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01/01

Saramago no grande ecrã

Realizador canadiano Don McKellar projecta adaptação de "Ensaio sobre a Cegueira". Escritor português já cedeu os direitos

Don McKellar, um dos mais conceituados membros da indústria cinematográfica canadiana, obteve carta branca de José Saramago para adaptar Ensaio sobre a Cegueira (Blindness), que será o seu próximo filme, assim consiga vender a ideia aos financiadores. O DN encontrou o cineasta em Roterdão, onde é júri do festival de cinema, e teve com ele uma breve conversa sobre o projecto.

Terminada a escrita do argumento, que "é muito semelhante ao livro", McKellar e a sua equipa de produção vão agora tentar garantir o financiamento necessário. "Estou confiante, mas ainda assim tenho algum medo", confessa. O realizador de Last Night (1999), filme sobre as diversas atitudes de um grupo de pessoas pertencentes ao mesmo meio urbano perante a iminência do fim do mundo, viu em Ensaio sobre a Cegueira uma possibilidade de continuar a trabalhar "a partir do transcendente, daquilo que os homens não conseguem compreender". Além desse paralelo relacionado com a ideia do apocalipse, o que mais impressionou o jovem actor-realizador-argumentista no romance de Saramago foi "a forma como ele abordou o nível mais baixo da existência humana e mostrou quão frágeis são as instituições".

Estreado nos Estados Unidos, Last Night foi aclamado pela generalidade da crítica. Em Portugal, o filme pôde ser visto no Fantasporto, embora não tenha feito carreira posterior em nenhuma sala. Com o novo projecto tudo se adivinha diferente, por motivos óbvios, mas McKellar ressalva que não pretende demarcar territórios para a acção da fita: "Quero manter o carácter alegórico do livro. Aquilo não se vai passar em Portugal nem em lado nenhum do mundo. Do ponto de vista da representação é que já se poderá pensar numa ou noutra participação portuguesa, mas agora é muito cedo para adiantar o que quer que seja sobre isso." Mesmo a questão dos protagonistas está ainda por definir, embora o cineasta canadiano tenha já em mente "algumas hipóteses desejáveis".

McKellar conta que, quando contactou José Saramago para obter a cedência dos direitos, foi confrontado com uma condição imposta por Pilar del Río: "Disse-me que eu teria de ler todos os livros dele." É sabido que a mulher do escritor, antes de o ter conhecido, ficou fascinada com a leitura de O Memorial do Convento, procurando depois toda a sua obra. Por aquela altura, encontrou apenas O Ano da Morte de Ricardo Reis. Leu-o e pensou: "E, agora, o que é que eu vou fazer no resto da minha vida?"

Sem chegar a tal extremo, a verdade é que o realizador cumpriu o prometido e não deu o tempo por mal empregue: "É um escritor fabuloso! É tudo aquilo que eu queria ser, um homem com uma dignidade natural, um verdadeiro gentleman e um grande humanista."

Mesmo tendo lido todos os livros, nenhum destronou Ensaio sobre a Cegueira em termos de potencial cinematográfico: "É um romance que une o carácter apocalíptico a uma certa ideia de nascimento de um novo mundo. Acho-o optimista. Cria novas estruturas, ideias de família e de civilização muito mais humanas, em que as afinidades se processam naturalmente, sem serem resultado de desígnios exteriores." Se o projecto chegar a bom termo, "e reúne todas as condições para isso", teremos Saramago nos cinemas do mundo inteiro.(31.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Portugal pior em 2002

Metade dos inquiridos está pessimista sobre futuro da economia. As finanças domésticas revelam menores preocupações

Os portugueses estão mais pessimistas quanto à situação económica do País do que em relação ao seu agregado familiar. Quase metade pensa que, em 2002, a economia nacional viverá piores dias. E grande parte está convencida de que a economia doméstica não sofrerá alterações. A classe média e a alta/média alta são os grupos sociais mais descrentes quanto ao futuro da economia nacional. E esta preocupação acentua-se no eleitorado PSD.

Numa análise geográfica constata-se que são os habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e ainda do Litoral Norte e Centro que revelam maiores preocupações. O Sul é, de resto, a região mais optimista quanto às expectativas económicas, sejam elas a nível pessoal ou nacional.

Esta leitura pode ser feita através dos resultados do Barómetro Marktest DN/TSF, numa amostra de 803 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos. Aos inquiridos foram colocadas duas questões: "Pensa que daqui a um ano a sua situação económica e pessoal e a do seu agregado familiar será melhor, igual ao pior?" e ainda "E em relação à situação económica do País, pensa que daqui a um ano será melhor, igual ou pior?"

De facto, cerca de 48 por cento dos inquiridos respondem que a situação económica nacional tenderá a piorar. Contra os 32,6 por cento registados quando a questão se situa a nível pessoal ou do agregado familiar. Quanto às expectativas domésticas, o índice de respostas mais elevado (38,4 por cento) aponta para a manutenção do nível de vida e só 19,2 por cento esperam ver melhorias. Já se o olhar for dirigido ao País, apenas 25,2 por cento consideram que o cenário não sofrerá alterações. E apenas 17,7 por cento têm esperança de melhores dias.

É o eleitorado social-democrata que espera o pior: 65,2 por cento relativamente ao País e 46 por cento quanto à economia familiar. Os socialistas estão mais tranquilos, com percentagens que apontam, respectivamente, para 33 e 21 por cento. Quase metade dos inquiridos com intenções de voto no PS entende mesmo que a sua situação irá manter-se (44,6 por cento) e 30,8 consideram que o quadro económico nacional será o mesmo em 2002.

Em contrapartida, os eleitores sociais-democratas estão longe de pensar que a situação, no País e em casa, vai melhorar - só 8,6 e 10,1 por cento, respectivamente, partilham essa opinião.

Os inquiridos com mais de 55 anos, ou seja os que estão ou se aproximam da idade da reforma, estão mesmo convencidos que a economia pessoal e do agregado familiar só terá tendência a piorar. Os mais jovens acreditam numa vida melhor ou igual: 26,3 e 43,1 por cento, se analisarmos a faixa etária 18/34 anos. Curiosamente, as gentes do Sul são as mais confiantes. Se metade divide a sua opinião entre melhores e piores expectativas para a economia familiar, os restantes consideram mesmo que o cenário se manterá. O inverso passa-se no Litoral, onde cerca de 40 por cento acham que não irão viver melhor. Não chega a 20 por cento os que acalentam essa esperança.(29.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Desenhar o que não podemos dizer

A Assírio & Alvim continua a meritória tarefa de recolher o melhor do "cartoon" nacional. Dois novos álbuns estão nas bancas

O cartoonista é um tradutor do inconsciente colectivo. Pelo traço, pode ir muito mais longe do que todos os outros comentadores da realidade, que esgrimem opiniões de caneta em punho, limitados às 26 letras do alfabeto. Admitamo-lo: nem sempre uma imagem vale mais que mil palavras, mas quando um cartoonista acerta na mouche sentimos uma espécie de deslumbramento, pela clareza das ideias, pela beleza das soluções gráficas e, muitas vezes, pelo atrevimento do autor - porque se tudo aquilo que os cartoonistas desenham os comentadores escrevessem, numerosos, muito numerosos, seriam os processos de difamação a correr nos tribunais...

