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08/02

Viagens dos portugueses em 2001 aumentaram 7,7%

Os maiores de 15 anos residentes em Portugal efectuaram, em 2001, um total de 12,637 milhões de viagens turísticas, um acréscimo de 7,7 por cento face ao ano precedente, de acordo com o INE.

São consideradas viagens turísticas todas aquelas em que o indivíduo permanece pelo menos uma noite num alojamento distinto da sua residência habitual, não sendo considerados os casos de pessoas que se deslocaram para outra localidade para aí trabalharem.

Em 91,5 por cento das viagens o destino foi Portugal, representando o estrangeiro 8,5 por cento.

Das viagens ao estrangeiro, 47,5 por cento tiveram como destino a Espanha e 10,8 por cento a França.

Em 2001, os residentes efectuaram 64,33 milhões de dormidas fora de casa (mais 12,2 por cento do que em 2000), das quais 54,06 milhões em Portugal (mais 14,8 por cento) e 10,27 milhões no estrangeiro (mais 0,4 por cento).

Do total de pernoitas em Portugal, só menos de sete milhões foram efectuadas na hotelaria nacional.

O INE afirma que no ano passado 3,134 milhões de indivíduos viajaram por motivo de lazer, recreio ou férias (aumento de sete por cento), 1,737 milhões para visitar familiares e amigos (mais 4,6 por cento) e 278,6 milhares por motivos profissionais ou de negócios.

Quase três quartos das viagens de lazer, recreio e férias tiveram mais de três pernoitas, enquanto as visitas a familiares e amigos foram em mais de metade dos casos de curta duração (menos de três pernoitas).

Do total das viagens turísticas de residentes no ano passado, 15,9 por cento foram efectuadas no mês de Agosto, sendo três quartos viagens de lazer, recreio e férias.

As viagens de visita a familiares e amigos e tiveram maior expressão no mês de Dezembro, que abrange a quadra natalícia.

O automóvel foi o principal meio de transporte utilizado, sendo este a escolha em 77,3 por cento das viagens, mas nas deslocações ao estrangeiro o meio de transporte preferido foi o avião, que no caso das viagens profissionais de negócios foi o escolhido em quase três quartos das deslocações.

O recurso a agências de viagens é relativamente fraco entre os turistas portugueses.

Apenas em 6,5 por cento das viagens houve recurso aos serviços de agências de viagens/operadores turísticos, sendo a percentagem mais elevada nas viagens profissionais/negócios (18,3 por cento).

Nas viagens ao estrangeiro houve recurso a operadores ou agências em mais de metade das viagens profissionais/de negócios, em 41 por cento das viagens de lazer, recreio e férias e em 24,7 por cento das visitas a familiares e amigos.

Em mais de três quartos das viagens realizadas por residentes em 2001 o alojamento utilizado era privado (em cerca de 70 por cento dos casos uma segunda residência), enquanto os estabelecimentos hoteleiros serviram para pernoita em 19,0 por cento das viagens (em 65 por cento no caso das viagens ao estrangeiro).

A duração média das viagens turísticas em 2001 foi de 6,4 dias no caso das viagens de lazer, recreio e férias (6,2 dias em 2000), 4,7 dias nas viagens profissionais/de negócios (4,5 em 2000) e 3,5 dias nas visitas a familiares e amigos (3,4 dias no ano anterior).

A despesa média diária por turista foi de 5.800 escudos, valor que se elevou para 12.300 escudos no caso das viagens profissionais/de negócios.(30.08.02/Fonte : Lusa)

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Minho : Fortaleza de Valença corre sérios riscos de aluimento

A Fortaleza de Valença corre fortes riscos de aluimento. Esta situação foi detectada durante as obras pontuais de manutenção e conservação das zonas mais degradadas da muralha. De imediato foi solicitado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto um estudo mais aprofundado para avaliar a real dimensão do problema.

Os resultados do trabalho indicaram, segundo adiantou ao DN José Luís Serra, presidente da Câmara Municipal de Valença, um problema estrutural grave na fortaleza histórica.

As infra-estruturas de abastecimento de água, saneamento e principalmente a drenagem das águas pluviais, cuja eficiência inicial deixou de se verificar, estarão na lista das causas que estão a colocar em risco a estrutura medieval valenciana.

