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04/01
Emigrantes com dificuldades na Venezuela
Vários emigrantes portugueses na Venezuela estão descontentes com os problemas de emissão de passaportes. A situação agrava-se quando os emigrantes necessitam renovar o visto de residência ou de viajar, uma vez que o passaporte tem um tempo máximo de validade até seis meses.(27.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Economia cresce abaixo da média. Inflação e défice orçamental entre os maiores da União. Desemprego vai aumentar
Bruxelas deitou ontem por terra as previsões económicas do Governo português. A inflação, diz, vai subir para 3,5 % em 2001, a quarta maior da zona euro; Pina Moura, na última revisão, apontou para uma taxa entre 2,9 % e 3,3 %. E a economia portuguesa, de acordo com as previsões da Primavera da Comissão Europeia, cresce apenas 2,6 %, a mais baixa taxa entre os países da coesão; contra os 3 % avançados pelo ministro das Finanças português. E o pior é que, com os portugueses a ficarem mais pobres em relação à Europa, acabam também os anos dourados do emprego - o desemprego sobe para 4,6 % e, em 2002, deverá mesmo ultrapassar os 5,0 %. Nas Finanças Públicas, é ponto assente: o défice orçamental em 2001 será de 1,5 %, contra os 1,1 % projectados por Lisboa. Só que aqui, Bruxelas ainda não incorporou os cortes de 60 milhões de contos, anunciados na semana passada por Pina Moura.
Pedro Solbes, comissário europeu dos Assuntos Económicos, considerou como "imprescindível" a redução do défice orçamental português e afirma esperar "pelo prometido programa de redução das despesas". Ainda assim, Bruxelas prevê para 2002 a repetição do défice, muito longe dos 0,7 % "prometidos" pelo ministro português.
Em Lisboa, logo após a cerimónia parlamentar evocativa do 25 de Abril, Pina Moura colocava água na fervura das previsões. "Portugal não será o país que menos crescerá dentro da UE", afirmou, embora reconhecendo a necessidade de "acréscimos de produtividade" e "contenção de despesas nas áreas sociais".
Bruxelas insiste na receita: "moderação salarial", embora tivesse apagado das recomendações a versão preliminar "de medidas para facilitar os despedimentos"; e melhoria do sistema educacional a fim permitir o aumento do nível da produtividade, "muito baixo".
A desaceleração da economia portuguesa é resultado do arrefecimento da Europa, destino de 70 % das exportações nacionais. As vendas ao exterior, ao contrário do esperado, não compensaram a quebra da procura interna em Portugal, principalmente o consumo das famílias, em queda, depois do aumento das taxas de juro. E o resultado está à vista...(26.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Há escolas em risco de fechar. Lisboa investe no ensino universitário, numa política de "pirâmide invertida" preocupante
Com o declínio da emigração portuguesa para os Estados Unidos, o ensino da língua e cultura portuguesas está a atravessar uma situação difícil e algumas escolas correm mesmo o risco de encerrar, por falta de alunos mas, sobretudo, de professores.
A informação foi transmitida à Agência Lusa por António Casimiro, professor de apoio e director da escola portuguesa da Casa da Saudade, uma das quatro escolas oficiais portuguesas da área consular de Nova Bedford.
A situação do ensino do português nesta zona dos EUA é debatida proximamente pelo grupo de trabalho sobre o ensino, da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, que se reúne com professores, comissões escolares e professores de apoio em Providence e em Nova Bedford.
Hoje, a grande maioria dos alunos que frequentam escolas oficiais portuguesas são imigrantes de segunda geração, cuja primeira língua é o inglês.
Contudo, para António Casimiro, "os professores que leccionam nas escolas portuguesas estão no crepúsculo das suas carreiras e não há professores qualificados, pelo menos segundo os parâmetros estabelecidos pelo governo português, para os substituir", refere. Para António Casimiro, que há mais de 20 anos vem ensinando a língua e cultura portuguesa aos filhos de emigrantes, há que rever toda a política de ensino, "se quisermos que o português se afirme como uma segunda língua neste país".
"Os filhos dos emigrantes não estão num país de acolhimento, estão no seu país, são norte-americanos, embora com ligação diversa às suas raízes culturais. É isso que as autoridades portuguesas devem ter em conta, criando incentivos para que os filhos dos emigrantes se debrucem sobre suas raízes", alertou.
Casimiro considera errada a política do governo português, ao investir só no nível universitário. Tal como o educador Caetano Valadão Serpa, pensa que o "governo português só investe a nível de ensino universitário, "em autêntica política de piramide invertida, o que é preocupante.".(25.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Jovens procuram alternativas em Portugal
Novas oportunidades e uma alternativa ao cenário de crime na África do Sul são os principais objectivos dos sete luso-sul-africanos que em Maio iniciam estágio profissional em Portugal. Ao abrigo do programa "Estagiar em Portugal", o nosso país vai receber 1500 jovens de 19 países.(24.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Portugal vai ter espaços Internet em todo o País
Cidades digitais terão 160 milhões de contosUma rede nacional pública de Internet é o objectivo imediato anunciado ontem, em Braga, pelo ministro da Ciência e Tecnologia. Segundo Mariano Gago, a ideia é "diminuir a exclusão social daqueles que não têm dinheiro para ter computadores e Internet em casa". Para isso vão ser criados em todos os concelhos Espaços Internet. Sítios onde pessoas com menos recursos tenham acesso a esta tecnologia.
Os Espaços Internet vão ser de acesso gratuito. As candidaturas ao projecto estão já a decorrer e são aprovadas imediatamente. Nesta altura, seis municípios portugueses já viram aprovados os espaços, mas Mariano Gago gostaria que todas as câmaras tivessem este acesso até ao fim do ano: "Estamos disponíveis para financiar do ponto de vista dos recursos humanos e financeiros todos os projectos que nos aprecerem", garantiu o ministro.
Mas as novidades não ficaram por aqui. Mariano Gago falou do relançamento do projecto das cidades digitais, agora rebaptizado de "Portugal Digital", que prevê uma verba de 160 milhões de contos a ser gasta até 2006. Do bolo global, mais de 40 milhões de contos serão para gastar com as "cidades digitais".
Outra novidade tem a ver com os incentivos para a aquisição dos terminais informáticos, cujo preço o ministro considera ser o principal obstáculo para a proliferação de computadores pelas famílias. Para além das regalias já consagradas na lei, as prioridades de apoio vão para os deficientes, disse Mariano Gago.(24.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Portugal convidado de honra do Salão Internacional do Livro de Genebra
Portugal é o país convidado de honra da 15ª edição do Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra, que decorrerá de 27 de Abril a 01 de Maio, no palácio de exposições (Palexpo) desta cidade.
O Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra terá a sua 15ª edição entre 27 de Abril e 1 de Maio, no palácio de exposições, desta cidade.
Portugal é o país convidado deste ano. Em 1999 o convite foi feito a Espanha e em 2000 coube a vez à Alemanha.
Aproveitando um poema de Pessoa sobre a imagem do mapa da Europa e o perfil geográfico de Portugal, voltado para o Ocidente – "O rosto com que fita é Portugal" – o lema geral da participação portuguesa no salão de Genebra será: «Portugal - Um rosto europeu».