Dados os méritos desta indispensável forma de expressão política, é igualmente meritória a iniciativa da Assírio & Alvim, que pelo segundo ano consecutivo lança dois luxuosos álbuns que recolhem o trabalho de quatro dos mais conhecidos e reconhecidos cartoonistas portugueses: António (Expresso), Augusto Cid (O Independente), Maia (A Capital e Semanário) e Vasco (Público). Em 1999, havia sido lançado uma compilação com o melhor desse ano e uma outra intitulada 25 dos 4, aproveitando as comemorações dos 25 anos do 25 de Abril. Agora, já estão nas bancas Cartoons do Ano 2000, no mesmo registo e formato do que o anterior, e António - Desenhos Satíricos, 1974-2000, aproveitando mais uma exposição de que o cartoonista do Expresso foi alvo. Cada um destes álbuns são acompanhados por uma "introdução de prestígio", a acargo, respectivamente, de Nuno Brederode Santos e Clara Ferreira Alves.

A importância deste género de recolha é evidente, não só porque rir ainda é o melhor remédio, mas também porque assim se traça um panorama extremamente curioso do que foi o ano (aumento de combustíveis, Barrancos, incineração, 500 anos do Brasil), em apontamentos deformados onde o exagero dos traços é proporcional à exactidão das análises - aqui encontramos cristalizado o espírito da época.

No meio deste autêntico arsenal de venenosa ironia, cada um tem os seus favoritos. António é, sem dúvida, o nome mais prestigiado internacionalmente, e em termos técnicos um dos nossos grandes virtuosos, mas confesso que é Cid que não cessa de me surpreender. Como é possível manter o mesmo nível de humor, sem ceder um milímetro de qualidade, aos 59 anos? Enquanto outros envelhecem, têm altos e baixos e indecisões, Cid continua a passear a classe pelo jornalismo português. Mesmo António, entre prémios e velhas polémicas, tem vindo a dar sinais de uma certa desaceleração criativa, embora, em simultâneo, a sua técnica seja cada vez melhor. Isto é: as suas caricaturas nunca foram tão boas (veja-se o Eça desta página), ao mesmo tempo que os seus cartoons, em termos gerais, já viram melhores dias. No seu caso, os conteúdos nem sempre têm sido capazes de acompanhar o apuro das formas, mas, afinal, é próprio do cartoonista viver na corda bamba, entre a queda e o espanto.(29.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Entre a janela lá de casa e os bastidores de uma notícia

Arquivo Fotográfico Municipal exibe homenagem do repórter Luiz Carvalho a "Lisboa e Lisboetas"

É uma espécie de "ajuste de contas" entre a cidade, alguns dos seus habitantes e o repórter que, durante quase 30 anos, os fotografou procurando algo mais do que o registo rápido, pronto a publicar nos jornais. Dezenas de imagens que, por falta de espaço ou pretexto, ficariam "perdidas" no negativo, e que agora podem ser vistas no Arquivo Fotográfico Municipal, até 24 de Fevereiro, numa exposição onde Luiz Carvalho presta, finalmente, homenagem a Lisboa e Lisboetas.

"Foi difícil escolher, demorei três meses a seleccionar o meu arquivo, que é relativamente desorganizado. Não encontrei os 20 filmes que fiz no incêndio do Chiado, e o retrato do meu filho ou aquela foto do Mário Cesariny num comício da AD na Amadora foram escolhidos no último dia", conta Luiz Carvalho ao DN, acrescentando que quis fazer "uma espécie de diário de bordo".

"Escreveu-o" com retratos de uma cidade a preto e branco que nos anos 70 parecia ainda suspensa no tempo, entre beijos de marujos às raparigas e rebanhos de ovelhas em Alvalade, e que no final de século se deixou colorir. Em festas, noites loucas, e numa exposição internacional que lhe devolveu o Tejo e a zona oriental.

Etapas de uma metamorfose testemunhada pelo fotojornalista do Expresso, que assistiu à demolição do Monumental e à construção do metro no Rato, percorreu as rotas da droga no Casal Ventoso e os bas-fonds da noite, viu o Tolan submerso e desfiles de lingerie para idosos, maratonas sobre a ponte, lojas de pouca venda e beijos de gaiatos no Adamastor.

Aos famosos foi destinado o primeiro piso do edifício da Rua da Palma. Retratos mais ou menos "encenados", consoante as exigências da reportagem ou o instante de descontracção "apanhado" pelo olhar atento de Luiz Carvalho. Como o passeio de Kruz Abecassis pela Rua Augusta, a caminho do almoço, ou o sorriso de Cavaco Silva perante uma das cascatas da Expo'98. Há imagens de Jorge Sampaio, João Soares, Assis Pacheco, Saramago, Cardoso Pires, Carlos Paredes, Natália Correia, Hermínia Silva, Al Berto, Luiz Pacheco ou o seu "mestre" Augusto Cabrita, entre outros amigos de sempre ou retratados de ocasião, a quem o repórter dedicou algumas notas de rodapé, em jeito de making of.

De início, a ideia era fazer uma exposição em moldes "clássicos", só com imagens a preto e branco, mas Luiz Carvalho acabou por arriscar a cor, alguns retratos de estúdio e imagens digitais. Embora avesso a flashes e tripés _ e sempre elegendo a discreta Leica, apesar de fotografar com outras máquinas _ o arquitecto que preferiu ser fotojornalista foi mais longe e, sem passar pela câmara escura, digitalizou as provas e "revelou-as" na impressora lá de casa. Para "mostrar que é possível conciliar vários formatos".

Fez o mesmo com a capa do catálogo, ao optar pelas letras "à anos 50" sobre fundo vermelho. Talvez por influência de William Klein, um dos mestres que admira. E se tivesse de escolher uma imagem para a capa? A resposta demora alguns segundos: "As primeiras da exposição. O beijo dos miúdos ou o fotógrafo à la minute no Terreiro do Paço, o antidigital, que ainda vai ao balde para revelar a fotografia".(26.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Vinte filmes nacionais lançados em DVD em 2001

A Madragoa Filmes, de Paulo Branco, vai apostar forte no novo formato, recuperando vários clássicos do cinema português

A Canção de Lisboa é apenas a ponta-de-lança de uma investida de Paulo Branco no mercado de DVD, que passa pela natural distribuição do catálogo internacional que dá a ver nas suas salas, mas também pela aposta em 20 título nacionais até final de 2001, entre clássicos da Tóbis e obras recentes produzidas por si. Nos DVD que o Grupo Madragoa lançar em nome próprio, Paulo Branco promete aproveitar sempre as potencialidades do formato, adicionando conteúdos que valorizem cada título.

Assim, a partir de hoje, também estará à disposição do público Non, ou a Vã Glória de Mandar, de Manoel de Oliveira, contando com filmagens de rodagem e entrevistas ao realizador e aos autores. Em Março, chegará às lojas a trilogia de João de Deus de João César Monteiro, com a edição de Recordações da Casa Amarela, A Comédia de Deus e As Bodas de Deus. Também será lançado mais um clássico nacional: Fado, História de uma Cantadeira, de Perdigão Queiroga. Em Abril, será Manoel de Oliveira o realizador em lugar de destaque, graças a O Convento e aos incontornáveis Francisca e Vale Abraão. Haverá espaço ainda para João Canijo e os seus Sapatos Pretos. O mítico Leão da Estrela, de Arthur Duarte, chega em Maio, enquanto o Oliveira de A Carta e Ala-Arriba, de Leitão de Barros, estão previstos para o mês de Junho.