As fissuras na muralha «são já perfeitamente visíveis a olho nu», salienta José Luís Serra, algo que parece dar consistência ao conselho da análise efectuada à estrutura das muralhas, a qual indica a «urgência de uma intervenção ao nível das infra-estruturas de forma a repor a capacidade de drenagem das águas».

Se tal não acontecer de forma célere, a Faculdade alerta para a possibilidade bem real do «colapso estrutural da fortaleza» que, recorde-se, tem cinco quilómetros de perímetro.

Perante a gravidade da situação, a autarquia valenciana «procurou de imediato uma equipa de técnicos competentes nesta área» para efectuar um plano de especialidade «que identifique exactamente aquilo que é necessário fazer ao nível das infra-estruturas e qual o custo que tal virá a ter», de forma a que as obras de recuperação avancem no máximo em Março de 2003, garantiu José Luís Serra, relembrando no entanto que «a data de início da recuperação da fortaleza dependerá da rapidez do trabalho prévio dos técnicos».

Para financiar os custos da recuperação das muralhas a autarquia decidiu já encaminhar para esse fim «toda a verba que eventualmente venha a ser canalizada pelo Interreg III para Valença», revelou o presidente da Câmara Municipal.

Esta foi a forma que «encontramos para precaver uma situação muito provável de elevados custos na recuperação da fortaleza», afirmou ainda José Luís Serra.

Mas o autarca está também «consciente que tal verba acumulada pode não ser suficiente». Por tal, durante o dia de ontem, José Luís Serra solicitou «uma audiência com carácter de urgência ao ministro das Obras Públicas», para o «colocar ao corrente da situação e apelar à ajuda que eventualmente seja necessária».
(30.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Cartaxo organiza primeiro Festival do Vinho

«Vinhos de Qualidade das Novas Regiões» é o tema do primeiro Festival Nacional de Vinhos que se realiza no Cartaxo, entre os dias 20 e 22 do próximo mês de Setembro.

O evento, cuja realização se efectuará no parque municipal de exposições, contempla provas e mostras de vinho das recentes regiões do Ribatejo, Estremadura e Setúbal.

Fazendo jus à importância económica e social do Cartaxo, que desde tempos muito longínquos lhe outorgam o epíteto de ex-líbris da região, o certame decorre no âmbito do projecto denominado «Cartaxo, Capital do Vinho», o qual foi concebido por iniciativa da câmara municipal local.

O Festival Nacional de Vinhos do Cartaxo deverá proporcionar às principais marcas e produtores das novas regiões vinícolas a sua primeira oportunidade de se mostrar ao grande público e aos principais especialistas do sector.

Os visitantes poderão também comprar no recinto da exposição o vinho da sua preferência. Terão igualmente oportunidade de participar em provas específicas, as quais serão devidamente comentadas por conceituados enólogos.

O programa integra também uma conferência subordinada ao tema do festival, que irá decorrer na Quinta das Pratas, e o primeiro Encontro Gastronómico do Cartaxo, a realizar no parque de exposições da cidade, com degustação de variadas especialidades ribatejanas.

Paralelamente a esta iniciativa da Câmara Municipal do Cartaxo, com organização assinada pela Expolíder, realiza-se a primeira1 Corrida de Toiros Lux, na praça da cidade.
(29.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Estudo: Portugal tem a mais fraca taxa de conclusão do 12.º

Portugal é o país da OCDE com a mais baixa percentagem de conclusão do ensino secundário por parte da população masculina, a par do México: apenas 20 por cento chegam ao fim do 12.º ano.

As mulheres melhoram um pouco a imagem do País ao elevar Portugal para o antepenúltimo lugar da mesma categoria, entre as 29 nações consideradas. Tudo graças à forma como a geração dos 25/34 anos conseguiu saltar várias etapas e situar-se num patamar longínquo em relação aos fracos níveis de formação das suas mães (55/64 anos): passaram de três por cento de taxa de conclusão do 12.º ano para 34 por cento. O panorama do ensino superior segue a mesma tendência.

Os dados fazem parte da última publicação da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE) dedicada aos Estudos Económicos, a que o DN teve acesso. O objectivo de um dos capítulos é perceber os benefícios de que usufrem os indivíduos e o seu país com o investimento feito no ensino pós-obrigatório - no caso de Portugal, a partir do 9.º ano. E as diferenças marcadas entre homens e mulheres nesse processo.

