalizar o projecto imobiliário de luxo Quinta Avenida, da autoria de Souto Moura, no Porto.
(21.04.05/Fonte : Diário Económico)

Voltar

Governo aprova estágios internacionais para jovens

Plano Tecnológico Inov-Internacional abrange 500 jovens e destina-se a potenciar experiências empresariais no exterior. Executivo libera verba de 25 milhões de euros

O Governo aprova amanhã, em Conselho de Ministros, um programa que prevê a colocação de 500 jovens em estágios em empresas no estrangeiro. Este tem associado, para o primeiro ano, uma verba de 25 milhões de euros e será financiada por verbas do Ministério da Economia e da Inovação.

O Inov-Internacional segue-se ao Inov-jovem - que formalizou a colocação de mil licenciados em empresas de cariz tecnológico, uma das bandeiras eleitorais do actual Governo -, e dá prioridade a jovens até aos 35 anos licenciados ou profissionais de nível médio.

O primeiro concurso público para a selecção dos participantes será lançado no mês de Junho. Os seleccionados terão de frequentar uma acção de formação antes de seguir para os estágios.

O programa estipula que nos próximos dois anos se potencie a participação em estágios limitados no exterior, a 300 jovens com habilitações de nível superior, em empresas localizadas "preferencialmente" em centros de excelência do conhecimento e inovação.

Outro objectivo é ter cem jovens licenciados, ou com qualificações de nível médio profissional, em empresas e entidades internacionais que actuem em áreas de interesses estratégico para Portugal, nomeadamente actividades ligadas ao turismo, têxtil, vestuário e calçado. Os restantes cem quadros técnicos serão enviados para empresas no exterior que actuem em sectores de "reconhecido interesse para o programa", sem especificar, no entanto, quais.

No âmbito no novo programa, está igualmente prevista a integração em empresas nacionais que se revelem interessantes para processos integrados de promoção externa ou para políticas públicas de interesse empresarial.

Neste projecto é dada preferência a jovens licenciados em gestão, marketing, engenharia, ciência, tecnologias e design e outras áreas consideradas criticas para a inovação empresarial.

O programa Inov-Internacional - Estágio Internacional de Jovens Quadros insere-se no plano tecnológico anunciado pelo primeiro-ministro José Sócrates e vai ser dinamizado pelo ICEP Portugal. O Governo definiu como mercados preferenciais Xangai, Helsínquia, São Paulo, Austin e São Francisco.

Sequência do Inov-jovem

O Inov-Internacional alarga o âmbito de actuação do Inov-Jovem, o primeiro programa a ser anunciado pelo actual Executivo, que prevê a colocação de mil jovens licenciados em empresas.

O Inov-Jovem destina-se a pessoas com menos de 35 anos e concentra-se nas áreas de gestão, engenharia, ciência e tecnologia.

As candidaturas para este programa arrancam igualmente em Junho e podem ser realizadas junto do IAPMEI e do IEFP. No âmbito do Inov-Jovem, existem duas modalidades de apoios às empresas.

O programa considera a contratação imediata, na qual o Estado comparticipa 150% do salário mínimo nacional (SMN) durante 12 meses, e o estágio e posterior contratação. Neste caso, o apoio é de 60% de dois SMN, durante o estágio e 120% do SMN num ano, caso o jovem passe para os quadros no final do estágio.
(20.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Contribuições de empresas sujeitas a controlo apertado

O plano de combate à fraude e evasão na Segurança Social, que vai ser anunciado publicamente na próxima sexta-feira pelo primeiro-ministro e pelo ministro do Trabalho e Solidariedade Social, passará por um controlo mais apertado à veracidade das contribuições declaradas pelas empresas.

O controlo será feito com recurso a um programa informático que permitirá avaliar o historial da firma em termos de evolução da massa salarial, para apurar se os valores que são descontados estão em conformidade com os vencimentos praticados.

A finalidade é verificar se as empresas estão a declarar remunerações abaixo do valor real que é auferido pelo trabalhador, até porque segundo as regras de cálculo da pensão de reforma - que foram aprovadas durante os governos socialistas e mantidas até agora -, o valor da reforma é calculado com base em toda a carreira contributiva e não apenas com a média dos melhores salários dos últimos anos.

A verificação visa detectar os descontos reduzidos ou que atinjam apenas os mínimos exigidos por lei, e penalizar as situações em que se comprove existir fraude.