A partir da segunda metade do ano é Fernando Lopes que se destaca, com dois dos mais aclamados títulos da sua cinematografia: Uma Abelha na Chuva e Belarmino, nas lojas a partir de Setembro. Em Outubro chegam dois títulos já dos anos 90: Ossos, de Pedro Costa, e Tráfico, de João Botelho. Finalmente, Novembro será o mês dedicado a mais três filmes que fazem parte do património português: Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia; O Costa do Castelo, mais uma obra de Arthur Duarte; e, por fim, Frei Luís de Sousa, de António Lopes Ribeiro. Assinale-se que todos os títulos nacionais serão lançados em formato multizona e com legendas, pelo menos, em francês e inglês. É um modo de Paulo Branco aproveitar as suas sinergias europeias, mas também uma forma de divulgar a imagem do cinema português no estrangeiro.(25.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Portugueses apoiam desigualdades sociais

Segundo um inquérito realizado em mais de 30 países, os nacionais são os mais conformados

Os portugueses acham que vivem numa sociedade profundamente desigual e até apoiam a situação. Somos o povo mais resignado, segundo um inquérito realizado em mais de 30 países. Para 96% dos nacionais as diferenças dos rendimentos são enormes e 83,2% aceitam que um advogado ou um médico ganhem mais que a maioria dos trabalhadores. É uma forma de incentivo aos estudos, justificam. Isto, apesar de reconhecerem que para se subir na vida é "essencial" ser de boas famílias.

O problema das desigualdades sociais quase se tornou numa bandeira dos políticos, sejam da oposição ou do Governo. O que talvez não contassem é que os portugueses fossem um povo tão conformado. Pelo menos, esta é a conclusão de um inquérito sobre as orientações das pessoas perante as desigualdades sociais, promovido em 1999 pela International Social Survey Programme (ISSP), em mais de 30 países. Em Portugal, o estudo esteve a cargo do Instituto de Ciências Sociais que aderiu à rede em 1977.

A população portuguesa é a que refere maiores disparidades nos salários, mas também a que melhora aceita a situação. Ao contrário, por exemplo, da Suécia e do Canadá, onde a percentagem dos que reconhecem que as diferenças de rendimentos são muito grandes é de 70,1% e 67,2%, respectivamente. O que, segundo os autores do estudo, coordenado por Manuel Villaverde Cabral e Jorge Vala, coincide com a informação disponível acerca da distribuição salarial nestes países.

Quanto ao facto de um médico ou advogado ganhar mais que a maioria dos trabalhadores, apenas 71% dos suecos e 64,5% dos canadianos concordam, contra 83,2 dos portugueses. Em Espanha, 72,9% dos inquiridos aceitam que assim seja, quase a mesma percentagem que os checos, 71,9%.

Mas apesar de os nacionais entenderem que os estudos são muito importantes para conseguir um bom salário, 18,8% consideram que as origens sociais são "essenciais para subir na vida", contra 8% dos espanhóis, 8,8% dos checos, 3,3% dos suecos e 2,5% dos canadianos. No entanto, em Espanha, esta percentagem é compensada com a dos que entendem ser "muito importante", 46,4%. "De acordo com o que se conhece das sociedades norte-americanas, confirma-se que os canadianos atribuem menos importância de que os europeus à família como forma de ascenção social, dividindo-se exactamente a meio perante a questão colocada", concluem os investigadores. E dentro da Europa, os checos são os que acham menos importante a origem social.

Este inquérito integra-se num trabalho mais amplo intitulado "Atitudes Sociais dos Portugueses", tendo-se publicados estudos sobre orientações perante o trabalho, a religião e a cidadania. Vai ser apresentado segunda-feira no Instituto Superior de Cienências do Trabalho e da Empresa.(24.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Seguros levam 140 contos por ano

Despesa média de cada português teve maior incidência no ramo Vida. Acidentes de trabalho também registam alta

Cada português gastou em média cerca de 140 contos em produtos de seguros no ano passado, seis mil escudos mais do que em 1999. Um aumento de 5 % é a estimativa preliminar feita pela Associação Portuguesa de Seguradores com base numa amostra representiva de 93,6 % do mercado. A maior fatia do consumo continuou a centrar-se na área de seguros de vida, cujos números provisórios de vendas apontam para uma estagnação face ao ano anterior, cerca de 713 milhões de contos. O grande responsável por este fenómeno foi a concentração, que fez desaparecer os grupos Mello e Champalimaud, ambos importantes impulsionadores do crescimento da área de seguros de vida, fruto das respectivas redes bancárias que entretanto mudaram de dono.

A Mundial-Confiança é o principal exemplo ao registar quebra de vendas de 75,6 %, ou seja, deixou de facturar cerca 79 milhões de contos. "A produção que se fazia através do Totta e do Crédito Predial Português foi em parte canalizada para fundos de investimento, porque o grupo Santander só recentemente é que criou uma seguradora. Por isso só uma pequena parte é que deve ter sido captada por outras seguradoras", explicou um gestor de seguros.

No caso do Banco Pinto e Sotto Mayor, a alteração comercial para produtos do grupo BCP produziu também uma quebra face aos níveis de produção conseguidos anteriormemte com os produtos da Mundial-Confiança, admitiu o mesmo responsável. Este salientou ainda que a rede do antigo Banco Mello deve ter sentido os mesmos problemas. A Império, que utilizava os balcões Mello, viu a sua produção cair 15 % porque passou a centrar a sua actividade apenas na rede tradicional de mediação.

Outro factor apontado para a queda de vendas de seguros de vida é a expectativa das taxas de juro, que colocou o curto prazo muito próximo do longo prazo, o que desmotivou a procura.

Para 2001, os analistas contactados acreditam na recuperação do mercado, não só porque existe perspectiva de descida de taxas a curto prazo, o que torna os produtos de longo prazo mais atractivos, mas também porque se espera que a concentração deverá começar a gerar mais receitas.

Mas, se a estagnação foi a palavra de ordem em vida, o mesmo não se pode dizer na área de seguros não vida, que cresceu 11,5 %, tendo as vendas totalizado mais de 603 milhões de contos. A evolução muito acima da média dos últimos anos ficou a dever-se, segundo os mesmos gestores, essencialmente à actualização tarifária que as companhias fizeram, em particular nas apólices de seguros de acidentes de trabalho provocada pela introdução de nova legislação que aumentou a responsabilidade das seguradoras em caso de sinistro.

As seguradoras que operam em Portugal venderam 125 milhões de contos de seguros de acidentes de trabalho, mais 32,1 % do que no ano anterior. Os seguros automóvel também beneficiaram da actualização de tarifas, embora o efeito final tenha sido muito mais modesto devido à elevada rotatividade de clientes. Os seguros de automóvel cresceram 7,2 %, o que perfez um total de vendas de cerca de 300 milhões de contos. Porém, para 2001 não é esperado pelos analistas um nível de crescimento idêntido ao registado no ano passado. "Há uma concorrência muito forte nomeadamente na área automóvel, onde também o número de veículos tem vindo a cair sucessivamente", disse um analista que sublinhou ainda o facto de 58 % do mercado não vida estar nas mãos de três grupos económicos (BCP, CGD e BES) e o restante disperso por um número elevado de companhias. "Prevejo um ano com crescimentos muito baixos", acrescentou o mesmo responsável.