Uma das conclusões aponta para o facto de a educação pós-obrigatória (secundária e superior) acabar por beneficiar e produzir mais-valias apenas para os alunos oriundos de agregados familiares já de si instruídos e com rendimentos acima da média. Tudo porque a escolaridade obrigatória falha no seu papel de democratização do ensino e de rampa para o acesso de todos os públicos às mesmas oportunidades. Por outras palavras: o ensino básico não consegue ultrapassar a desvantagem inicial com que os mais desfavorecidos e oriundos de backgrounds menos instruídos partem para a corrida da educação - e o axioma parece ser tão válido em Portugal como no México, passando pelos países nórdicos.

Os dados que remetem Portugal para o último lugar da tabela são de 1999, mas produzem um interessante retrato estratificado da população por sexo e faixas etárias - e da posição relativa do País em relação aos outros 28 membros da OCDE. Assim, Portugal consegue 27 por cento de escolarização a nível do 12.º ano na faixa etária masculina dos 25/34 anos, enquanto que o conjunto de indivíduos entre os 55 e os 64 anos apenas chega aos 11 por cento. O resultado é uma média de 20 por cento que nos coloca no último lugar da tabela, a par do México e muito longe dos 91 por cento da República Checa ou dos 87 por cento da Suíça.

De qualquer forma, quem vai além da escolaridade obrigatória ganha, e muito, com isso. Desde logo em termos de evolução e permanência no mercado de trabalho - e aqui os dividendos são sempre mais evidentes para as mulheres, que marcam presença no mundo laboral essencialmente quando têm qualificações mais elevadas. Portugal é disso um exemplo paradigmático, com uma diferença de 30 pontos percentuais entre a presença feminina mais instruída no mercado de trabalho e aquela que tem apenas a escolaridade obrigatória ou menos. Nos homens, esse diferencial não chega aos dez pontos percentuais.
(28.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Portugueses sem trabalho na vizinha Espanha

Os trabalhadores sazonais alentejanos, que durante vários anos cruzaram a fronteira com o intuito de trabalharem na apanha do tomate nos campos da Extremadura espanhola, tiverem este ano de ficar em território nacional.

Com a chegada em força da mecanização acabou, de vez, o emprego para portugueses por estas paragens, sobretudo porque o trabalho já vai sendo pouco para os próprios cidadãos espanhóis.

Já em 2001, a mecanização havia deixado alguns portugueses sem possibilidades de angariarem um pé-de-meia, na tradicional apanha do tomate, na zona de Montijo, a 40 quilómetros de Badajoz. Quando, há dias, várias famílias portuguesas chegaram aos tomatais, não encontraram um simples posto de trabalho.

José Vieira, de Arronches e chefe de uma família de cinco elementos que anualmente por ali trabalhou, lamenta a forma como os portugueses terão sido tratados pelos empresários espanhóis. "Enquanto precisaram de nós, até nos iam buscar a casa, porque havia muito tomate para apanhar. Agora, dão-nos um chuto e nem merecemos uma justificação", refere, sustentando que os sindicatos, dos dois lados da raia, "são os grandes responsáveis por tudo".

De resto, esta acaba por ser uma tese defendida pelos vários portugueses que perderam o seu emprego nos campos da Extremadura. "Durante anos fomos para lá ganhar bom dinheiro. Trabalhávamos no duro, mas recebíamos mais do dobro do que se ganha em Portugal. Dormíamos onde calhava e comíamos qualquer coisa. Um dia apareceram lá os sindicatos e, a partir daí, as autoridades nunca mais nos largaram", relata este homem, de 57 anos, lançando uma pergunta: "O que é preferível? Trabalhar clandestinamente, ou estar em casa a viver de subsídios miseráveis?".

Porém, Orlando Pérez, empresário, diz que este ano só não há trabalho para os sazonais, "apenas porque nós investimos na modernização do sector e isso acarretou muitas despesas".
(27.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Ornitologia: aves exóticas naturalizam-se

Para os que gostam de aves, as férias e o verão são ocasiões ideais para fazer observações. E se os ornitólogos por mais incipientes que sejam já conhecem muitas das nossas aves, um novo ramo de entertenimento se abre agora: detectar e observar aves exóticas que já nidificam em Portugal.

