Já foi notícia !

Fique a seber tudo sobre a comunidade portuguesa de França !

12/01

Portugal tem 535 milhões de notas novas a 1 de Janeiro

Na segunda-feira estarão impressas 535 milhões de notas e cunhadas 1296 milhões de moedas de euro em Portugal.

Em toda a União estão a ser produzidos 14,5 mil milhões de notas de euros, dos quais dez mil milhões circularão nos 12 países que aderiram à moeda europeia e os restantes 4,5 mil milhões ficarão armazenados.

Das 535 milhões de notas produzidas em Portugal, 123 milhões serão de cinco euros, 90 milhões de 10 euros, 259 milhões de 20 euros, 58 milhões de 50 euros e cinco milhões de 100 euros.

A distribuição, iniciada em Setembro, está envolta em secretismo. O Banco de Portugal garante, apenas, que estão a ser empregues os meios de segurança adequados às características especiais deste grande movimento de capitais, que envolve as forças armadas, militarizadas e policiais.

Findo o período de dupla circulação, em 28 de Fevereiro, as notas de escudos serão destruídas pelo Banco de Portugal.

A cunhagem está a cargo da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) e até ao final de 2002 serão produzidas cerca de 1600 milhões de moedas, necessárias à substituição dos escudos.

Dos 1296 milhões de moedas de euro produzidas até ao final de 2001, 232 milhões serão de um cêntimo, 272 milhões de dois cêntimos, 196 milhões de cinco cêntimos, 220 milhões de 10 cêntimos, 116 milhões de 20 cêntimos, 152 milhões de 50 cêntimos, 68 milhões de um euro e 40 milhões de dois euros.

Em toda a União estão a ser produzidas 50 mil milhões de moedas para entrar em circulação no 1 de Janeiro.(28.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

Voltar

Aprender Escrevendo Cartas para Portugal

Luso-descendentes em Nova Iorque
A língua portuguesa uniu este Natal as crianças de duas escolas, separadas pelo Oceano Atlântico, que trocaram cartas e estabeleceram relações de amizade. Tudo começou na escola de Língua e Cultura Portuguesas Infante D. Henrique, do "Portuguese American Club" de Mount Vernon, estado de Nova Iorque, quando a professora do 1º e 2º anos de escolaridade decidiu lançar um desafio aos seus jovens alunos para que escrevessem a colegas em Portugal.

Ensinar a língua e cultura portuguesas no estrangeiro passa por usar a língua de uma forma activa, explica a professora Ana Albergaria. O objectivo era pôr os alunos luso-descendentes, alguns a aprender português pela primeira vez, a escrever a colegas de Portugal, estabelecendo uma troca de correspondência com benefícios para as duas partes. A ideia foi acolhida com entusiasmo pelos jovens alunos de Ana Albergaria. Os do 1º ano escreveram à Escola Básica (EB) do 1º ciclo nº 68 da Penha de França, em Lisboa, e os do 2º à EB do 1º ciclo nº 1 de Alverca. A resposta não tardou e as escolas portuguesas aceitaram a troca de correspondência.

"Os meus alunos ficaram um pouco surpreendidos quando receberam as primeiras cartas, pois nunca tinham experimentado esta actividade", conta a docente. "Mas agora estão ainda mais entusiasmados e curiosos, querendo saber como é que os seus colegas vivem, como são os seus dias de escola, como é Lisboa e tudo o mais". Segundo Ana Albergaria a experiência revelou-se, pois, muito positiva.

A docente, que no ano anterior leccionou Língua e Cultura Portuguesa em Londres, mudou-se este ano para Nova Iorque, onde o seu marido é investigador na Universidade de Rockfeller. Surpreendida e desapontada é como se tem sentido muitas vezes face à realidade do ensino da língua portuguesa nos Estados Unidos, sobretudo quando comparada com a situação na Inglaterra.

"Acho aberrante o que aqui se vive no que diz respeito ao ensino da nossa língua, pois na Inglaterra eu era paga pelo Ministério da Educação português e havia um apoio permanente. Sentia que era um trabalho para o meu país". Já "nos Estados Unidos, o ensino da nossa língua faz-se graças à boa vontade dos pais e das comunidades e está completamente entregue a si próprio, desligado de Portugal, sem apoios de qualquer espécie, quer financeiros, quer materiais", desabafa.

