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08/04
'Lobbies' colocam Portugal em perigo, diz Silva Lopes
Silva Lopes considera que a recuperação económica «que se tem falado nestes meses» resulta «sobretudo de aumentos de consumo, conseguidos à custa de mais endividamento da famílias».
«A vida económica e política portuguesa corre o risco de ser dominada por grupos de interesse», alertou o economista Silva Lopes, em entrevista à revista do Montepio Geral, banco a que preside.
Exemplos de grupos de interesse, são, para o economista, os grupos empresariais, «hoje com mais peso na política económica dos governos, do que no tempo do Estado Novo», bem como alguns dos «sindicatos do sector público». Para o ex-ministro das Finanças, ex-governador do Banco de Portugal e um dos mais respeitados economistas portugueses, os «centros de decisão» deverão «estar no governo e não nas empresas». Cita como exemplo a AutoEuropa, a empresa «que pertence aos alemães», mas é «muito mais importante» para a economia portuguesa «do que quase todos os centros de decisão portugueses». Na entrevista, Silva Lopes afirma mesmo que «muitos andam a querer promover ou proteger» centros de decisão, «com custos de milhões para o Estado», com o objectivo de «depois serem vendidas aos estrangeiros com grandes mais-valias».
Referindo que tanto economistas como políticos cometem erros, nas Finanças Públicas, o presidente do Montepio, banco com capitais exclusivamente nacionais, diz que, à medida que «se aproximam as eleições, as despesas públicas disparam» e , por vezes, «prometem-se baixas de impostos».
Silva Lopes considera que a recuperação económica «que se tem falado nestes meses» resulta «sobretudo de aumentos de consumo, conseguidos à custa de mais endividamento da famílias». Considera uma «catástrofe nacional» se houvesse uma subida das taxas de juro, o que pode «acontecer num futuro próximo», e classifica a actual falta de competitividade externa da produção nacional, «como a grande dificuldade da economia portuguesa».(31.08.04/Fonte : Diário de Notícias)7 empresas portuguesas na primeira feira de tecidos em França
Quarta-feira, abre em Lille (França) a maior feira de tecidos para confecção em França destinada aos profissionais do sector : Tissu Prenier.
Com 400 expositores e mais de 7000 visitantes esta feira apresenta o melhor dos fabricantes de tecidos. As dificuldades dum sector comprimido por uma concorrência asiática exacerbada, levam cada vez mais os fabricantes europeus a propor produtos de grande qualidade e cada vez mais inovadores.
Este ano estarão presentes 7 empresas portuguesas : T M G-Têxtil Manuel Gonçalves, SA, L M A-Leandro Manuel Araújo, Lda, Têxteis Adalberto, SA, Sotave-Sociedade Têxtil dos Amieiros Verdes, SA, Fitecom-Comercialização e Industrialização Têxtil, Lda, Sampaio, Ferreira & C, Lda-Ribalene, Idepa-Indústria de Passamanarias, Lda.(30.08.04/Fonte : Luso Planet)
Bióloga Portuguesa Recebe Prémio em Estocolmo
Fórum Europeu de Ciência acolhe iniciativa para combater fuga de cérebros
A bióloga portuguesa Maria Manuel Mota, de 33 anos, recebeu ontem o prémio "European Young Investigators Awards" (Euryl), no valor de um milhão de euros. A cerimónia teve lugar em Estocolmo, no decorrer do Fórum Europeu de Ciência 2004, onde foram galardoados mais 24 jovens cientistas de várias nacionalidades. Esta foi a primeira vez que foi atribuído este prémio, que tem como objectivo combater a fuga de cérebros.
Maria Mota doutorou-se pela University College, em Londres, em 1998, e de 1999 a 2001 deu aulas na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque, EUA. Desde então tem trabalhado com uma bolsa de pós-doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras. De acordo com as regras do prémio, Maria Mota vai usar o dinheiro para, durante cinco anos, desenvolver um projecto de investigação no Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, sobre os factores que permitem ao parasita da malária desenvolver-se no corpo humano.