O Instituto Camões (IC), responsável pela participação portuguesa, pretende assim jogar com uma identificação entre o recorte geográfico do país e a ideia de "rosto", que será também sublinhada ao longo da programação cultural, nos temas das mesas redondas, na exposição de capas de livros e na exposição de fotografias do litoral português, entre outras iniciativas.
O Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra atrai, em média, entre 120 a 130 mil pessoas em cada edição, constituindo hoje, segundo os seus organizadores, "a maior manifestação cultural da Suíça".
O Salão destina-se sobretudo à venda de livros ao grande público, podendo comparar-se na sua vocação ao Salão de Paris, mas apresenta uma componente cada vez maior de pavilhões dedicados a órgãos de comunicação social, como jornais e revistas, rádios e televisões, internet, multimédia, etc.
Aproveitando a vocação cosmopolita da cidade de Genebra e extravasando, de facto, a dimensão comercial, o Salão vem assumindo um cariz cada vez mais literário e cultural, permitindo o tipo de realizações habituais nestes eventos: encontros entre autores e leitores, sessões de autógrafos, debates, exposições anexas, etc.
Deve destacar-se a numerosa afluência de jovens, sobretudo durante o fim de semana. O Salão tem um ambiente muito agradável com inúmeros restaurantes e bares, pequenas lojas, áreas de lazer, etc.
Anexo ao espaço maior do Salão, obviamente ruidoso, situa-se o Café Littéraire, geralmente utilizado para as sessões culturais por ter melhores condições acústicas.
Portugal, como país convidado, terá ao seu dispor uma vasta área de 500m2. O pavilhão português da responsabilidade dos arquitectos Mário Caeiro e Luís Pena terá a forma aproximadamente quadrada (20.25m) e ficará situado perto da entrada da Feira, num local de grande visibilidade.
Neste espaço distribuem-se uma livraria, um café/esplanada, um espaço para atendimento do público e ainda algumas representações de organismos institucionais interessados em expor os seus materiais.
Um «Espaço Infantil», essencialmente lúdico, com mesas, cadeiras, livros infantis e microcomputadores, poderá ser livremente utilizado pelas crianças que visitarão a Feira.
O evento vai trazer à Suíça uma delegação de 20 escritores portugueses, entre romancistas, poetas, ensaístas e autores de literatura infanto-juvenil.
José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Eduardo Lourenço, Lídia Jorge, Teolinda Gersão, Mário de Carvalho, João de Melo, Hélia Correia, Manuel Alegre, Pedro Tamen, Alice Vieira, Eduardo Prado Coelho, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada são alguns dos protagonistas de um programa que compreende debates, encontros com o público e exposições.(23.04.01/Fonte : Notícias Digital)
Portugueses inauguram clube em Helsínquia
Os portugueses na Finlândia têm a partir de hoje um novo espaço de convívio e de promoção da nossa língua e cultura, o "Helsínquia Clube dos Amigos de Portugal". Na cerimónia de apresentação vão estar a Presidente do país, Tarja Halonen, e os embaixadores de Portugal e do Brasil.(20.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Citroën investe 1,5 milhões na fábrica de Mangualde
A Peugeot-Citroën vai realizar investimentos de 1,5 milhões de contos em Mangualde, distrito de Viseu, nomeadamente nas áreas da soldadura, pintura e montagem, revelou ao DN José Leitão, director da fábrica. A Citroën, que deixou de produzir em Portugal o modelo Saxo, concentra a sua produção no Berlingo e Partner, que são também produzidos na fábrica do grupo PSA em Vigo, Espanha. "Por isso, a incorporação nacional é baixa", refere. França e Itália são os principais mercados exportadores da fábrica de Mangualde. José Leitão adiantou que, em 2000, foram realizados na unidade investimentos de dois milhões de contos, passando a produção diária de 180 para 220 veículos, com recurso a três turnos diários, o que permitiu aumentar o número de trabalhadores para 1450. A fábrica da Citroën de Mangualde, a funcionar desde 1962, deverá apresentar no final do ano uma produção global de 50 mil veículos, contra os 47 mil de 2000. O cash flow deverá ser sensivelmente o mesmo do ano passado - 1,6 milhões de contos.(20.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Australianos apostam na biotecnologia em Setúbal
A multinacional australiana da área de biotecnologia Burns Philips vai investir 2,1 milhões de contos na Península de Setúbal. Este projecto de investimento foi ontem aprovado em Conselho de Ministros. De acordo com o Governo, o plano de expansão e modernização desta multinacional irá ter um grande impacto macroeconómico no País, dado prever-se que o valor acrescentado nacional atinja 85 % e que ao nível da balança de pagamentos represente um contributo de 14,7 milhões de contos até ao final de 2010.
Este projecto de investimento irá criar mais 17 postos de trabalho até 2003, ano que que a empresa estima realizar um volume de vendas de 1,6 milhões de contos, com a maior parte a dirigir-se para o mercado extra comunitário, onde espera facturar 1,4 milhões, ou seja 88 % da facturação total.
O grupo Burn Philips domina (com quota de 92 %) o mercado mundial de leveduras e é um dos primeiros na utilização de tecnologias avançadas. Com actividade na área da biotecnologia, o grupo comercializa produtos destinadas às indústrias de panificação, pastelaria e fastfood.(20.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Opinião :
(Ainda!)Não é costume dar-mos a nossa opinião sobre a actualidade, no entanto pensamos que a entrevista que a Ministra da Saúde Manuela Arcanjo deu ao Diário de Notícias não deixará insensível nenhum Português quer residente quer imigrante. Neste artigo pode-se ler :"Digo é que é uma vergonha estar-se a comprar serviços aos privados que os hospitais podem fazer.". A senhora Ministra vai mais longe e diz que : "A maior parte destes directores transporta para os conselhos dos grandes hospitais os seus interesses sindicais e partidários. Esses senhores não administram em função da saúde dos portugueses, mas por razões políticas e sindicais.". Notando tambem que há quem aproveite da situação : "Um membro da ARS do Norte disse-me que há médicos na sua zona que chegam a ganhar cinco mil contos por mês à custa do regime de prevenção.". Sabendo que uma das maiores apreensões dos imigrantes portugueses é o estado do nosso sistema de saúde, não podemos deixar de dizer que este discurso deveria ter sido feito há muitos anos e sobretudo deveriam ter sido tomadas decisões, para que o SNS (Sistema Nacional de saúde) esteja ao serviço dos doentes e não ao serviço do sistema! (médicos, clinicas privadas, laboratórios, e outros fornecedores)
LEIA O SEGUINTE ARTIGO.Só não é criticado quem nada faz
Manuela Arcanjo vai hoje à Assembleia da República responder aos deputados, a pedido do PSD, mas avisa que não presta favores, não tem medo de "lobbies" e acusa administrações de hospitais de politizarem a gestão. Admite que a saúde é um negócio poderoso para muita gente. Enquadra-se na ala esquerda do PS, mas não dá a outra face. A oposição não a preocupa.
Que vai responder à oposição quando pedir a sua demissão?