Para tal, nada como adquirir o livro de Rafael Matias, Aves Exóticas que Nidificam em Portugal Continental, numa edição do Instituto de Conservação da Natureza.

É um guia claro, simples, de fácil manuseamento de com excelentes gravuras das aves e mapas da sua localização. Tem todas as condições para poder ser um companheiro de férias agradável e no futuro, um bom companheiro de viagem aos fins-de-semana. Segundo o autor, "não se trata de caçar aves exóticas, mas antes conhecer o melhor possível a realidade actual da nossa avifauna. A ocorrência de aves exóticas a nidificar em liberdade em Portugal continental remonta aos anos 60, quando foram registados os primeiros bicos-de-lacre na zona da Lagoa de Óbidos. Desde então o número aumentou. Nos anos 80 deu-se uma "explosão" tendo sido observada em nidificação cerca de 16 espécies exóticas".

O tráfego de espécies exóticas, a maior parte das vezes ilegal, deu origem ao aparecimento de novas espécies nos nossos campos. Das espécies introduzidas acidentalmente em Portugal, poucas conseguiram a "naturalização". Estão neste caso o periquito-de-colar, o bico-de-lacre, o bengali-vermelho e o bispo-de-coroa amarela. Mas já vimos papagaios em plena liberdade, no Ribatejo. Esta saber se conseguiram encontrar fêmea para acasalar.

A maioria das espécies que ocorrem no nosso país está muito localizada contando na sua maioria com poucos efectivos. Será estultícia julgar que se sai para o campo, em Trás-os-Montes ou num qualquer canto do Alentejo e se observam aves exóticas a cada passo. Há que dar prioridade a determinados locais em detrimento de outros. Assim, jardins e parques públicos (como o Parque Florestal de Monsanto ou o Jardim da Estrela, ambos em Lisboa), pauis e outras zons húmidas localizadas perto da zonas urbanas são bons locais para observação. Embora possam ser avistadas todo o ano, como são oriundas das zonas tropicais, a altura do acasalmento dá-se durante o período das chuvas, no nosso país. Para o aprendiz de ornitólogo, não lhe bastará o belo livro em questão e uns binóculos. Poderátambém aprender os chamamentos. Mas para isso será melhor recorrer a um curso de iniciação à ornitologia. Pode, por exemplo, frequentar um dos muitos que a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves organiza ao longo do ano.

Este manual que Rafael Matias nos deixa abrange mais de 60 espécies, das quais 50 encontram-se ilustradas e apresenta informação para todas as espécies de aves exóticas que se sabe terem nidificado em liberdade em Portugal continental. Na obra é apresentada informação pormenorizada acerca das plumagens, dos habitats onde ocorrem, da sua reprodução e da sua ocorrência no nosso páis, incluindo 21 mapas de distribuição e diversas fotografias de ninhos e locais de nidificação. Recomenda-se ainda a consulta das edições do Instituto de Conservação da Natureza.
(26.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Lisboa Imobiliário:
Venda de casas "abusiva"

Comprar e vender casa em Lisboa está mais difícil. A maioria dos notários exige um documento da câmara municipal no qual esta se compromete a não exercer o direito de preferência sobre os andares ou prédios transaccionados na cidade. É que a edilidade está a fazer vigilância apertada às transacções de imóveis abaixo do valor que considera como o preço de mercado. Se chegar a essa conclusão, exerce o direito e paga ao proprietário o valor declarado na escritura - muitas vezes substancialmente inferior ao acordado.

O problema é que a autarquia só tem legalmente esse direito em algumas zonas históricas e em bairros inseridos em planos de reabilitação, como junto ao elevador da Bica ou Alto do Lumiar. E os notários estão a pedir a declaração camarária para qualquer transacção de imóvel habitacional na zona de Lisboa.

Como senão bastasse, o documento demora, em média, 45 dias a ser emitido, o que está a deixar o mercado à beira de um ataque de nervos.

O DN confirmou esta realidade junto de dois notários da capital, que adiantaram só aceitar tratar das escrituras depois da garantia de desistência da câmara.

O Ministério da Justiça está a par da situação, mas diz que é um excesso de zelo dos notários. A associação destes profissionais afirma desconhecer a generalização da prática, e classifica-a de "abusiva".