A bióloga, em conjunto com oito estudantes da sua equipa anterior, vai procurar estudar o papel das células do fígado, os hepatócitos, no desenvolvimento do parasita da malária. Ou seja, pretende compreender a interacção entre o parasita e o hopedeiro, e em particular o papel dos hepatócitos no ciclo infeccioso do parasita.
Foi este projecto que lhe conferiu um dos 25 prémios atribuídos pela Fundação Europeia de Ciência (ESF, na sigla inglesa) e pela Organização Europeia dos Responsáveis dos Conselhos Nacionais de Investigação da União Europeia (Eurohorc), de entre 777 candidaturas.
O prémio Euryl nasceu com o objectivo de atrair jovens investigadores para a carreira científica na Europa, tentando combater o êxodo de cientistas europeus para países como os Estados Unidos, onde o financiamento de projectos de investigação é mais fácil de conseguir e o emprego científico é mais estável. Destina-se a jovens cientistas, de qualquer país do mundo, com projectos em vários domínios, incluindo os humanitários, com a liberdade de criarem a sua própria equipa em centros de investigação europeus.
Por causa dos seus objectivos, a cerimónia de entrega dos prémios foi inserida no Fórum Europeu de Ciência 2004, que decorre de 25 a 28 de Agosto. É a primeira iniciativa do género na Europa: reúne cientistas, jornalistas, industriais e decisores políticos. O modelo de funcionamento é inspirado nos encontros anuais da Associação Americana para o Avanço da Ciência (que edita a revista "Science"). São esperados mais de 2000 participantes.
O evento surgiu para promover o diálogo interdisciplinar, reunir diferentes gerações de investigadores e abrir a ciência a um público mais vasto. Além disso, espera-se que venha a ser um local de interacção entre jovens investigadores e grandes nomes da ciência e da indústria.
O fórum é organizado pela EuroCiência, uma associação pan-europeia para a promoção da ciência composta por cerca de 1500 investigadores.(27.08.04/Fonte : Público)CPLP, a Montanha Que Pariu Um Rato
Cada vez mais são goradas as expectativas da sociedade civil dos países lusófonos, à medida que se vão realizando as cimeiras dos chefes de Estado da CPLP. Ainda há bem pouco tempo somou-se mais uma na capital são-tomense, onde se viram mais parras do que as uvas necessárias para alimentar o nosso sonho colectivo na concretização do objectivo proposto, todavia adiado "sine die".
Ao cair do pano, começaram, como de costume, a erguer vozes críticas, do lado de cá, ao protagonismo da liderança da CPLP ter sido assumido pelo Brasil, em vez de Portugal, de quem esperava a assunção do comando da nova caravela atlântica, que nem sequer ainda saiu do estaleiro. Enganam-se aqueles que julgaram que Portugal estivesse minimamente interessado no seu envolvimento na nova aventura atlântica agora de cariz humanitário. Neste momento já deve estar muito arrependido por ter dado o dito ao seu empenho na construção de uma comunidade lusófona, estando a aguardar a melhor oportunidade para abandonar a navegação.
Ora, os nossos dirigentes políticos andam inebriados com a inserção do nosso país na União Europeia, não conseguindo "ipso facto" enxergar que também existe outro mundo no planeta Terra, além do Velho Continente, como lhe chamam. Nenhum país, por mais rico que seja, se pode dar ao luxo de se fechar hermeticamente nas fronteiras do continente em que está situado. Se não, vejamos. Há países, tais como a Inglaterra e a França, que nunca descuraram a sua estratégia euro-atlântica, precisamente para reforçar o seu peso no contexto europeu.