O balanço da actividade do sector segurador em 2000 aponta para vendas próximas de 1,4 mil milhões, pelo que o peso no Produto Interno Bruto deverá continuar em redor dos 6,3 %.(22.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Confiança dos consumidores é a mais baixa desde 1994

A confiança dos consumidores na economia portuguesa é a mais baixa desde Novembro de 1994. O agravamento dos juros e a quebra no poder de compra explicam porquê.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de confiança dos consumidores recuou, em Dezembro, para menos 25,1, reflectindo o pessimismo sobre a situação económica actual e futura. Positivas só as opiniões sobre a oportunidade de compra de bens de consumo duradouros.

Mais pessimista está também a indústria transformadora, devido "às perspectivas menos favoráveis sobre a procura externa e a evolução futura da produção". O inquérito do INE revela que a evolução da procura externa é negativa em todos os bens, à excepção da fabricação de automóveis.

Uma melhoria nas carteiras de encomendas, nomeadamente nas obras públicas, restaurou, por seu lado, a confiança no sector da construção, apesar da preocupação com "a falta de pessoal qualificado e a insuficiência da procura". As perspectivas para a criação de emprego pioraram.

No comércio, as opiniões dividem-se - os retalhistas estão pessimistas quanto ao volume de vendas; os grossistas estão optimistas. Mas, em ambos os sectores, as expectativas quanto ao aumento dos preços de venda são mais elevadas que em Novembro.(19.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Ministro promete défice zero em 2004

Plano de Estabilidade é anunciado amanhã. Sisa e contribuição autárquica mudam em Fevereiro

O défice "zero" no Orçamento de Estado será em 2004, de acordo com o novo Plano de Estabilidade e Crescimento a remeter amanhã para Bruxelas. Contra os 1,1 % de défice "exigidos" para o corrente ano, em 2002 o défice orçamental será já de 0,7 %. Em 2003 atingirá os 0,3 % e Pina Moura, o ministro das Finanças, promete uma "consolidação orçamental pelo lado das despesas", tal como sucedeu com o "OE executado em 2001". Já em Fevereiro, Pina Moura apresentará a proposta governamental para a reforma do imposto do património que substituirá a sisa, eliminará o imposto sucessório e mudará as regras da contribuição autárquica.

Nas Finanças Públicas, mesmo a "despesa social", o argumento de Guterres e do ex-ministro Sousa Franco para justificar aumentos crescentes da despesa orçamental, "será submetida a um escrutínio de eficiência e de rigor", garante Pina Moura.

Num almoço da Câmara de comércio Luso-alemã, ontem realizado, Pina Moura anunciou para o primeiro semestre a implementação de um programa de consolidação das Finanças Públicas. Garantiu para os próximos orçamentos a contenção da despesa pública, "particularente a despesa corrente primária". O objectivo é claro: "a despesa não deverá aumentar acima do crescimento da economia".

"O Estado não quer aumentar a receita", obtida com a sisa e contribuição autárquica, receitas dos municípios, no montante anual de 230 milhões de contos, mas "diminuir os impostos que hoje pagam a maioria dos proprietários". A intenção é levar a pena capital à sisa e ao imposto sucessório, substituindo, no caso da sisa, por outro imposto. "Talvez pelo IVA", admite o ministro, embora realçe que se trata "apenas de uma entre outras propostas" a apresentar pelo fiscalista Saldanha Sanches à Ecorfi, o gabinete de estudos das Finanças, presidido por Ricardo Sá Fernandes, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Na contribuição autárquica, os planos das Finanças revelam que a restruturação do imposto será efectuada pela actualização matricial dos prédios, "através de um método simples, objectivo e autodeclarativo".(18.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Percorrer Angola sem preconceitos

Repositório de bilhetes postais ilustrados contribui para ultrapassar alguns fantasmas que fizeram estalar mundividências

Na primeira e algo displicente abordagem de Memórias de Angola, de João Loureiro, notei, surpreendido, que cedo me deixara conduzir sem reticências, com agrado, ao tempo colonial. Não será este, creio, um caso isolado.

De facto, ao converter uma luxuosa, graficamente requintada, edição num repositório notável de simples postais ilustrados, o autor confronta-nos com a densidade desses testemunhos, designadamente nos contextos epocal, social e artístico. Nenhum razoável estudioso da realidade colonial angolana, na sua abrangência, deixará de se envolver numa certa magia a partir de postais como os transpostos de preciosíssimos clichés de Cunha Morais, fotógrafo portuense contemporâneo de Capelo e Ivens, colecção de que destaco "Loanda - Rua Salvador Corrêa", "Benguela - Vista parcial" e "Mossâmedes - Caes e praia", todos de cerca de 1890.

Na mesma angular, cito "Dondo - Rua Capacala" (Osório, Delgado e Bandeira, 1903), uma jóia do património arquitectónico, largamente divulgada, nos jornais e em visitas guiadas, pelo erudito Fernando Batalha; "Fortaleza de S. Miguel [Luanda]" (Osório & Seabra, 1904); "Rua Neves Ferreira - Catumbela" (O. S., 1904); "Caminho de Ferro de Ambaca [mais tarde CF de Malanje] - Canhoca" (Eduardo Osório, 1906); "Missa na Capela do Povo Grande - Cabinda" (J. Martins, 1907).

Selecciono ainda "Igreja de Nossa Senhora da Nazaré" [junto da Avenida Marginal, Luanda] (E. O., 1908), onde, já nos anos 60/70, o padre Joaquim Pinto de Andrade reunia, na missa da tarde de domingo, uma pequena multidão ávida das suas homilias de matriz libertadora, a fazer lembrar o melhor estilo do padre António Vieira, o mesmo acontecendo na missa dominical do fim da manhã, na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios (Sé), com o padre (hoje cardeal) Alexandre do Nascimento, um caso marcante de fluência e altitude poética.

Destaco, finalmente, "Primeiro aniversário da República na Câmara do Lubango" (Herculano de Campos, 1911); "Forte de Silva Porto" (editor sem referência, 1912); "Igreja do Carmo" (Carvalho & Freitas, 1922), sobre a qual há importantes textos do arquitecto Fernando Batalha e do historiador Monsenhor Alves da Cunha.

Esta obra, que, na omnipresente fonte iconográfica (desde os últimos anos de Oitocentos até Novembro de 1975), abrange a cidade de Luanda, o litoral de Benguela, os planaltos do Huambo e do Bié, o Sul de Angola, Cabinda e o Congo, o Noroeste e o Leste de Angola, deve ser entendida, segundo João Loureiro, com "uma serena objectividade e um distanciamento já possível, sem preconceitos, complexos ou ressentimentos de parte a parte".

Uma obra, enfim, que vai porventura além das intenções do autor, se repararmos na "Perspectiva histórica", texto cuidado, inteligente, mas com acento tónico no modo como os bilhetes postais "testemunham a evolução das cidades e vilas" e num "enorme respeito pelos sacrifícios e trabalhos" de quantos fizerem "progredir e prosperar" a "portentosa Angola", sem ficarem de fora os "mais jovens e generosos", exortados a "comparticipar activamente na premente restauração da esperança".

Um trabalho que passa naturalmente ao largo do cerne das preocupações de antropólogos como o padre Carlos Estermann (um dos cientistas mais prestigiados de toda a África), José Redinha, Óscar Ribas, Mesquitela Lima e Mário Milheiros, a par de escritores como o romancista Castro Soromenho.