A Escola Infante D. Henrique, de Mount Vernon, foi fundada em 1975 pela comunidade e lecciona a língua e a cultura portuguesas do 1º ao 9º ano de escolaridade a cerca de uma centena de luso-descendentes. Os seus cursos são reconhecidos oficialmente pelo Ministério da Educação de Portugal.(27.12.01/Fonte : Público)

 

Luso-descendente alvejado na África do Sul em estado crítico

O jovem luso-descendente que foi atingido com um tiro na garganta no sábado passado, na sequência de um assalto à loja do pai, continua em estado crítico, internado num hospital de Joanesburgo. A família, assustada com a violência na África do Sul, disse à Lusa que vai voltar a Portugal.

A bala atingiu o jovem Ronnie Serra e terá afectado as suas cordas vocais, disse à Lusa o seu pai, Jorge Serra, em cuja loja ocorreu o incidente. Ronnie Serra, de 19 anos, estudante, costuma ajudar o pai durante o período das férias escolares. No sábado, cerca das 15h00, José Serra estava na sua loja, acompanhado pelos dois filhos, quando quatro assaltantes armados irromperam pela porta, exigindo dinheiro.
Segundo José Serra, os assaltantes retiraram da caixa 1500 randes (cerca de 45 contos/224 euros) mas levaram Ronnie para o escritório, nas traseiras da loja, em busca de mais dinheiro. "Apenas ouvi o disparo e vi os ladrões fugirem. Quando fui ver o meu filho, tinha um tiro na garganta ", disse José Serra à Lusa.
A família Serra prepara-se para regressar à Madeira, de onde os pais do jovem são naturais, no mais breve espaço de tempo possível. "Vou vender o negócio e regressar à minha terra. O que é que estou aqui a fazer? À espera da bala assassina?", questionou-se Jorge Serra.
Este ano, foram mortos na África do Sul 26 portugueses. A mais recente vítima foi Manuel Simões, morto no domingo.(26.12.01/Fonte : Público)

 

Crédito "salva" comerciantes

Conjuntura económica negativa, instabilidade política, perda de poder de compra, inflação e endividamento a crescer: factores mais do que suficientes para deixar os comerciantes pessimistas nesta quadra natalícia. A Confederação do Comércio Português prevê, mesmo, uma quebra significativa nas vendas.

Estimativas em baixa que, por enquanto, não correspondem às compras feitas com cartão de crédito. É que, segundo a Unicre, as transacções efectuadas nas lojas com cartões de crédito, até ao dia 21, apresentavam o mesmo nível do ano passado, prevendo-se que o ritmo seja mantido até ao final do mês.

Em relação aos doze meses ao ano verificou-se até um aumento de 17 % no uso do crédito em comparação com os resultados de 2000.

"Sempre que há uma quebra de poder de compra, as pessoas recorrem mais ao crédito, numa primeira fase, para manter o mesmo nível de consumo. Em épocas de retracção, como a que estamos a viver, os cartões de crédito permitem "disfarçar" a crise. É como se fossem amortecedores", disse ao DN João Rafael Nunes, porta-voz da Unicre.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, a primeira quinzena de Dezembro correu muito abaixo das expectativas, tal como reconheceu, em declarações ao DN, José Ferreira Matos, presidente da União de Associações de Comércio e Serviços (UACS).

"Depois das eleições autárquicas, verificou-se uma ligeira melhoria. Parece que o período eleitoral veio atrasar a compra dos presentes. As pessoas concentraram as suas atenções nos candidatos às câmaras. Nesta segunda quinzena, esperamos uma melhoria nas vendas, embora a conjuntura económica aponte para uma diminuição do consumo. Em muitos casos, o que está em causa são dois a três meses de vendas. É esse o significado de Dezembro", sublinhou José Ferreira de Matos.