Não é com os discursos políticos de que a política externa de Portugal tem como prioridade a sua relação com a África lusófona, mas sim é com as práticas positivas do dia-a-dia que se constrói o futuro digno de crédito. O que ainda está anos-luz da realidade. Estamos já habituados a falácia dos discursos políticos sobre a cooperação entre os nossos povos, irmanados pelos laços históricos, sanguíneos, culturais e linguísticos de há séculos. Por isso, não se pode admitir que Portugal continue com a política de faz de conta em relação às suas antigas colónias africanas, procurando apenas valorizar aspectos comerciais de recursos naturais dos países como, por exemplo, Angola, mas subestimando a relação humana com estes novos Estados.
Convenhamos que os nossos dirigentes políticos não têm o verdadeiro conhecimento da África lusófona e nem tão-pouco possuem sensibilidade às suas problemáticas, daí que não são capazes de equacionar a política da cooperação adaptada à realidade dos países destinatários. A questão muitas vezes nada tem a ver com muito dinheiro, mas sim, com o "know-how" e a boa vontade. A política de cooperação deveria ter gente com o conhecimento real da África e verdadeiramente interessada no seu desenvolvimento, e não apenas aprendizes de feiticeiro, que vão entretendo os incautos com os discursos de "show off" sobre a cooperação fantástica. O relacionamento entre os países não se avalia somente em razão do conteúdo comercial. A Inglaterra é o país que tem maior estreitamento de relação com os Estados Unidos da América e, no entanto, não é o seu principal parceiro comercial.
Quero aproveitar esta deixa para interpelar o Governo português sobre a sua política de preservação da língua portuguesa como, aliás, referiu o Presidente Jorge Sampaio num discurso recente, chamando a atenção sobre o seu baixo nível. Situação idêntica está também a acontecer no meu país de origem, mas ainda bem pior, porque, além dos governantes locais não estarem a fazer o esforço tanto na sua divulgação pelo país fora, como na melhoria qualitativa do seu ensinamento, todos os governos portugueses, sem excepção, também nada têm feito de interesse, no sentido de consolidar o ensino da nossa língua na Guiné-Bissau.
Como luso-guineense, lamento muito que a nossa língua comum esteja a perder qualidade e terreno a favor do francês, e os governantes de um e do outro lado do Atlântico nem sequer se apercebem disso e muito menos estejam preocupados com o futuro do nosso idioma daquele território africano, onde há membros do Governo, do Parlamento, presidentes das regiões e generais de Cumba Ialá que não sabem falar nem escrever em português, num país de expressão oficial portuguesa. Caso único nos países que herdaram a língua dos seus antigos colonizadores.
Como é que um país dirigido por analfabetos pode aspirar ao desenvolvimento e ser auto-suficiente, pelo menos, em termos alimentares? Sou apologista de que os meus conterrâneos possam também aprender as outras línguas estrangeiras, mas nunca deveriam fazê-lo em detrimento do português, o qual constitui a nossa herança inalienável. Se é verdade que o português não é a nossa língua materna, também é certo que herdámo-lo por força das circunstâncias históricas inegáveis, pelo que não há volta a dar a isso, sob pena de perdermos uma componente importante e unificadora da nossa identidade nacional. Nós, os guineenses, não devemos esquecer que a herança colonial é uma parte indissociável da nossa história como um povo, embora haja nacionalistas bacocos que pretendem apagar o indelével da nossa caminhada histórica. Como não podemos fazer desaparecer as marcas do colonialismo na nossa vida colectiva, pelo menos que saibamos aproveitar muitos dos seus aspectos positivos.
Portanto, uma comunidade será sempre útil e proveitosa para todos os seus membros, e a CPLP não será uma excepção da regra. Mas para que ela se torne uma realidade, primeiro, é preciso que a classe dirigente portuguesa perca, de uma vez por todas, o complexo do colonialismo de que são eivados e o cinismo no relacionamento com os africanos, sobretudo com os seus dirigentes; segundo, estejam à altura dos pergaminhos deste grande Portugal, pelo contrário não iremos a lado nenhum e nem tão-pouco sairemos desta "cepa torta".
