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Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

04/02

Investimento estrangeiro:
Portugal continua a captar IDE

Portugal captou, nos primeiros três meses de 2002, um total de 230,1 milhões de euros de investimento directo estrangeiro (IDE), ao abrigo do regime contratual (projectos considerados estruturantes para a economia portuguesa), a que correspondem incentivos de 80 milhões de euros. Os dados fornecidos pelo ICEP _ Investimentos, Comércio e Turismo revelam que a maioria dos projectos se situam em áreas ligadas à indústria automóvel e inserem-se na óptica do reforço e expansão de projectos já existentes.

Do conjunto sobressai o investimento dos franceses da Dyn'Aero em Ponte de Sôr, no fabrico de aviões ligeiros, superior a seis milhões de euros. Os alemães continuam a ser os principais investidores no nosso País. No período em análise, foram formalizados três investimentos de origem germânica _ Infineon Technologies (Vila do Conde), Edscha-Arjal (Vendas Novas) e Grundig _ Auto-Rádio (Braga).

No total, foram formalizados seis investimentos entre Janeiro e Março deste ano. À Dyn'Aero, Infineon, Edscha e Grunding juntaram-se os projectos de origem tunisina da Coficab e dos norte-americanos da Globe Motors.

A unidade da Coficab, que actua na área dos fios e cabos, situa-se na Guarda e representou um investimento de 14 milhões de euros. Recebeu um incentivo superior a três milhões de euros. A Infineon, ligada ao Grupo Siemens, envolveu um investimento de 145 milhões e registou um incentivo de 58 milhões. A unidade de Vila do Conde actua na área dos semicondutores.

A Edscha-Arjal em Vendas Novas envolve um investimento superior a dez milhões de euros e um incentivo de três milhões. Já a Globe Motors, a operar na produção de motores eléctricos para o sector automóvel, representa um investimento de 46 milhões de euros e recebeu um incentivo superior a oito milhões. Este projecto situa-se em Vila do Conde e foi formalizado em meados de Março, tal como a Grundig, em Braga, cujo investimento ascende a nove milhões de euros, a que corresponde três milhões de euros em incentivos.

Entre Dezembro de 2000 e Março do corrente ano, foram homologados 21 projectos de IDE no âmbito do regime contratual, a que corresponde um investimento global superior a 644 milhões de euros e um incentivo total de 173 milhões de euros.

A Alemanha e a França são os principais emissores de IDE em Portugal. No total, os alemães canalizaram, entre Dezembro de 2000 e Março de 2002, oito projectos de investimento e os franceses cinco. A maioria dos projectos provêm da União Europeia. Mas, da lista fornecida pelo ICEP, constam também investimentos provenientes de Hong Kong (Hovione em Loures), Japão (Yazaki Saltano em Ovar) e Estados Unidos (Wolverine, em Esposende, e Globe Motors).

Dos 14 projectos homologados em 2001, destaca-se o dos franceses da Lieginnov, formalizado em Dezembro, no sector do comércio da cortiça, que envolveu um investimento superior a um milhão de euros. Este projecto situa-se em Grândola. A Mauri Fermentos, também de origem gaulesa, sobressaí por actuar numa área distinta da maioria dos projectos de IDE, que se situam regra geral no sector dos componentes para as indústrias automóvel e eléctrica e electrónica.

A região Norte é a que concentra a maioria dos investimentos, com Braga e Vila do Conde à cabeça. Mais a Sul, Évora é a cidade que regista os dois maiores projectos Epcos e Tyco.
(29.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Voto por procuração aumenta

Ma região de Bouches-du-Rhône (Sul de França), 20 mil pessoas já mandataram outras para que votem no seu lugar. Há vários dias que juízes e membros da polícia judiciária e municipal redigem, em Marselha, inúmeros pedidos de voto por procuração.

No tribunal de primeira instância, onde quatro pessoas estão destacadas para esta tarefa, 800 procurações foram registadas na semana passada. Na câmara, um responsável explicou que para as presidenciais de 1995, mil eleitores tomaram esta iniciativa, mas que este ano "são o dobro", o que pode implicar uma ruptura do stock dos formulários oficiais.

Este problema não deve afectar a região da Borgonha, onde a quantidade de formulários é suficiente para responder à procura. Em Autun, o pedido de voto por procuração passou de três a mais de dez, uma vez conhecidos os resultados da primeira volta.

Estes resultados levaram a que, em Bresse, os pedidos aumentassem igualmente. A Polícia de Louhans informou ter registado para a primeira volta cerca de 50 procurações - metade do das eleições municipais do ano passado. No entanto, em apenas três dias, mais de 20 novas procurações já tinham sido assinadas. Em Chalon, perto de Dijon, polícias e juízes são unânimes: "É a explosão das estatísticas". Conta-se já um aumento de mais de 30 por cento nas procurações.
(26.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Eleições francesas dominam celebração do 25 de Abril

A sessão comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974, hoje, na Assembleia da República, vai ser dominada pelos temas da ameaça da extrema-direita na Europa e pela necessidade de reforma do regime democrático.

Antes das intervenções de Mota Amaral e de Jorge Sampaio, que encerrará a sessão, os oradores das diferentes bancadas parlamentares farão alusões aos resultados da primeira volta nas eleições presidenciais em França, em que candidato da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, conseguiu cerca de 17 por cento dos votos.