Fonte oficial do Ministério da Justiça admite que o objectivo final dos notários será proteger todos os envolvidos nas transacções. Justifica que, ao longo dos últimos anos, têm sido publicados inúmeros decretos-lei que alargam as zonas e fixam os prazos para a edilidade lisboeta exercer o direito de preferência. E não há uma base de dados actualizada que permita o acesso rápido à informação por parte de quem tem a responsabilidade de legalizar as transacções imobiliárias.

"Há muita burocracia em todo este processo", admite a mesma fonte. "A câmara pode anular uma escritura, mesmo anos depois de esta ter sido realizada, argumentando só ter tido conhecimento da transacção nessa altura. Esta eventualidade leva os notários a serem mais cautelosos".

A Caixa Geral de Depósitos, que lidera os empréstimos à habitação, reafirma a prática nos cartórios lisboetas, mas adianta que o seu notário se limita a fazer as escrituras de hipoteca dos imóveis transaccionados, pelo que não solicita a declaração da câmara.

A CML não forneceu ao DN elementos nem sobre os casos em que exerceu o direito de preferência nem sobre o número de declarações emitidas pelos serviços.
(23.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Economia cresce 0% a 1% em 2002

O consumo privado em Portugal voltou a desacelerar no segundo trimestre deste ano face ao primeiro trimestre de 2002, bem como comparado com igual período do ano passado, de acordo com os Indicadores de Conjuntura de Julho do Banco de Portugal, ontem divulgados.

O indicador coincidente, que mede o consumo privado, foi de 0,5 pontos no segundo trimestre (o mais baixo dos últimos 8 trimestres), valor que compara com os 0,9 verificados no primeiro trimestre deste ano e os 2,3 no segundo trimestre do ano passado.

Face a esta evolução, o Banco de Portugal estima um crescimento entre os 0,5 e 1,5% no consumo privado este ano, face à subida de 0,8% em 2001.

Quanto ao crescimento do PIB para 2002, o banco central prevê uma progressão entre 0 e 1%, quando em 2001 este crescimento tinha sido de 1,9%.

O crédito bancário registou igualmente uma desaceleração do crescimento em Junho, ao recuar 0,6 pontos percentuais face ao mesmo mês do ano passado, situando-se nos 7,4%.

A principal razão para esta queda prende-se com "a desaceleração do crédito ao sector privado não financeiro, cujo contributo para a taxa de variação homóloga do crédito bancário diminuiu nove pontos percentuais", sendo em Junho último de 8,1%.

No crédito a particulares, apesar do crédito à habitação ter apenas desacelerado 0,2 pontos percentuais entre Maio e Junho, com um crescimento de 15,4% neste último mês, o abrandamento foi sensível, nas outras finalidades: diminuiu de 5,6% em Maio, para 3,6% em Junho.

O Banco de Portugal refere que o indicador de sentimento económico no nosso país, calculado pela Comissão Europeia, apresentou uma redução no trimestre terminado em Julho, face ao valor observado no segundo trimestre do ano, "reflectindo uma evolução desfavorável de todas as componentes do indicador".

O volume de negócios no comércio a retalho no segundo trimestre registou uma queda de 0,5%, agravando a tendência dos primeiros três meses do ano. No sector da construção, as vendas de cimento desceram 4,9% no trimestre terminado em Julho.

O total das remunerações médias pagas pelo sector privado cresceram 3,7% em Julho, o que traduz uma quebra em dois pontos percentuais face a igual período de 2001, tendo-se mantido estável face ao mês anterior. O número de trabalhadores abrangidos neste indicador atinge os 981,2 mil, quando em igual período do ano passado se situava nos 1,112 milhões.
(22.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Ambiente: Governo "ataca" orla costeira

O Governo vai lançar no próximo ano um programa integrado de intervenção em toda a orla ribeirinha. Esposende, Costa de Caparica, ria Formosa e lagoa de Óbidos são os locais escolhidos para a primeira fase dos trabalhos, estimados em 150 milhões de euros (30 milhões de contos). O anúncio foi feito, ontem, pelo ministro da Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Isaltino de Morais adiantou, ainda, que a concretização da primeira fase do programa vai até 2006.

A recuperação e construção de cordões dunares e a implantação de esporões constituem as principais frentes de trabalho da intervenção, que vai implicar diversas expropriações. Este aspecto não preocupa, no entanto, o ministro, que já sabe que vai ter menos dinheiro no próximo orçamento.