Dirigente da Associação Guineense de Solidariedade Social.(26.08.04/Fonte : Público)Novo Sistema de Comparticipação Alargado a mais medicamentos
... os utentes acabam por pagar maisO novo sistema de comparticipação de medicamentos por preços de referência vai passar em Outubro a abranger mais 105 fármacos - de anti-inflamatórios a antidiabéticos e antifúngicos. Na prática, isto significa que, se os médicos não autorizarem a substituição de um produto de marca por um genérico, os utentes acabam por pagar mais.
Com o sistema de comparticipação por preços de referência, introduzido em Março de 2003, o Estado deixa de comparticipar o remédio numa percentagem do seu preço para passar a pagar um valor absoluto. A referência é o genérico mais caro dentro de um mesmo grupo homogéneo de medicamentos (com a mesma composição, forma farmacêutica, dosagem e via de administração).
Como cada grupo homogéneo tem de incluir pelo menos um genérico existente no mercado, o surgimento de mais fármacos deste tipo tende a alargar o novo sistema de comparticipação, como vai acontecer em Outubro. Passa-se assim de 292 para 321 grupos homogéneos.
Os novos grupos são anti-inflamatórios não-esteróides, associações hormonais, antidiabéticos orais e antifúngicos, refere o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed).
O Infarmed faz um balanço positivo do crescimento na prescrição de genéricos, porque estes fármacos atingiram pela primeira vez, em Julho, a fasquia dos oito por cento da quota de mercado (cerca de 21 milhões de euros).
Crescimento está a abrandar
Portugal fica assim acima dos níveis de países que tem como referência nesta área: França (5,4 por cento), Espanha (seis por cento) e Itália (três por cento); mas continua muito longe dos recordistas europeus: Reino Unido (51 por cento), Alemanha (50 por cento) e Finlândia (41 por cento).
Mas as taxas de crescimento das quota de mercado tendem a abrandar. Atentando nos níveis de crescimento destes fármacos em termos de vendas passou-se de aumentos de 200 por cento em 2001, 451 por cento em 2002 e 233 por cento em 2003; no primeiro semestre deste ano a taxa de crescimento era de 57 por cento, o que parece apontar para um abrandamento.
Os medicamentos genéricos da substância activa Omeprazol (modificadores de secreção gástrica) são responsáveis por 70 por cento do número de embalagens vendidas.
Contas feitas pela Associação Nacional de Farmácias, citadas esta semana pelo "Diário de Notícias", referem que a factura do novo sistema de reembolso está a penalizar o utente, que não está a beneficiar do aumento da oferta destes fármacos mais baratos. Quando o médico não autoriza a substituição de um remédio de marca por um genérico, o doente paga mais por cada embalagem.
O sistema fez com que os cofres do Estado poupassem cerca de 30 milhões no primeiro semestre deste ano, mas o doente pagou mais cerca de quatro milhões de euros durante o mesmo período. O estudo baseou-se na facturação de mais de 200 farmácias sentinela.
O Infarmed não comentou estes dados.(25.08.04/Fonte : Público)Poder de compra dos portugueses é 75% da média da UE
O poder de compra dos portugueses subiu apenas dois pontos percentuais em nove anos, estando agora fixado em 75% da média europeia, de acordo com um estudo divulgado, ontem, pela Comissão Europeia. Para a história, Portugal ostenta a marca do país que menos progrediu entre as nações da UE desde 1995 até 2003.
A capacidade de poder de compra do cidadão nacional cresceu quatro pontos percentuais de 1995 a 1999, altura em que atingiu os 77% da média europeia. Nos três anos seguintes houve uma estagnação e no ano passado o nível de vida dos portugueses registou mesmo uma quebra de dois pontos percentuais.
Nos últimos nove anos, os portugueses receberam mais de 12 mil milhões de euros em Fundos Estruturais, enviados por Bruxelas, supostamente para desenvolver e fazer crescer a economia a um ritmo mais acelerado. Pois, apesar desta injecção monetária, uma dose com potência equivalente a mais de 10% do PIB, o país está entre os mais «preguiçosos» dos Quinze da UE - e também atrás de alguns dos novos países aderentes - para alcançar o nível de vida da Europa. Em resumo, com o mesmo cheque europeu, outras nações conseguiram «fazer melhor».