No entanto, na análise às causas e consequências do resultado das eleições em França, o deputado do CDS-PP Luís Duque irá demarcar-se da esquerda parlamentar, procurando sublinhar que "a democracia não é de esquerda, nem de direita". Pela parte da esquerda parlamentar, o tema da passagem de Jean-Marie le Pen à segunda volta das eleições presidenciais francesas será explorado por Luís Fazenda (Bloco de Esquerda), Honório Novo (PCP) e por João Soares (PS). Estes partidos, que discursam antes da deputada do PSD Leonor Beleza, também tencionam abordar temas como o processo de paz em Angola e a situação no Médio Oriente.
(25.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Gestores estrangeiros «chumbam» portugueses

Dificuldade de trabalhar em equipa e em assumir responsabilidades são falhas apontadas num inquérito realizado aos gestores estrangeiros em Portugal.

Os gestores portugueses têm dificuldade em trabalhar em equipa e em assumir as responsabilidades. Falta-lhes visão estratégica e dão pouca atenção às necessidades dos clientes e aos interesses dos accionistas. São também desorganizados e pouco eficientes. A caracterização resulta de inquérito realizado aos gestores estrangeiros a trabalhar em Portugal, cuja, opinião é, em geral, muito pouco abonatória da competência dos quadros superiores portugueses.
Realizado pela empresa de recrutamento de executivos Ad Capital International Search, a partir dos escritórios de Lisboa, em colaboração com a britânica Cranfield School of Management, o inquérito abrangeu 446 gestores estrangeiros. O estudo, divulgado ontem, decorreu em Setembro de 2001 com o objectivo de saber o que pensam os executivos seniores estrangeiros dos homólogos nacionais. Em simultâneo, foi inquirido um grupo de gestores nacionais, a quem foi pedido um exercício de auto-análise. O número de respostas ficou-se pelos 130 questionários, dos quais 34 de portugueses.
Curiosamente, os portugueses concordam com muitas das falhas detectadas pelos estrangeiros. Acrescentam, no entanto, algumas vantagens competitivas da classe como a criatividade na resolução de problemas. Consideram-se competentes quando confrontados com situações inesperadas. Só que estas alegadas vantagens competitivas não são reconhecidas pelos quadros estrangeiros, surpreendendo inclusive os autores do inquérito. Clive Viegas Bennett, «partner» da Ad Capital há muitos anos em Portugal, afirma que uma das hipóteses de partida era a ideia de que os executivos portugueses se destacam pela criatividade e dinamismo. Características que permitiram compensar ou até anular a falta de outras competências. A hipótese acabou, no entanto, por ser invalidada pelas conclusões do inquérito.
Para os gestores estrangeiros, independentemente da nacionalidades, os quadros de topo portugueses tendem a ser individualistas e autocráticos, fomentando um excessivo formalismo no relacionamentos e ambiente de trabalho. O uso generalizado dos títulos académicos é dado como exemplo desse estilo de liderança, avessa à delegação de poderes de decisão. Maus gestores do tempo e pouco organizados são outros dos defeitos evidenciados.
No geral fica a ideia de que a capacidade de gestão dos portugueses está aquém da dos concorrentes estrangeiros. O défice de produtividade da economia portuguesa é também visível no topo das hierarquias empresariais, conclui o relatório da Ad Capita. Isto, apesar dos gestores nacionais trabalharem tão arduamente como os estrangeiros, reconhece o estudo. E os gestores portugueses não têm a desculpa da remuneração. A empresa de recrutamento relembra que os salários dos executivos estão na média, ou até acima, dos valores europeus. Ao invés, nas categorias profissionais inferiores o diferencial é ainda assinalável.
Apesar das críticas, os executivos estrangeiros reconhecem atenuantes, sem no entanto deixarem de referir que o papel dos gestores de topo é decisivo para mudar a cultura de gestão em Portugal e que estes não devem desresponsabilizar-se. A burocracia excessiva, as sequelas da ditadura, e sobretudo, o sistema de ensino, pode, no entanto, dificultar o esforço e explicar as actuais deficiências. A Ad Capita sublinha o facto de não haver uma única escola de gestão entre as 100 da Europa. Espanha, por exemplo, tem duas entre as seis melhores da Europa, de acordo com o ranking de MBA do Financial Times, citado no relatório.(24.04.02/Fonte : Diário Económico)

 

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Preocupação entre portugueses

Mesmo sendo cidadãos da União Europeia, com condições especiais de integração na sociedade francesa, a comunidade portuguesa está atenta à evolução dos acontecimentos em França.

Segundo Hermano Sanches Ruivo, Presidente da Associação Cap Magellan e da Coordenação das Colectividades Portuguesas em França, o resultado de Jean-Marie Le Pen "é uma má notícia que está a ser vivida com preocupação. É a porta aberta a uma série de excessos".

Para Sanches Ruivo, os portugueses têm razões para estarem preocupados porque, "além da defesa dos nossos próprios interesses e valores, há também o outro sentimento de não esquecermos as nossas origens e de também defendermos os interesses de outras comunidades. A preocupação com a comunidade cabo-verdiana é real. Como é que essa comunidade lusófona, que são irmãos para nós, poderá viver um momento particularmente sensível, sobretudo em regiões que são naturalmente já favoráveis a isso, como seja o Sul e a região de Marselha, ou mesmo agora o Norte?"