Uma outra solução poderá ser o recurso ao levantamento do sigilo bancário às contas das empresas faltosas ou sob suspeita de incumprimento, mas não é certo que o Governo opte, numa primeira fase, por essa medida mais radical.

No fundo, trata-se de dissuadir os prevaricadores para que seja possível assegurar a sustentabilidade do sistema público de Segurança Social.

Já no Conselho de Ministros da próxima semana, o Governo vai aprovar alterações ao Rendimento Social de Inserção (RSI). O Governo quer encurtar o tempo durante o qual cada potencial beneficiário do RSI tem de auferir rendimentos baixos ou não os ter, para poder ser contemplada pela prestação.

Serão assim revogadas as alterações introduzidas pelo ex- ministro, Bagão Félix, e que obrigavam a que só ao fim de 12 meses com rendimentos baixos, alguém poderia candidatar-se. Revogação é a sentença decretada também às mudanças nos subsídios de doença aprovadas pela anterior maioria. Será reposto em 65% o valor da baixa médica até 30 dias (agora é de 55%) e a obrigatoriedade de quem declara estar doente mais de um mês, sujeitar-se a uma Junta médica.
(19.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Portugueses Têm habilitações literárias baixas

Portugal é o país da União Europeia onde as qualificações a nível de habilitações literárias são mais baixas, revelou um inquérito do Eurostat. Dois em cada três portugueses que vivem em zonas urbanas têm um baixo nível de habilitações literárias. A situação agrava-se nas regiões com menos população. Grécia e Espanha são os únicos países que se aproximam de Portugal.(19.04.05/Fonte : Diário de Notícias)

Voltar

Pequeno robô para ajudar equipas de salvamento

Inovação : Projecto do Instituto Superior Técnico e empresa IdMind Capaz de deslocar-se em ambientes hostis ao homem, transmite informações sobre as condições do terreno

Um robô de pequenas dimensões que consegue chegar a locais onde o homem não consegue e, assim, possibilitar a busca e salvamento de sobreviventes em cenários de escombros por desabamentos foi o projecto desenvolvido pelo Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico de Lisboa (ISR) e a empresa IdMind.

Denominado "Raposa", trata-se de um robô semiautónomo, tele-operado, a que foram aplicados sensores específicos que fazem a leitura do estado do terreno, em locais de difícil acesso. Manobrado a partir de um ponto seguro, transmite à equipa de salvamento informações precisas sobre os obstáculos existentes no terreno, facilitando assim o trabalho e não expondo a riscos as equipas que no local tentam resgatar possíveis sobreviventes.

A informação recebida pelos sensores é armazenada num computador de bordo que transmite para um computador, que está com a equipa, em tempo real, com base nas leituras dos sensores e transmissões de vídeo.

O "Raposa", que resultou de um consórcio entre a universidade e uma empresa privada, com o apoio da Agência de Inovação do Programa POSI, já foi testado no regimento dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, que foram parceiros no desenvolvimento do projecto, informando quais os sensores apropriados para um robô com estas finalidades, até como futuros utilizadores.

"Os resultados foram animadores", afirmou Paulo Alvito, da IdMind. A esta empresa coube fazer o robô e definir o que estava no seu interior. Os Sapadores de Lisboa identificaram quais as informações que são importantes numa situação de busca e salvamento, indicando o tipo de sensores, bem como quais as dimensões e materiais seriam os mais apropriados.

O ISR, proprietário do protótipo, apoiou no design do robô, no sentido mecânico, no desenvolvimento do software e na disposição de informação dos sensores.

O objectivo inicial do projecto era a construção de um protótipo para operar em ambientes exteriores hostis à presença humana, que representam grandes riscos. "Os testes permitiram verificar que resultou muito bem, o robô consegue ultrapassar diversos obstáculos, mas é necessário continuar o seu desenvolvimento", salientou.

O relatório final do projecto, previsto para o prazo de dois anos, já está concluído. Agora, o "Raposa" regressa ao Instituto Técnico, que continuará o seu aperfeiçoamento.

A IdMind também vai melhorar o protótipo e, no futuro, "quem sabe, construir um melhor que o 'Raposa'" até porque, como referiu Paulo Alvito, "já há interessados no projecto", sem querer adiantar mais.

Mais desenvolvimentos

O projecto Raposa surge na sequência de um objectivo mais amplo que é a criação de robôs de busca e salvamento aéreos e terrestres, autónomos e tele-operados, especializados em tarefas particulares que actuem cooperativamente no terreno para auxiliar de uma forma coordenada as equipas humanas de busca e salvamento.

