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01/03

Recorde na pobreza

Portugal é o país mais representado na lista das dez mais pobres regiões da União Europeia, figurando com quatro regiões com índices de riqueza muito abaixo da média europeia. Mas o diferencial de desenvolvimento está longe de ser apenas uma questão de assimetrias regionais, pois entre 1998 e 2000 o PIB per capita português no seu todo equivalia a apenas 68% da média comunitária.

Açores, Alentejo, Centro e Norte estão entre as dez regiões com o mais baixo nível de riqueza, de acordo com dados ontem divulgados pelo Eurostat referentes a 2000.

Quarta região mais desfavorecida da UE, atrás de duas gregas e uma francesa, os Açores registam apenas um PIB per capita equivalente a 52% da média comunitária. Uma posição que a coloca no último lugar do desenvolvimento nacional.

Em sétimo lugar ex aequo posicionam-se o Centro e o Alentejo, com um PIB correspondente a 54% da média comunitária. Menos pobre entre os mais pobres é a região Norte, que está nos 56%.

CONFIANÇA. Em declarações a DN, o secretário regional da Economia dos Açores, Duarte Ponte, minimiza as estatísticas, lembrando a especificidade da contabilidade económica da região, muito assente na agricultura, onde há pouca contabilidade organizada.

Socorrendo-se de estatísticas do INE sobre o PIB das regiões entre 1995 e 1999, Duarte Ponte manifesta-se optimista na recuperação económica dos Açores. «Em 1999 tivemos um crescimento nominal de 10,1%, o que compara com 7,4% registados na Madeira e 7% no Continente», observa o secretário regional. Como positivo destaca ainda a significativa quebra do desemprego, dos 7,9% em 1995 para os 2,5% em final de 2002, o mais baixo valor do país.

Nas suas palavras, a grande inflexão está e vai continuar a dar-se por via do turismo , sector que cresceu 17% em 1999, 23,3% em 2000, 25% em 2001 e 9% no ano passado, mesmo apesar do abrandamento económico. Outro factor de esperança é, para Duarte Ponte, «a política mais agressiva de incentivos à iniciativa privada, que passou de subsídios de 8 milhões de euros em 1996 para 22 milhões este ano».

COMPARAÇÕES. Na União Europeia existem actualmente 48 regiões abaixo do limiar de 75% da média de riqueza comunitária, correspondendo a 68 milhões de habitantes. Segundo o Eurostat, apenas 10% das regiões têm um PIB per capita superior a 125% da média, enquanto que cerca de 25% das regiões se encontram abaixo dos 75% da média.

Analisando os países candidatos ao alargamento da UE em 2002, a região mais pobre é o nordeste romeno, com uma riqueza equivalente a 16% da média da UE, enquanto que a mais rica é Praga, capital da República Checa, com 121% da média.

Das sete regiões portuguesas, seis são consideradas «Objectivo 1», ou seja, com um nível de riqueza inferior a 75% da média comunitária, e susceptíveis de prioridade nos financiamentos.

A Madeira (ver texto em baixo) já ultrapassou a condição de região pobre, com 75,9% do nível médio de riqueza, o que poderá levar Bruxelas, em 2006, a decidir reduzir os incentivos àquela região.

as regiões mais pobres
1 Ipeiros (Grécia) 2 Réunion (França) 3 Dytiki Ellada (Grécia) 4 Açores (Portugal) 5 Extremadura (Espanha) 6 Guyane (França) 7 Centro (Portugal) 8 Alentejo (Portugal) 9 Anatoliki Makedonia(Grécia) 10 Norte (Portugal)(31.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Conselho Empresarial da CPLP reúne governantes e empresários portugueses

Os ministros portugueses dos Negócios Estrangeiros e da Economia reúnem-se sexta-feira com um grupo de empresários portugueses para concertar a formalização do Conselho Empresarial (CE) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Luís Sousa de Macedo, presidente da ELO - Associação Para o Desenvolvimento Económico e Cooperação, que congrega uma centena de empresas e é uma das promotoras da iniciativa, disse à Agência Lusa que neste encontro de empresários com António Martins da Cruz e Carlos Tavares, se vai "procurar o apoio efectivo, nomeadamente financeiro, para a organização", um "alicerce do braço económico da CPLP".

O encontro contará com a presença de representantes das maiores empresas portuguesas interessadas no projecto - Portugal Telecom, Banco Comercial Português, Banco Espírito Santo e Electricidade de Portugal, entre outras.

Também presente neste encontro estará o secretário executivo da CPLP, João Augusto de Médicis.

A ELO foi mandatada pelo Conselho de Ministros da CPLP, durante a cimeira de Brasília de 30 Julho de 2002, para constituir formalmente o CE até ao II Fórum da organização, a realizar no segundo semestre deste ano no Brasil.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) demonstraram em Brasília uma "receptividade total" ao projecto de criação do Conselho Empresarial, afirmou Sousa de Macedo.

Esta reunião "foi essencial para que o movimento, nascido em Lisboa, fosse abençoado" pelos "Oito", disse Macedo, que é também administrador da Portugal Telecom, a empresa portuguesa com maior investimento no Brasil.

"Não partilho algumas das críticas que têm sido feitas à CPLP - a organização tinha que começar como começou: um instrumento de aglutinação da Lusofonia, no âmbito político-diplomático, a que os Estados deveriam aderir", afirmou este dirigente, a propósito do trabalho da Comunidade criada em Julho de 1996.

O Conselho Empresarial pretende afirmar-se como pilar económico da CPLP mas, segundo Sousa de Macedo, "não deve ser apenas obra de Estados e de Governos".

Deve também ser "interiorizada pelos países, associações e instituições privadas e públicas", defendeu.

A reunião de sexta-feira marca o arranque de uma digressão que levará uma comitiva da ELO a todos os países-membros da Comunidade, onde serão organizados encontros semelhantes, juntando empresários e autoridades à mesma mesa.

A primeira escala desta digressão será o Brasil.

Sousa de Macedo lembrou a enorme expectativa com o processo de paz em curso em Angola, e acredita que "Portugal e o Brasil serão a locomotiva" deste projecto empresarial, que visa dinamizar as relações económicas e ser um instrumento da Lusofonia no mundo.

O Conselho Empresarial da CPLP será uma estrutura organizada, com edifício próprio, que promoverá as parcerias estratégicas no espaço económico lusófono e o reforço das associações empresariais, procurando formas inovadoras de financiamento, contribuindo para a formação de recursos humanos e promovendo a circulação de informação.

Procurará ainda incentivar facilidades na legislação.

O primeiro Fórum do Conselho Empresarial decorreu em Lisboa a 27 e 28 de Junho de 2002 e reuniu 350 empresários dos "Oito", uma iniciativa conjunta dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Economia e da Associação ELO.

O projecto pretende que o CE, agregando também associações empresariais dos diversos países, elegendo os seus estatutos e membros, seja interlocutor junto dos respectivos governos e nas instâncias multilaterais onde esses Estados estão inseridos: Portugal na União Europeia, Brasil no Mercosul (América Latina), os países africanos na SADC (África Austral) ou na CEDEAO (África Ocidental).

"É importante que os empresários possam ter uma interlocução, não apenas individual, mas como membros de um Conselho Empresarial de uma organização multilateral, minimizando assim as fraquezas que cada país possa ter", realçou Sousa de Macedo.

O novo "braço" da CPLP, segundo Sousa de Macedo, deverá ser dotado de instrumentos que permitam alavancar o sector empresarial em África, fomentando a criação de empresas e de empregos, proporcionando informação qualificada sobre benefícios fiscais, obtenção de subsídios ou repatriamento de capitais.

A ELO presidiu há dois anos à Business Council Europe-Africa and Mediterranean (BCEAM), conselho empresarial que representa cerca de 80 por cento do investimento privado mundial em África, uma experiência, que Sousa de Macedo, considera "preciosa".