Mesmo que Le Pen já tenha feito algumas referências favoráveis aos portugueses, Sanches Ruivo não se deixa iludir porque, em seu entender, o princípio da preferência nacional, sustentado por Le Pen "quer dizer "não" aos estrangeiros".

Sabe-se que as probabilidades de o líder da Frente Nacional vencer na segunda volta das presidenciais são praticamente nulas, uma vez que se espera um forte apoio de todos os quadrante políticos a Chirac, mas o que conta são as ideias, os princípios e o apoio que possam vir a ter.

O resultado do passado fim-de-semana é considerado por Sanches Ruivo como "um sinal forte" que obriga a olhar para a frente. Por isso, "o que nos preocupa mais já não é esta segunda volta. Jacques Chirac vai ganhar à vontade. É uma auto-estrada para ele agora. Até tem o apoio da esquerda. O que nos preocupa concretamente é a "terceira volta", ou sejam, as legislativas do mês de Junho, onde saímos de um âmbito nacional para outro mais regional e local. Aí os confrontos vão ser muito mais fortes e as razões de preocupação tornam-se maiores".

São eleições para as quais Hermano Sanches Ruivo recomenda a maior mobilização por parte da comunidade portuguesa em França.
(23.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Um cataclismo chamado Le Pen

A primeira volta das presidenciais francesas conheceu um verdadeiro cataclismo político, pois, contra todas as previsões e todas as sondagens durante a campanha, o líder da extrema-direita xenófoba, Jean-Marie Le Pen, estará presente na segunda volta ao bater o candidato socialista, Lionel Jospin. O candidato gaullista Jacques Chirac saiu vencedor desta primeira volta com 19,9 por cento dos votos, seguido por Le Pen, que obteve 17 por cento, e por Jospin, o grande vencido que apenas atingiu 16,5 por cento dos votos e anunciou já a sua retirada da vida política. A abstenção atingiu um número recorde, situando-se muito próximo dos 28 por cento.

Como explicar esta reviravolta espectacular que conduziu Le Pen até à segunda volta? Em primeiro lugar a dispersão dos votos dos franceses que confessaram, poucas horas antes do escrutínio, que não sabiam em quem votar. A proliferação dos candidatos da extrema-esquerda, a presença de um candidato de um partido comunista moribundo e a manifesta aproximação ideológica dos programas de Chirac e de Jospin, contribuíram para este resultado que modificou completamente os dados para a segunda volta, dia 5.

A abstenção poderia ainda explicar este resultado inesperado. Todas as sondagens apontavam para a vitória dos dois principais candidatos, o que terá desmobilisado muitos eleitores tradicionais da esquerda, nesta primeira volta. Mas isso não explica tudo.

O facto de Le Pen ter tido um discurso mais comedido durante uma campanha que foi marcada pelo debate sobre a insegurança, terá contribuído também para a derrota de Lionel Jospin, cuja política nesse domínio foi severamente criticada pela direita. Arauto de um política de segurança musculada, não hesitando em apontar os estrangeiros como estando na origem da recrudescência da delinquência, Le Pen respondeu à expectativa dos franceses que fizeram da insegurança a sua primeira preocupação.

A estratégia eleitoral adoptada por Lionel Jospin contribuiu também certamente para a sua própria derrota. Ao manifestar em permanência a preocupação de tranquilizar a opinião pública quanto aos seus projectos de sociedade, que recusavam uma ruptura com o sistema, dando muitas vezes a impressão de andar a reboque dos argumentos do seu rival Chirac, o candidato socialista assinou a sua própria sentença de morte. Desiludidos pela ausência de um verdadeiro projecto de esquerda, contrariamente ao que fizera François Mitterrand em 1981, muitos eleitores preferiram refugiar-se na extrema-esquerda, mais crítica, mais revolucionária.

O anúncio da derrota de Jospin provocou a cólera, a consternação e a tristeza na sede da sua candidatura. Incrédulos, as várias centenas de militantes socialistas, diante dos ecrãs de televisão, assistiram àquilo que era considerado como uma hipótese impossível. E como se se tivessem repentinamente recordado de um cântico revolucionário que foi esquecido durante a campanha, todos cantaram em uníssono, a Internacional. E correram lágrimas.

O ambiente era grave, algumas centenas de metros adiante, na mesma avenida, na sede de campanha de Chirac. Os militantes gaullistas acolheram a vitória do seu candidato sem euforia e sem entusiasmo. Manifestando também a surpresa geral, os principais dirigentes gaullistas comentaram sobriamente os resultados, sublinhando a necessidade de fazer frente, a partrir de agora, a este assalto da extrema-direita.
(22.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Via Verde vai arrancar em 98 postos Galp

A nova forma de pagamento deverá ser estendida a outras redes de combustíveis. O serviço Access, que arranca em Maio, irá gerar vendas de 25 milhões em 2004.