Quanto aos estabelecimentos escolhidos para as compras de Natal, o representante da (UACS) acredita que o comércio tradicional irá registar uma maior afluência, como resultado da sua crescente competitividade. "Há uma vontade de servir melhor. Por isso, as lojas estão abertas aos sábados todo o dia. O facto das obras no Rossio já terem terminado irá beneficiar o comércio da baixa lisboeta", acrescentou.

Optimistas estão também os responsáveis da cadeia espanhola El Corte Inglés. "Estamos satisfeitos com a afluência de pessoas que vêm de fora de Lisboa. O El Corte Inglés veio dinamizar o comércio dentro da cidade, o que é bom para os outros estabelecimentos", frisou Susana Santos, directora de relações externas.

Em relação ao uso do euro a partir de 1 de Janeiro, os comerciantes parecem estar mais ou menos confiantes. Segundo José Ferreira de Matos, "poderá haver confusão nos dois ou três primeiros dias do ano, mas não vai além disso. Graças a grandes iniciativas de formação, os comerciantes estão preparados para a nova moeda. Testes realizados comprovam este facto. Os comerciantes são pessoas com uma enorme capacidade de adaptação. Os consumidores é que podem não estar assim tão bem preparados, especialmente os idosos".
(24.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Patrões devem 70 milhões

Os patrões devem entre 60 a 70 milhões de contos aos trabalhadores que perderam os postos de trabalho em resultado do encerramento e falência de empresas. A estimativa é de Arménio Carlos, coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, baseada numa amostra de 293 empresas do distrito alfacinha que, só por si, totalizam uma dívida de 22,7 milhões. Só em Lisboa há 20 mil trabalhadores credores de salários em atraso e de indemnizações.

"É inaceitável que existam processos pendentes nos tribunais há 23 anos. Os trabalhadores não podem ser penalizados pela incapacidade confrangedora da justiça em dar resposta aos inúmeros processos que continuam a aguardar decisões", disse ao DN o sindicalista, à margem do encontro de trabalhadores realizado ontem no Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa. Arménio Carlos acusa os bancos credores de arrastarem a resolução dos processos recorrendo sistematicamente ao "artifício recurso jurídico", nomeadamente, após a venda do património das empresas. "É inconcebível que os trabalhadores continuem a aguardar pelo pagamento a que têm direito, por a lei não contemplar o princípio da liquidação antecipada dos créditos aos trabalhadores", disse o sindicalista. A morosidade da justiça favorece os gestores judiciais que mantêm indefinidamente os seus honorários, critica ainda o mesmo responsável.

Justiça rápida e eficaz foi a palavra de ordem evocada pelos sindicalistas e os cerca de 300 trabalhadores reunidos. Estes exigem que o Executivo introduza medidas urgentes que resolvam os actuais problemas e previnam futuras situações. Das oito medidas anunciadas pelos sindicalistas destacam-se: a liquidação parcial e antecipada da massa falida para pagar imeditamente aos trabalhadores, independentemente do recurso de outros credores; no caso de não haver a celeridade devida dos tribunais, o Estado deve assumir a responsabilidade e fazer o adiantamento dos créditos aos trabalhadores, substituindo-os quando chegar a altura da sentença. O pacote de medidas será apresentado oportunamente ao Presidente da República, ministro da Justiça, governador civil e grupos parlamentares. "Se o Governo não resolver esta questão em tempo oportuno, apresentaremos uma queixa contra o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por não estar a ser garantido aos cidadãos a justiça em tempo razoável", concluiu Arménio Carlos.
(20.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Tudo em aberto no PS

A escolha do sucessor de António Guterres na liderança do PS pode não passar por uma eleição directa pelas bases do partido mas por uma indigitação da Comissão Política Nacional.

À hora de fecho desta edição, os membros da Comissão Política e do Secretariado Nacional continuavam reunidos, não tendo chegado ainda a uma conclusão sobre a melhor forma de resolver o vazio de liderança, provocado pela demissão de António Guterres das funções de primeiro-ministro e de secretário-geral.