A Irlanda, visto pelos economistas como o Estado-exemplo na UE, conseguiu, desde 1995, um salto de 32 pontos no poder de compra. A tal ponto que hoje os irlandeses detêm o terceiro lugar no pódio do poder de compra, medido em PPC (Paridades de Poder de Compra), uma unidade económica que permite aos analistas medir a capacidade de compra dos cidadãos nos vários países, apesar da diferença de preços nos produtos e serviços. No primeiro e segundo lugar do ranking da UE e EFTA, está o Luxemburgo e a Noruega, respectivamente (a Noruega não pertence à União). A vizinha Espanha conseguiu, também, crescer oito pontos desde 1995 e está agora entre as doze nações mais ricas da União Europeia.
«A ex-cauda da Europa», a Grécia, a eterna rival nas comparações estatísticas com Portugal e também receptora em alto grau de Fundos Estruturais, progrediu oito pontos, desde 95. Um progresso à «vertiginosa» média de um ponto por ano. A meio da década de 90, o nível de vida dos gregos estava um ponto atrás dos portugueses. Agora, o poder de compra dos helénicos é 80% da média europeia e a sua economia continua a crescer, permitindo fortes investimentos públicos, como as Olimpíadas demonstram. Dentro de vinte anos os gregos poderão ostentar, no seu território, o estilo de vida médio dos cidadãos europeus. E os portugueses? Pelas mesmas contas, nunca o alcançarão. A economia teria de crescer acima da média europeia - o que não sucede desde 2001 e não acontecerá ainda este ano - e as «produtividades dos factores», do capital e mão-de-obra, teria de crescer a um ritmo bem superior. Por outras palavras, os salários terão de subir mais que os preços dos produtos e serviços, para que o poder de compra nacional ganhe mais alguns pontos.(24.08.04/Fonte : Diário de Notícias)Governo da Irlanda do Norte Condena Ataques a Emigrantes Portugueses
O ministro da Segurança da Irlanda do Norte condenou o ataque xenófobo a portugueses, ocorrido em Portadown, no sábado. Ian Pearson classificou a vandalização de casas onde estavam alojados os emigrantes como um acto "absolutamente lamentável", noticiou a BBC. Este responsável pediu ainda à comunidade local para apoiar a polícia, ajudando-a a identificar e a encontrar os autores das agressões. Entretanto, o assessor de imprensa da embaixada portuguesa em Londres garantiu ontem que os portugueses alvos do ataque foram realojados e não sofreram quaisquer ferimentos. David Damião referiu ainda à SIC que está a ser-lhes prestado apoio social e logístico e que a polícia continua à procura dos autores do crime. Segundo explicou à agência Lusa, os portugueses só poderão regressar à casa vandalizada quando as autoridades entenderem que estão reunidas condições de segurança para o fazerem.(20.08.04/Fonte : Público)
Governo estuda alternativa ao petróleo
O Governo pretende encontrar soluções concretas para atenuar o impacte negativo do aumento dos combustíveis, anunciou ontem o ministro do Estado e da Presidência, Nuno Morais Sarmento. No prazo de 60 dias, deverá ser apresentado ao Conselho de Ministros um levantamento do impacte e das consequências da evolução dos preços do crude.
O fomento das energias renováveis será uma das «soluções concretas» a ser ponderada pelo Governo, para além de medidas para o «uso racional da energia».
Ontem, o preço do barril voltou a bater novos recordes históricos em Londres e Nova Iorque. Nos Estados Unidos, o barril chegou a ser transaccionado a 48,82 dólares. Em Londres, praça que serve de referência aos mercados europeus, o preço do petróleo atingiu pela primeira vez os 44,35 dólares. Para este aumento contribuíram as constantes ameaças ao fornecimento do Iraque, com as milícias xiitas a ameaçar sabotar as infra-estruturas petrolíferas no Sul, caso se mantenham no país as forças de ocupação norte-americanas.