Sousa de Macedo lamentou a "pouca visibilidade internacional de Portugal no domínio da cooperação", principalmente depois da saída do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros João de Deus Pinheiro das funções de Comissário Europeu com o pelouro das relações da UE com os países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP).

Disse ainda que organizações congéneres da CPLP, como a Francofonia e a Commonwealth "têm pessoas colocadas em todo o lado e são um tentáculo articulado".(30.01.03/Fonte : PortugalNews)

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Mais de Metade dos Alunos do Secundário Sem Rendimento Escolar

Números divulgados por Joaquim Azevedo
Cursos tecnológicos são os que registam maiores níveis de insucesso

Apenas 24 em cada 100 alunos dos cursos tecnológicos completam em três anos a sua formação no ensino secundário. A percentagem sobe para 44 por cento quando se trata de cursos gerais e para 66 nos profissionais. Esta é uma das conclusões centrais de uma investigação feita por Joaquim Azevedo, do conselho de administração da Associação Empresarial de Portugal, que ontem foi apresentada na Exponor.

Na origem desta situação está a "falta de rendimento escolar e uma grande margem de ineficiência no desempenho das escolas", explica o antigo secretário de Estado dos ensinos básico e secundário nos governos de Cavaco Silva.

O trabalho, cujos resultados foram agora divulgados durante um seminário sobre empresas e ensino profissional, analisou um universo de 10 mil alunos dos cursos secundários e 2700 dos profissionais, que frequentaram os estabelecimentos de ensino (37 secundários e outros tantos profissionais), entre 1997 e 2000 e 1998 e 2001.

O fraco rendimento das escolas é explicado - segundo opiniões recolhidas junto dos próprios directores - pela má preparação dos alunos à entrada do secundário, pela população escolar cujo nível cultural é relativamente baixo e pelas fracas perspectivas de "mobilidade social ascendente" por parte dos próprios estudantes. "Por isso, as famílias investem pouco na escolarização e os alunos andam na escola a matar o tempo."

Na visão de Joaquim Azevedo, um dos caminhos para solucionar este fraco panorama escolar pode ser a mudança dos modelos de certificação nas escolas secundárias, que considera "desajustados". Tomando como exemplo os cursos

tecnológicos, o ex-secretário de Estado defende que os alunos que queiram ingressar no mercado de trabalho o possam fazer, com a formação técnica completa; no caso de pretenderem seguir para o ensino superior, deverão precisar, além do curso completo, de ser submetidos aos exames das disciplinas específicas exigidas pelas universidades e politécnicos.

No caso das escolas profissionais, o cenário deveria ser melhorado com a abertura de mais lugares por parte do Estado, uma vez que "há indicadores que dizem que 45 por cento dos candidatos não entram por falta de vagas". Na opinião de Azevedo, o "numerus clausus" destes estabelecimentos de ensino "é muito mais grave do que no ensino superior, porque aí o número de vagas já é superior ao de candidatos". A questão neste caso, defende, está mesmo em "abrir mais lugares, porque a procura social existe".

E quem está a entrar? "Os alunos mais novos, com melhores notas - o que é, mais uma vez, dar privilégios à classe média e às classes com maior poder de compra e nível cultural, estando a expulsar as populações com um nível inferior", disse ainda.

À espera de um iluminado

As alterações propostas não são uma reforma, sublinha Joaquim Azevedo, mas sim a resolução de problemas reais. Isto porque a detecção das dificuldades dos cursos tecnológicos já foi feita em 1995/96, o ano lectivo em que acabou a generalização dos novos currículos nas escolas. "Começaram, então, a perceber-se os problemas, mas nenhuma medida foi tomada sobre o nível secundário desde 1993. Fala-se muito em revisão curricular, mas ainda nada foi feito. Num sistema tão gigantesco como é o educativo, havendo inacção perante problemas, a situação degrada-se."

Por causa desta "inacção" é que "milhares de jovens estão a ser altamente prejudicados todos os anos". Mas as coisas "vão sendo adiadas até que apareça o iluminado com a grande reforma, nem que seja com esta suspensa e venha outra para 2005, 2008 ou 2010". Por isso é que os cursos tecnológicos "têm vindo a degradar-se e o número de alunos a decrescer".(29.01.03/Fonte : Público)

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Efacec aposta no Magreb e Brasil

A Efacec Ambiente, empresa de sistemas do universo do grupo Efacec, quer focar a internacionalização do negócio das águas e ar nos mercados do Magreb, Angola, Moçambique e, numa fase posterior, no Brasil, avançou Martins Carvalho, administrador da empresa

A estratégia é apoiar os seus clientes nacionais nas ‘démarches’ no exterior, como é exemplo o sistema de despoeiramento instalado na Cimentos Temara, em Marrocos, do grupo Cimpor.
Como salientou Martins Carvalho, a exportação de sistemas é um mercado difícil e, nesse sentido, a Efacec Ambiente tem de se focar nos mercados onde já tem experiência e onde o grupo está instalado, como é o caso de Angola. Caso tenha sucesso nas exportações para esses mercados, a Efacec Ambiente admite estudar todas as propostas de parceria que surjam para aumentar a sua posição no exterior.
A empresa tem uma carteira de encomendas para este ano da ordem dos 26 milhões de euros que se repartem entre o sector público e privado. De acordo com Martins Carvalho, a Efacec Ambiente tem conseguido crescer quer ao nível das encomendas, quer na facturação apesar da recessão económica sentida no país.
Neste momento, está a executar uma obra no novo estádio do Sporting, encomenda da ordem dos 7,2 milhões de euros, que deverá estar concluída no próximo Verão. A unidade desenvolveu ainda os projectos para 30 ETAR (estações de tratamento de águas residuais) compactas, cujo valor ascende a 1,5 milhões de euros.
A Efacec Ambiente registou um volume de negócios de 25 milhões de euros em 2002, um crescimento de 25% face aos 20 milhões de euros facturados no exercício de 2001. Segundo Martins Carvalho, a empresa deverá gerar resultados líquidos da ordem dos 1,4 milhões de euros em 2002, valores provisórios na medida em que ainda não foram encerradas as contas do ano passado. Para este exercício, as estimativas apontam para um volume de negócios de 26 milhões de euros.(28.01.03/Fonte : Diário Económico)

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Portugal Foi o Sexto Maior Investidor Estrangeiro no Brasil

As empresas portuguesas investiram 1.019 milhões de dólares (943 milhões de euros) no Brasil em 2002, o que coloca Portugal no sexto lugar da lista dos maiores investidores naquele país sul-americano no ano passado. Globalmente, foram investidos no Brasil no período em análise 16.566 milhões de dólares, montante mais do que suficiente para financiar o défice da Balança de Transacções Correntes de 7.758 milhões de dólares. Apenas em Dezembro, o investimento directo estrangeiro (IDE) português no Brasil totalizou 148 milhões de dólares em Dezembro de 2002, sendo 106 milhões da Portugal Telecom (PT), disse à Agência Lusa fonte do Banco Central. Esses recursos da PT destinavam-se à aquisição da Tele Centro-Oeste Participações (TCO) pela Brasilcel, nome provisório da "joint-venture" formada pelo grupo português e pela espanhola Telefónica.

Além dos recursos da PT que entraram em Dezembro no Brasil, a Prolagos investiu 30 milhões de dólares na captação, tratamento e distribuição de água no país. Deste total, 28 milhões de dólares foram para a Águas de Portugal (ADP) e dois milhões para a Empresa Portuguesa das Águas Livres.