Assim, o objectivo é criar robôs que se desloquem sobre estruturas colapsadas, enfiando tubos e/ou pequenos robôs em aberturas para levar ar, transportar água, comida e medicamentos a indivíduos presos debaixo dos escombros.

Equipamentos capazes de detectar vítimas sobre ou debaixo dos escombros e robôs aéreos que conseguem uma visão panorâmica da área destruída e mapeiam os graus de destruição.

A coordenação destes equipamentos com outros meios de informação poderão, no futuro, desencadear uma intervenção rápida, eficaz e objectiva após um desastre.

Funcionalidades
Robot
Pequenas dimensões, leve, resistente a colisões, infiltrações de poeiras e águas
Informações
Sobre o estado do terreno, a temperatura, a eventual presença de gases nocivos, água e fontes de calor, provenientes ou não de vítimas.
Ligação
A comunicação entre o robot e a equipa pode ser feita ou não através de um cabo. O robô está preparado para desligar-se desse cabo de ligação sempre que os obstáculos assim o exigirem, podendo agir autonomamente em pequenas tarefas e voltar a ligar-se assim que possível.
Sensores
Possui uma câmara térmica, inclinómetro e acelerómetro, encoders, detector de gás, termómetro eléctrico, detector de humidade, microfone e altifalante.
Capaz
Como é de pequenas dimensões, consegue chegar a espaços reduzidos e detectar com precisão a presença de vitimas. Durante o percurso vai transmitindo informações valiosas à equipa, permitindo uma maior preparação e previsão para possíveis riscos.
(18.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Portugal foi o 16º país mais visitado do mundo em 2004

Portugal detém 1,5% da quota de mercado mundial de turismo e foi o 16º país mais visitado no ano passado, de acordo com as estimativas do Economist Intelligence Unit. Segundo a entidade, o turismo representa 8% do emprego e 7% do Produto Interno bruto (PIB) em Portugal.

As receitas provenientes do turismo internacional ascenderam aos 7,01 milhões de euros em 2004, prevendo-se um aumento para os 8,04 milhões de euros em 2005 e depois uma subida gradual até aos 9,5 milhões de euros em 2009.
A maior parte dos turistas que visitaram o nosso país em 2004 vem da Europa Central e Norte europeu. Estes números devem-se à valorização do euro face a outras moedas, que provocou uma diminuição no número de turistas extra-europeus.

Os principais destinos foram a Madeira e o Algarve, notando-se no entanto um aumento na preferência por destinos culturais.

O Economist Intelligence Unit afirma também que o investimento público vai continuar a ser canalizado para a criação de infra-estruturas em áreas menos desenvolvidas, de modo a aumentar o investimento do sector privado.
(15.04.05/Fonte : PortugalNews)

Voltar

Jacques Chirac passa optimismo a Portugal

Visita Presidente defende retoma da cimeira cancelada por Santana em Dezembro Garante prudência na defesa do sim à Constituição Europeia

"Mais optimista". Foi desta forma que Jorge Sampaio diz ter saído da reunião com o seu homólogo Jacques Chirac, em Paris, por ter recebido sinais de apoio face às preocupações de Portugal quanto aos fundos europeus e a necessidade de se encontrar uma solução global, satisfatória para todos, no contexto da reforma das perspectivas financeiras da UE.

As perspectivas financeiras para 2007-2013 são, precisamente, motivo de discordância entre os governos e mereceu destaque no encontro entre os chefes de Estado, no primeira dia de visita de Sampaio a França. Os franceses assinaram a "Carta dos Seis" propondo limitar o orçamento comunitário a 1% do PIB. Portugal pretende uma percentagem mais elevada, como, aliás, a Comissão Europeia. Haverá alguma cedência do parceiro europeu? "Não falámos de valores em concreto, mas fiquei impressionado com duas coisas a vontade da França em encontrar um acordo global e a preocupação no que concerne o caso específico de Portugal. No geral, fiquei satisfeito com o que ouvi", resumiu Sampaio.

No relato, recordou que "Portugal beneficia de uma enorme percentagem do fundo de coesão" e que seria inadmissível que apenas este sofresse cortes. Espera, sim, "uma negociação e solução globais de forma a acomodar" os interesses das regiões que ainda necessitam de apoio e dos novos membros. Em particular, garantiu "a profunda compreensão francesa" em relação aos receios portugueses no que toca aos fundos.