A Via Verde, serviço de cobrança automático usado nas portagens, vai arrancar em cerca de 98 postos e 150 bombas da rede Galp, da Petrogal, permitindo o pagamento de combustíveis.
O serviço designado Access e desenvolvido pela Brisa, vai ser lançado em Maio e será alargado a outros postos de abastecimento. Espera-se igualmente a adesão de outras distribuidoras de combustíveis.
O Access, apresentado ontem, tem como objectivo abranger 500 mil clientes nos primeiros três anos de operação, a partir da base dos actuais clientes da Via Verde que no ano passado ascendia a 1,25 milhões, o que representa um em cada três automóveis.
Para o seu arranque, foi realizado um investimento de 7,5 milhões de euros entre 2001 e 2002, estando previsto a partir de 2003 que sejam investidos em média três milhões de euros por ano. O sistema deverá gerar um volume de negócios de 25 milhões de euros no primeiro ano de estabilização, em 2004, quando também se prevê obter um EBITDA (cash-flow operacional) e um resultado positivo. O serviço é fornecido pela empresa Brisa Access – Prestação de Serviços ao Automobilista, detida em 70% pela Brisa, em 15% pela Galpenergia e em 15% pela Adamastor Capital. A nova empresa na Brisa Serviços, subholding que em 2002 deverá apresentar uma facturação de 57 milhões de euros. Esta holding, que integra transacções, serviços e marketing, deverá gerar vendas de 100 milhões de euros em 2006, segundo números avançados pelo vice-presidente da Brisa, Pedro Rocha e Mello.
O sistema vai também permitir pagamentos em parques de estacionamento, desempanagem automóvel 24 horas por dia e outros serviços adicionais relacionados com a viatura, como revisões, reparações rápidas e marcações.
O objectivo é oferecer uma solução global de vários serviços com a vantagem da rapidez. O pagamento proporiamente dito será efectuado através da introdução do PIN do cartão multibanco. A adesão implica o pagamento de uma anuidade de 52 euros (4,3 euros por mês), mas terá um preço promocional.(19.04.02/Fonte : Diário Económico)

 

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Portugal apresenta alto risco político e económico

Portugal está na 22ª; posição no ranking que mede o risco político e económico dos países, efectuado pelo Euromoney. Nesta matéria, Portugal é, entre os países da União Europeia, apenas ultrapassado pela Grécia, que se coloca na 24ª; posição.

Quanto ao risco político, a análise do Euromoney indica que é dos mais elevados, uma vez que Portugal se situa nos 23,77 pontos, numa escala máxima de 25. No que diz respeito à performance económica, o país recebe uma pontuação de 14,23 pontos numa escala de 0 a 25. Mas os indicadores do défice estão nos 10 pontos, isto é, no risco máximo possível. Assim como a reestruturação e o incumprimento no pagamento de dívidas. Preocupantes são igualmente os ratings de créditos, que atingem os 9,7 pontos, numa escala de 0 a 10, com o acesso ao crédito bancário a registar 5 pontos, o valor máximo da escala. O mesmo se passa no acesso a financiamento a curto-pazo.
(18.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Mais projectos para Portugal

Portugal recebeu mais projectos de investimento estrangeiro no ano passado. De acordo com os dados publicados pela Ernst &icom; Young, no seu relatório "European Investment Monitor 2002", o número de projectos com capital proveniente de outros países chegou a 26, contra 12 em 2000, traduzindo-se num crescimento de 116%.

Esta evolução reflecte "uma tendência de deslocação do investimento para o Sul e Este da Europa", uma vez que em termos europeus o número de projectos de investimento estrangeiro recuou 12%, face a 2000, cifrando-se em 1 974 iniciativas.

O sector automóvel concentrou 14 dos 26 novos investimentos estrangeiros em Portugal no ano passado, contra os três criados em 2000 neste segmento.

Lisboa foi a principal zona de implantação de investimentos no ano passado, com 34% do total, seguindo "uma tendência generalizada a nível europeu, onde a maior parte do investimeno se concentra nas capitais de cada país".

O país responsável pela maior fatia dos novos projectos no nosso país foi a Alemanha, com sete, enquanto Espanha, França e Estados Unidos contribuiram com quatro cada. A Itália e o Japão deram ambos origem a dois projectos, com os restantes três a dividirem-se pelo Liechtenstein, Canadá e Reino Unido.

A nível europeu, os resultadosglobais foram influenciados pela quebra de 34% registada no Reino Unido, que fez este país baixar a sua quota no mercado europeu de 26à para 19%. A mesma tendência foi seguida pela França, cuja quota passou de 25% para 13% do total.

Na Irlanda, verificou-se uma descida de 46% no número de novos projectos, enquanto a Suíça e a Holanda apresentaram recuos de 47à e 37%, respectivamente.

Uma das causas apontadas para este decréscimo é a fase menos favorável que a economia norte-americana atravessa e que levou a uma diminuição do seu investimento na Europa: de 985 projectos em 2000, passou para 733 no ano passado.

No que respeita aos empregos criados, os novos projectos deram origem a 340 mil postos de trabalho, no conjunto da Europa, números que traduzem um decréscimo homólogo de 9%.

Os investimentos estrangeiros na área das telecomunicações na Europa cairam 48% em 2001, enquanto nos computadores e electrónica as quedas foram de 49% e 22%, respectivamente. Estes tinham sido os que mais cresceram em 2000.