A verdade é esta: o repositório que João Loureiro trouxe até nós insere-se, além do mais, na linha dos que se recusam a rasurar a história. Pode custar muito, mas assumir todo o nosso passado é uma questão de honra.(16.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Emigrantes pouco motivados

A abstenção na comunidade portuguesa no estrangeiro, nos dois primeiros dias de votação, foi bastante alta

Cerca de oito milhões de eleitores decidem hoje quem os representará em Belém entre cinco escolhas possíveis: Jorge Sampaio, Ferreira do Amaral, António Abreu, Fernando Rosas e Garcia Pereira. São também as primeiras eleições presidenciais para as quais as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo foram chamadas a participar. Os três dias disponibilizados para o fazerem mereceram críticas e não suscitaram a participação tão esperada. Também para a maioria dos emigrantes as urnas fecham hoje.

Os eleitores portugueses na Bélgica contam, até às 19 horas de hoje, com duas mesas de voto instaladas no Consulado de Portugal na capital belga. Ontem, a cerca de uma hora do encerramento das urnas no segundo dia, a Encarregada da Secção Consular, Beatriz Moreira, calculava que o número total de votantes deveria ser ligeiramente superior às duas centenas, restando ainda todo o domingo para votar. As urnas abriram na sexta-feira.

Apesar de ser a primeira vez que os cidadãos portugueses no estrangeiro podem votar em eleições presidenciais, o interesse mostrou-se relativamente reduzido. Num total de cerca de 40 mil residentes portugueses na Bélgica, assinalaram-se apenas pouco menos de 1800 inscrições. Não se exclui que muitos eleitores não estivessem a par da possibilidade de agora participarem numa votação para a Presidência da República.

De qualquer forma, esta afluência pode não se distanciar da registada nas anteriores eleições legislativas que contou com cerca de três centenas de votantes. Os responsáveis pelos serviços consulares estão atentos à comparação entre as duas eleições. Se, desta vez, o número total de votantes ultrapassar o das legislativas, essa circunstância poderá ser um sinal positivo para o novo sistema em que, pela primeira vez numa eleição nacional, se usa o método presencial com mesas de voto, enquanto no passado a votação se processava por correspondência.

Como também se admite que alguns eleitores pensem que as mesas de voto apenas estão abertas hoje, não se exclui uma maior afluência ao longo deste domingo a estas duas urnas, as únicas para os votantes portugueses de toda a Bélgica.

No resto da Europa e no Mundo o panorama não foi muito diverso do verificado na Bélgica. Às 12 horas de Lisboa, as urnas já tinham encerrado na Austrália, onde se registou uma fraca afluência. As eleições neste países decorreram com normalidade, mas com os portugueses a queixarem-se de que não faz sentido os três dias de votação, considerando que bastava apenas um dia, nomeadamente o domingo.

O segundo dia da votação no Consulado-Geral de Portugal em Goa foi marcado pela total ausência de votantes, tal como aconteceu sexta-feira, que não registou nenhum voto.

No primeiro dia de votação nos Estados Unidos foram os cidadãos aposentados quem se deslocou às urnas para votar devido a sexta-feira ter sido um dia útil de trabalho. Na Venezuela, as urnas encerraram às 19 horas de sexta-feira (23 em Lisboa) com 98 votos, esperando-se que domingo a situação mude.

Na opinião de todos os representantes das mesas de voto a fraca afluência às urnas é explicada pela falta de informação dos eleitores sobre as eleições presidenciais, assim como a exigência do voto presencial, que obriga as pessoas a percorrer grandes distâncias para votar.

Na Europa, os dois primeiros dias de votação foram muito fracos. Por exemplo em Londres, no Consulado-Geral de Portugal votaram nas presidenciais, até hoje, 103 emigrantes, num universo de 1532 inscritos. E no Consulado-Geral em Milão votaram 27 pessoas, num universo de 481 eleitores inscritos. Idêntica percentagem foi registada em Roma.(15.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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"Tarde Demais" vence Prémio Porto 2001

"Tarde Demais", realizado por José Nascimento, foi mais uma vez considerado o melhor filme português do ano vencendo o Prémio Porto 2001 atribuído pela Capital Europeia da Cultura e pelo Fantasporto ao melhor filme português estreado entre Setembro de 1999 e Setembro do ano passado. O galardão será entregue pela Sociedade Porto’2001 ao realizador na cerimónia de encerramento do Fantasporto, que decorrerá entre 17 de Fevereiro e 6 de Março.

O júri, constituído por 14 personalidades e críticos de cinema, contou entre os seus membros com João Bénard da Costa (Cinemateca Portuguesa), José Vieira Mendes (Première), Tiago Alves (TSF), António Pascoalinho (RTP), Mário Augusto (SIC), João Garção Borges (Onda Curta/RTP), Eurico de Barros (Diário de Notícias), Germano Campos (Rádio Renascença), José Matos-Cruz (DN Mais), Carlos Magno (Cinemania), Rui Tendinha (Telecine), Rui Brazuna (Première), João Antunes (DN Mais) e José Costa Ramos (Estúdio 54).

Esta distinção vem reforçar a escolha de "Tarde Demais" como o Melhor Filme do ano, e da sua proposta como o candidato português às nomeações dos Óscares 2000 para Melhor Filme Estrangeiro.

Estreado em Portugal a 31 de Março do ano passado com um caloroso acolhimento por parte da crítica, a mais recente longa-metragem de José Nascimento inspirou-se numa trágica história real ocorrida há cinco anos atrás quando um grupo de quatro pescadores naufragou no rio Tejo a poucos quilómetros da costa. Ao longo de 24 horas, por bancos de areia e lodo, arrastando-se pela água e a nado, num dia de Inverno gelado e negro, estes homens lutaram pela vida num esforço sobre-humano, entre o desespero e a exaustão.

É de realçar que "Tarde Demais" passou recentemente a estar disponível em vídeo em edição da Atalanta Filmes.(8.01.01/Fonte : Cinema Português.Net)

 

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História da fotografia com museu no Porto

Fabuloso espólio adquirido por "Porto 2001" vai ter em Maio um núcleo de nível europeu. Contrato é assinado hoje

O Porto vai ter um museu de fotografia ao nível dos melhores da Europa _ e único na península Ibérica _ graças à aquisição, pela Sociedade Porto 2001, da riquíssima e rara colecção de António Pedro Vicente, que hoje vai ser doada ao Centro Português de Fotografia (CPF) no decorrer de uma cerimónia que terá lugar no Palacete Villar d'Allen, à Rua António Cardoso. O ministro da Cultura estará presente na cerimónia, marcada para as 11 horas. Sob diversos aspectos, desde o histórico e científico ao cultural e patrimonial, é verdadeiramente fabuloso o espólio que constitui esta colecção, a avaliar pela sucinta referência que nos facultou a CPF. Este espólio será um núcleo de exposição permanente do CPF, um museu a inaugurar na por volta de Maio na Cadeia da Relação do Porto, onde decorrem ainda obras de recuperação e modernização. Sabe-se que Portugal ocupava, já no século passado, um lugar de destaque quanto ao interesse e à qualidade dos praticantes da fotografia, desde o ribatejano Carlos Relvas até Domingos Alvão, Emílio Biel e Henrique Guedes de Oliveira, para citar só alguns nomes mais conhecidos. O Palácio de Cristal, na penúltima década do séc. XIX, foi palco de uma grande exposição de fotografia e os nossos artistas compareciam, com êxito, em certames internacionais. O Porto, concretamente, foi pioneira em casas e revistas especializadas.