Guterres foi o primeiro a falar ontem, numa das reuniões mais concorridas dos últimos anos, e para dizer aquilo que já era esperado: demite-se da liderança do partido e não se recandidata ao cargo nem às funções de primeiro-ministro. Aos presentes, justificou a sua decisão com os argumentos que já havia esgrimido da noite eleitoral, ou seja, o desgaste da sua imagem e a falta de uma relação de confiança entre si e os eleitores. Explicando que a sua saída era o melhor para o PS e para o País. O líder demissionário garantiu não estar "cansado" ou "desiludido" mas afirmou estar consciente que se tinha criado em franjas significativas da opinião pública a ideia de que não decide, pelo que entende ser melhor aparecer outra pessoa.

À medida que as horas passavam foram muitos os socialistas que defenderam, em intervenções, a sua permanência como secretário-geral, mas as esperanças que Guterres mudasse de opinião (à hora de fecho ainda não tinha feito o discurso final) eram praticamente nulas.

A discussão acabou por centrar-se na forma como o partido deve resolver o vazio de liderança e preparar-se para as antecipadas. O facto de o prazo mínimo entre a convocação e a realização das eleições ter sido encurtado para 55 dias está a colocar problemas ao PS. E das duas uma: ou a Comissão Nacional encurta os prazos para a eleição do secretário-geral ou a Comissão Política reúne e escolhe um candidato, como os estatutos o permitem.

Jorge Coelho não escondeu aos jornalistas preferir a eleição directa mas admitiu haver outras "alternativas", afirmando depender tudo da data que Sampaio escolher para as eleições. Se o PS optar por eleger em Janeiro um novo líder, então haverá um congresso não para discutir nomes - já que a ideia é manter inalterada a Comissão Nacional - mas para marcar o início da campanha das legislativas, com a aprovação do programa do Governo do PS.

Na reunião, foram muitos os que quiseram falar e a tónica comum foi a necessidade de se encontrar uma solução de "grande consenso e unidade", sem nunca se referir nomes. Coelho foi um dos que insistiu nesse ponto, disponibilizando-se desde logo para ajudar a criar condições nesse sentido. Ferro Rodrigues e António Costa - dois putativos candidatos - também insistiram numa solução de unidade, tal como Cravinho.

Fernando Gomes foi o único a destoar. Se começou por fazer elogios a Guterres, terminou responsabilizando-o directamente pela "nacionalização das eleições" ao ter percorrido todos os distritos durante a campanha eleitoral..

Seja qual for o método de eleição, todos os olhares estão voltados para António Vitorino. O comissário europeu é o sucessor desejado por todos as facções internas do PS e muitos insistem mesmo que só ele poderá levar o partido à vitória. Francisco Assis, Carlos César e Gomes foram alguns dos dirigentes que, à entrada da reunião, falaram do seu nome, se bem que salientando haver "outros" igualmente bons.
(19.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Portugueses esgotam os "kits" de moedas

"Hoje já não temos. Só amanhã de manhã, mas bem cedo, porque não vai chegar para todos os clientes". Numa das maiores agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Lisboa, era esta a resposta para quem procurasse pelo kit de euros, pouco depois das dez da manhã de ontem, o dia previsto para portugueses, alemães e gregos tocarem pela primeira vez nas novas moedas.

E a situação repetiu-se um pouco por todos os balcões bancários da capital, com uma verdadeira "corrida" ao milhão de kits disponibilizado pelo Banco de Portugal a todas as instituições de crédito. Houve balcões que receberam cem kits, outros 50, outros apenas 30. A apresentação era pouco apelativa: um simples saquinho de plástico com as moedas lá dentro.

Os bancos, no entanto, vão poder continuar a ceder euros aos clientes que os solicitem, desde que as agências reponham o stock nos seus caixas, que nem precisa de ser sob a forma de kit.

Como explicou ao DN uma fonte do Banco de Portugal, os bancos podem disponibilizar as moedas mesmo sem ser no conjunto de 34 peças, equivalentes a dez euros (2004 escudos). "Se um consumidor quiser só adquirir um euro, os bancos devem cedê-lo", afirma. Recorde-se que os kits também estão disponíveis nos balcões do Banco de Portugal.