Ainda em Dezembro, o repatriamento de lucros para Portugal dos investimentos directos somou 89 milhões de dólares em Dezembro, sendo 58 milhões de dólares da PT Multimedia.Com e 31 milhões da Primesys. No ano, a soma foi de 189 milhões de dólares.(27.01.03/Fonte : Público)

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AutoEuropa fica

Já há substituto para o monovolume da Ford produzido na AutoEuropa. Gerd G. Heuss, director-geral da fábrica de Palmela, garantiu ontem, que «as negociações dentro do Grupo Volkswagen estão concluídas», mas não adiantou qual o veículo que irá substituir o Galaxy , que tudo indica deixará de ser produzido no primeiro semestre de 2005.

Recém chegado de Wolfsburg, onde esteve nos últimos três dias a delinear o futuro da AutoEuropa, Gerd Heuss remeteu o anúncio sobre o veículo que irá permitir a continuidade da AutoEuropa após 2005 para «o Grupo VW». O responsável mostrou-se confiante ao afirmar, durante um encontro com a imprensa, «não ter problemas sobre o futuro».

A confirmar a aposta em Portugal, Heuss anunciou para este ano investimentos da ordem dos 35 milhões de euros, contra os 34,7 milhões realizados no ano passado. De 1999 a 2002, a VW investiu um total de 237 milhões de euros em Portugal.

Contudo, 2003 adivinha-se complicado. A curto prazo, a fábrica de Palmela vai dispensar entre 300 a 400 trabalhadores, atingindo sobretudo o pessoal com contratos a prazo. A medida fica a dever-se à redução da produção para este ano, e que deverá fixar-se em 112.430, contra os 130.007 veículos produzidos em 2002.

A AutoEuropa não exclui a possibilidade de ainda poder rever a produção em alta, se o Governo alterar o enquadramento fiscal dos monovolumes, passando estes a integrar a Classe I (que implicará a redução do pagamento de portagens e diminuição do peso do IA). Se esta medida, que tem vindo a ser reclamada pela AutoEuropa, for aprovada, a fábrica perspectiva produzir pelo menos «mais 600 veículos». E, desta forma, «o número de postos de trabalho não descerá, podendo pelo contrário aumentar», declarou Gerd Heuss.

Considerando que os monovolumes produzidos em Palmela estão entre «os melhores», Heuss recusou-se a adiantar a data em que os actuais modelos terminam o seu ciclo de vida. Este responsável considerou, que os monovolumes da AutoEuropa «em termos de mercado continuam a ser um sucesso». E em 2003, adiantou, «poderão rever a situação. Se as perspectivas forem boas iremos melhorar ainda mais a qualidade do veículo e os respectivos equipamentos». Ou seja, precisou, «a produção dos modelos (Sharan da VW e Alhambra da Seat) pode estender-se a 2006». Mas, esta é ainda uma «questão em aberto».

Sobre o novo veículo que substituirá o Galaxy, Heuss precisou que a produção inicial poderá fazer-se noutro local, e «no prazo de seis meses deslocada para a unidade de Palmela». Nesse período a AutoEuropa terá de «trabalhar de forma equilibrada, entre a finalização de um produto e o início de um novo, contando com uma paragem para férias».
(24.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Pininfarina é aposta a fazer nos componentes

O projecto para um novo automóvel urbano, que Portugal está a desenvolver em associação com a italiana Pininfarina, é uma oportunidade que as empresas portuguesas do sector de componentes não podem desperdiçar, se quiserem garantir a sua sobrevivência a prazo.

O primeiro passo deverá ser a adequação da dimensão das empresas, de modo a permitir o salto para novas competências, o que poderá passar pela constituição de agrupamentos complementares de empresas _ à semelhança da ACECIA, designadamente para o módulo assento do veículo _, ou associação a empresas estrangeiras. Para a necessária adequação das estruturas financeiras às novas exigências, as empresas poderão também contar com um novo sistema de financiamento, designado por capital network, que a Inteli, centro de inovação responsável pela liderança do projecto do novo veículo está também a dinamizar. A ideia é constituir uma rede, em que estejam associados investidores de perfis complementares, institucionais e individuais, que, pela sua especialização, possam acompanhar um projecto ou uma empresa em todas as fases da sua evolução, do arranque a uma eventual futura expansão. A previsão do presidente da Inteli, José Rui Felizardo, é que esta rede de investidores fique constituída até Setembro.

O importante é que o projecto do novo veículo, designado por P3, é uma realidade que entrou este ano na sua segunda fase, justamente a de engenharia e desenvolvimento _ onde se inclui a produção de protótipos _, constituindo uma oportunidade que a indústria portuguesa de componentes auto terá que «agarrar com as duas mãos».

O alerta foi dado num seminário de divulgação do P3 destinado aos empresários do sector, organizado pela Inteli e o IN+, do Instituto Superior Técnico, no âmbito da exposição «Engenho e Obra» a decorrer na Cordoaria Nacional, e que, pela primeira vez, em iniciativas do género, contou com a participação, entre os oradores, dos responsáveis de empresas já intervenientes no projecto, como a Simoldes , Iberomoldes, Euralcom e ACECIA.
(23.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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2004 sem aeroporto

A nova aerogare do Aeroporto Francisco Sá Carneiro não estará pronta para receber a afluência de passageiros que se espera por altura da realização do Campeonato Europeu de Futebol. As obras de ampliação para quatro pisos não estarão concluídas a tempo do Euro 2004, o que poderá significar algumas complicações para os milhares de adeptos e turistas que chegarão ao Porto.

Uma vez que as obras do corpo central continuam sem data para serem iniciadas, o prazo de conclusão da intervenção permanece igualmente por determinar. O atraso não está, assim, avaliado totalmente, até porque a escolha do consórcio que será responsável pela execução do projecto da nova aerogare do Francisco Sá Carneiro não foi ainda tomada.

A ANA-Aeroportos de Portugal constituiu uma comissão de avaliação externa à empresa para decidir qual das cinco propostas que se apresentaram ao concurso público irá reformular totalmente a área central do aeroporto. Por ser uma obra de grande dimensão, afirma Zew Blaufuks, porta-voz da empresa, «não queremos pressionar a comissão» no timing da escolha. O valor global do investimento no Francisco Sá Carneiro ascende actualmente a 260 milhões de euros.

A direcção da ANA garante, contudo, uma «melhor capacidade instalada» por alturas do Europeu de Futebol e uma melhoria da qualidade dos serviços, em relação à prestada actualmente, para os passageiros que aterrarem no Porto no próximo ano. Segundo Zew Blaufuks, a própria programação de obras será pensada para causar o menor incómodo possível aos utentes, de que se espera uma maior afluxo em virtude dos jogos do Euro 2004. «A parte de áreas públicas do aeroporto deverá estar praticamente pronta em meados do próximo ano», garantiu ainda.

Actualmente, garante Zew Blaufuks, a zona exterior do aeroporto _ incluindo as placas de estacionamento para os aviões e os caminhos de circulação _ está praticamente concluída. Estes trabalhos correspondem à primeira fase de desenvolvimento do aeroporto. Lançado em 1998, o plano de investimentos na estrutura aeroportuária mais importante do Norte de Portugal tinha então como valor previsto cerca de nove milhões de contos (45 milhões de euros).

À medida em que se foram alargando os prazos de conclusão das obras (a primeira data apontava para 2001, ainda a tempo da realização da Capital Europeia da Cultura no Porto), também os custos para a reformulação profunda do aeroporto foram aumentando. Em 1999, novos acrescentos às obras inicialmente previstas fizeram subir o investimento estimado para quase o dobro. Actualmente, o valor que a ANA vai gastar na estrutura é quase seis vezes mais do que o previsto inicialmente.
(22.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Os Dois Maiores Grupos Portugueses de Cabos Concentram Actividades

"Holding" junta grupos Nelson Quintas e Cunha Barros

Facturação na Península Ibérica será da ordem dos 200 milhões de euros, mais 60 milhões nos restantes mercados

Dois dos maiores grupos portugueses de cabos eléctricos - Nélson Quintas e Cunha Barros - acordaram concentrar todas as sociedades que controlam numa "holding" comum, a Cabelte Cunha Barros, Cabos Eléctricos e de Telecomunicações, que arrancará, para já, com um capital social de um milhão de euros. A sociedade gestora de participações sociais agora criada - que integra três fábricas em Portugal, uma em Espanha e outras três no Brasil - será detida em 55 por cento pelo grupo Nélson Quintas e em 45 por cento pelo grupo Cunha Barros.