A decisão da minha saída compete exclusivamente ao primeiro-ministro (PM). Hoje é prática corrente associar críticas a pedidos de demissão, mas não estou preocupada. Não tenho ambição de poder. Estou aqui por convite do primeiro-ministro e até ele considerar que posso fazer um bom trabalho.Mas dentro do Governo e do PS tem cada vez menos apoio. Diz-se que o apoio de Pina Moura já foi maior...
Tenho com o ministro Pina Moura uma relação de amizade de há anos. E não vejo razões para que o senhor ministro das Finanças tenha alterado a sua posição para comigo. Trata-se de uma relação pessoal, eu diria forte.Em termos políticos...
Posso admitir que a nível político haja por parte do ministro das Finanças uma preocupação com a evolução da situação financeira da Saúde. Não significa, no entanto, e eu entendo assim, que haja uma perda de solidariedade em relação à ministra da Saúde.Quanto às críticas do PS?
Apenas tenho eco através da comunicação social do que se passa nalgumas reuniões partidárias, mas não posso tomar essas críticas, de militantes ou, eventualmente, de algum dirigente, como de todo o partido. Até porque tenho tido muitas manifestações de apoio. É natural que num grande partido haja vozes dissonantes.No partido há quem defenda a sua remodelação...
Não passo os dias a pensar se serei remodelada. Também é verdade que, há ano e meio, sou dada, umas vezes, como morta, outras como remodelada. Aliás, vários colegas meus já foram dados como remodelados.É um dos ministros vaidosos?
Vaidosa? Não.Houve quem a associasse a esta imagem...
Tanto quanto percebi o PM não se referiu aos ministros vaidosos do seu Governo. Mas, mesmo admitindo que sim, posso dizer que dificilmente seria considerada como tal. Como pessoa não sou vaidosa. Podem atribuir-me outros adjectivos...Centralizadora?
Sou. Não é uma qualidade nem defeito, é uma característica de personalidade. Também não diria que me isolo. Sou teimosa e muito pouco permissiva a pressões.Que pressões?
Dos vários parceiros. A saúde é um negócio muito poderoso para muita gente. Daí o défice.Quer apontar nomes.
Não é uma questão de nomes mas de inépcias, de rotinas. Não descobri nada de novo. Digo é que é uma vergonha estar-se a comprar serviços aos privados que os hospitais podem fazer. Tudo isto são irregularidades, não falo em fraudes, que geram o défice. O que se passa é uma vergonha.Receia enfrentar médicos ou parceiros economicamente fortes?
Nada. Nem de enfrentar sindicatos. Tenho tido reuniões muito pesadas com alguns parceiros e aguento-os perfeitamente. Sabe porquê? Porque estou neste cargo muito à vontade. Quando tiver de sair, volto à faculdade e levanto o meu pedido de suspensão de funções.Confessou que se ficasse mais quatro anos saía entrevadinha, já está farta?
Não. Isto é um desafio e qualquer ministro só pode falar da sua legislatura. A única pessoa que pode falar para a legislatura seguinte é o PM.Não acha que esta afirmação lhe retira força negocial?
Não.Mesmo dentro do PS...
Sou independente. Socialista sem cartão.E continuará assim?
Ser filiada ou não depende, ou de um pedido meu ou de uma proposta de um dirigente. A proposta já me foi feita, só que no Governo anterior não havia condições para aceitar. Sempre fui tratada como alguém do PS, apesar de me considerar alinhada à esquerda no espectro político do partido.Qual é o "lobby" do PS que faz mais oposição.
Há vozes críticas. O PS é um partido especial, onde há grupos, facções. Não penso que as críticas surjam de lobbies, mas da liberdade de pensamento.Mas tem consciência de que a sua imagem está desgastada?
Não. Considero que houve certos factores que criaram uma imagem minha que não corresponde ao que sou. Se a imagem desgastada é só porque estou em último lugar nas sondagens de popularidade, alguém tinha de estar e, em nome da solidariedade política, não me importo de ser eu. Aliás, ministro da Saúde que não é criticado não está a fazer nada.Não aceita bem críticas. Pelo menos, na última audição parlamentar o ambiente aqueceu.
Não admito que nenhum deputado ponha em causa aquilo que digo ou apresento. É uma questão de princípio na vida. Entrei para este Governo com alguma credibilidade, quer em termos de desempenho político quer em termos da minha maneira de estar na política. E, assim que entrei na audição, levantaram um clima de suspeição, que não aceito. Tudo aquilo foi estratégico.É ao Parlamento que tem de prestar contas e ameaçou não voltar lá...
Com certeza. Voltarei sempre que for necessário, mas não estou em julgamento. Isso, não aceito. Sabe porquê? Não sou candidata a nenhum cargo. Tudo isto tem custos pessoais, simplesmente estou à vontade. Não tenho de fazer favores a ninguém. Nem sou simpática gratuitamente."O PSD NÃO EXISTE COMO OPOSIÇÃO, NÃO TEM IDEIAS..."
Está sob fogo cruzado. É acusada de querer privatizar o SNS...
Tem tudo a ver com a representação de grupos de interesses. O primeiro-ministro classificou a Saúde como a sua segunda paixão, e ao atingirem-na estão também a atingi-lo. Quando um deputado da oposição diz que a ministra é dispensável na interpelação, querem lá é o primeiro-ministro, isto não é um ataque à ministra Manuela Arcanjo, mas ao Governo.E as críticas dos profissionais?
Sejamos claros, há críticas e guerrilhas que são feitas sempre pelos mesmos profissionais. Falo de pessoas que tinham cargos dirigentes nesta casa, que saíram e não me perdoam. Não é normal ter uma guerrilha movida pelo PCP há ano e meio.Fala de quem, concretamente?
De ex-dirigentes da Saúde que, enquanto tiveram colaborações no ministério, estiveram caladinhos e não escreviam artigos de opinião. A partir do momento que foram descobertos comportamentos seus menos nobres e saíram, lembraram-se que a ministra não presta. Na Saúde, vale tudo. Inclusive quando, na data da recondução, certas pessoas virem aqui dizer: "A senhora ministra é o máximo. A partir de agora, digo tudo de bom?" Isto é saúde?A oposição do PCP é maior que a do PSD?
É diferente. O PSD não tem ideias, não tem uma política de saúde. O PSD pega no líder parlamentar e faz oposição com base em factos. Uma vez lembra-se da tuberculose, outra da lista de espera, depois do hospital algarvio, isto não é nada. Aliás, quando a ministra-sombra diz uma coisa e o líder parlamentar outra, estamos conversados sobre o PSD.Não a preocupa?
Não, não faz oposição. De vez em quando tem uns fogachos. Aquilo que o senhor deputado Durão Barroso irá fazer, nos primeiros cinco minutos da interpelação, é falar do ambiente de catástrofe, dos profissionais desmotivados, deve estar a falar de dois ou três...Há profissionais desmotivados no SNS, isso não pode negar...
Percebo que a desorganização, a má gestão, a inércia, o deixa-andar, o ninguém assumir responsabilidades desmotive as pessoas, principalmente as que querem fazer algo de diferente. Mas não é a esses que o PSD dá voz, não é aos profissionais empenhados que olham para o lado e vêem que há colegas que pouco vão ao hospital. O PSD dá voz, possivelmente, aos que pouco vão ao hospital, porque trabalham cá fora.Então e o PCP?