Prevendo a forte afluência que veio a verificar-se, os bancos tomaram algumas precauções. Assim, na grande maioria das instituições, só é possível adquirir o kit através de débito em conta e, nalguns casos, só na agência onde o cliente possui conta.

"Vendemos os cem kits de que dispúnhamos em pouco tempo e logo às oito e meia da manhã tínhamos clientes a comprar a nova moeda", afirmou ao DN o gerente de um balcão da CGD.

Na agência do Banco Espírito Santo (BES) da Baixa era possível adquirir euros em cash, sem o débito em conta. Mas a fila nas caixas era desmobilizadora...

Só para clientes e no balcão onde possuíam conta era a prática nas agências do Banco Português de Investimento (BPI) e do Totta.

A grande procura dos kits ocorreu essencialmente por parte da população mais idosa, com mais disponibilidade e também mais receosa da mudança monetária.
(18.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Guterres vai pedir demissão

O primeiro-ministro, António Guterres, vai apresentar o seu pedido de demissão para "evitar um pântano político".

Face ao resultado menos favorável do PS nas eleições autárquicas de 2001, o primeiro-ministro e secretário-geral socialista qualificou os resultados eleitorais como abaixo das suas expectativas, assumindo pessoalmente a derrota de hoje.
"Essa é uma derrota minha, até pelo facto de ter liderado a campanha autárquica", disse António Guterres.
Depois de felicitar o PSD pela "sua vitória inquestionável", o chefe do Governo considerou não existirem condições de confiança entre "os governantes e os governados". Pelo facto, irá apresentar a demissão do cargo de primeiro-ministro ao Presidente da República.
"A mim compete-me tomar essa decisão. Ao senhor Presidente da República compete escolher o caminho a seguir", frisou Guterres, acrescentando que "é evidente que ao tomar esta decisão, assumo que o resultado é claramente inferior às nossas expectaivas".
O secretário-geral do PS disse que sempre entendeu que a estabilidade política é um bem importante em qualquer democracia, mas é preciso encarar o problema de frente.
Tendo em conta a crise económica internacional, Portugal enfrenta um grande desafio, sublinhou António Guterres. Para se vencer os desafios do futuro, é fundamental que exista "uma forte relação de confiança entre governantes e governados".
"Se nada fizesse, o país cairia num pântano político que minaria a confiança dos portugueses", disse o primeiro-ministro.
Jorge Coelho também lamentou os fracos resultados do PS.
Guterre agradeceu ainda ao povo português pelo civismo do acto eleitoral, desenrolado sem incidentes. "Quero agradecer a todos os candidatos e apoiantes do partido socialista, no enorme esforço que fizeram e pelo apoio ao projecto socialista".(17.12.01/Fonte : Público)

 

Portuenses pouco saudáveis

O primeiro estudo sobre estilos de vida realizado sobre uma população portuguesa está a revelar tendências de grande risco. Mais de 70 por cento dos habitantes do Porto são sedentários, 11 por cento dos homens são bebedores pesados e uma em cada três mulheres com idade superior a 40 anos é obesa. O consumo de tabaco, sobretudo junto dos mais novos e das mulheres, é preocupante. A alimentação é outro factor de risco, com quase metade da população a ingerir gorduras e hidratos de carbono em excesso.

Este é o único estudo em Portugal realizado de forma intensiva e em contínuo junto de uma população e está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), coordenado por Henrique de Barros.

O programa decorre há já cinco anos e assenta numa amostra aleatória que reúne mais de 1 500 pessoas, que são interrogadas e vistas por médicos. "Os portuenses são muito civilizados e mostraram muita vontade em participar", adianta o coordenador do estudo. O objectivo é "conhecer como se distribuem na cidade do Porto os factores de risco para as doenças crónicas".

Todas as vertentes avaliadas têm sérias implicações na saúde e poderão revelar-se, a prazo, factores de risco em doenças crónicas, como patologias cardiovasculares, cancros e osteoporose. "Queremos saber como estão a actuar esses factores na nossa população", explica Henrique de Barros. Os dados que estão a ser recolhidos são ainda essencial para prever o futuro. Todos os dados que estão a ser recolhidos pela equipa de investigadores da FMUP "são pistas essenciais para actuar a nível das estratégias preventivas" e para prever quais serão os alvos a "atacar" no futuro em termos de saúde pública.