De 1839 até hoje
O CPF é já detentor de um rico património, constituído por espécimes fotográficos, equipamento de estúdio e laboratório, câmaras e material bibliográfico, que permitiam a abertura de um núcleo museológico que abarcava a actividade fotográfica desde 1839 até hoje. A aquisição desta Colecção António Pedro Vicente (pela qual a "Porto 2001" pagou a quantia de cem mil contos) confere ao CPF uma dimensão e uma importância de amplitude europeia e até há pouco não imaginável. A colecção é constituída por enorme quantidade e variedade de espécimes. Só a colecção de câmaras reune mais de mil peças, de todos os períodosde produção. Há, assim, "Daguerrianas" (Luís Daguerre _ 1787-1851 _ foi o pioneiro histórico da fotografia), câmaras "à tiroir", estereoscópicas, acessórios e apetrechos diversos. Refiram-se, como exemplos, fotómetros, lentes, visores estereoscópicos portáteis e de mesa, câmaras miniatura de espionagem, os primeiros modelos de máquinas de fotografia a cores, 'photomaton' e aparelhos especializados para fins científicos, industriais e militares. Há ainda inúmeras "non-cameras", que são brinquedos e outros objectos representando máquinas fotográficas.

Mais de mil máquinas
Na parte das fotografias há um vasto conjunto de imagens de profissionais e amadores que trabalharam em Portugal e outras de portugueses. Estão neste caso Relvas, Novaes, Bobone, J. A. Lima, Vicentes, Lazarus, Cunha Moraes, Henrique Nunes, Possidónio Narciso da Siva e outros. Além de daguerreotipos e uma centena de álbuns, há ainda, na colecção de espécies bibliográficas, publicações e documentos sobretudo dos anos que vão de 1839 a 1918, além de exemplares raríssimos dos primeiros livros e revistas da especialidade. O facto de Portugal se ter posicionado cedo nesta arte contribuiu para a existência, entre nós, de um imenso acervo. Esta colecção comprova isso mesmo. Ela permite reconstituir a evolução e história da fotografia desde 1839 até aos nossos dias, dando elementos sobre equipamentos, manipulação técnica e as suas consequências na linguagem estética e extensão do campo fotográfico.

Professor e estudioso
António Pedro Vicente, antigo conselheiro cultural na nossa embaixada em Madrid, é historiador (catedrático de História Contemporânea na Univ. Nova de Lisboa) e nessa qualidade sempre se interessou pela fotografia e pelo seu papel na História. Escreveu sobre este tema e foi o primeiro a salientar a importância de Carlos Relvas na fotografia em Portugal. Coleccionador, reuniu câmaras fotográficas antigas numa altura em o interesse por tais peças era muito raro, assim conseguindo exemplares que hoje nem sequer existem no mercado internacional. As que conhecem são de coleccionadores. Ainda recentemente, António Pedro Vicente (filho de Arlindo Vicente) duou a Aveiro peças do espólio de seu pai, que deram origem ao Museu da República daquela cidade.(10.01.01/Fonte : Jornal de notícias)

 

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Em menos de cem linhas

Sepúlveda é imbatível a contar histórias curtas. Autênticas, emocionantes, cheias de coincidências e acasos, "porque uma formidável lei da vida faz com que os lixados deste mundo se encontrem"

Visitou-me neste Natal uma amiga que dá aulas em Hamburgo e que, com os seus alunos, tem vindo a explorar a História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar - um anterior livro de Luis Sepúlveda, cuja acção decorre naquela cidade alemã.

Do mesmo autor saiu recentemente As Rosas de Atacama, seu oitavo título em português. São 34 histórias baseadas em factos verídicos, contadas quase sempre em menos de cem linhas e com uma carga emocional fulminante. Uma delas chama-se "O Amor e a Morte". Fala dos três filhos de Sepúlveda e do final do Zorbas, o gato que protagonizava a tal história da gaivota.

É um texto que comove mesmo quem não conhece as passadas aventuras do felino. Li-o agora àquela minha amiga de Hamburgo, forçando-me a duas ou três paragens estratégicas para esfriar o vulcão que me ia engolindo a voz. No final, ficámos em silêncio, até que ela hesitou: "Não sei se vou ter coragem de o ler aos meus alunos..."

Um efeito semelhante obteve, em diferentes circunstâncias, a tentativa de ler em voz alta "As Rosas Brancas de Estalinegrado", outra história deste livro igualmente assombrosa. Em 75 linhas e partindo de uma cena de rua presenciada em Moscovo, Sepúlveda consegue, mais do que qualquer longo tratado, fazer-nos sentir o heroísmo soviético que inflamou jovens há 60 anos em contraste com o desalento quotidiano que o desmoronar do império deixou como herança a um exército de desafortunados.

A ideia de escrever As Rosas de Atacama nasceu de uma frase que, há uns anos, o autor viu gravada numa pedra do campo de concentração de Bergen Belsen: "Eu estive aqui e ninguém contará a minha história."

Nascido no Chile em 1949, Luis Sepúlveda viveu em Hamburgo e Paris e, em 1977, mudou-se "definitivamente" para as Astúrias, "o único lugar do mundo" onde, assumindo a sua condição de marginal, "se sentiu seguro". Entretanto, as causas da ecologia e da solidariedade (revolucionária), aliadas ao seu espírito de "mochileiro", têm-no levado aos quatro cantos do planeta e, sobretudo, a alguns recantos que não vêm em nenhum guia turístico. Munido sempre do seu "caderno de capas de cartolina", vai anotando as maravilhas do mundo e as injustiças que levam os bravos à resistência.

Nestas andanças, e "porque uma formidável lei da vida faz com que os lixados deste mundo se encontrem", foi-se cruzando com histórias incríveis que, tal como o anónimo de Bergen Belsen, estariam condenadas ao olvido se ninguém as contasse. É o que ele faz, seguindo a máxima de Guimarães Rosa: narrar é resistir.

E fá-lo com a simplicidade e concisão do seu mestre Hemingway, também aqui homenageado e citado: "Podem escrever-se excelentes romances com palavras de vinte dólares, mas o mérito está em escrevê-los com palavras de vinte centavos. (...) Uma risca a menos não altera a pele do tigre, mas uma palavra a mais mata qualquer história."

Na pena de Sepúlveda nenhuma história se perde. Com metade destas linhas já ele teria conquistado o dobro dos leitores que alguma vez eu poderia sonhar oferecer-lhe. E desculpem voltar à primeira pessoa do singular, mas eu tinha de acabar assim. Desde O Velho Que Lia Romances de Amor (agora na 17.ª edição, com mais de 70 mil exemplares vendidos), não parei de acompanhar as versões de Pedro Tamen, que, salvo um título (Patagónia Express), tem sido o excelente tradutor de serviço.

Há um ano, por esta altura, andava eu atulhando a mochila para rumar à Patagónia. E quem me "vendeu" essa inesquecível aventura não foi nenhuma agência de viagens. Foram Chatwin, Coloane e, sobretudo, Sepúlveda.