Tem posições claras sobre a Saúde, algumas em perfeita sintonia comigo, por muito que lhes custe. Há profundas diferenças entre o PSD e o PCP. O PCP, por razões que não percebo, tem um pavor de coisas que eu não vou fazer...NÃO POSSO PRESTAR CONTAS
As Finanças estão incomodadas por o Ministério da Saúde não prestar contas orçamentais.
Vamos lá ver. Sempre existiram dificuldades da parte do Instituto de Gestão Financeira de prestar contas, tal como sucede com outros ministérios. Só lamento é que ainda hoje, depois de puxar pelos meus pergaminhos pedagógicos, tenha de explicar o que é a Saúde... Só há um ministério comparável, em termos de dimensão: o Ministério da Educação. Mas com uma diferença. É que na Educação nunca se instituiu a prática de o dinheiro ser uma heresia...Pode concretizar?
Nas dotações orçamentais fixadas para os hospitais, não há director que entenda que aquele é o dinheiro que tem para gastar. Na realidade, não posso prestar contas com a regularidade de outros ministérios. Na Saúde não se justifica o envio de mapas mensais.Não é esse o entendimento das Finanças. Pode estar a colidir com a metodologia orçamental.
Sempre que o Ministério das Finanças pediu a tendência de um determinado indicador, teve-o.Não acontece com o andamento do défice do exercício de 2001...
Ninguém se queixou sobre essa matéria. Perguntaram quando enviaria a primeira estimativa, ao que respondi que seria apenas em Abril, e expliquei as razões, detalhadamente, ao sr. ministro das Finanças.A Associação de Farmácias afirma estar pressionada pela banca pelo nível global da dívida.
O dr. João Cordeiro falou-me desse problema. Transmiti que durante Abril e Maio será regularizada parte da dívida às farmácias e à indústria farmacêutica.Os valores apresentados pela ANF demonstram que o exercício em 2001 registará um défice...
Não pode fazer estimativas. A facturação de medicamentos ao ambulatório desceu e Fevereiro...O que é normal para a época.
Só que muito abaixo do normal. O crescimento foi de 6,0 %, quando costuma apresentar crescimentos da ordem dos 10,11 %. Relativamente ao convencionado, regista-se um crescimento homólogo abaixo do normal.Afirmou que o exercício de 2001 seria de défice nulo...
Se.Não havia "ses".
Défice nulo se se verificar alguns resultados esperados de medidas implementadas no início do ano.Mas o que politicamente se retira é o défice zero.
Claro, isso é a vida, como diz o bonequinho do Contra-Informação. Sei o que disse e está gravado.Pode garantir que apresentará um défice zero em 2001?
Neste momento não poderei dizer se haverá saldo nulo. A bateria de medidas a implementar no terreno terá de produzir efeitos. São mais de dez, e algo de exótico e surpreendente aconteceria se isto não produzisse efeitos. Agora dará para anular um défice de exercício, idêntico ao de 2000, de 180 milhões de contos? Neste momento não sei.Afirma que está a pagar a facturas de políticas do PSD...
Há uma coisa que direi ao sr. deputado Durão Barroso. O Governo assume os 330 milhões de contos de dívidas, ele assume os 120 milhões de contos em horas extraordinárias com pessoal.Não será pela Saúde que existirá um orçamento rectificativo?
Estou em contactos com o Ministério das Finanças, para discutir a possibilidade de uma operação que permita começar a regularizar a dívida. Não quer dizer que seja um orçamento rectificativo. Trata-se de um problema do Ministério da Saúde. A esse propósito, mudei de posição. Quando estava nas Finanças dizia que era um problema do Governo. Agora digo que é um problema da Saúde. Seguro situações, mas há problemas a resolver em parceria com as Finanças. Não pertenço à ala católica do PS, não gosto de dar a outra face.DIRECTORES DE HOSPITAIS COMPRAM MAL
Os directores clínicos e enfermeiros directores deveriam ser nomeados?
Podem ser eleitos, não podem é fazer parte do conselho de administração. A maior parte destes directores transporta para os conselhos dos grandes hospitais os seus interesses sindicais e partidários. Esses senhores não administram em função da saúde dos portugueses, mas por razões políticas e sindicais. A saúde é o sector mais politizado e partidarizado da sociedade portuguesa. Tudo, mas tudo, serve para fazer política. Tudo serve para exercer o poder sindical, mesmo à custa de paralisarem as instituições.Esse é um dos graves problemas...
Hoje, os hospitais têm conselhos de administração, como qualquer empresa. Temos hospitais com orçamentos de 60 milhões de contos, maiores que a maior parte dos ministérios. Como é possível ter conselhos de administração que nem sequer se sentam à mesma mesa? Como é possível chegarmos a este ponto?
Esse é um problema para a senhora responder. Mas sabe-se que a aquisição de medicamentos e material clínico não é sob regras de gestão...
Compram mal porque procedem a muitos ajustes directos e não têm regularidade na gestão de stocks...Qual a solução?
Vamos passar, cada vez mais, as aquisições dos hospitais para o regime de contratos públicos de aprovisionamento. Isto é, fixamos preços e os hospitais só poderão comprar tendo como tecto aquele referencial.HORAS EXTRA CUSTARAM AO ESTADO MAIS DE 120 MILHÕES
Neste momento, quais são os principais problemas do SNS?
A organização ou falta dela e os recursos humanos. Sabe quanto é que se pagou em 2000, em trabalho extraordinário? Mais de 120 milhões de contos, o que corresponde a 123,4 por cento do total das remunerações. Isto é poderosíssimo.
Qual é a capitação por funcionário?
Não fiz os cálculos. Mas tem ideia de quanto pode receber um médico em regime de prevenção ou um enfermeiro com horário acrescido? Milhares de contos. Um membro da ARS do Norte disse-me que há médicos na sua zona que chegam a ganhar cinco mil contos por mês à custa do regime de prevenção. Este regime significa que o médico deve estar disponível 24 horas para o caso de ser necessário chamá-lo, mas pode estar na praia ou no campo.Tem esses dados concretos?
Já pedi, mas ainda não me chegaram. Mas um médico que faz hoje urgências durante o fim-de-semana pode ganhar mais de 150 contos num dia. Isto são os pagamentos da saúde. O problema é que não há pessoal suficiente. E por causa disso, paro as urgências? Não posso fazê-lo. Era isso que o PSD pretendia no seu tempo. Foi nesta altura que começou a haver listas de espera, porque o PSD não queria gastar.
Estas condições foram aprovadas e estão na legislação.Pois estão, foram negociadas pelos sindicatos, não apareceram de geração espontânea. E de há dois e três anos para cá, a legislação ainda é mais exigente.
Os sindicatos fazem o seu papel...
Fazem. Mas, depois, o PCP não pode gritar que há défice na saúde e, simultaneamente, ter os seus sindicatos, e alguns com bastante poder, a fazer este tipo de negociações que são suicidas para o SNS.Mas também assinou agora um despacho para incentivar a mobilização dos médicos que lhes dá um estatuto de privilégio dentro da função pública, paga deslocações, rendas, primazia na transferência de local de trabalho para o cônjuge para os filhos que vão para a faculdade...