"Todos os ministérios vão ter os seus orçamentos diminuídos", garantiu Isaltino de Morais, para quem tal situação se explica "face ao sacrifício que todos teremos de fazer na contenção das despesas". Daí, frisou, que "a prioridade de execução das obras sob a minha tutela vá para os projectos comparticipados por dinheiros comunitários".

Em declarações aos jornalistas após a abertura, em Alcobaça, da Feira de S. Bernardo, o ministro alertou, ainda, para a necessidade de o País evitar futuramente "intervenções ad hoc, de que a lagoa de Óbidos é um bom exemplo".

Antes, o presidente da câmara local, Gonçalves Sapinho, chamou a atenção de Isaltino de Morais para os grandes problemas ambientais do concelho: "despoluição da baía de S. Martinho do Porto e os efluentes das suiniculturas". Para o autarca, no entanto, o projecto estratégico do concelho "é a requalificação do Mosteiro e zonas envolventes" e para cuja concretização tentou sensibilizar o ministro.

Isaltino de Morais evitou, porém, deixar promessas, tendo optado pela expressão de que "sempre que puder, o Governo dará, como tem feito, a sua ajuda".

Tendo em conta a próxima realização da Cimeira da Terra, em Joanesburgo, o ministro realçou, a terminar, a ideia de que o Ambiente implica um conceito de "exigência por parte dos cidadãos. E, neste domínio, é fundamental o papel das câmaras". Porque, acrescentou, "o ambiente, hoje, abrange a economia e o consumo, áreas que tocam com a qualidade de vida das pessoas". Por outras palavras, frisou, "o ambiente também é global e é nessa perspectiva que deve ser visto: algo que se passe em África ou na América terá consequências sobre todos nós".
(21.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Festa: rainha das romarias minhotas

Rainha das romarias que durante o mês de Agosto animam o Alto Minho, a festa da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, passa muito para lá da tradição. Actualmente, é mesmo um dos maiores trunfos da promoção turística do Norte de Portugal.

É quase uma obrigação ir a Viana por esta altura. Daí que não seja de estranhar que a capacidade hoteleira da cidade esteja, desde há mais de uma semana, completamente esgotada.

Hoje, o principal dia dos festejos, é feriado em Viana do Castelo e a imagem da Virgem, a padroeira, é levada ao mar e ao rio pelos pescadores, numa pequena embarcação. Assim se cumprem as promessas pelos momentos aflitivos passados no mar e que, por intercessão divina, foram ultrapassados.

Atrás do pálio, na procissão, o luto da viuvez recorda, por vezes, essas horas tristes dos pescadores de Viana do Castelo, embora, actualmente, sejam muito menos os que ainda fazem do mar o seu modo de vida.

A festa começa cedo. Logo pela manhã haverá alvorada de morteiros e os grupos de zés-pereiras, bandas de música, gigantones e cabeçudos desfilarão pelas ruas, para depois se concentrarem no Largo de S. Domingos. Nos coretos da Praça da República, os concertos musicais alegrarão o espaço público.

Em Viana, os hóteis estão cheios e não há mais nenhum quarto para alugar. A organização das festas espera cerca de 500 mil pessoas para a romaria deste ano e os turistas percorrem a cidade à procura de alojamento, curiosos perante esta manifestação religiosa e popular.

O típico artesanato da região é quase todo vendido. Desde os trajes folclóricos em miniatura aos xailes, passando pelos linhos, pelos panos bordados e pela caracterítica louça de porcelana branca pintada a azul.

Pelas 14 e 30 de hoje, sairá do santuário a procissão. Os andores de Nossa Senhora da Agonia, de S. Pedro e de Nossa Senhora dos Mares serão levados aos ombros pelos pescadores até ao Cais dos Barcos.

Após uma missa campal, haverá a bênção ao mar e às embarcações, seguindo-se a tradicional ida ao oceano e ao rio. Dezenas de barcos de pesca acompanham a Virgem neste percurso, que termina junto à Ribeira, onde a procissão segue depois a pé, sobre tapetes de flores com motivos relativos à faina marítima.

As ruas ficam apinhadas de gente para ver o cortejo religioso, que também é etnográfico. Os famosos trajes de Viana do Castelo desfilam numa mistura de luz e cor. Luz do muito ouro sobre o peito da vianesa, que, nesta altura, veste o típico traje vermelho, branco ou preto. Uma herança dos antepassados, que o povo da cidade soube preservar e as muleres ostentam agora com indisfarçável orgulho.