Não sei que melhor recomendação poderia aqui deixar. Experimentem lê-lo e vejam se conseguem parar. Estas Rosas de Atacama são óptimas para iniciação. Há muitas histórias tristes, mas há também aquela atitude asturiana que faz uma pessoa feliz "desde que se oiça uma gaita e haja sidra no lagar".(09.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Um quarto de século a ensinar

Existem milhares de antigos alunos que frequentaram a instituição a exercer funções nos mais diversos sectores públicos e privados na região, em outros pontos do País e também no estrangeiro

Para a transformação social e cultural dos Açores, durante séculos estrangulados pela fatalidade geográfica e outros condicionalismos da insularidade, teve decisiva influência a criação da Universidade, que, amanhã, completa 25 anos.

Integra-se no âmbito do Estatuto das Regiões Autónomas, consignado, na sequência do 25 de Abril, na Constituição Política da República e, decorrido um quarto de século, há milhares de alunos que frequentaram a Universidade a exercer funções nos mais diversos sectores públicos e privados, na região, em outros pontos do País e também no estrangeiro.

Tudo começou em 1976, com a criação de um instituto que, passados quatro anos, era elevado à categoria de Universidade dos Açores.

Para o efeito, houve a colaboração de docentes nacionais e internacionais, que, com os seus conhecimentos e a experiência em meios universitários, ajudaram a lançar e a consolidar o ensino superior nos Açores.

Um balanço retrospectivo permite destacar contributos fundamentais para a valorização e o progresso do arquipélago: a agro-pecuária, as ciências do mar, a vulcanologia, a conservação da natureza e, ao mesmo tempo, as áreas abrangidas pelas ciências humanas.

Três pólos em actividade docente e trabalho de investigação, instalados em São Miguel (Ponta Delgada), Terceira (Terra Chã) e Faial (Horta), já deram lugar, nestes 25 anos, a milhares de licenciados, numerosos mestrados e muitos doutoramentos.

Vasco Garcia, reitor da Universidade a partir de 1995 e agora num segundo mandato consecutivo, sucedeu no desempenho do cargo a Machado Pires e a José Enes.

Desde sempre fez uma aposta no que denominou "projecto para o século XXI". Tem por objectivo conseguir "um ensino e uma investigação de qualidade, em edifícios funcionais, espaços de lazer e desporto para a juventude e - salientou-nos ainda - uma ligação aos Açores projectada à escala nacional e internacional".

Revestem-se da maior importância os contributos financeiros e culturais concedidos pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), reforçados em 1998, aquando da visita do Presidente da República, Jorge Sampaio, à universidade, com a assinatura de um protocolo de cooperação, subscrito pelo reitor Vasco Garcia e Rui Machete, presidente do Conselho de Administração daquela instituição.

Assim têm sido contemplados, nomeadamente, os departamentos de Biologia, Ciências Agrárias, Matemáticas, Oceanografia e Pescas, Línguas e Literaturas Modernas e, ainda, o Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia e o Instituto de Inovação Tecnológica.

Ascendem a muitos milhares de contos os auxílios financeiros para doutoramentos e mestrados em várias universidades americanas, em Ciências Agrárias, Economia e Relações Internacionais. Multiplicaram-se os subsídios a elementos da Universidade dos Açores para deslocações em missões de estudo e de investigação científica.

Também avultam as verbas despendidas para a viagem e permanência nos Açores de especialistas, a fim de orientarem trabalhos de investigação em departamentos da universidade.

A FLAD atribuiu, até agora, mais de 300 bolsas de estudo para a intensificação de um intercâmbio entre universidades portuguesas e americanas, através de programas de estudos portugueses nos Estados Unidos.

Destacam-se, neste contexto, as universidades de Brown (Providence), Berkeley (São Francisco da Califórnia), Stanford (Califórnia), Princeton (Nova Jérsia), Georgetown (Washington), Lehigh (Pensilvânia).

Também a FLAD patrocinou, recentemente, mais um Departamento de Estudos Portugueses na Universidade de Massachusetts, Dartmouth, e criou em Rhode Island a Portuguese Scholarship Foundation, para filhos de emigrantes luso-americanos, cerca de um milhão, metade dos quais é de raiz açoriana.

De acordo com Vasco Garcia, vão ser implementadas mais outras iniciativas e novos cursos, a fim de "corresponder às actuais exigências universitárias e às necessidades da própria região", e - concluiu o reitor - "orientadas numa perspectiva aberta e plural de desenvolvimento e em todos os sectores".(08.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Generalizada utilização de fármacos da candonga

Infarmed alerta PJ e Inspecção da Saúde para que actuem. Procuradoria investiga laboratório

Um laboratório farmacêutico português está a ser investigado por suspeita de práticas graves que envolvem a saúde pública. O caso foi detectado durante uma inspecção dos serviços do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) - levada a cabo em Novembro com o intuito de averiguar as condições em que os medicamentos são produzidos, armazenados e distribuídos - que o comunicou de imediato ao Ministério Público.

O processo está em segredo de justiça, mas o DN apurou que esta inspecção foi realizada após uma denúncia do IPO de Lisboa. O presidente do Infarmed, Miguel Andrade, recusou-se a prestar declarações sobre o assunto, mas admitiu estarem a decorrer outras inspecções no sector armazenista e grossista. "A qualidade com que os medicamentos chegam aos utentes é uma prioridade do Infarmed. Por isso, reorganizámos este serviço e desde Dezembro que reforçámos as acções inspectivas", disse.

Mas o uso de fármacos obtidos no mercado negro tornou-se noutra batalha do instituto. A situação está a generalizar-se a várias áreas da medicina e Miguel Andrade decidiu alertar a Polícia Judiciária e a Inspecção-Geral da Saúde, pois "é a estas entidades que compete entrar nos consultórios e nas clínicas privadas para verificar se existem substâncias ilegais". Segundo este dirigente, "estamos dispostos a colaborar em tudo, mas há casos que envolvem matéria de contrafacção e crime económico. E, aqui, nada podemos fazer".

Esta situação surgiu na sequência da denúncia da Ordem dos Médicos Dentistas - divulgada ontem pelo Público - de que há profissionais a usar anestésicos locais não aprovados. A Ordem acusava o Infarmed de "atitude negligente", por não ter respondido sequer aos seus pedidos de acesso à lista dos produtos oficiais para distribuir pelos associados. Um erro que Miguel Andrade assume, embora sublinhe que "a lista está publicada em Diário da República", manifestando-se mais preocupado com a generalização do negócio da candonga.

O bastonário dos dentistas, Fontes de Carvalho, confirmou ao DN ter chegado à Ordem uma queixa de um laboratório que viu o volume de vendas diminuir por os mesmos produtos estarem a ser adquiridos mais baratos na vizinha Espanha. Aliás, o preço é a razão principal que tem fomentado este negócio. Até agora, os casos denunciados e investigados pelas autoridades reportavam-se apenas à medicina veterinária.(05.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Maior rede informática do País

António Guterres prometeu ontem que o sistema estará a funcionar até 2002. Foi na apresentação da videoconferência

A área da Justiça terá, no final de 2002, a maior rede de informática do País, garantiu ontem o primeiro-ministro na apresentação do método de audição de testemunhas por videoconferência. O sistema, constituído por 451 equipamentos distribuídos por 398 tribunais, foi apresentado na Direcção-Geral da Administração da Justiça, em Lisboa.

Até ao final de 2001, sustentou o primeiro-ministro, os tribunais portugueses estarão completamente informatizados, seguindo- se a informatização dos cartórios notariais em 2002. Depois de ser classificada como a área mais atrasada em tecnologias de informação, a Justiça portuguesa será dotada "em tempo recorde" com uma estrutura que possibilitará "um processo simples e seguro".