Dá. Mas também é a carreira que dá maiores custos aos portugueses, por estar muito concentrada.E um plano de formação?
Já alterámos a filosofia do número de vagas para os internatos. Até agora, estas eram quase tantas quanto os candidatos, o que lhes permitia ficarem onde queriam. Este ano, o número de vagas aproximou-se dos candidatos. Estamos a concluir um plano estratégico de médio prazo para formação de enfermeiros e técnicos de saúde, que vou levar ao Parlamento. Trata-se de um projecto que irá duplicar até 2006 a formação de enfermeiros. Também estamos a reavaliar e a redimensionar os quadros dos hospitais, numa perspectiva de médio prazo, cinco e dez anos, para evitar a precariedade na saúde, que é uma coisa que eu considero insustentável, como rotina.Quando chegou ao ministério parou projectos e quis reavaliá-los. Foi a melhor estratégia para a reforma?
Sou muito cuidadosa quando falo de reforma. Hoje, todos os grupos parlamentares, desde o PCP ao PP, e o próprio Governo vão falar de reforma e da defesa do SNS, mas de coisas diferentes. Eu prefiro falar de mudanças. Não houve nenhum compromisso que me impedisse de introduzir inovações ou reafectação de prioridades. O primeiro-ministro também sabia que nunca o aceitaria.Mas a continuidade era um objectivo?
Há uma continuidade política, mas há uma equipa diferente. Não sou obrigada a prosseguir o mesmo conjunto de opções. Já disse, mais do que uma vez, que penso pela minha cabeça.Há projectos que continuaram?
Prosseguimos com muita coisa. Houve três instrumentos jurídicos que se atrasaram e que, para determinado partido político e para as estruturas que lhe são afins, esses são a reforma. Daí que seja acusada de não estar a avançar com nada.Fala dos centros de responsabilidade integrada, sistemas locais de saúde e centros de saúde da terceira geração?
Sim. Mas a reforma são só três instrumentos jurídicos, quando temos falta de responsabilidade na Saúde, de articulação nas unidades, má gestão, deficiente política de recursos humanos? Assim, é muito redutor falar-se em reforma. Os meus parceiros do PCP não querem estes instrumentos por serem a Reforma da Saúde, querem por outras razões e eu não estou disponível.Que razões?
Sabe o que era a proliferação de conselhos de administração de todos estes órgãos? Há dois instrumentos que estão parados, mas o terceiro avança tranquilamente. Neste momento, tenho 70 centros preparados para avançarem como unidades da terceira geração. De todos era o que tinha mais probabilidade de proprocionar ganhos na saúde.MEDICINA PRIVADA EM PORTUGAL É DAS MAIS CARAS DA EUROPA
Queixa-se das relações entre sector público e privado na Saúde. Vai separá-los?
Em relação aos profissionais, não defendo que se force os médicos à dedicação exclusiva. Penso que não era bom para o SNS. Não tenho dúvidas que se impusesse uma escolha, era a debandada geral. E saíam médicos de quem não podemos prescindir.Sairiam, porquê?
Porque a medicina privada portuguesa é uma das mais caras da Europa. Não tenho capacidade concorrencial. Porque é que o PPA não teve um resultado melhor? Porque para muitos é o custo de oportunidade. Porque é que um médico há-de aceitar ir fazer uma cirurgia ao hospital no âmbito do PPA e ganhar 200 contos, se na privada ganha dois mil? Assim, não tenho margem negocial.Quanto aos sectores?
Há que mudar de filosofia. E estamos a tratar disso.Também anunciou que quer pôr em pratos limpos a medicina privada nos hospitais? A ideia não é nova...
Aceito que haja muita gente que diga "não é agora que a Manuela Arcanjo vai acabar com isto, muitos o tentaram e não conseguiram". O que sei é que foi no meu mandato que, pela primeira vez, um conselho de administração foi exonerado por irregularidades no exercício da medicina privada. O caso do IPO Porto não foi um fogacho. Vou constituir um grupo de trabalho que irá fazer uma reflexão sobre vantagens e inconvenientes da situação actual.Mas já tem ideia do que vai fazer?
A primeira alternativa tem a ver com a melhoria do regulamento: quem pode fazer, quem paga a quem e qual é o circuito dos doente. O que hoje não está bem definido. A segunda alternativa é revogar toda a legislação que existe e proibir, pura e simplesmente, o exercício da clínica privada.Está disposta a arcar com os custos dessa decisão?
A medicina privada nos hospitais surgiu por dois argumentos: um deles foi "prender" mais os profissionais ao SNS e sou céptica em relação a isso. Os custos que tem para o SNS e para os utentes, se calhar, não compensam. Por outro lado, existem mais consequências que me afligem muito e têm a ver com as divergências entre médicos do mesmo hospital.Se as administrações fossem responsabilizadas pela produtividade das unidades, não acha que não haveria promiscuidade e que não seriam precisas tantas horas extras?
As administrações só podem ser responsabilizadas a partir do momento que haja um regime jurídico nos hospitais e nos centros de saúde diferente. Tenho hoje directores hospitalares que me pedem cobertura para fazer isto ou aquilo.Pedem cobertura à própria ministra?
Claro. O que acha que há dentro dos hospitais, uma pirâmide hierárquica? Acha que são os conselhos de administração que mandam em todos os hospitais?Se não são, deviam ser...
Com certeza. Mas precisam de um estatuto jurídico que lhes dê mais responsabilidade, mais autonomia, e exija. É isso que estou a fazer, mas há ano e meio que tenho uma guerra surda de uma facção política a acusar-me que quero privatizar o SNS.Uma das coisas que afirmou na última audição parlamentar foi que não podia demitir directores por não cumprirem o PPA, acha que isso é um bom exemplo?
Uma coisa é eu pedir contas e responsabilidades e exigir que as ARS e as agências sejam mais rigorosas e discutam com quem não cumpriu e porquê. Há razões plausíveis, porque há doentes que não querem ser operados, que não querem ser transferidos de hospitais. Mas a nossa oposição considera que estas são razões menos nobres. Sabe, os interesses da Saúde estão representados em todas as sedes. Volto a repetir, neste sector vale tudo. Agora, só sei fazer as coisas de uma maneira...
Milhões é o valor da ajuda de Portugal a Moçambique, país afectado por dois anos sucessivos de cheias, mediante um protocolo que será assinado amanhã em Maputo. O secretário de Estado Luís Amado está na capital moçambicana, onde assinará o convénio multisectorial com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Francis Rodrigues.(17.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Portugueses nos EUA matam saudades com folares
Os norte-americanos vão consumir nesta quadra pascal 60 milhões de coelhinhos de chocolate e 15 mil milhões de "jellybeans", mas os portugueses de Nova Jersey terão sobretudo nos folares a sua doçura da saudade pascal.
Se os 15 mil milhões de "jellybeans" - pequenas bolas ovais de geleia - alinhadas, criariam um círculo multicolor quase triplo à volta da Terra, os folares darão origem apenas a uma roda mais calorosa à volta da mesa de cada família de Portugal.