Num dia praticamente resumido ao contacto com Chirac, Sampaio falou do referendo europeu e voltou a elogiar a Constituição Europeia, que se arrisca a ser reprovada pelos franceses. "Não concebo a Europa sem a França", ou seja, não haverá Tratado sem a aprovação francês. Justificando a razão pela qual toma partido, e antecipando críticas, Sampaio disse que defenderá o"sim", mas com a "prudência que um presidente da República deve manter".

Outro tema forte, e que marcou as relações bilaterais pela negativa, foi o do cancelamento em Dezembro passado da cimeira anual entre ambos os países, em Angoulême. Antes da anunciar a demissão, Santana Lopes informou Paris de que não estaria presente, numa opção considerada por alguns como demonstração dos prejuízos da decisão presidencial para o país.

Ontem, embora ressalvando tratar-se de uma competência do Governo, Sampaio disse ter transmitido a Chirac "o propósito de retomar Angoulême, interrompido por causa da crise". No plano interno, recusou comentar as declarações de Marques Mendes sobre a prioridade do referendo europeu e a demarcação face ao do aborto.

No final do dia, num banquete no Palácio do Eliseu, Sampaio ouviu o seu homólogo agradecer aos portugueses "por terem trazido para França "a sua energia, o seu valor e todos os seus talentos".
(12.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Encontro com os empresários franceses

Dia 12 de Abril, Jorge Sampaio e a comitiva de empresários portugueses que o acompanha durante a sua visita de Estado a França estarão nas instalações do Medef (Sindicato patronal francês) ao convite do Sr. Ernest-Antoine Séllière presidente da instituição.

Trata-se de um pequeno-almoço em honra do Sr. Presidente da República que reunirá os principais responsáveis dos grandes grupos económicos franceses como Eiffage, Alcatel, BNP, Lafarge, Snecma, Valeo, etc... (quase todos com interesses em Portugal) e a comitiva portuguesa formada por bancos (CGD, BCP e BPI) e grupos industriais e de serviços (EDP, Amorim, Sonae, Visabeira, Simoldes, Renova, Etc.) assim como institucionais (Cotec, CIP, AIP, Afia, Icep).

Segundo a entrevista de Jorge Sampaio ao diário Le Figaro de hoje, o presidente salienta as excelentes relações bi-laterais e aposta na "procura de novas cooperações económicas, nomeadamente nos domínios da investigação e da inovação.".

Esta preocupação levará o presidente e a sua comitiva a Lyon dia 14 de Avril para uns encontros na Câmara de Comércio e de Industria local sobre estes temas relativos às tecnologias de ponta. A região de Lyon é conhecida pelas suas capacidades nas áreas do trabalho do metal e mais recentemente nas das biotecnologias,  da saúde e das tecnologias da informação.(11.04.05/Fonte : Luso Planet)

Voltar

Sampaio promove língua portuguesa em França

Visita de estado. Lobo Antunes e Rodrigo Leão integram a comitiva

Jorge Sampaio vai aproveitar a visita de Estado a França, onde estará entre segunda e quinta-feira, para lançar uma vasta campanha de promoção da língua portuguesa. De resto, integram a comitiva presidencial o romancista António Lobo Antunes (cuja obra está toda traduzida para francês) e o ensaísta Eduardo Lourenço, a escritora Lídia Jorge e a cineasta Margarida Cardoso (no programa paralelo, será analisada a versão cinematográfica de A Costa dos Murmúrios), além dos presidentes das fundações Gulbenkian e Oriente.

O programa, que começa com uma recepção de Jacques Chirac e um banquete no Eliseu e integra um discurso de Sampaio na Assembleia Nacional, foi elaborado de forma a que o Presidente visite o Liceu Molière, em Paris, onde o português é uma língua estrangeira de opção, e a Universidade Lumière, em Lyon, onde participará no colóquio Le portugais, pourquoi faire?, em que se irão realçar as vantagens do estudo da nossa língua.

Um inquérito recente demonstra que grande parte dos franceses não sabe que a língua que se fala no Brasil é o português - o oitavo idioma com mais falantes no Mundo. Para contrariar a concorrência de outras línguas emergentes, a estratégia passa ainda pela demonstração que o português pode ser uma língua de negócios, falada em vários continentes - ao contrário, por exemplo, do italiano ou do alemão. A campanha integra folhetos informativos, cartazes que vão ser espalhados pelas escolas secundárias e um site na Internet.