Os sectores que registaram maiores aumentos, em números de projectos, foram o farmacêutico (18%), o automóvel (9%) e os transportes (21%).

No ranking dos top investors, responsáveis por 171 dos projectos de investimento em 2001 na Europa, estão empresas como a Ford Motor Company (19 projectos), a Siemens AG (13) e a DaimlerChrysler Corp (12).
(17.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

 

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Cofina interessada na RTP

A holding liderada por Paulo Fernandes assumiu a sua intenção de concorrer à alienação de um canal da RTP e uma frequência da RDP, explicando a posição com a intenção de crescer nos media.

A Cofina vai concorrer à eventual alienação de um canal da RTP e de uma frequência da RDP anunciada pelo actual Governo no seu programa eleitoral. A confirmação foi avançada no comunicado do grupo referente aos seus resultados anuais, explicando que «pretende continuar a crescer no mercado dos media».
Uma vontade confirmada ao Diário Económico por uma fonte da empresa que sublinhou o interesse já manifestado pelo grupo Cofina em crescer nos media. O grupo «já disse que tem vontade e capacidade financeira para investir», afirmou a mesma fonte, adiantando, no entanto, ser «completamente prematuro estarmos a comentar ou avançar pormenores» relativamente à RTP. «Só nos pronunciaremos sobre dados concretos e objectivos quanto às condições em que será eventualmente feita essa privatização» anunciada pelo PSD no seu programa eleitoral, concluiu.
O interesse do grupo de Paulo Fernandes – que detém, entre outros títulos, o Jornal de Negócios, o Record, a Máxima e o Correio da Manhã – já tinha sido avançado há algumas semanas pelo semanário Expresso que afirmava ser um objectivo conjunto com o actual director geral da RTP, Emídio Rangel, e o presidente do conselho de administração da estação pública, João Carlos Silva. E, embora estes dois últimos tenham negado integrar um grupo interessado na compra de um canal da RTP, a Cofina não desmentiu, apesar de o porta-voz do grupo ter assegurado que a ter existido um encontro entre Paulo Fernandes e Emídio Rangel, este apenas serviu para «compreender melhor o panorama das televisões em Portugal».
No entanto, não é apenas na eventual aquisição de um canal ou frequência de rádio do Estado que o grupo Cofina está interessado. O seu crescimento na área dos media poderá passar também pela «criação de parcerias estratégicas». Embora Paulo Fernandes não tenha adiantado que parcerias poderão estar na calha, é de referir que não estão postas de lado eventuais negociações com o grupo Impresa. Conversações que, como adiantou em Fevereiro a agência Reuters, terão por objectivo a integração dos activos de media da Cofina na Impresa com vista a uma fusão. Refira-se que, sexta-feira, Pinto Balsemão adiantou continuar a manter com outros grupos de media, visando possíveis movimentos de consolidação.
Recorde-se que Paulo Fernandes já tinha assumido, no ano passado, o seu interesse em estar presente na estrutura accionista de um canal de televisão, intenção que começou a concretizar-se com a compra de 4,64% da TVI em Janeiro passado, mas que não saciou o líder da Cofina.(16.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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China : Portugal está a exportar cortiça, madeira e papel

As saídas comerciais de Portugal para a China ainda são fortemente dominadas por cortiça, madeira e papel que representam 52,1% das vendas. Seguem-se as máquinas (118,8%) e produtos químicos (10,9%), com minérios e metais (7,6%) e materiais de transporte (3,6%) a fecharem a lista de negócios.

A China faz entrar em Portugal máquinas (26,8%) e produtos acabados diversos (19,5%), mas também têxteis, vestuário e calçado (16,3%), químicos (14,4%) e ainda papel, pele e madeira (9,4%).

Os principais investimentos portugueses na China simbolizam-se nos complexos de Liaoyang-Efacec Electrical (construido em 1994, com participação em 35% da Efacec), de Hua Pu Wine Making (também de 1994, com apoio tecnológico da Cave Central da Bairrada e equipamentos da Cosval) e da Fábrica de Cimentos Sino-Portuguesa (em fase de construção com 40% de participação do IPC Holding de Portugal).

Registe-se que, para o Brasil, as exportações chinesas são dominadas por aparelhos transmissores e receptores, brinquedos e jogos, carvão, produtos químicos, computadores, motores eléctricos, aparelhos de vídeo e calçado.

Nas relações sino-brasileiras é também relevante a compenente da cooperação científico-económica, onde se destaca a construção conjunta de dois satélites de controlo remoto (o primeiro foi lançado com sucesso em Outubro de 1999 e o lançamento do segundo está previsto para o ano corrente). Recentemente, os dois países assinaram um protocolo para a contrução de mais dois satélites.
(15.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Corrupção no Algarve é apenas ponta do icebergue

A mediatização que envolveu o caso dos oito agentes da BT da GNR do Algarve está a dar que falar em Elvas, cidade onde seis dos envolvidos se encontram em prisão preventiva, a aguardar julgamento na Casa de Reclusão.

Num conhecido restaurante à beira da estrada, onde param habitualmente dezenas de camionistas, a hora de almoço era ontem aproveitada para "debater" o sucedido mais a sul, sendo unanime a ideia de que o caso do Algarve é apenas a ponta do icebergue.