Em comunicado, os grupos explicam que esta concentração tem por objectivo "proceder à optimização do conjunto empresarial constituído pelas suas unidades industriais, permitindo, entre outros benefícios, obter sinergias, economias de escala e racionalização dos investimentos". Com esta operação, os dois grupos pretendem, ainda, alargar a sua presença no mercado interno, bem como a conquista de novos mercados como os da América Latina e Europa. Em aberto está a possibilidade de instalarem uma unidade fabril na Europa de Leste, concretamente na Bulgária ou na Roménia.

Em declarações ao PÚBLICO, o presidente do Grupo Cunha Barros adiantou que pretendem "ser um grupo de dimensão com massa crítica para concorrer com as multinacionais nas diversas áreas". Aliás, esta operação dos dois grupos portugueses representa uma resposta aos processos de concentração que se têm verificado na indústria mundial de cabos. "Sozinho, ninguém consegue fazer nada", afirma José Cunha Barros.

Questionado sobre se outras empresas do sector poderiam integrar este processo de concentração, o presidente do Grupo Cunha Barros respondeu que "esse assunto, neste momento, não se coloca". Conforme se pode ler no comunicado, a "holding" agora constituída "terá, em 2003, uma capacidade de facturação na Península Ibérica da ordem dos 200 milhões de euros e de cerca de 60 milhões nos restantes mercados".

A concentração de actividade dos grupos Nélson Quintas e Cunha Barros está ainda dependente das autoridades da concorrência.(21.01.03/Fonte : Público)

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Mundial de Andebol começa hoje em Portugal

Para a selecção nacional e para uma significativa porção dos 24 países que a partir de hoje e durante duas semanas competem em Portugal no XVII Campeonato do Mundo de andebol, o pódio que mais interessa ocupar está a ano e meio de distância. Assegurar um dos sete primeiros lugares da classificação e garantir o acesso directo a Atenas 2004 é, antes do título mundial, a meta que só interessa cortar com o grupo da frente. Para Portugal, cujo desenvolvimento sustentado na modalidade tem sido evidente na última década, sonhar com os Jogos Olímpicos nunca esteve tão perto.

Por esta mesma altura do ano, mas em 1990, Portugal terminava a meio da tabela mais uma participação no Campeonato do Mundo de andebol de categoria C, afastado, bem afastado, dos holofotes da modalidade. Hoje, em Viseu, defronta a Gronelândia (19h00) no arranque de um percurso que, na perspectiva mais optimista, o levará ao torneio olímpico.

Tal como para boa parte das 24 selecções presentes em Portugal, o primeiro objectivo da selecção nacional é mesmo ficar numa das sete primeiras posições do campeonato para assim assegurar a qualificação para Atenas’2004.
No caso português, a diferença para outros momentos da sua história é o facto de ser possível. Duvidoso, mas possível. Jogar em casa é, logo à partida, uma vantagem significativa, conforme ficou evidenciado nos dois últimos eventos internacionais, o Mundial de França e o Europeu da Suécia, nos quais a taça do primeiro lugar nem precisou de transpor qualquer controlo fronteiriço para ser depositada numa sala de troféus.

Por outro lado, se é certo que Portugal não joga para ser campeão, nunca os braços e mãos dos seus atletas, amadurecidos por presenças consecutivas nas principais competições, estiveram tão preparados para perseguir o que foi projectado pelas bocas. Em 13 anos, desde a aterragem do avião responsável pelo regresso da selecção e de Carlos Resende do Mundial C na Finlândia, tudo mudou na modalidade em Portugal, uma das três de cariz colectivo que integra o projecto olímpico para Atenas. O trabalho sustentado vinha já de trás, liderado por Luís Santos, o homem que preside à federação nacional há 19 anos e que, entre outros “bullseyes”, acertou em cheio na aposta em treinadores estrangeiros para a selecção – Trofin, Costache, Donner, Equisoain e, agora, Cuesta – e na limitação de dois atletas estrangeiros por equipa no campeonato nacional.

O titulo de campeão europeu de cadetes em 1992 foi apenas o primeiro passo de um percurso cujo ponto mais alto foi o 7º lugar no Europeu sénior da Croácia conseguido há três anos e culminou agora com a escolha para organizar o Mundial. Dos países que se habituaram a participar em provas secundárias durante as décadas de 70 e 80, apenas a França registou uma evolução mais significativa do que Portugal, apresentando números – e títulos – mais atraentes do que a presença lusa em três Europeus e dois Mundiais desde 1994. Da selecção de 1990 já só resta Carlos Resende, mas agora ele tem a oportunidade de jogar sob os holofotes.

TV só para jogos de Portugal

Competitivamente, a selecção tem presença quase praticamente assegurada na segunda fase da prova, pois do lote de adversários composto por Alemanha, Islândia, Gronelândia, Qatar e Austrália, apenas os dois primeiros parecem capazes de derrotar Portugal num grupo no qual, tal como nos outros três, se qualificarão quatro equipas. Fazer mais do que isso será, contudo, bem difícil, até porque a fórmula de disputa da prova, com duas fases de “poules” antes das meias-finais, é favorável às melhores equipas, pelo que os “outsiders”, um grupo no qual se inclui o conjunto de Garcia Cuesta, precisarão de operar verdadeiros milagres para se intrometer entre os favoritos.

Os adeptos que queiram seguir os melhores jogadores e equipas do planeta notarão rapidamente a tendência nortenha do campeonato – cinco cidades entre as eleitas para receber jogos, podendo acrescentarse, inclusivamente, o caso de Viseu. Têm, de qualquer modo, uma oportunidade única para mudar a atitude em relação a um desporto que muitos ainda consideram violento e, por isso, pouco aliciante. mas se quiser acompanhar mais a fundo a competição, lembre-se que só o poderá fazer directamente nos pavilhões, uma vez que a RTP limitará as suas transmissões aos jogos de Portugal, mais a final.
(20.01.03/Fonte : Público)

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Construção e obras públicas caem pela primeira vez em 9 anos

A produção do sector de construção diminuiu 1,5% em 2002, representando a primeira quebra dos últimos nove anos. Os dados foram ontem divulgados pela AECOPS, que explica o sucedido com os cortes no investimento público e o fraco crescimento do PIB.

Curiosamente, as decisões políticas de baixar o valor dos emolumentos, logo no início de Janeiro de 2002, e de acabar com o crédito bonificado, a partir do final do terceiro trimestre, acabaram por ter um efeito conjuntural expressivo no mercado da habitação em 2002. Segundo o relatório anual da AECOPS, a conjugação dos dois factores levou a uma «evolução pontualmente menos desfavorável» do sector. O fim do crédito bonificado, só por si, implicou a «aceleração de todas as obras relacionadas com fogos susceptíveis de serem vendidos com recurso a esse regime», e a quebra nos emolumentos «levou a que muitas escrituras de habitação tivessem sido adiadas de 2001 para os primeiros meses de 2002». A construção residencial, que no quarto trimestre praticamente parou, acabou por sofrer um corte de 4% em relação ao ano anterior.

Os contratos de crédito, que no terceiro trimestre sofreram um aumento de 58% em valor, foram, até final de Setembro, em número de 141.811.

De resto, o relatório dá conta de uma quebra de concursos de obras públicas adjudicados, da ordem dos 21% em valor. Os concursos abertos decresceram 26,9%. Em face disto, a taxa de utilização da capacidade desceu de 81,6% para 78,9%.