Por exemplo, face ao número crescente de fumadoras, é esperado um aumento muito significativo de casos de cancro do pulmão em mulheres, até agora pouco atingidas por estas neoplasias.

Por outro lado, esta situação, tendencialmente, vai também reflectir-se em termos de doenças respiratórias e em situação de gravidez. Actualmente, uma em cada três mulheres com menos de 40 anos é fumadora e 13 por cento abandonou o hábito. O valor encontrado nos homens para o consumo de tabaco ainda é o dobro e a percentagem dos ex-fumadores quase metade da das mulheres. Acima dos 40 anos, o hábito é pouco nas portuenses mas ainda significativo nos homens.

Outro consumo de risco junto dos portuenses é o álcool. Henrique de Barros considera que "muito elevado" o valor encontrado para bebedores pesados: 11,4 por cento ingerem doses diárias que aumentam drasticamente as doenças orgânicas, nomeadamente a nível do fígado. Importante é ainda o facto de mais de metade dos homens beber mais que três copos por dia.

As mulheres praticam mais exercício físico que os homens, mas no conjunto nenhum dos sexos é particularmente activo nesse campo. Pelo contrário, quase três quartos da população é sedentária e a prática de desporto comum a menos de 15 por cento. A equipa de investigadores mediu toda a actividade diária dos inquiridos e descobriu que apenas 18 por cento desenvolve uma actividade física moderada e 9 por cento pesada.

O sedentarismo aumenta significativamente a partir dos 40 anos e continua a crescer à medida que a idade avança. Até aos 30 anos, a prática de desporto é comum a quase 40 por cento das mulheres e frequente em mais de metade dos homens. Estes valores diminuem para inquiridos até aos 40 anos e, partir dessa idade, descem para percentagens inferiores a 20. Curiosamente, quem pratica desporto, fá-lo com convicção: cerca de 70 por cento é adepto de uma frequência de mais de duas vezes por semana - o que é sobretudo válido para os homens.
(07.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Luso-canadiana é candidata do Partido Liberal às eleições provinciais de Ontario

Toronto - Nellie Pedro, uma luso-canadiana natural de São Miguel, e actualmente membro da Direcção Escolar de Toronto, é a candidata do Partido Liberal às próximas eleições provinciais de Ontario, Canadá, ainda sem data marcada, anunciou esta terça-feira em conferência de imprensa.

Tendo em conta que os outros cinco candidatos do partido desistiram, a nomeação do Partido Liberal deverá ser feita por aclamação. Segundo Nellie Pedro, a convenção para a nomeação do candidato do círculo eleitoral da Trinity-Spadina será uma festa de confraternização e convívio, a decorrer já no próximo domingo.

Como revelou a luso-canadiana, esta quarta-feira em declarações à RDPi, a sua candidatura é um sonho que se realiza mais cedo do que o previsto. «É um sonho que está a ser concretizado muito mais rápido e até mais fácil do que imaginava», confessou.

A candidata salientou ainda que a sua campanha, com o apoio da comunidade portuguesa naquela zona, conseguiu fazer 1600 novos membros da Associação Provincial da Trinity-Spadina, o que é mais do que suficiente para ganhar a nomeação.

De acordo com Nellie Pedro, próximo passo é começar a fazer campanha e apresentar-se à população. «Queremos estar preparados para quando chegar o dia das eleições, pois só temos um período de seis semanas para a campanha oficial», adiantou ainda a candidata luso-canadiana.(05.12.01/Fonte : Jornal Digital)

Voltar

O bê-á-bá e pouco mais

Os alunos portugueses de 15 anos têm um desempenho médio modesto em literacia de leitura, matemática e ciências, comparativamente com os seus "pares" da OCDE, revela o estudo internacional PISA (Programme for International Student Assessment).