A expressão foi utilizada por um motorista, com mais de 20 anos de estrada, que assumiu sair de casa todos os dias com 50 contos na carteira. "Nunca se sabe quando é que uma carga a mais, ou qualquer outra transgressão, não nos pode arranjar uma multa no valor de dois meses de salário", justifica, garantindo que já acenou mais de uma vez com "uma mão cheia de notas" a efectivos da BT.

Segundo o camionista, "mais vale perder o amor a 30 ou 40 contos do que ter um problema bem maior", disse, frisando que este sistema está de tal forma implementado em Portugal e nalguns países europeus, que "quem não o praticar tem a brigada à perna com muita frequência".

Este homem disse saber de casos muito similares ao algarvio, assegurando que "o mal está espalhado por todo o País". Contudo, ressalva, "os camionistas são os menos culpados, porque, cada vez mais, a pressão das autoridades na estrada é muito grande e nós não podemos estar constantemente a ser vítimas desta perseguição, se não vamos à ruína".

Xavier Lobo, outro camionista que trabalha entre Lisboa e Madrid, não é tão claro a assumir o sistema que utiliza para tentar contornar as coimas pesadas. Para este homem, tudo seria "menos corruptível" se os autos fossem mais reduzidos. "Uma coisa é pagar 20 ou 30 contos por uma transgressão, outra é pagar 500 contos, por exemplo, por excesso de peso. Isto é alimentar a corrupção em Portugal, porque todos fazem o mesmo", garante. Paulo Vila Nova, camionista há dez anos, conta um episódio que se passou com um colega, que perante a ameaça de uma multa superior a 300 contos, acabou por oferecer dois televisores aos agentes. "Foram mesmo os guardas que lhe fizeram a sugestão e ele não teve remédio. Todos os dias acontecem cenas parecidas", diz.
(10.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Português Entre Os Cientistas Mais Influentes do Mundo em 2001

O astrofísico português Pedro Gil Ferreira, a trabalhar na Universidade de Oxford, em Inglaterra, foi considerado um dos 14 mais influentes cientistas do mundo em 2001, pelo Institute for Scientific Information (ISI), a organização norte-americana cujas bases de dados são o padrão para avaliar a produção científica no mundo inteiro.

Pedro Ferreira, de 34 anos, assinou (em 1999 e 2000) cinco artigos científicos considerados como "hot papers", isto é, que durante o ano de 2001 estiveram na lista dos mais citados por outros investigadores. Esses artigos dizem respeito à experiências Maxima-1 e Boomerang, que mediram a radiação cósmica de fundo e a radiação extra-galáctica. Dois desses artigos estão colocados na posição 13 e 28 nos mais citados artigos de 2001. Os outros três estão dentro do "top ten" da Física, em terceiro, sexto e oitavo lugares.

A constituição de "rankings" de artigos e cientistas tendo em conta o número de vezes em que são citados por outros é uma prática normal na comunidade científica, já que se entende que, em princípio, quanto mais vezes um artigo é citado mais é considerado importante pelos colegas de profissão. Numa área em que a avaliação pelos pares é fundamental - como é o caso da ciência, onde nada se publica sem passar por esse crivo -, este critério do número de citações adquire ainda uma maior importância.

Em primeiro lugar na lista do ISI aparecem os japoneses Kenji Kangawa e Masayasu Kojima, reponsáveis por seis artigos sobre a grelina, um péptido segregado no estômago e envolvido na libertação da hormona do crescimento. No segundo lugar, aparecem 12 cientistas, todos com cinco artigos entre os mais citados: três investigadores envolvidos na sequenciação do genoma humano, como Craig Venter, da empresa de biotecnologia Celera Genomics; e os outros nove na equipa internacional dos projectos Maxima-1 e Boomerang.(09.04.02/Fonte : Público)

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Construção de marca Nacional: País tem problemas de imagem

O ICEP prepara-se para pôr em prática o projecto da marca Portugal, estando previsto para breve o lançamento de um concurso a todos os criativos nacionais, com o intuito de seleccionar uma frase de posicionamento para o País. A iniciativa pretende fazer com a palavra Portugal acrescente valor aos produtos e serviços nacionais.

Numa segunda fase, várias agências de publicidade serão convidadas a apresentar uma proposta para uma campanha de media, baseada no trabalho de pesquisa coordenado pelo ICEP. Durante dois anos e meio, foram apurados os valores da marca Portugal, a percepção do País no estrangeiro, a personalidade da marca, a análise de países concorrentes...

Comecemos pela visão do País no estrangeiro. "Portugal tem problemas de diferenciação em todos os mercados, o que é muito negativo para as exportações. Somos igualmente associados a tradição, no sentido de um Portugal antigo. Os valores menos associados ao País são a inovação, qualidade e estilo. Com este projecto queremos inverter esta tendência", afirmou ao DN Frederico d'Orey, director de comunicação e imagem do ICEP.

"Outro dos problemas na nossa imagem é a baixa produtividade, a inveja, o derrotismo e a mesquinhez. Para contrariar estes valores vamos lançar uma campanha a nível nacional que apela à auto-estima, à ambição e à iniciativa. Um projecto desta dimensão envolve todos os portugueses, porque todos nós somos emissores". Quanto à personalidade da marca, chegou-se à conclusão de que Portugal tem uma grande capacidade de adaptação, goza de uma inteligência emocional, tem facilidade de compreensão e relacionamento com outras culturas, possui um talento conciliador e negociador e é hospitaleiro.