Além do investimento na máquina administrativa, o Governo aposta na dotação dos "agentes da justiça com os meios indispensáveis para que o sistema possa funcionar com rapidez", para além da introdução de medidas de simplificação dos processos.

Referindo-se à polémica que as medidas de simplificação processual têm causado na opinião pública, António Guterres limitou-se, segundo a Agência Lusa, a sublinhar que se tais decisões fossem pacíficas "não seriam capazes de introduzir mudanças". Acrescentou que a área está a sofrer uma "revolução tranquila que poderá dar a Portugal uma justiça mais rápida e mais justa".

Dos 451 equipamentos de videoconferência instalados, 152 destinam-se aos 138 tribunais do Porto, 89 aos 83 de Coimbra, 127 aos 101 do de Lisboa e 54 aos 48 da Relação de Évora, havendo ainda 29 equipamentos para os 28 tribunais das regiões autónomas.

De acordo com uma nota divulgada pelo Ministério da Justiça, a introdução da videoconferência "visa acelerar o processo de audição de testemunhas que vivem longe do tribunal, diminuir as deslocações e o tempo de resposta e facilitar o acesso de toda a estrutura à informação".

Além disso, continua a nota, o sistema "facilita a comunicação, aproximando os intervenientes através da imagem, permite partilhar informação e proporciona a qualquer das partes a possibilidade de visualizar e alterar" a mensagem.

Entretanto, entrou também em vigor o novo sistema de Apoio Judiciário, dirigido aos cidadãos portugueses e da União Europeia, pessoas colectivas, estrangeiros e apátridas que vivem em Portugal.

O Apoio Judiciário visa permitir o acesso à Justiça e aos tribunais às pessoas que demonstrem não dispor de meios económicos para o efeito. Quem quiser obter informações sobre o serviço tem ao dispor uma linha telefónica gratuita (800 204 791) para esclarecer sobre as formas de funcionamento.

A partir de agora, o Apoio Judiciário é prestado por um advogado em igualdade com o mandato forense e os advogados estagiários só poderão intervir se e quando o processo for da sua competência. Além disso, passa a ser tramitado pelos serviços de segurança social, libertando os tribunais deste serviço.

"No processo penal, acaba o escândalo de, no limite, a defesa poder ser exercida por quem nem sequer é licenciado em Direito", refere ainda a nota do Ministério da Justiça.(04.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Para abrir 2001 em Viseu

Programa do Centro Regional das Artes do Espectáculo das Beiras, dirigido por Paulo Ribeiro, apresenta-se no Teatro Viriato

Porque "a magia faz parte da vida", o Centro Regional das Artes do Espectáculo das Beiras (CRAEB), dirigido pelo bailarino-coreógrafo Paulo Ribeiro, retoma actividades no Teatro Viriato, após um concerto-baile Cabo Verde de abertura do ano, a convidar o público para um passo de dança no Clube de Viseu (dia 17, 21 e 30). Um início de temporada 2001 a espalhar "magia, magia, magia" - pelo mago dos magos portugueses Luís de Matos, numa estreia absoluta, e pelo também mágico britânico Les Bubb. A programação para este primeiro trimestre, que deverá ser anunciada hoje em Viseu, inclui igualmente música, dança, teatro e histórias contadas, em actuações de Amélia Muge e de Jorge Peixoto, de Clara Andermatt, de Diogo Infante ou dos também actores italianos Renzo Boldrini e Davide Venturini.

Luís de Matos criou um espectáculo novo, expressamente para o Teatro Viriato e o público de Viseu, sem risco de ser eclipsado pelas ameaças meteorológicas, como foi o da passagem de ano em Lisboa. Anunciam-se três noites de ilusões e truques ao vivo, de 18 a 20, a partir das 21 e 30. À mesma hora, mas de 25 a 27, a magia Make Your Brains Go Pop com Les Bubb (estrela do programa infantil "Hububb", da BBC), um espectáculo de magia e humor, entre o teatro-físico e o novo circo, para toda a família chorar a rir.

Destinadas também às famílias são as Histórias Zip, contadas pelo grupo teatral italiano Giallo Mare Minimal, em rescaldo do Entrudo (28 de Fevereiro e 1 de Março, 16 horas). A partir de três conhecidos contos tradicionais (O Capuchinho Vermelho, O Lobo e os Sete Cabritinhos e Os Três Porquinhos), Renzo Boldrini e Davide Venturini criaram e interpretam estas histórias para jovens de todas as idades, recorrendo a sons, movimentos e imagens manipuladas em tempo real por computador.

Ainda em Fevereiro (dias 8 a 10), a bailarina-coreógrafa Clara Andermatt traz Dan Dau ao palco do Viriato, após o sucesso aí obtido por Uma História da Dúvida. O espectáculo, concebido em conjunto com nove intérpretes e já rodado pelo país, define-se como "concerto encenado", põe em cena músicos e bailarinos, com os instrumentos dançando e a matriz musical cabo-verdeana viajando por outras paisagens sonoras, do jazz e do rap ao rock. A direcção musical é de João Lucas. Em espaço cénico e com adereços de Luís Amarelo, figurinos de Carlota Lagido.

A magia continua prometida para Março, a incidir nos sons. Das cordas vocais e da guitarra da compositora-intérprete Amélia Muge e das invenções melódicas românticas de José Peixoto, uma e o outro acompanhados por convidados. José Peixoto, o guitarrista que nos anos recentes integra também os Madredeus, oferece um concerto de guitarra e contrabaixo (actuação de Mário Franco), baseado em temas dos seus três discos a solo (dia 3).

Taco a Taco é o concerto de Amélia Muge (dias 9 e 10), com título homónimo ao do seu último CD editado e vencedor do Prémio José Afonso: música portuguesa, músicas do mundo, canto a capella, veiculando a poesia, de Amélia a João Pedro Grabato Dias (António Quadros pintor), de José Afonso a Fernando Pessoa.

A fechar o trimestre e o mês de Março, com estreia no Dia Mundial do Teatro (27 e repetição até 30), Diogo Infante - numa brilhante sucessão de disfarces com a cumplicidade plástica de Marta Carreira e atmosferas musicais criadas por João Gil - constrói sete personagens, numa galeria exibida a ritmo alucinante, em Sexo, Drogas e Rock n' Roll, segundo monólogos do americano Eric Bogosian, encenados por Natália Luísa.(03.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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Janeiro traz novos preços para bens e serviços

Os aumentos dos preços dos bens e serviços essenciais já definidos para entrarem em vigor este mês variam entre 1,02 por cento para as rendas e os 4 por cento para o gasóleo.

As rendas, a electricidade (1,2 por cento) e os selos de correio normal (1,9 por cento) aumentam já hoje, enquanto os acréscimos do gasóleo, das gasolinas sem chumbo 98 e super aditivada (2,7 por cento) e a gasolina sem chumbo 95 (2,8 por cento) entram em vigor dia 4.

Por definir estão os novos preços para os transportes públicos, água, gás e telefones fixos, mas os aumentos não se deverão afastar dos 2,8 por cento previstos para a inflação média em 2001. No caso dos transportes públicos, as tarifas dependem da Direcção-Geral de Transportes Terrestres, a qual garantiu que os aumentos não deverão ocorrer em Janeiro.(01.01.01/Fonte : Diário de notícias)

 

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