Durante o ano em revista, os investimentos em construção tiveram como principal destino as vias de comunicação, que representaram 38% e 32,8% do valor global dos concursos abertos e adjudicados. A AECOPS realça ainda o crescimento dos níveis de concorrência, com o número médio de propostas a concurso a aumentarem de uma média de 5,4 para 6,1.

Em relação a 2003, as perspectivas continuam pouco optimistas. Vai continuar a assistir-se a um apertado controle orçamental, o que implicará uma redução do nível de despesas públicas. Prevê-se, por isso, que a produção global do sector baixe de novo . Desta vez, cerca de 2%.
(17.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Inflação de 2002 atinge os 3,6%

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou um acréscimo mensal de 0,2% no mês passado, elevando assim para 4,0% o aumento deste indicador em termos homólogos e deixando a inflação média anual de 2002 nos 3,6%.

Segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as maiores contribuições para a variação mensal do índice foram observadas ao nível do Vestuário e Calçado (+0,8%), e dos Hotéis, cafés e restaurantes (+0,4%).

O INE adianta ainda que a taxa de inflação média dos últimos doze meses manteve-se, pelo sexto mês consecutivo, nos 3,6%.

Em adição, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) nacional, que é calculado para efeitos de compilação do índice de preços na Zona Euro, registou uma taxa de variação homóloga de 4,0%, valor ligeiramente inferior ao registado em Novembro de 2002, situando-se a média anual de 2002 nos 3,7%.

As previsões do Governo apontavam para uma inflação média anual em 2002 entre os 3,3 e os 3,6%.
(15.01.03/Fonte : Diário Económico)

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Portugal vai investir 135 milhões na frota

De Abril a Dezembro de 2002, a Secretaria de Estado das Pescas aprovou projectos para 51 novas embarcações, num investimento orçado em 47 milhões de euros. Frazão Gomes, secretário de Estado das Pescas, referiu ao DN que, destes 51 novos barcos, cinco destinam-se à pesca longínqua. Um deles, frisa, terá mais de 70 metros de comprimento, e representa um investimento de cerca de 8,5 milhões de euros.

Para além disso, o País vai ter mais oito embarcações de artes fixas, outras tantas para o cerco à sardinha e dez de arrasto.

Para que o País continue a poder apoiar a modernização da frota _ depois de vários anos em que o abate de embarcações reduziu a nossa frota a cerca de metade _ foi necessário renegociar em Bruxelas a reprogramação dos investimentos.

Do Conselho Europeu de Pescas, realizado em finais de Dezembro, saiu a possibilidade de Portugal reprogramar verbas, pelo que o investimento potencial para o período 2000 a 2006 é de 135 milhões de euros.

Defendendo que se tem de conceber cada embarcação como uma unidade produtiva autónoma, Frazão Gomes frisa que a rentabilidade passa pela modernização da frota, pelo que esta permite operar com menos pessoal e garantir a qualidade do peixe com uma implicação directa no preço final que se obtém no mercado.

O entusiasmo demonstrado pelo sector nos últimos meses em termos de investimento é o reverso da convicção de que, com barcos modernos, se pode ter uma rentabilidade muito interessante.

Portugal, que é o terceiro consumidor mundial de peixe, com cerca de 60 quilos per capita, tem uma enorme costa. Não pode, por isso, desperdiçar um recurso como este.

Frazão Gomes comenta que «os países ricos são os que mais valor dão ao sector primário», por oposição aos países mais pobres, «que não entendem que a autonomia da alimentação é, em última análise, uma questão de soberania». Amanhã, o secretário de Estado das Pescas vai reunir com representantes do sector no sentido de articular a melhor maneira de se programarem investimentos até ao final do QCA.

Frazão Gomes considera que uma vez que até ao final de 2004 terão de ser entregues os projectos, convém seleccionar prioridades.
(15.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Consumo de Energia Bateu Recorde Histórico em Portugal

Vai ser uma semana inteira a tremer: a vaga de frio que desde quinta-feira assola o país deve agravar-se hoje, mas a situação começa a inverter-se depois de amanhã

A vaga de frio que está a assolar o país provocou já a ultrapassagem do recorde de consumo de energia eléctrica: na sexta-feira e durante o fim-de-semana registou-se o maior consumo energético de sempre, ultrapassando os máximos verificados em Dezembro de 2001, a crer nos dados fornecidos à Lusa pela Rede Eléctrica Nacional (REN).

Na sexta-feira, o consumo diário de energia foi o mais elevado até à data registado em Portugal (142 gigawatts por hora) e a situação repetiu-se no fim-de-semana, com os consumos de sábado e domingo a atingirem "picos", 122,3 gigawatts e 114,6 gigawatts/ hora, respectivamente (ao fim-de-semana o consumo é sobretudo doméstico, ao contrário do que acontece durante a semana, em que uma parte considerável é industrial). O anterior valor máximo histórico ocorrera em Dezembro de 2001, mês em que se registaram cerca de 140 gigawatts por hora.

Nos últimos cinco dias, a quebra brusca da temperatura provocou pelo menos cinco mortes em Portugal, basicamente devido a causas indirectas, como acidentes de viação por gelo nas estradas e por intoxicações com monóxido de carbono. As urgências dos hospitais dos hospitais têm registado um aumento de afluência, sendo os sem-abrigo e as pessoas com as defesas imunitárias reduzidas, como os alcoólicos e toxicodependentes, os mais atingidos, mas as situações mais comuns registadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica continuam a ser os acidentes de viação e as quedas, devido ao gelo.

Também os incêndios se têm sucedido: ontem de manhã, oito pessoas ficaram desalojadas, depois de um incêndio ter atingido duas casas térreas em Raposo de Baixo, no Monte de Caparica, devido à queda de um aquecedor eléctrico em cima de uma cama, enquanto no concelho de Viseu o sobreaquecimento de um fogão a lenha causou um pequeno susto na escola primária número 1 de Bigas.

Abaixo de zero

Depois de na madrugada de ontem se terem registado temperaturas abaixo de zero em todo o País, à excepção do Algarve e de algumas regiões do litoral, hoje os termómetros deverão baixar ainda um pouco mais, prevendo mesmo os especialistas do Instituto de Meteorologia (IM) contactados pelo PÚBLICO que nalguns pontos do país fiquem perto dos valores mínimos absolutos registados nas últimas décadas (ver quadro).

A partir de quinta-feira, a situação começará a inverter-se, segundo adiantou uma meteorologista do IM, explicando que se nesse dia se verificará um aumento de nebulosidade nas regiões do Norte e uma pequena subida de temperatura. Para sexta-feira está mesmo prevista a ocorrência de períodos de chuva acompanhados de vento de sul, com o tempo a ficar influenciado por uma massa de ar mais quente e húmida, proveniente do mar e já não da massa de ar frio e seco que nestes últimos dias tem chegado de Leste e posto.

Apesar de estar a atingir basicamente o Continente, o frio também chegou à Madeira, ainda que apenas às serras mais altas da região, que ontem se apresentavam cobertas de branco na sequência da queda de granizo e neve. Ainda assim, a temperatura continuava amena, com mínimos de 12 graus positivos no Funchal e Porto Santo.

Leg: Os termómetros deverão baixar ainda um pouco mais durante o dia de hoje, aproximando-se dos valores mínimos absolutos das últimas décadas(14.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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2002:'horribilis'

O ano de 2002 não deixa saudades nas estradas portuguesas. Pela primeira vez nos últimos anos, o número de vítimas mortais aumentou em relação ao ano anterior (mais 36). De acordo com os registos da PSP e da GNR, mais de 200 mil famílias viram-se envolvidas em acidentes de viação mais ou menos graves, que causaram 1547 mortos e 60 mil feridos, cinco mil dos quais saíram em estado grave do local do desastre.