Atributos que fazem com que o País se relacione com os conceitos de disponibilidade e flexibilidade. "Pode mesmo dizer-se que o País é o rosto feminino da Península Ibérica", acrescentou o responsável do ICEP.

"Criar uma marca de um país é uma preocupação recente entre as nações desenvolvidas. Não estamos a falar de uma imagem para o turismo ou para um determinado sector económico. Trata-se de uma marca global. Há países como os EUA, França e Bélgica que já o fizeram; outros, como é o nosso caso, estão em fase de implementação", sublinhou Frederico d'Orey.

Quanto ao orçamento, o responsável do ICEP sustentou que ronda os 400 e os 448 mil euros, para 2002-2003. "Este projecto não necessita de um grande financimento, porque vai rentabilizar os investimentos já previstos. Acima de tudo, vamos gerir uma marca e não criá-la, porque ela já existe".

Fazem parte do conselho da marca Portugal, órgão máximo do projecto, personalidades como Pinto Balsemão (imprensa), Rui Vilar (Galp), António Horta Osório (Totta &icom; Açores), Ricardo Rebelo (Sogrape) e António Beja (Strat).
(08.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Americana Globe Motors investe em Vila do Conde

O grupo norte-americano Globe Motors prepara-se para investir 46 milhões de euros em Vila do Conde, numa fábrica destinada à produção de motores eléctricos para a indústria automóvel. O projecto é o primeiro investimento do grupo na Europa e deverá arrancar em Setembro.

A unidade vai ocupar as antigas instalações da fábrica de calçado Gallus, criando cerca de 300 novos postos de trabalho. O processo de contratação dos efectivos já está a decorrer. Segundo o director de recursos humanos, Ludgero Lemos, o tipo de componentes em causa não exige mão-de-obra intensiva. Os motores eléctricos ali produzidos servem para apoiar o funcionamento do sistema de direcção assistida dos automóveis.
Os motores serão todos exportados para a Europa e foi essa uma das razões que levou o grupo a instalar-se em Portugal. As facilidades logísticas determinaram a opção por Vila do Conde, onde já existe uma outra multinacional exportadora, a Infineon, sublinha uma fonte da região. A Globe Motors especializou-se na produção de motores eléctricos para a indústria automóvel e aeronáutica. O grupo é controlado pela Labinal/Snecma, um dos maiores fornecedores mundiais de componentes para veículos de transporte, com destaque para a aeronáutica.
O projecto de investimento tem já incentivos financeiros garantidos no âmbito do Programa Operacional da Economia (POE) no valor de 8,5 milhões de euros, excluindo os destinados à formação e ainda os de natureza fiscal. O investimento foi homologado pelo Ministro da Economia em Março e é um dos maiores no universo de projectos da área automóvel submetidos ao POE. À sua frente tem apenas a nova fábrica de pneus da Continental Mabor, também no Norte, em Lousado.
Numa altura em que escasseiam os projectos de investimento estrangeiro e, em particular os promovidos por novos investidores, o Icep sublinha o interesse deste projecto, destacando as suas características inovadoras. O instituto responsável pela promoção do investimento estrangeiro garante que o grupo detém somente uma outra unidade semelhante, localizada nos Estados Unidos.
Por outro lado, refere ainda o Icep, «este tipo de produtos é susceptível de outras utilizações no sector automóvel mas também no aeronáutico». A ligação da indústria nacional de componentes automóveis à aeronáutica é uma linhas de forças da estratégias de desenvolvimento do sector automóvel centradas em torno do CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) e do projecto Pininfarina. A vindo de um grupo com ligações accionistas e operacionais a essa área pode facilitar a abertura de canais.(05.04.02/Fonte : Diário Económico)

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Turismo : Balanço positivo

Entre 1990 e 2000, as receitas de turismo cresceram 72% para valores superiores a cinco mil milhões de euros (M€), anunciou hoje o secretário de Estado do Turismo, Vitor Neto.

Aquele valor de receitas foi apurado pelo Banco de Portugal, porque as estimativas de gastos totais da DGT (baseada nos gastos médios obtidos através de inquéritos) referem, por seu lado, valores mais elevados: 3,633 mil M€ (728,4 milhões de contos) no início da década e 7,98 mil M€ (1,6 mil milhões de contos) em 2000.

A publicação «Turismo em Portugal-Política, Estratégia e Instrumentos de Intervenção» tem como subtítulo «Turismo sustentável e de qualidade com empresas modernas e competitivas» e foi elaborada pela Direcção Geral do Turismo (DGT), com a colaboração do Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo, Instituto de Formação Turística, Inspecção geral de Jogos e Icep Portugal-Investimentos, Comércio e Turismo.

O número de turistas estrangeiros (visitantes que pernoitam no País) subiu 50% na década, dos oito milhões registados em 1990 para os 12 milhões de 2000, atingindo já os 12,2 milhões em 2001, com uma variação média anual de 7,8%.