O principal oleoduto iraquiano continua fechado desde que foi incendiado dia 9 deste mês, reduzindo a produção para metade do habitual. O ministro do petróleo iraquiano afirmou que o fornecimento apenas será retomado quando houver um mínimo de segurança.
O aumento da procura mundial é outra razão apontada para a escalada dos preços. Os investidores receiam que as refinarias não possam aumentar ainda mais o volume diário de produção. Os Estados Unidos, a China e a Índia são os grandes responsáveis pelo elevado ritmo de consumo e nem mesmo a escalada dos preços parece arrefecer o ritmo da procura.
Em Portugal, a Galp Energia voltou a aumentar em um cêntimo o preço do gasóleo, para 0,827 euros por litro. Este ajuste em alta aos preços do gasóleo é já o terceiro desde o início do mês. O preço das gasolinas, pelo contrário, diminuiu meio cêntimo, «porque as cotações abrandaram ligeiramente».(20.08.04/Fonte : Diário de Notícias)Lusodescendentes aproveitam apenas 10 por cento das vagas a que têm direito
Emigrantes e seus familiares têm “a vantagem” de ter à sua disposição um contingente especial que lhes reserva 7 por cento das vagas do ensino superior público em Portugal. Essa quota aplica-se a cada curso, em cada estabelecimento de ensino superior em território nacional. Contudo, nos últimos anos apenas uma ínfima parte dessa quota foi preenchida. A falta de informação pode ser uma das causas. Este ano, já terminou a primeira fase de candidaturas para a universidade, porém, é uma óptima altura para alertar os jovens que podem usufruir deste direito no futuro.
Nos últimos dois anos, os emigrantes portugueses e seus familiares utilizaram apenas 10 por cento das vagas que lhes estão destinadas por lei no ensino superior público em Portugal.
Dados da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) revelam que em 2002 e 2003 foram colocados 0,7 por cento de estudantes ao abrigo do contingente especial para emigrantes e seus familiares, embora lhes seja reservada (na primeira fase do concurso) uma quota de 7 por cento do total de vagas do ensino superior público em Portugal.
“Na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, o legislador dividiu as vagas num contingente geral e em contingentes especiais, dentro dos quais o contingente para emigrantes e seus familiares, com 7 por cento das vagas para cada curso, em cada estabelecimento”, explica o Prof. António Martins, que faz parte da equipa dos Serviços de Acesso da DGES. A “vantagem” deste contingente, continua aquele responsável, é que concede aos emigrantes e seus familiares “7 por cento das vagas só para eles”.
“Entendeu-se que, como contribuem todos os anos para a economia portuguesa, estão longe do seu país e temos uma grande comunidade, que deviam ter o seu contingente”, acrescenta.
António Martins refere-se ao Artigo 9º do Decreto-Lei n.º 296-A/98, de 25 de Setembro, que estipula que na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, as vagas fixadas para cada curso, em cada estabelecimento, são distribuídas por um contingente geral e por contingentes especiais. Existem contingentes especiais para portadores de deficiência (a que estão destinadas 2 por cento das vagas), militares (2,5 por cento), oriundos das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores (com 3,5 por cento para cada), e, como já foi referido, para emigrantes portugueses e seus familiares (com a maior fatia, 7 por cento das vagas).
Quem pode concorrer
Podem concorrer às vagas deste contingente especial os emigrantes (assim considerados os cidadãos nacionais com pelo menos dois anos de residência permanente no estrangeiro, onde tenham exercido actividade remunerada) e os familiares que com ele residam (consideram-se familiares os cônjuges, filhos ou outros parentes que com o emigrante tenham residido no estrangeiro pelo menos durante dois anos, em permanência. Não podem ter idade superior a 25 anos).
O que é necessário
Como candidato ao ensino superior, o emigrante ou lusodescendente tem que comprovar, claro está, que é titular de um curso de ensino secundário, obtido no país onde reside ou em Portugal.