O panorama piora substancialmente quando, para efeitos internacionais, juntamos o indicador de 11% às vítimas mortais, para agregar os feridos graves que morrem no mês seguinte ao acidente,

A redução dos feridos graves (menos um milhar) em relação a 2001 é a única evolução positiva dos parâmetros da sinistralidade rodoviária de 2002, verificando-se um acréscimo de mais cinco mil acidentes de viação, mais 36 mortos e três mil feridos ligeiros.

A contabilização dos danos materiais não está feita, embora milhares de portugueses já sentissem os efeitos colaterais, depois de quase todas as companhias de seguros terem agravado os seus prémios, a pretexto dos danos crescentes verificados no ramo.

Se tivermos como indicador o valor de 900 mil euros (200 mil contos) por cada pessoa morta (referência da Prevenção Rodoviária Portuguesa), o prejuízo para o Estado ultrapassa, só em vítimas mortais, os mil milhões de euros/ano (mais de 240 milhões de contos). A gravidade dos acidentes aumentou tanto nas estradas como nas áreas urbanas. Em 2001, por exemplo, houve mais desastres envolvendo autocarros de passageiros, que causaram mais vítimas num único acidente. Recorde-se, a propósito, o acidente de viação no IP3, com um autocarro da Câmara de Viseu, no qual morreram 14 pessoas, ou outros que, nesse ano, envolveram transportes colectivos de crianças.

A evolução mais dramática aconteceu dentro das localidades fiscalizadas pela PSP (capitais de distrito, principais cidades do território continental e as duas re-giões autónomas), onde, apesar de terem sido participados menos dois mil desastres que em 2001, morreram agora mais 12 pessoas. Nas cidades, quase 18 mil pessoas ficaram ligeiramente feridas, enquanto 1577 sofreram ferimentos graves.

Julho foi o pior mês e um dos mais trágicos dos últimos três anos, tanto em número de acidentes como de vítimas, muito por força da sinistralidade nas estradas do Continente. Dos quase 20 mil acidentes (o número mensal mais elevado do último triénio), 12 mil aconteceram na área da GNR, e deles resultaram 178 mortos e mais de seis mil feridos, 634 dos quais graves. Gravidade que só encontra paralelo em Julho de 2000, com 197 mortos num único mês e em menos acidentes.

No interior das áreas urbanas, Dezembro foi o pior mês em matéria de sinistralidade (mais de oito mil acidentes participados), mas em Outubro houve mais mortes (25) e em Novembro mais feridos graves (160).

Na análise cruzada dos últimos dois anos, verifica-se uma dispersão maior da sinistralidade. Assim, enquanto Dezembro se afigura como um mês de elevado risco de acidentes dentro das localidades (em 2001 e 2002), já Julho e Agosto (meses tradicionais de férias) são os piores meses nas estradas nos últimos anos. Lisboa é, de longe, o distrito mais inseguro.
(13.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Manifesto contra guerra ao Iraque

Mário Soares é o primeiro subscritor de um manifesto _ Pela Paz, Contra a Guerra _ que rejeita a participação de Portugal na «preparação de acções contra países terceiros, sem a autorização prévia da Assembleia da República e sem mandato expresso do Conselho de Segurança das Nações Unidas». Uma alusão ao previsível conflito no Iraque, que «preocupa profundamente os subscritores». E, assinale-se, uma posição coincidente com a que foi já expressa pelo Presidente da República, Jorge Sampaio sobre esta questão.

Esta tomada de posição surge numa altura em que o Governo português deu já luz verde à utilização da Base das Lajes, nos Açores, pelos aviões americanos, em caso de ataque ao Iraque.

O texto critica ainda de forma contundente a actuação das forças israelitas no cenário da Palestina e a «manipulação anunciada dos meios globais de comunicação». Mais, apela-se ao lançamento de acções cívicas contra as «histerias securitárias que visam condicionar as liberdades individuais».

O documento é também subscrito por Freitas do Amaral, ex-secretário geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, e, entre outros, por Almeida Santos, José Saramago, Maria de Lourdes Pintasilgo, Sousa Franco, Guilherme d'Oliveira Martins, Manuel Alegre, Maria João Pires e Carvalho da Silva.

As subscrições podem ser enviados para o endereço de e-mail: pelapaz@clix.pt.

Os subscritores
» Mário Soares » Freitas do Amaral » José Saramago » M. Lourdes Pintasilgo » António Almeida Santos » Rui Vilar » Rui Alarcão » Manuel Alegre » Mário Ruivo » Maria Barroso Soares » Vasco Vieira de Almeida » António Sousa Franco » Guilherme d'Oliveira Martins » Júlio Pomar » Maria João Pires » Manuel Carvalho da Silva » José Gomes Canotilho » José Mariano Gago » Nuno Grande » Boaventura Sousa Santos » António Dias da Cunha » Maria de Sousa » Helena Roseta » Luís Moita » António Mega Ferreira » Alfredo Caldeira » Cónego Arnaldo Pinho(10.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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Vaga de frio árctico chega à Península Ibérica

IM prevê “temperaturas próximas do zero ou mesmo negativas em grande parte do território nacional”

A vaga de frio árctico que, nos últimos dias, congelou a Europa da Rússia à Itália poderá começar a fazer estragos na Península Ibérica. Madrid emitiu ontem um alerta prevendo uma descida brusca das temperaturas em Espanha e grandes nevões. Portugal também não escapará aos rigores da estação.

Segundo o Instituto de Meteorologia (IM), as temperaturas irão descer, vai sentir-se um acentuado arrefecimento nocturno e irá formar-se gelo e geada. Os aguaceiros ainda se mantêm pelo menos durante a manhã de hoje — serão de neve nas terras altas —, dando depois lugar a um tempo seco e frio pelo menos até ao próximo dia 13.

“Esta é a primeira situação de frio neste Inverno”, disse ao PÚBLICO Maria Joana Frada, do IM. “E deverão registar- se temperaturas próximas do zero ou mesmo negativas em grande parte do território nacional”, acrescentou. O responsável máximo pelo trânsito em Espanha, Carlos Muñoz Repiso, pediu aos cidadãos que, hoje, só utilizem viaturas em casos de urgência. Isto devido à possibilidade de nevões quando a frente de frio atravessar a Península Ibérica.

No resto do continente, praticamente todo afectado, os nevões fortes perturbaram o tráfico rodoviário, ferroviário e fecharam aeroportos. E mataram sobretudo indivíduos sem abrigo. A Rússia é o país com as temperaturas mais baixas. Na região siberiana os termómetros desceram aos 50 graus negativos e 23 mil pessoas ficaram sem aquecimento, porque o frio danificou os canos. Neste país, mais seis pessoas morreram de terça para quarta-feira. Desde o início do Inverno já morreram na Rússia 300 pessoas, a maioria delas sem-abrigo e indivíduos alcoolizados. Em Moscovo há 25 pessoas hospitalizadas por hipotermia.

Na Polónia, as escolas estão encerradas. Os termómetros marcam 36 graus negativos e desde o início do Inverno faleceram 200 pessoas. Na Eslováquia o frio árctico (vinte graus abaixo de zero), acompanhado de vento forte, foi fatal para três imigrantes clandestinos indianos encontrados mortos na fronteira eslovaco-ucraniana. Na República Checa, o frio — 18 abaixo de zero — está a assustar as populações nas zonas atingidas no Verão pelas cheias, que fragilizaram os edifícios.

Na Hungria, a neve deixou impraticáveis quase todas as estradas no Este. Mais de duas mil pessoas foram acolhidas em abrigos — até a ministra dos Assuntos Sociais e Saúde, Judit Csehak, albergou sem-abrigo na sua garagem. Os meteorologistas da Escandinávia não excluíram a possibilidade de “gelo total” no litoral báltico, se a temperatura não subir. Na Lapónia e nas costas finlandesa e sueca a temperatura está nos 40 abaixo de zero. As autoridades marítimas anunciaram que entre 30 e 40 navios estão presos no gelo ao largo de São Petersburgo, no golfo da Finlândia.