As festas prosseguem depois com o famoso arraial minhoto e a monumental sessão de fogo de artifício, com as mais curiosas e extravagantes combinações luminosas. A festa em Viana é assim, ao mesmo tempo, litúrgica e pagã, fidalga e popular. A Senhora da Agonia é a síntese de todas as romarias portuguesas.
(20.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Interior: Boticas aposta em zona verde

O Parque de Natureza do Barroso e Alto Tâmega (PNBAT) é uma das maiores apostas da Câmara de Boticas, cujo concelho tem sido fortemente afectado pelos fogos florestais deste Verão, para este mandato. Estendendo-se por uma área de 56 hectares, junto ao rio Beça, ficará localizado entre os aglomerados populacionais da vila e das freguesias de Beça e Vilar, apresentando uma imagem de paisagem rural característica da região do Barroso, associada a áreas florestais intercaladas com áreas de cultivo e lameiros nas baixas.

As casas da ex-Direcção Geral das Florestas, uma área de viveiros e uma estação de truticultura, o rio Beça e a sua ponte romana, conhecida como ponte Pedrinha, completam a paisagem envolvente. O PNBAT procura ser um espaço privilegiado para a sensibilização ambiental e patrimonial dos valores da região do Alto Tâmega e Barroso. Um parque de cariz ambiental, didáctico e educativo, perfeitamente integrado com a paisagem rural envolvente. Ao mesmo tempo, "é também uma forma de aproveitar e desenvolver as acessibilidades, quer viárias, quer pedonais, aos diversos equipamentos de utilização pública", afirma o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos.

O PNBAT será constituído por três zonas distintas, cada uma com o seu equipamento específico, os seus próprios acessos e áreas de enquadramento: a zona do Centro de Interpretação Ambiental será o "coração" do parque da natureza onde as casas da ex-Direcção geral das Florestas, depois de recuperadas, serão "transformadas num Centro de Interpretação Ambiental, constituído por salas de exposições, biblioteca, auditório e ecoteca", revela o edil. Na proximidade dos edifícios será construído um anfiteatro.

A partir deste Centro serão efectuadas as visitas ao parque, prevendo-se a ligação a espaços secundários de interpretação, onde estão incluídos um "arboreto" com espécies autóctones, um cercado de animais de floresta, designado por Centro de Recuperação da Fauna Selvagem (onde serão repostos animais como o veado, javali, corço, cabra montês, pequenos carnívoros e aves de rapina, diurnas e nocturnas), uma Estação de Truticultura e uma Zona de Apicultura Tradicional. A segunda zona do parque é o Centro de Formação de Escuteiros, que será constituído por uma sede permanente de um agrupamento de Escuteiros e uma área de mata dedicada às suas actividades. "Quem melhor para tratar do ambiente, da qualidade de vida, dar formação sobre a natureza do que os escuteiros?", lembra Fernando Campos, que diz estar "convencido de que o que vai contribuir para o sucesso do Parque é o facto de criarmos condições para que haja actividades de escutismo, vai ser uma zona onde todos os escuteiros do país e até do estrangeiro podem usufruir de óptimas condições".

A última zona será a "Área Familiar", um espaço onde será construído um Parque de Merendas e um parque infantil/juvenil, com ligação pedonal ao "coração" do parque, ao rio Beça e à Ponte Pedrinha. Na envolvência destes equipamentos encontrar-se-ão três outras zonas fundamentais para o conjunto paisagístico do PNBAT: a zona do Vale, a "Mata Recreativa" e a "Mata Autóctone". A zona do Vale contará com a presença tradicional dos lameiros e da mata ribeirinha. A partir do rio Beça serão criados pequenos açudes e cascatas, percursos junto à linha de água e várias pontes em madeira. A zona de "Mata Recreativa" destina-se a percursos de passeios polivalentes. Por sua vez, a zona de "Mata Autóctone" prevê a criação de um espaço de implementação de carvalhais. Numa primeira fase, o investimento rondará os 1 500 000 euros. A autarquia estima que o início de actividade possa acontecer no primeiro trimestre de 2004.(
19.08.02/Fonte : Diário de Notícias)

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