As conversações acerca da expansão do ensino oficial do português, que será um dos temas de conversa entre Sampaio e Chirac - e, também, entre a ministra da Educação portuguesa com o seu congénere francês - vão, certamente, exigir alguma reciprocidade. Afinal, o Eliseu sabe que em Portugal a língua e a cultura francesas também estão em regressão.

Apesar de tudo, poderá haver alguma sensibilidade às pretensões portuguesas, se Paris entender que - mesmo descontando a sua estratégia diplomática de atrair alguns PALOP para a zona da influência francófona - poderá ser útil uma oposição mais ampla à hegemónica globalização anglófila.

Em sintonia com esta campanha, a deslocação presidencial pretende renovar igualmente a imagem de Portugal em França, que - apesar do culto do cinema de Oliveira ou da poesia de Pessoa - ainda está muito associada à vaga da imigração dos anos 60. Neste contexto, em vez do fado, com um vasto catálogo no mercado francês, de Amália a Cristina Branco, Belém optou por concertos de Rodrigo Leão, no Carroussel do Louvre (Paris) e no espaço Subsistances (Lyon).
(08.04.05/Fonte : Diário de Notícias)

Voltar

"Entidades Públicas" vão substituir hospitais SA

Mudanças Ministro Correia de Campos classifica a medida como "estratégica" e de acordo com os princípios do Serviço Nacional de Saúde Lógica do lucro rejeitada no novo modelo

A venda de medicamentos fora das farmácias só poderá ser feita por farmacêutico, técnico de farmácia ou sob supervisão de um deles. Esta uma condição prevista no projecto de decreto-lei que o Governo faz juntar ao pedido de autorização legislativa a remeter à Assembleia da República sobre política do medicamento. Será agora sobretudo a agenda da Assembleia da República a ditar para quando a medida terá tradução prática.

Foi anúncio no discurso de tomada de posse do primeiro ministro e alvo já de muita polémica, com oposição anunciada da Associação Nacional de Farmácias. Hoje, o Governo enceta o processo legal para que medicamentos sem exigência de receita médica possam ser comercializados fora das farmácias. A medida é justificada pelos "benefícios proporcionados aos consumidores". "O que nos move é a melhoria da acessibilidade e o preço mais conveniente para quem compra, tudo feito em condições de segurança total", garantiu ao JN o ministro da Saúde.

O facto de a venda deste tipo de medicamentos só poder ser feita por profissionais reconhecidos deverá promover "o alargamento do mercado de emprego para os jovens farmacêuticos e técnicos de farmácia, criando novas oportunidades de trabalho", é dito no documento.

A regulamentação já preparada e sobre a qual serão ouvidos também os parceiros sociais, prevê que os medicamentos de venda livre comparticipados continuem a ser dispensados só nas farmácias. Os outros estabelecimentos que venham a vender medicamentos ficam sujeitos a autorização e fiscalizações do INFARMED (Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento). Coimas até 30 mil euros estão previstas para infracções. E.F.

Medicamentos sem receita, mas com técnico

O Governo põe hoje em marcha alterações radicais no sistema de saúde ao decidir, em Conselho de Ministros, a transformação dos 31 Hospitais SA em Hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais). Trata-se de uma medida constante das promessas eleitorais do PS, cujo Executivo avança também hoje com o processo legislativo para a venda de medicamentos sem receita médica em estabelecimentos auto- rizados que não as farmácias (ver texto em baixo). A política de Saúde faz, por isso, hoje o pleno no Conselho de Ministros.

O JN ouviu o ministro da Saúde a propósito deste "pacote" e Correia de Campos não teve dúvidas em qualificar a conversão dos Hospitais SA em Hospitais EPE como "medida estratégica, de respeito pelo carácter público do Serviço Nacional de Saúde".

Segundo este responsável, o que torna importante esta diferença de estatuto é o facto de em qualquer momento o capital social dos SA, sendo exclusivamente público, podia mais tarde passar a só maioritariamente público e depois ainda a privado.

Bastariam simples decretos com força igual aos que criaram os Hospitais SA. Nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) "isso já não é tão fácil, teria que haver uma grande mudança de orientação política, com grande visibilidade pública".