Comecemos pela literacia de leitura, onde o panorama nacional é preocupante. Definiram-se cinco níveis: cinco (tarefas sofisticadas de leitura, como compreensão detalhada de textos, inferência das informações relevantes, avaliação crítica); quatro (tarefas difíceis, como localizar informação implícita e avaliar criticamente um texto); três (tarefas de complexidade moderada, como localizar segmentos de informação e estabelecer relações entre as várias partes do texto); dois (tarefas básicas, como localização simples de informação e compreensão do significado de parte bem definida do texto) e um (tarefas menos complexas, como localizar uma única peça de informação e identificar o tema principal do texto).

Ora bem, ora mal, a situação média dos alunos portugueses é, simplesmente, "preocupante", reconhece o Ministério da Educação (ME) perante a eloquência dos resultados. "O valor da média portuguesa situa-se abaixo da média da OCDE e muito distanciada dos países que obtiveram melhores classificações médias."

Onde Portugal se destaca é precisamente no nível 1, o mais baixo (17 % de alunos contra uma média de 12 % no espaço da OCDE). Aliás, a nossa "superioridade" é proporcional à "inferioridade" dos níveis (25 % no dois; 27 % no três, 17 % no quatro e 4 % no cinco, tendo as médias da OCDE sido, respectivamente, de 22 %; 29 %; 22 %; e 9 %).

O panorama é desolador, mas o pior está ainda por dizer. Falamos da percentagem de alunos que não atingiram sequer o nível 1, revelando sérias dificuldades em usar a leitura como um instrumento efectivo para a extensão de conhecimentos e competências noutras áreas. Nesta situação encontram-se 10 % dos alunos portugueses. A média no espaço da OCDE é de 6 %, afirma-se no estudo. Trata-se de alunos que poderão estar em risco não só na transição inicial da educação para o trabalho, mas também na possibilidade de usufruírem de outras aprendizagens ao longo da vida.

Em linhas gerais, os alunos portugueses revelam grandes dificuldades perante textos dramáticos, como um excerto de uma peça de teatro, e textos informativos extensos, que exigem respostas de grande rigor, como a identificação precisa de informações.

De entre todos os 32 países "avaliados" (27 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico mais o Brasil, Letónia, Liechtenstein e Rússia, envolvendo 256 mil estudantes), o melhor classificado é a Finlândia e o pior, o Brasil, Estado que "arrecada" o último lugar nas três valências analisadas - leitura, matemática e ciências.

No conjunto, Portugal fica em 26.º lugar em matéria de leitura. Atrás, só a Rússia, a Letónia, o Luxemburgo, o México e o Brasil. A Espanha está em 18.º lugar.

Atendendo à distribuição regional dos resultados no nosso País, o ME salienta que, "enquanto a região de Lisboa e Vale do Tejo se encontra próxima da média da OCDE, as outras regiões distanciam-se em média de 50 ou mais pontos".

No domínio da leitura, "as raparigas apresentam, em média, melhores resultados do que os rapazes, sendo esta diferença estatisticamente significativa".

Os instrumentos utilizados foram testes de "papel e lápis", com um tempo máximo de resolução de duas horas, caracterizados por respostas de escolha múltipla e outras que requeriam mais elaboração.

Em Portugal, a informação foi recolhida em 2000 em 149 escolas - 138 públicas e 11 privadas -, envolvendo 4604 jovens de 15 anos a frequentar entre o 5.º e o 11.º anos de escolaridade.

Neste primeiro ciclo do estudo foi dada preponderância à avaliação da literacia em leitura. Está prevista para 2003 a realização do segundo ciclo, no qual o enfoque incidirá sobre a literacia matemática. Em 2006, terminará o terceiro ciclo do estudo com uma recolha mais intensiva no domínio das ciências.
(05.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Maioria dos europeus a favor da moeda única

Uma crescente maioria de cidadãos europeus revelou uma imagem positiva da nova moeda única, de acordo com o barómetro trimestral IPSOS/AFP, realizado no mês de Novembro, na Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido. Neste estudo, que deverá ser publicado esta semana, 65 % dos inquiridos identifica o euro como algo de positivo (mais 5 % que em Setembro), enquanto que 29 % se revela mais pessimista (contra 35 % na última sondagem) e 6 % não se pronuncia.