No Norte de Itália, a cidade de Trieste foi assolada por uma tempestade de gelo acompanhada de ventos de 158 km/h. A estrada que liga Florença a Bolonha foi afectada pela queda de neve. Ontem, o nevão que caiu em Londres foi o maior dos últimos 12 anos e na Escócia registaram-se 16 graus negativos.(09.01.03/Fonte : Público)

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Estaleiros entregam navio francês

O momento em que a garrafa de campanhe se parte ao embater no casco de um navio, assinalando o baptismo de uma nova embarcação, não é novidade nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Ontem, a cerimónia repetiu-se durante a entrega do navio francês FS Thais, à empresa Fouquet Sacop Maritime.

Este é o segundo navio fornecido àquela companhia, depois de, em Março de 2002, os ENVC terem efectuado a entrega de uma embarcação similar.

Sete navios restam em carteira nos estaleiros vianenses, revelou Martins Guerreiro, presidente da Administração dos ENVC.

Cinco deles «estão já a ser construídos para serem entregues em 2004», enquanto os dois restantes encontram-se ainda em projecto. Trata-se de dois navios de patrulha costeira encomendados pela Marinha portuguesa, cuja construção deverá iniciar-se no princípio do próximo ano.

Martins Guerreiro espera que, após a construção destes dois patrulhões, «o contrato venha a ser estendido para mais dez navios similares, de forma a serem entregues a um ritmo de dois por ano».

Considerando que «a carteira de encomendas é razoável», o presidente da Administração dos ENVC considera prioritário e necessário reforçar «o número de encomendas». Nesse sentido foram efectuados contactos com várias entidades, nomeadamente da Finlândia e da Grécia. Uma preocupação premente, até porque 2002 acabou com «saldo negativo» nas contas dos estaleiros vianenses, disse Martins Guerreiro.

Incertezas existem também quanto a uma eventual privatização da empresa. «Não temos qualquer indicação da privatização por parte do Governo, nem tão pouco datas para que tal aconteça», afirmou Martins Guerreiro.

Entretanto, o FS Thais prepara-se para sair Viana, para se dedicar àquilo para que foi construído: o transporte de cargas oleosas e produtos químicos líquidos.
(08.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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«Missão de soberania» na frente económica

A«diplomacia económica» perdeu, para já, as aspas nas Necessidades e profundas alterações se anunciam no palácio côr de rosa a cuja imutabilidade os portugueses se habituaram. Durão Barroso e Martins da Cruz deixaram ontem bem claro que o sistema de representação externa do Estado (embaixadas e consulados) vão ter de assumir a defesa do comércio externo, a captação de investimentos e a promoção do turismo como missão de «soberania» _ foi a palavra usada. A seguir, também Carlos Tavares disse o que seria impensável ouvir-se de um ministro da Economia há bem poucos anos: os delegados do ICEP passam a fazer reporte efectivo e directo a embaixadores ou cônsules-gerais de que fiquem dependentes com o estatuto de conselheiros económicos e comerciais ou cônsules-adjuntos. Fica assim assegurada, pela expressão de Carlos Tavares a «unicidade» da representação externa.

Dezenas de embaixadores e altos funcionários do MNE tomaram ontem conhecimentos das linhas gerais da reforma que está já a provocar um abanão nas rotinas das Necessidades. «Nada mais prioritário para o MNE do que promover a economia e o comércio», foi a mensagem deixada por Durão Barroso que mais uma vez apontou para Espanha como primeiro bastião a ser visado.

A reestruturação dos serviços centrais do MNE vai ser em breve a primeira consequência do abanão, com Martins da Cruz a anunciar novas fórmulas de articulação, orgânicas e institucionais, para apoio e optimização da dimensão económica da rede diplomática e consular.

ICEP, Instituto de Turismo e Agência Portuguesa para o Investimento (liderada por Miguel Cadilhe também presente no «baptimo» da nova fase de vida talhada para as Necessidades) vão ser os parceiros mais directos da máquina diplomática e consular.

Hoje mesmo, Miguel Cadilhe promove em Sines o primeiro «fórum dos embaixadores» destinado a definir prioridades e objectivos para a captação de investimentos.

A introdução da diplomacia económica no MNE, numa primeira fase, vai implicar uma rearrumação física e logística das instalações do ICEP no exterior, ficando remetida para uma segunda fase a integração dos funcionários no MNE. Nesta segunda fase, o MNE acolherá também um «conselho empresarial» com personalidades de referência do mundo dos negócios.

Outra grande aposta é a do envolvimento das câmaras de comércio e associações empresariais na formulação de estratégias, prevendo-se também o reaproveitamento da rede de 150 cônsules honorários e do grupo de conselheiros para a internacionalização colocados em dez países.
(07.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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"Ciberdúvidas" regressa à Internet

"Uma língua que não se defende, morre"
José Saramago

O "Ciberdúvidas da Língua Portuguesa", um consultório linguístico na Internet fundado há seis anos pelos jornalistas João Carreira Bom (falecido em Janeiro de 2002) e José Mário Costa, e que fora desactivado em Abril de 2002 por incapacidade financeira, está de novo "em linha" a partir de hoje. Para assinalar esta reinauguração, o romancista e Nobel da Literatura José Saramago escreveu um texto intitulado "Uma língua que não se defende, morre", no qual defende que uma "acelerada degradação está corroendo a língua portuguesa".

Será mantido, nesta nova etapa, o endereço "www.ciberduvidas.com", ao qual se poderá também aceder através do portal Sapo. A coordenação editorial ficará a cargo de José Manuel Costa e de José Manuel Matias, da Sociedade da Língua Portuguesa, instituição que passa a deter metade dos direitos de autor do projecto, que em breve deverá alargar-se, via cabo, à TV interactiva.

Além das várias rubricas originais, o "Ciberdúvidas" irá contar com três novas secções — "Português na Primeira Pessoa", "Notícias Lusófonas" e "Montra de Livros", nas quais colaborarão escritores e ensaístas de primeiro plano, como Eduardo Lourenço, o angolano José Eduardo Agualusa ou os brasileiros António Cândido e João Ubaldo Ribeiro.

Diversas vezes premiado a nível internacional, o "Ciberdúvidas" esteve mesmo em vias de fechar definitivamente, após a inesperada morte de Carreira Bom, mas as mensagens enviadas por cibernautas radicados nos mais diversos pontos do mundo levaram a que se procurasse uma solução. "Por ter sido reconhecido o relevantíssimo interesse público do projecto, foi-nos permitido concorrer a fundos do Programa Operacional para a Sociedade de Informação (POSI), que se encontrava suspenso", explicou José Mário Costa, sublinhando o apoio que recebeu do primeiro-ministro, Durão Barroso.

Em cinco anos de actividade, o Ciberdúvidas registou mais de 650 mil visitas e acumulou um património de nove mil respostas a dúvidas sobre o Português, na sua maioria fundadas em trabalho de investigação.(06.01.03/Fonte : Público)

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Mau Tempo Volta a Fustigar o Norte e o Centro do País

Rio transbordou e invadiu casas e lojas. O sucedido fez recordar o panorama calamitoso de há dois anos

Antiga ponte ruiu no concelho de Águeda

Dando forma a um cenário muito próximo do registado h· dois anos, quando conheceu as maiores cheias de sempre, a zona histórica da cidade de Águeda, no distrito de Aveiro, voltou ontem a ser inundada.

Por efeito da chuva intensa as águas do rio Águeda invadiram residências e estabelecimentos comerciais. Um pouco mais longe, mas ainda dentro dos limites do concelho, o mau tempo fez ruir uma ponte. A área mais marginal ao rio está novamente inundada, resumia, a meio da tarde de ontem, o presidente da câmara. Foi tudo muito rápido, em praticamente duas horas, e temos algumas casas com uma altura de água superior a 1,5 metros, explicava Castro Azevedo. As pessoas nem tiveram tempo para salvaguardar os seus bens, acrescentava, antevendo prejuízos da ordem das centenas de milhares de euros.