Deve também apresentar um certificado de residência (passado pelo consulado da área onde habita, que comprove que é ou foi emigrante há menos de três anos.
À data da candidatura, é ainda necessário ter endereço fixo em Portugal, como relembra o Prof. António Martins.
Este responsável refere ainda que os interessados devem inscrever-se (o que acontece habitualmente em inícios de Março) num estabelecimento de ensino secundário em Portugal (podem fazê-lo por procuração), para poderem realizar os exames nacionais das provas de ingresso, sem as quais não podem candidatar-se à universidade.(19.08.04/Fonte : Mundo Português)Embraer entrega proposta para a OGMA
A Embraer anunciou ontem ter entregue uma proposta de compra da posição que o Estado pretende vender na OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal. A Embraer concorre em consórcio com a EADS, a companhia europeia que constrói os aviões Airbus.
O Governo português pretende alienar entre 35% e 65% da OGMA, através de venda directa a um parceiro estratégico. A operação de venda deverá estar terminada antes do final do ano.
O consórcio Embraer/EADS é o primeiro concorrente conhecido à privatização da OGMA, mas várias fontes têm vindo a afirmar que existe interesse, entre outros, por parte da divisão de manutenção e engenharia da TAP ou mesmo da Portugália. Na altura em que o projecto de privatização foi apresentado, Paulo Portas, ministro da Defesa, referiu que cerca de dez entidades tinham mostrado interesse no processo.
Actualmente, a OGMA realiza as inspecções do ERJ-145, fabricado pela Embraer e usado pelas forças aéreas da Bélgica e da Grécia.
A Portugália é também cliente da Embraer e da OGMA, estando esta última também empenhada na modernização dos F-16 Falcon da Força Aérea Portuguesa e recentemente celebrou um contrato para a fabricação e montagem de aviões suíços Pilatus PC-12. A OGMA emprega hoje cerca de 1700 trabalhadores.
A Embraer, que já tem actualmente duas bases próprias nos Estados Unidos da América, é o quarto maior fabricante de aviões do mundo.(18.08.04/Fonte : Diário de Notícias)Taxa de desemprego portuguesa vai registar maior crescimento da Europa em 2004
Portugal deverá registar uma taxa de desemprego de 7,3% neste ano, valor inferior à média prevista para a União Europeia, mas que traduz um aumento de oito décimas, o maior entre todos os membros.
A previsão, do Instituto de Economia Internacional de Kiel, citado pela Europa Press, refere que os países do Alargamento apresentarão uma taxa média de 14,1%, enquanto que os Quinze veteranos deverão ficar-se pelos 7,7%. Para a Zona Euro, a previsão é de 8,8%.
A vizinha Espanha deverá ter 10,7% da sua população activa desempregada no final do ano, com a maior descida entre os países da União Europeia. Apesar disso, a taxa espanhola deverá continuar a ser a mais elevada entre os Estados que já integravam a União antes do último Alargamento.
Logo depois da Espanha, surge a Alemanha, com uma taxa de 9,7% e um aumento de cinco décimas. Em França a taxa de desemprego deverá ficar nos 9,5%, na Grécia nos 9%, e na Finlândia nos 8,8%. Seguem-se a Itália e a Bélgica, com taxas de 8,5% e 8%, respectivamente.
Com taxas abaixo da média europeia, além de Portugal, ficarão a Suécia (5,2%), Dinamarca (5%), Reino Unido (4,9%), Irlanda (4,6%), Áustria (4,5%), Holanda (4,1%) e Luxemburgo (3,9%).
Tal como Portugal, também a Holanda, o Luxemburgo, a Áustria e a França apresentarão subidas nas taxas de desemprego. Pelo contrário, e à semelhança da Espanha, Grécia, Itália, Finlândia, Reino Unido, Suécia e Dinamarca acabarão o ano com uma taxa de desemprego inferior à do ano passado. As taxas vão manter-se estáveis na Irlanda e na Bélgica.(17.08.04/Fonte : Agência Financeira)