Correia de Campos considera que "a fórmula SA já estava a caminhar claramente para uma holding SA", uma espécie de super-empresa reunindo todos os 31 hospitais. "Isso era contra o espírito da Constituição de que o Serviço Nacional de Saúde deve ser gerido de forma descentralizada e participada", acrescenta o ministro.

Acima de tudo, o ministro da Saúde considera que esta mudança recupera a lógica do Serviço Nacional de Saúde "Só precisamos das fórmulas internas das empresas, do método de organização e gestão, e não do móbil do lucro ou engrandecimento", assegura, acrescentando que "os hospitais não são instituições para darem lucro".

"Rigoroso serviço público"

O documento proposto ao Conselho de Ministros estabelece, de resto, que "as futuras entidades públicas empresariais se encontrarão sujeitas a um regime rigoroso de serviço público ao nível das orientações estratégicas...com vista a integrar-se no Plano Nacional de Saúde". Os futuros Hospitais EPE formarão um conjunto de empresas destinado a funcionar "como uma rede articulada de prestação de cuidados".

Como prazo para concretizar estas mudanças nos hospitais, Correia de Campos espera que não seja ultrapassado o final do corrente ano . Este espaço de tempo permitirá resolver os problemas do capital social dos hospitais e também o acerto com o Programa de Estabilidade e Crescimento, bem como esclarecer algumas dúvidas de Bruxelas sobre o modelo dos Hospitais SA.
(07.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Famílias gastam 32% dos salários para pagar a casa

São precisos nove salários anuais para comprar casa - um recorde na UE

Comprar casa. Preço da habitação continua alto em Portugal, em comparação com outros países europeus

O acesso à compra de casa melhorou de forma significativa para os portugueses desde 1990, apesar de o preço das casas continuar relativamente alto quando comparado com os salários médios. Há 15 anos, era necessário 104,8% do rendimento bruto do agregado familiar para pagar a prestação da casa; em 2004, este esforço correspondia a 32% do rendimento familiar.

Este é o indicador de acessibilidade à habitação, calculado pelos técnicos do Serviço de Estudos Económicos do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e que faz parte do estudo ontem apresentado por aquele banco, intitulado "Situação Imobiliária em Portugal".

Analisando o acesso dos portugueses à compra de casa nos últimos 15 anos, o estudo concluiu que o principal problema estrutural a resolver neste mercado em Portugal é o elevado preço da habitação. Nos últimos 15 anos, o preço de uma habitação média equivalia a 9 salários brutos individuais (descendo para 6,5 quando se relacionam os preços das habitações com as receitas totais das famílias), enquanto no Reino Unido correspondia a 7 salários e em Espanha a 7,5. Na União Europeia, a média está em torno dos 5 salários.

O BBVA espera uma melhoria deste rácio nos próximos anos, "já que se espera um aumento do rendimento disponível das famílias superior às valorizações mobiliárias". Com efeito, o estudo apurou que as receitas médias dos agregados familiares por ano passaram de 8,2 mil euros em 1990 para 18,2 mil euros, mais que duplicando em 15 anos. No mesmo período, o preço da habitação passou de 524 euros por metro quadrado em 1990, para 1183 euros em 2004, um crescimento ainda mais acentuado que o do rendimento. O principal benefício adveio da queda abrupta das taxas de juro em 1990 os portugueses pagavam os seus créditos com taxas médias de 20%, que caíram para 3,5% no ano passado. Graças a esta queda e ao aumento da oferta de crédito, a capacidade de financiamento das famílias melhorou significativamente nos últimos 4 anos, com a sua capacidade de compra mais forte que as avaliações bancárias.

mercado imobiliário. O estudo do BBVA não perspectiva uma recuperação assinalável na procura de habitação em 2005. Apesar da menor produção da construção de habitações novas em 2004, o parque habitacional continuou a ser elevado em relação à procura existente. Assim, a progressão dos preços das casas foi mais moderada no ano passado do que em 2003 e mais de acordo com a inflação. Segundo os técnicos do BBVA, os aumentos atingiram os 3,2% no último trimestre do ano, quando a inflação anual era de 2,5%.