Bombeiros e população juntaram esforços tentando salvar o possível no interior de residências e lojas da baixa de Águeda, onde a grande maioria das ruas se encontrava submersa.

Na zona serrana do concelho, a intempérie fez ruir a pequena ponte entre as freguesias de Préstimo e Castanheira do Vouga. A travessia sobre o rio Alfusqueiro era antiga e servia, fundamentalmente, as populações locais. Segundo o presidente da câmara, a queda da estrutura não provocou quaisquer danos, pelo menos, conhecidos.

Até ao final da tarde de ontem, o Centro de coordenação de Socorros (CCS) de Aveiro tinha registado a ocorrência de algumas inundações nas zonas de Anadia, Mealhada, Pampilhosa, Oliveira do Bairro e Vagos.

Mau tempo volta a cortar estradas no distrito de Viseu

Meia centena de inundações, aluimentos, a queda de uma árvore e algumas vias cortadas fazem parte do cenário. O piso da Estrada Nacional 225, entre Vila Nova de Paiva e Castro Daire, abateu, e o trânsito teve de ser desviado pelo interior da povoação de Vila Cova a Coelheira.

Também no concelho de Vila Nova de Paiva registou-se um corte de estrada entre as povoações de Queiriga e Santo, devido ao transbordar de uma ribeira. O trânsito esteve ainda condicionado na EN16, junto ponte de Fagilde, no concelho de Mangualde, devido a um desabamento de terras. No mesmo concelho, na aldeia de Vila Garcia, outro aluimento de terras assustou os moradores de uma habitação que ainda chegou a ser inundada por lama e água.

O concelho de Viseu voltou a ser, no distrito, um dos mais atingidos. Os soldados da paz foram chamados para acorrerem a dezenas de inundações, nomeadamente em garagens. Os bombeiros foram ainda chamados para resgatar um condutor que se aventurou a atravessar a estrada que faz a ligação entre as povoações de S. Salvador e Tondelinha. Águeda do Pavia transbordou e tivemos de ir buscar o condutor ao meio do rio, sublinhou.

A chuva entrou ainda numa sala de cinema no centro comercial Õcaro.

Derrocadas provocam estragos em Gaia

Era o rio Douro aqui. Algumas horas depois, uma moradora ainda tinha bem presente os difíceis momentos por que passou ao raiar da manhã,, de ontem, na Travessa de Manuel Marques Gomes, freguesia de Canidelo, Vila Nova de Gaia. Uma derrocada e muita água arrastaram parte de um quintal de um infantário, inundando e enlameando algumas casas, uma mercearia e a própria rua. Eram sete e tal e andava tudo numa grande azafama, reforça Francisco Crista, morador naquela travessa e representante da CDU na Assembleia de Freguesia local. As principais queixas tinham como alvo a câmara, por não haver ali escoamento de águas pluviais. Cada vez que chove com intensidade e durante muito tempo, h· inundações pela certa.

Quatro garagens ruiram na Rua Vieira Pinto, junto s instalações da Real Vinícola, perto da Serra do Pilar, em Gaia, e outras duas ficaram de pé, mas sofreram danos que desaconselham a sua utilização. O acidente deu-se num prédio com rés-do-chão, dois andares e um pátio traseiro com garagens individuais. Aqui, houve uma conjugação de vários factores que o mau tempo detonou: fossas sépticas (apesar de j· haver saneamento na rua), drenagem de águas pluviais deficientes e um edifício construído num aterro. três automóveis e uma motorizada ficaram danificados.

Pai e filho desaparecidos na praia da Povoa de Varzim

O estado revolto do mar impediu ontem operações mais minuciosas de busca de um homem 25 anos e do seu filho, com três, levados, no dia anterior, pelas ondas fortes que assolaram a praia da Povoa de Varzim. Kaddour Drizi Aiffa, residente e natural de França, estava com a mulher, Cristina Pinto, a norte do molhe do porto de pesca, a tirar fotografias aos dois filhos gémeos quando, cerca da uma e meia da tarde, uma vaga mais forte puxou Hedy, uma das crianças, para o interior do mar. O pai lançou-se à água, acabando, juntamente com a criança, por desaparecer da vista da mãe. A família deslocara-se para festejar a passagem do ano. Na mesma zona, em circunstancias semelhantes, j· ocorreram três afogamentos no último ano e meio.

Inundações afectam comércio na Figueira da Foz

A forte chuva que caiu na Figueira da Foz desde o meio da manhã,, de ontem provocou inundações em vários pontos da cidade, afectando o trânsito e algum comércio. A Rua da Republica foi fechada ao trânsito cerca das 11h30, para que os carros não provocassem ondas e afectassem ainda mais as lojas, explicou Fernando Castro, comandante dos bombeiros. A água atingiu diversas lojas e um centro comercial naquela artéria.

Frisando terem-se registado inundações por quase toda a cidade, Fernando Castro apontou como outros pontos críticos a zona ribeirinha da Salmanha, a área das bombas de gasolina entrada da cidade, o jardim municipal e o parque das Abadias.

Circulação interrompida na Linha do Norte

A circulação na Linha do Norte foi interrompida s 18h15 de ontem, entre Aveiro e Coimbra, devido s fortes chuvadas na zona da Pampilhosa, que provocaram a acumulação de água 20 centímetros acima do nível dos carris. ¿ hora de fecho desta edição, ainda não havia qualquer previsão sobre quando seria possível reabrir a linha. Devido queda de um muro, esteve também suspensa por três horas a circulação entre as estações de Caide e Vila Me, na Linha do Douro.(03.01.03/Fonte : Público)

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Juros em queda

Quem decidiu começar o novo ano com a compra de uma nova casa vai receber boas notícias. As taxas de juro voltam a baixar em Janeiro, registando uma descida acentuada e generalizada de 0,2 pontos percentuais. Os clientes que conseguirem contratar os spreads mais baixos poderão beneficiar de taxas de 3,5%, valores já muito próximos dos mínimos atingidos pelas taxas indexadas à Euribor a seis meses, registados em Junho de 1999.

De acordo com os valores anunciados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), instituição que detém cerca de um terço do mercado do crédito hipotecário, as taxas a praticar durante este mês variam entre um mínimo de 3,688% e um máximo de 4,938%, para as taxas indexadas à Euribor a seis meses. Mas se o cliente optar pelo indexante Euribor a 12 meses, as melhores taxas da CGD baixam para 3,625% e a mais alta para 4,875%. Mesmo os clientes que só consigam os spreads mais altos já beneficiam de taxas de juro abaixo dos 5%.

Esta nova redução vem acentuar a queda iniciada em Junho do ano passado. Recorde-se que em Janeiro de 2002 , as taxas mais baixas situavam-se nos 4%, verificando-se uma descida de cerca de meio ponto percentual ao longo do último ano. Assim, quem na altura pagava 278 euros de prestação, por um empréstimo de 50 mil euros, paga agora 266 euros. Para um empréstimo de 100 mil euros, a prestação desce 556 euros em Janeiro de 2002, para os actuais 533 euros.

Ao descer em 50 pontos base as suas taxas directoras, no início de Dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) deu uma forte indicação ao mercado de que a conjuntura era de manutenção de taxas de juro baixas. O mercado, que até então já havia descontado uma descida de 25 pontos base, acentuou a sua tendência de descida, com os valores da Euribor a aproximarem-se dos actuais 2,75% das taxas do BCE.

Os portugueses que forem contratar um novo empréstimo para a compra de casa podem ainda contar com a possibilidade de efectuar um contrato por prazos mais dilatados que anteriormente (superiores a 30 anos), o que permitirá diluir o valor das prestações, apesar de aumentar o montante de juros a pagar.
(02.01.03/Fonte : Diário de Notícias)

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