A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Newark, tomou a tradição à letra e divulgou já entre os seu sócios o regulamento que presidirá ao concurso de folares marcado para o domingo de Pascoela, durante o almoço que contará com a presença do Grupo de Cantares Aléu, de Vila Real. "O folar deverá respeitar o formato e a confecção tradicional - ovos e farinha triga e duas ou mais das seguintes carnes: presunto, salpicão, toucinho, perdiz, coelho ou frango" - diz o nº 1 do regulamento relativo ao folar, redigido por Nuno Pereira, natural da freguesia de S.Vicente, Chaves. "O que melhor caracteriza a nossa produção pascal serão os três mil folares, com dois, com três e com quatro ovos, que colocaremos no mercado na véspera da celebração", disse Henrique Tavares, da Padaria Coutinho's, com sede em Newark. Quem é do Baixo Minho, ao ouvir falar dos "brancos" corre a lembrar-se do compasso, da marmelada e do queijo flamengo associados à visita pascal. "Claro que vamos fabricar folares, mas também teremos Ninhos da Páscoa, iguais aos que vendia a "Confeitaria de Santos", na esquina de Rua S. João da Mata, em Lisboa" - disse José Alberto Carloto, que ali trabalhou até rumar para os Estados Unidos em 1973. Hoje é proprietário da Carloto's Bakery, na cidade de Elizabeth, uma casa conhecidíssima pelos seus pastéis de nata e que em 14 de Maio celebrará 18 anos de divulgação da pastelaria portuguesa em Nova Jersey. "Os pastéis de nata vendem-se bem todo o ano, mas para esta Páscoa vamos ter os folares, os ninhos de Páscoa, as tortas de fios de ovos e as tortas de Páscoa com amêndoas"- disse José Alberto Carloto.
Há mais de 60 padarias e pastelarias portuguesas em Nova Jersey e todas têm um produto para quem alimenta a saudade da Terra Natal.(12.04.01/Fonte : Diário de notícias)
O poder de compra dos portugueses e a competitividade das exportações estão ameaçados. Ministro das Finanças, Pina Moura, revê hoje previsões para a inflação. OCDE elogia reforma fiscal
Até 2003, a inflação não descerá abaixo dos 3,0 %, "queimando" poder de compra dos portugueses e competitividade externa. A produtividade das empresas está também em queda. Os números da OCDE confirmam a interrupção na convergência real em 2000, ano em que a economia evoluiu 3,3 % contra a média da UE de 3,4 %. Em 2001 crescerá abaixo dos 3,0%.
As famílias, pressionadas pelas altas taxas de juro e endividamento à banca, retrairam-se no consumo, levando a economia a desacelerar. A OCDE considera que o padrão de crescimento da economia com o sector exportador a funcionar como dinamo, "é mais saudável", mas é insuficiente para compensar as perdas de gás na procura interna, consumo e investimento. Paris questiona a "qualidade" das exportações, assente em sectores como o vestuário, onde o continente asiático dá cartas, e é mais competitivo. Também nas contas externas, com o défice externo nos 10,5 % do PIB, resultante de "um desasjustamento entre a produção e a procura interna", a OCDE teme pressões inflacionistas.
O ministro das Finanças, Pina Moura, admitiu ontem abandonar a previsão dos 3,3 % no crescimento económico. Recusa em relação a 2000 perdas na convergência real, "em 2001 ainda é cedo". Mas hoje, em reunião de concertação social, mudará a sua projecção para a inflação no final do ano. Nas contas públicas, Portugal, afirma a OCDE, perdeu oportunidade de ouro na consolidação orçamental. Desde 1997, no consulado de Sousa Franco, a consolidação orçamental pelo lado da despesa estagnou. A OCDE afirma que os ganhos nas receitas, incluindo a eficiência fiscal, foram "consumidos" na despesa primária, a classe de despesa orçamental dirigida aos bolsos dos funcionários públicos e despesas correntes. A contenção na despesa do OE de 2000 e a reforma fiscal merecem reconhecimento, mas Pina Moura é acusado de "falta de ambição" na eliminação do défice. Preto no branco, a OCDE diz que o actual abrandamento poderá obrigar "a decisões dolorosas" no corte da despesa.(11.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Custos da mão-de-obra aumentam 3,5 % na zona euro
O custo horário total da mão-de-obra aumentou, no último trimestre do ano passado, para 3,5 % na zona euro e para 3,6 % no conjunto dos Quinze, contra 3,8 % nos três meses anteriores, de acordo com os últimos dados do Eurostat, o departamento de estatísticas europeu.
A França (5 %), Reino Unido (4,6 %) e Finlândia e Espanha (4 %) foram os países que registaram os maiores agravamentos nos custos laborais. A Itália, pelo contrário, apresentou a taxa de crescimento menos elevada - apenas 1 %. Logo seguida pela Suécia, com uma subida de 2,7 %. Não há dados para Portugal e a Grécia não foi incluída, uma vez que, à data, ainda não fazia parte da UEM.(10.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Luso-canadiano "perdido" em Cuba gera manifestação
A comunidade luso-canadiana de Toronto está a planear uma manifestação, à porta da embaixada de Cuba, em Otava, para exigir uma investigação ao recente desaparecimento de um luso-descendente. Eddie Pinarreta, 29 anos, estava em férias em Cuba e desapareceu no final de Fevereiro.(10.04.01/Fonte : Diário de notícias)
O grupo JCDecaux - número um mundial em mobiliário urbano e publicidade em aeroportos - adquiriu a maioria do capital das sociedades que constituem o grupo Red - o número um português em painéis de grande formato -, numa clara aposta de reforçar a sua posição de líder em publicidade exterior em Portugal.
"É uma extensão natural do nosso negócio", afirmou ao PÚBLICO o director-geral do grupo JCDecaux em Portugal, Ruy Vieira. E permitirá à empresa estar presente com 3700 faces publicitárias em 233 concelhos.
Ruy Vieira acredita que o futuro da publicidade está na comunicação exterior, devido à saturação de infindáveis blocos publicitários em televisão, que tem levado à quebra de audiências das estações televisivas, um pouco por todo o mundo. Para este responsável, "é só uma questão de tempo" até os clientes se aperceberem que através da televisão não chegam ao consumidor, e então vão-se virar para a publicidade exterior, da qual, quer se queira quer, não se pode fugir.
Em Portugal, a publicidade exterior representa oito por cento do investimento total, mas Ruy Vieira é da opinião que pode chegar até aos 13 por cento.
A publicidade exterior é muitas vezes acusada de ferir o ambiente, mas a JCDecaux tem feito grandes esforços para harmonizar e integrar o mobiliário urbano, recorrendo normalmente a "designers".(09.04.01/Fonte : Público)
Portugal em risco de recessão económica
O banco de investimento holandês ABN Amro alerta para o perigo de recessão da economia portuguesa, tendo em conta o aumento do défice da conta-corrente. Segundo a instituição, o défice da conta-corrente subiu para 10,5 % do PIB em 2000, pelo que considera inevitável cortes nas despesas do Estado. E nos salários.(06.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Lançamento do livro:
"The Portuguese Making of America"
"Os Portugueses na Formação da América"O livro The Portuguese Making of America, de Manuel Mira, vai ser lançado quinta-feira nos Estados Unidos, juntamente com a tradução portuguesa, de Ana Mafalda Costa, professora da Universidade do Minho. O lançamento das duas edições terá lugar no Gilkerson Center, da Universidade James Madison de Harrisonburg, no estado de Virginia, numa sessão académica em que Manuel Mira será o orador principal.