Quando se considera o número de visitantes (categoria que designa os que entram e saem do País sem pernoitar), o total de entradas cresce 52% de 18,4 milhões em 1990 (75% dos quais originários de Espanha) para 28 milhões em 2000 (75,6% espanhóis).(04.04.02/Fonte : Diário Económico)

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Português na nave do futuro

Um investigador português está a participar numa pequena revolução ao nível da exploração aeroespacial. Com o seu contributo os foguetões serão em breve transformados numa espécie de aviões. A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Langley Research Center da NASA estão a desenvolver um processo de certificação de materiais compósitos que deverão ser utilizados na construção das naves espaciais do futuro.

A meta da National Aeronautics and Space Administration (NASA) americana é conseguir construir naves espaciais que, contrariamente às existentes actualmente, possam ser reutilizadas na totalidade. Pedro Camanho, o investigador responsável em Portugal pelo projecto, acredita que estamos à beira de uma nova era da exploração aeroespacial.

Se agora os depósitos de combustível não acompanham o foguetão no seu percurso ao espaço - há um processo de separação em que os tanques largam o vaivém, ainda na atmosfera, após o lançamento - o objectivo é que os depósitos sejam sua parte integrante. "A ideia é construir uma nave como se fosse um avião", refere o investigador português.

A NASA pretende conceber foguetões em que todos os compontentes sejam reutilizáveis.

Pedro Camanho lembra que actualmente os depósitos de combustível acabam por ser reparados para voltarem a ser utilizados, uma vez que os tanques são um das partes importantes do veículo. A razão pela qual são largados tem a ver com o peso, e este está directamente relacionado com os gastos em combustível. "Na indústria aeroespacial", sublinha o professor da FEUP, "cada quilo lançado para o espaço custa uma fortuna".

Uma das principais virtudes destes materiais compostos de plástico e fibras de carbono tem a ver com o facto de serem muito leves, para além de terem melhor resistência à corrosão e rigidez específica, o que, sublinha Pedro Camanho, "é muito importante na aeronáutica".

Neste momento a FEUP e o Langley Research Center estão a proceder à certificação do material. Pedro Camanho, em colaboração com os colegas americanos, desenvolve modelos matemáticos que permitem testar o material no computador. Trata-se de uma vantagem enorme em termos financeiros, uma vez que a certificação real é extremamente dispendiosa.

"O problema em relação a estes materiais é que, apesar de já terem sido utilizados, nomeadamente na aviação civil, ainda não existe uma experiência para avaliar o seu comportamento", adverte Pedro Camanho.

A certificação em computador, através de modelos numéricos, permite reduzir o número de ensaios. O investigador compara o processo a uma pirâmide, em que na base se certificam as propriedades básicas, à medida que se sobe passamos a componentes mais complexas e dá como exemplo um detalhe de uma ligação numa asa.

A certificação em computador não acabará com a realização de ensaios reais, sobretudo por questões de segurança. Uma das metas foi, no entanto, conseguida: a redução dos testes reais e, em consequência, a diminuição dos custos. No computador é possível, por exemplo, avaliar como reage um compontente contendo uma fenda e que carga será capaz de aguentar até fracturar.

Este tipo de material, que já é usado na aviação civil, ainda que em pequenas quantidades, deverá passar a curto prazo para a indústria aeroespacial, facilitando a reutilização de vaivéns. Um passo de gigante, também para o tão propagado turismo no espaço.
(04.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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Cortes na educação, saúde e autarquias

Cortes drásticos em áreas como a educação, saúde e autarquias. Quem o admite é Manuela Ferreira Leite, a social-democrata indicada para o cargo de ministra de Estado e das Finanças do Governo de Durão Barroso. Na primeira vez que falou sobre o que tenciona fazer no cargo, Ferreira Leite revelou ontem no programa Conversas Cruzadas, da Rádio Renascença, quais os sectores que deverão ser mais afectados para que se consiga atingir o equilíbrio nas contas públicas.

"As finanças públicas estão mesmo num caos. A situação é muito complexa e muito grave" e para conseguir atingir-se o défice zero em 2004 são precisas "medidas de grande violência", afirmou Ferreira Leite durante o debate com o socialista João Cravinho. A futura ministra adiantou que vai ser necessário "controlar de forma muito drástica os sectores que mais têm contribuído para o défice". E que são a "educação, saúde e administração local", classificados por Ferreira Leite como as "grandes fontes de desperdício". Os sacrifícios são para todos "e não só para alguns", sublinhou.

Se, por um lado, Ferreira Leite prometeu cortar nos sectores que mais gastam, por outro, não teve problemas em revelar que o famoso "choque fiscal" de Durão Barroso deverá ser adiado. "Do ponto de vista teórico, o choque tem razão de ser, mas tem de ser ponderado em que termos e em que ritmo é que pode ser aplicado", afirmou, ressalvando não estar a "abandonar" a bandeira eleitoral do líder laranja.

Outra promessa eleitoral de Durão foi a auditoria completa às contas públicas. Também aqui Ferreira Leite admitiu que a auditoria em curso no Tribunal de Contas, complementada com outros dados, possa permitir "ter uma ideia mais clara da situação". Isto é, que a tal auditoria não seja feita.

Questionada sobre o facto de não ter sido a primeira escolha para as Finanças, disse que "aceitaria o lugar mesmo que fosse a 15.ª; escolha".
(02.04.02/Fonte : Diário de Notícias)

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