No caso concreto dos diversos países, 81 % dos italianos, 72 % dos espanhóis, 65 % dos franceses e 62 % dos alemães, reagem positivamente à nova moeda. No Reino Unido, o país menos preocupado com esta questão, as opiniões dividem-se, quase equitativamente, com 46 % dos cidadãos a favor e 48 % contra.

Seis europeus em dez depõem total confiança no seu governo, na preparação do seu país para a instauração da moeda única, sendo que os franceses demonstram ser os mais confiantes, com 75 %, seguidos dos italianos (72 %), os espanhóis (68 %), os alemães (64 %) e, por fim, os britânicos (32 %), cuja transição não ocorrerá no próximo dia 1 de Janeiro, como nos restantes países europeus.

Até agora, apenas uma escassa minoria terá efectuado operações bancárias em euros, por cheque ou carta bancária. Esta situação envolve, actualmente, um quarto das pessoas interrogadas (24 %, ou seja, o dobro da percentagem relativa a Setembro).

A crescente utilização do euro nestas ocasiões notou-se, especialmente, entre a população francesa (53 % contra 22 % na última sondagem), continuando a ser relativamente fraca nos restantes países da amostra. Apenas 18 % dos alemães, 11 % dos italianos e 10 % dos espanhóis costumam efectuar tais operações. Apesar da ainda fraca aderência a estes serviços, o progresso é contínuo.
(4.12.01/Fonte : Diário de Notícias)

 

Banco português à conquista dos polacos

Num mercado dominado pela banca estrangeira e onde 75% das instituições estão nas mãos de privados, a terceira maior rede polaca de retalho é portuguesa. O Millennium, resultante de uma parceria entre o Banco Comercial Português (BCP) e o polaco Big Bank Gdanski (BBG) e lançado em Outubro de 1998, tem já 5% do mercado bancário na Polónia, resultantes dos seus actuais 230 balcões e quase 400 mil clientes.

Trata-se de uma das principais apostas do BCP em termos de internacionalização, num grupo onde um terço das suas agências já estão no exterior.

Quem conhece as redes domésticas do BCP (NovaRede, Atlântico) não estranha quando visita uma sucursal Millennium, um banco em tudo semelhante ao conceito desenvolvido pelo grupo no mercado português. Para os polacos, o banco foi algo de muito diferente ao que estavam habituados e que foi posteriormente seguido por outras grandes instituições locais.

Actualmente, o Millennium está a reforçar a sua presença, após a criação de dois segmentos dentro do próprio banco: o Millennium Prestige e o Millennium Business.

"A partir de Janeiro, vamos começar a actuar no mercado com mais agressividade", afirma Luís Seruya, um dos cerca de 20 portugueses do universo BCP na Polónia, director da divisão de banca de investimento do Millennium Prestige. O objectivo é deter um balcão em cada uma das 16 capitais de distrito do país, num investimento total de um milhão de contos. Actualmente com três mil clientes (segmento alto e médio/alto), a meta é chegar aos 20 mil no final do próximo ano, a maior parte vindos da rede tradicional do BBG.

A segunda rede criada, o Millennium Business, pretende ser um banco para as PME existentes no mercado polaco, que representam a grande parte do tecido empresarial do país. "O nosso objectivo é estar presente em 200 balcões do banco", refere Pedro Álvares Ribeiro, um dos administradores portugueses do BBG. A rede Business arrancou efectivamente em Setembro último e ofere todos os canais bancários aos seus clientes, à excepção da Internet, em fase de instalação.

Uma das inovações trazidas para a Polónia pelo BCP, através do Millennium, foi a disponibilização do atendimento personalizado. O gerente de conta existe nas duas redes do banco, oferecendo de forma integrada todos os serviços bancários. Na Polónia, o potencial de crescimento da actividade é enorme. Como refere Pedro Álvares Ribeiro, de um total de 1,5 milhões de novos clientes que anualmente entram no mercado bancário, o Millennium pretende captar uma quota entre dez a 12% desse valor. Futuramente, poderão vir a criar novas segmentações dentro do banco, reforçando a marca Millennium no mercado.
(3.12.01/Fonte : Diário de Notícias)