The Portuguese Making of America (Os Portugueses na Formação da América na versão portuguesa) é uma segunda edição do livro que Manuel Mira escreveu em 1997 sob o título The Forgotten Portuguese, no qual acumulou dados históricos e antropológicos que apoiam a teoria da origem portuguesa dos Melungos, um povo não anglo-saxónico que durante muito tempo viveu isolado e discriminado nas montanhas do Tennesse e da Carolina do Norte. "Pode ser considerado uma segunda edição, embora o conteúdo tenha sido substancialmente alterado, enriquecido com mais informação e uma nova organização, sendo por isso mais extenso." O livro tem 424 páginas, 119 ilustrações, 1028 notas de rodapé e ainda mais de 700 nomes e suas origens. Na capa do livro vem uma ilustração de Nancy Portugal com o Adamastor e os naufrágios que provocava, baseado no Canto V-49/51 dos Lusíadas de Luíz Vaz de Camões.
O lançamento da edição norte-americana e portuguesa, na James Madison University é um complemento das cadeiras que esta universidade oferece sobre o povo melungo e as suas eventuais ligações a uma colónia de portugueses fixada na região em data incerta, mas anterior à colonização anglo-saxónica.
Manuel Mira é um empresário luso-americano do ramo electrónico nos estados norte-americanos da Flórida e da Carolina do Norte, mas nos últimos anos tem dedicado à investigação histórica boa parte do tempo que conseguiu libertar das suas actividades empresariais.
Em 1996, fundou a Portuguese-American Historical & Research Foundation (Fundação Luso-Americana de Pesquisa Histórica), com sede em Franklin, Carolina do Norte, especificamente orientada para o apoio ao estudo da história dos pioneiros portugueses que ali chegaram antes do século XX, principalmente nos séculos XV, XVI e XVII, assim como outros grupos que estejam directa ou indirectamente ligados aos portugueses, e, designadamente, o povo Melungo ou Melungeons, que na sua tradição oral de várias gerações reivindica descendência portuguesa.(05.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Ensino no estrangeiro à deriva
PSD diz que Governo revela falta de orientação. PCP quer que os cargos de coordenadores sejam preenchidos por concurso
Tem havido uma "absoluta falta de orientação" do Governo quanto à política do ensino da língua portuguesa no estrangeiro. Mais: é necessário realizar concursos para o preenchimento de cargos de Coordenadores de Ensino, que, actualmente, são preenchidos por nomeação directa. Estas duas opiniões, assumidas, respectivamente, pelo PSD e pelo PCP, vão estar hoje em debate na Assembleia da República.
Os dois projectos de resolução incluem preocupações com as quais o PS, à partida, não discorda. O PSD vai pedir ao Parlamento que recomende ao Executivo a adopção de um programa de promoção do português e da cultura portuguesa no estrangeiro, com alargamento da rede de ensino, apoiando as três modalidades de ensino (integrado, paralelo e associativo) e promovendo a criação de escolas portuguesas em países e zonas de forte implantação de falantes da língua portuguesa.
O projecto de resolução do PCP defende um maior investimento na rede de ensino e a divulgação, via RTPi e RDPi, de programas de qualidade que fomentem a aprendizagem da língua, bem como de programas de ensino. No texto preconiza-se ainda um maior apoio às comissões de pais e conselhos de pais, nomeadamente por parte das Coordenações de Ensino locais.
Estas preocupações são partilhadas pelo PS. António Braga, presidente da Comissão Parlamentar de Educação, prefere, contudo, colocar a questão numa espécie de pacto de regime em relação ao ensino do português no estrangeiro. "O que está em causa", disse o deputado socialista à Agência Lusa, "é saber qual a aposta a fazer nesta área e se os partidos políticos estão ou não dispostos a um esforço conjunto, que terá muito mais hipóteses de sucesso." Para António Braga, a via ideal é a integração do ensino do português nos currículos dos países de acolhimento, mas recorda que é uma opção difícil e complicada, pois terá de ser sustentada num grande esforço diplomático, já que se trata de uma negociação Estado a Estado e, muitas vezes, de um Estado (o português) com várias entidades de outro Estado.
"A integração é a ideal, mas outras outras vias não podem ser descuradas e devem ser encaradas como complementares", acrescentou. Trata-se da via paralela, em que o ensino do português é ministrado em horário pós-escolar, e o ensino associativo, a cargo das organizações dos residentes portugueses no país de acolhimento. "Ambas têm um sentido de não integração, de gueto, o que não é de todo o melhor, além de que o modelo associativo pressupõe garantias de qualidade e rigor, bem como de rentabilidade", disse.
Quanto às preocupações manifestadas nos dois projectos, António Braga afirmou que são partilhadas pelo PS e pelo Governo e que, por isso, há que construir um "consenso em torno de uma política de fundo, que garanta que será prosseguida, seja qual for o Governo".
Mais dois centros de língua portuguesa
A rede de centros de língua portuguesa no mundo vai este ano estender-se ao Lubango (ainda durante o primeiro semestre), em Angola, e Windhoek, capital da Namíbia, atingindo um total de 13 dos 50 a instalar até 2003.O projecto é do Instituto Camões e foi iniciado em 1998, com a criação de centros em Nampula, Beira e Maputo (Moçambique), mas estende-se também a países africanos não lusófonos e a outros da Europa, Ásia e América, onde a promoção da língua portuguesa é importante no apoio a professores, intérpretes ou profissões especializadas, como diplomatas ou polícias. Ontem, foi inaugurado um centro em Newcastle (Reino Unido) e, na próxima semana, sucederá o mesmo em Bucareste (capital da Roménia). Os centros são dotados de um acervo bibliográfico e equipamento técnico, como computadores, fotocopiadoras e impressoras.(04.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Continuar os estudos em Portugal
Eva e Jonas optaram por estudar temporariamente no nosso país. O DN foi saber como está a decorrer a experiência
Já não são só os turistas que procuram Portugal. Ao nosso país chegam cada vez mais jovens estrangeiros para estudar nas universidades, ao abrigo do programa Erasmus (mobilidade de estudantes e professores). Eva Agulla Núñez e Jonas sterberg são dois dos cerca de cem estudantes estrangeiros que vieram para a Lusófona nessas condições.
Ela tem 26 anos e veio da Galiza para terminar, em Portugal, o curso de arquitectura. A experiência está a ser gratificante embora confesse que preferia ter ido para um país mais distante. É que, diz, "não há muitas diferenças entre Lisboa e a Galiza. Eu queria conhecer novas culturas e por isso teria sido mais enriquecedor para mím ter ido para a Bélgica ou a Alemanha, mas não foi possível".