A queda da procura reflectiu-se na construção de edifícios residenciais. No ano passado, o número de habitações terminadas decresceu 31%, correspondendo a cerca de 50 mil novas habitações, a maior quebra de oferta de obra nova dos últimos dez anos.
(06.04.05/Fonte : Diário de Notícias)

Voltar

Riqueza criada pelo país continua mal distribuída

Alerta Em sete anos, registou-se um agravamento das desigualdades regionais Lisboa e Vale do Tejo cada vez mais rica, Alentejo a conta-gotas

A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se encontra um terço da população nacional, foi a que mais ganhou com a riqueza gerada pelo país entre 1995 e 2002. Ao todo, do acréscimo do Produto Interno Bruto (PIB) com cerca de 48 milhões de euros, Lisboa ficou com a maior parte 46%. À região Norte, com 35,5% da população, coube apenas 25,6% do total da riqueza criada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Para o economista Eugénio Rosa, ligado à CGTP, os números justificam o óbvio "Um dos problemas mais graves que o país enfrenta em termos de desenvolvimento é o contínuo agravamento das desigualdades regionais". E as consequências, revela, são ainda piores. Porque levarão " à desertificação de importantes regiões, à macrocefalia de outras, com graves consequências para o bem estar das populações".

A repartição desigual do PIB, de acordo com os dados referentes aos sete anos, acabou por beneficiar regiões do país já desenvolvidas, como é o caso de Lisboa e Vale do Tejo. Ou seja, critica Eugénio Rosa, durante o Governo de António Guterres "as regiões mais ricas ficaram ainda mais ricas, e as mais pobres ficaram mais pobres".

Esta má distribuição do PIB, afirma Eugénio Rosa, vai trazer "graves consequências, não só para as regiões menos desenvolvidas, como para as mais desenvolvidas, assim como para todo o país". Em relação às primeiras, adverte, "esse desenvolvimento desigual determina a desertificação rápida, causada pelas baixas condições de vida e de oportunidades". Já em relação às segundas, elucida, assistir-se-á à "degradação da qualidade de vida".

José Sócrates, no programa do Governo PS, apresenta, no entanto, uma série de medidas para combater este problema. Desde programas de ordenamento do território, estratégias de desenvolvimento sustentável, planos regionais de ordenamento territorial e de ordenamento da orla costeira. Estratégias que, na visão de Eugénio Rosa, não passam de "medidas que se acotovelam".

O economista sustenta que a situação de "desigualdade" é sobretudo causada pela "recusa em regionalizar o país e descentralizar o poder". Mas também pela "ausência de um planeamento regional" que abranja "de forma integrada e coerente todas as regiões e a sua efectiva implementação".
(05.04.05/Fonte : Jornal de Notícias)

Voltar

Previsões devem confirmar maior défice e menor crescimento português

A Comissão Europeia divulga hoje as Previsões da Primavera, que deverão confirmar um défice orçamental para Portugal em 2005 superior ao limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma diminuição do crescimento económico.

O executivo comunitário publica esta manhã, em Bruxelas, às 11h00 (10h00 de Lisboa) a habitual previsão económica de Primavera para os 25 Estados-membros da União Europeia.

Segundo fonte comunitária, mesmo que se confirme um défice orçamental superior ao limite de 3,0 por cento do Produto Interno Bruto, imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, é "provável" que a Comissão Europeia aguarde pela revisão do Programa de Estabilidade português antes de tomar medidas.

Nas previsões económicas de Outono, publicadas em 26 de Novembro último, a Comissão Europeia estimava em 3,7% o défice das contas públicas portuguesas em 2005.

O ministro de Estado e das Finanças mostrou-se a 21 de Março ainda mais pessimista, admitindo que o desequilíbrio poderia ser superior a seis por cento, sem receitas extraordinárias.

Luís Campos e Cunha deixou o apuramento da situação das contas públicas para uma comissão independente liderada pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio.

Campos e Cunha comunicou em Março ao comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Joaquin Almunia, que o governo irá apresentar em Maio na Assembleia da República a revisão do Programa de Estabilidade actualizado, que será em seguida colocado à consideração de Bruxelas.

É de prever ainda uma diminuição das expectativas de crescimento económico da zona euro e também de Portugal para 2005.

Almunia já afirmou por diversas vezes que a nova previsão de crescimento dos 12 países que fazem parte da zona euro deveria descer de 2,1% (Previsões do Outono) para um valor inferior a 2%.

Campos e Cunha admitiu, por seu lado, que o crescimento da economia portuguesa deverá ficar este ano em torno dos 1,2%, metade do previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2005 e das Previsões de Outono da Comissão Europeia (2,2%).
(4.04.05/Fonte : Diário Económico)

Voltar