Esta é uma questão que não afecta Jonas, um finlandês de 23 anos para quem a adaptação a Portugal não foi fácil. "A língua é o maior problema. Vocês falam muito depressa e com a boca muito fechada", explica o futuro designer, que lamenta não ter frequentado o curso de português que antecedeu o ano lectivo.
Embora afirme que vai voltar a Portugal, até porque irá "sentir muita falta do sol e da comida", Jonas não coloca a hipótese de ficar cá a trabalhar. "Era uma grande diferença para mim. Quero voltar para a Finlândia porque tenho saudades da família e da cerveja", argumenta sorrindo. Eva, por sua vez, não hesitaria em aceitar uma proposta para trabalhar em Portugal "porque há muita dificuldade em arranjar emprego em qualquer parte do mundo".
Mas talvez para ela não seja assim tão difícil, uma vez que, segundo Augusto Pereira Brandão, director do Departamento de Arquitectura, Urbanismo e Arte, "esta menina obteve 18 valores no trabalho final. Foi a melhor nota da turma". Tal resultado é, de acordo com o professor, a prova de que "é possível quebrar as barreiras que possam existir entre as diferentes culturas".
Aliás, essas diferenças "são muito enriquecedoras do ponto de vista pedagógico, quer para os nossos estudantes quer para os do estrangeiro", refere Manuel José Damásio, responsável pela área de audiovisual e multimedia. No entanto, diz, o relacionamento nem sempre é fácil. "As piores experiências que eu tive foram sempre com alunos alemães, que quando estão fora do seu sistema de ensino verifica-se uma espécie de soltura global."
Do ponto de vista académico, o Erasmus, que se encontra integrado no programa Socrates, é muito importante para as universidades porque "está relacionado com uma estratégia de internacionalização de determinado projecto de ensino", explica ao DN Teresa Damásio, directora do Gabinete de Relações Internacionais da Lusófonia.
Segundo esta responsável o programa "não é acessível para todos os alunos porque as bolsas compreendem apenas a diferença do custo de vida entre o país de origem e o de acolhimento".
Eva e Jonas consideram-se, por isso, uns privilegiados, pois esperam que esta experiência "venha a dar frutos" no futuro. Por enquanto, os dois jovens aproveitam para conhecer as praias da Costa de Caparica e descobrir o "fascinante" ambiente nocturno do Bairro Alto.(04.04.01/Fonte : Diário de notícias)
População angolana vítima das cheias pede apoio urgente
A administração municipal do Lobito (Angola) lançou ontem um apelo à sociedade civil e às organizações humanitárias para apoiarem as populações desalojadas pelas cheias das últimas semanas. Segundo João Fernandes, porta-voz da administração, "cerca de sete mil pessoas precisam urgentemente de ajuda humanitária". As chuvas que caíram na província de Benguela destruíram mais de 1700 casas e desalojaram mais de 12 mil pessoas.(04.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Taxa de inflação ao valor mais alto desde Setembro de 94
Os preços no consumidor aumentaram 0,4 % em Março, elevando a inflação homóloga para 5 %, o valor mais mais alto desde Setembro de 1994, de acordo com estimativas da Direcção Geral do Comércio e Concorrência (DGCC) ontem divulgados. A taxa média anual, que serve de base às negociações salariais da Função Pública, acelerou para 3,6 %, pela primeira vez desde Fevereiro de 1996. E, mesmo que os preços fossem congelados até final do ano, chegaríamos a Dezembro com uma inflação de 3 %, bem acima do intervalo de 2,7 %-2,9 % fixado pelo Governo.
A pesar no bolso dos consumidores, de acordo com as estimativas da DGCC, estiveram o tabaco, que subiu 3 % devido à entrada em vigor de novos preços de venda; das frutas (aumento de 2 % por força da pressão da procura das variedades mais consumidas); e do peixe, que encareceu 2 % devido às condições climatéricas adversas.
Para os analistas, o ritmo de crescimento da inflação terá já atingido o pico, devendo abrandar a partir deste mês, com a diluição dos efeitos da subida dos preços dos combustíveis em Abril de 2000.(03.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Ministro da Economia nega recessão
Governante prefere falar de intenções de investimento para evidenciar dinamismo da economia
O ministro da Economia não vê sinais de crise no País. Mário Cristina de Sousa aponta que as intenções de investimento demonstradas pelo empresários nas candidaturas ao Plano Operacional da Economia (POE) são "sinais positivos" do dinamismo da economia, recusando discutir as taxas de crescimento e a existência de uma eventual recessão.
"Os factores estruturais" indicam um cenário favorável ao crescimento, frisou. "Quem faz crescer o País são os empresários e se eles demonstram intenção de investir". Candidataram-se já aos sistemas de incentivos do POE um volume global de investimentos de 1,6 mil milhões de contos, muito perto dos 2,1 mil milhões para os sete anos de aplicação do programa.
Cerca de 16 mil projectos deram entrada nos gabinetes de aprovação e cerca de 5 700, no valor de 216,5 milhões de contos, foram já aprovados, o que corresponde a um incentivo de perto de cem milhões de contos.
Lisboa e Vale do Tejo é a região com maior número de projectos de candidatura ao POE (3472), mas o Norte ganha em termos de aprovação: 2 191 projectos estão em fase de execução, o que corresponde a um investimento superior a 41 milhões de contos e a um incentivo de quase 20 milhões de contos. O sector comércio e serviços entrou com quase dez mil projectos (61 % do total) e recebeu perto de 30 milhões de contos do incentivo atribuído (também 61 % do total).
Hoje e quarta-feira, o ministro da Economia vai presidir à cerimónia de assinatura de dois contratos de investimento estrangeiro para Portugal. O grupo norte-americano Wolverine, líder mundial na produção de tubos e ligas de cobre, pretende investir 2,4 milhões de contos em Esposende, criando 51 empregos. Em Bragança, a Faurecia gastará 3,8 milhões de contos numa fábrica de componentes para automóveis e empregará cerca de 350 trabalhadores.(03.04.01/Fonte : Diário de notícias)
Cada vez mais portugueses, 56 por cento dos inquiridos na sondagem, consideram que, em 2002, a situação económica do País será "pior"
O sentimento pessimista quanto à situação económica do País daqui a um ano continua a crescer entre os portugueses, desde o início do ano. Enquanto 48 por cento dos inquiridos pelo Barómetro Marktest/DN/TS dizia no primeiro mês do ano que Portugal estaria "pior" em 2002, em Março esse número cresce para os 56 por cento. Apenas seis por cento consideram que a situação será "melhor" e 15 por cento "igual".
Curiosamente, existe uma discrepância acentuada na visão que os inquiridos têm sobre esse agravamento económico no orçamento familiar, já que apenas 48 por cento afirmam que a situação económica do seu agregado será "pior" no próximo ano, contra os 14 por cento que a vislumbram "melhor" e os 29 por cento "igual". O número dos pessimistas nesta questão também é superior aos dos meses de Janeiro e Fevereiro.
O eleitorado próximo do PSD é o que continua a ter a visão mais negra do futuro económico do País, com 74 por cento a pronunciarem-se pelo "pior".(02.04.01/Fonte : Diário de notícias)