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10/00

Língua portuguesa convidada em Brive

Feira do livro da cidade francesa, entre sexta-feira e domingo próximos, integra debates e "cafés literários"

A língua portuguesa é a "Convidada de Honra" da Feira do Livro de Brive, no sudeste da França, que decorre entre sexta-feira e domingo próximos. A Feira, organizada pela municipalidade de Brive e pela ADEPEBA (Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros, da África e da Ásia Lusófonas), vai contar com a participação de numerosos escritores e universitários de países lusófonos. De Portugal, estão anunciadas as presenças de Maria Isabel Barreno, João de Melo, Nuno Júdice, Rui Nunes, Teolinda Gersão, Teresa Rita Lopes e Urbano Tavares Rodrigues. Ana Paula Tavares e Kiamvu Tamo, secretário-geral da Universidade Agostinho Neto, representarão Angola, enquanto que de Cabo Verde estarão presentes Germano de Almeida, e de Moçambique Paulina Chiziane, Mia Couto (a confirmar) e Lilia Momplé. Finalmente o Brasil estará representado pelos escritores Dionísio da Silva, Maria de José Queiroz e Antônio Torres, galardoado este ano com o Prémio Machado de Assis. Durante o certame irão realizar-se várias mesas-redondas e "cafés literários" com escritores franceses e europeus, no quadro do diálogo Norte-Sul.

Vários temas em debate
Entre os temas em debate vão estar "Literatura de Língua Portuguesa contemporânea - uma literatura de longo curso", "Viagens, deambulações e vagabundagem literária", e "Mulheres escritoras". A última mesa-redonda, que se realiza no domingo, vai abordar o tema "O Português Língua da Europa, Língua do Mundo", com a participação, entre outros, de Solange Parvaux, presidente da ADEPBA, do professor Paul Teyssier, Michel Perez, inspector-geral do ensino do português em França, e o testemunho de três escritores da África, Brasil e de Portugal. A presença dos escritores de língua portuguesa foi possível graças à colaboração da Fundação Gulbenkian, Instituto do Livro de Lisboa, Instituto Camões, Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, assim como das Embaixadas de França em Angola, Brasil, Cabo Verde e em Moçambique.
Considerado o segundo salão francês do livro em número de autores (cerca de 300, de vários países) e de visitantes (o ano passado foram perto de 100 mil), a Feira do Livro de Brive, que, curiosamente, decorre ao mesmo tempo em que em Lisboa se estreará o Salão do Livro que tem a França como país convidado, é este ano presidida pelo escritor Yves Berger que em 1990 obteve ali o Prémio da Língua Francesa.
Caberá a Berger, que actualmente é director literário da Grasset, presidir também ao júri que vai atribuir este ano o mesmo prémio a um autor de "uma língua de descoberta falada em territórios tão vastos que quase perde a sua substância no seu continente de origem", como pode ler-se no dossier de imprensa sobre a 19ª edição deste evento.(31.10.00/Fonte : Jornal de notícias)

 

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Salão do Livro
Fórum dos Escritores

O programa do Fórum dos Escritores, que decorrerá durante o Salão do livro, de 3 a 7 de Novembro, no Parque das Nações, vai procurar estabelecer uma comunicação mais intensa entre as várias áreas da cultura portuguesa.

Luísa Costa Gomes, uma das responsáveis do Fórum, afirma que o objectivo deste evento é «fazer pontes entre vários sectores da produção cultural portuguesa, que não se reduz aos ficcionistas e poetas como muitas pessoas pensam».

O projecto foi elaborado tendo em mente este objectivo, pelo que a primeira noite, dedicada ao teatro, será preenchida com textos do comediante francês Raymond Devos, que serão declamados pelo actor Paulo Matos.

Durante o programa, cientistas irão entrevistar escritores e realizar-se-à a leitura de obras clássicas.

Fazem ainda parte, desta iniciativa, conferências e debates sobre o discurso científico, com a participação da escritora e bióloga Clara Pinto Correia, do físico Alexandre Quintaninha, o químico Jorge Calado e o neurocirurgião João Lobo Antunes.

No último dia do Salão, será apresentado um debate, moderado por Luísa Costa Gomes, subordinado ao tema «O que falta em Portugal».(29.10.00/Fonte : Expresso)

 

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DA VENEZUELA PARA OS EUA
Emigrante português fez opção de sucesso

Uma empresa luso-americana de recauchutagem de pneus lançada por um emigrante português natural de Vagos em Nova Jersey (EUA) celebrou no mês passado os seus 25 anos de actividade.

A empresa, que começou em 1975 produzindo 25 pneus por dia, coloca diariamente no mercado 500 pneus recauchutados e comercializa sensivelmente o mesmo número de pneus novos.

"Comecei em Linden, N.J., com um sócio na semana a seguir ao feriado do “Labor Day” (primeira segunda-feira de Setembro) de 1975" – disse Fernando de Jesus, natural de Ouca, Vagos, recuando até aos tempos em que a “Custom Bandag” abriu as portas em instalações magras da Edgard Roadde Linden, N.J.

"Tudo começou logo que cheguei aos Estados Unidos em 1963" – prossegue o Fernando de Jesus, hoje o único dono da empresa.

"O meu pai arranjou-me um emprego na “Somerset Tire”, uma empresa da especialidade em Branchbrook, N.J., e ali trabalhei na recauchutagem, nos serviços e, designadamente no serviço comercial de pneus de camião", relata.

A grande expansão da “Custom Bandag” começou em meados dos anos 80, e sobretudo quando em 1985 a empresa trocou a acanhada unidade de recauchutagem de Linden por uma mais ampla na cidade de Elizabeth, que ainda hoje produz 300 pneus por dia.

Três anos depois, a “Custom Bandag” precisava novamente de mais espaço e em 1988 foi adquirida uma segunda recauchutagem em Keyport, N.J., que produzia na altura 30 pneus por dia e que hoje ultrapassa os 200.

Com as duas recauchutagens a capacidade instalada de produção eleva-se a 700 pneus por dia, embora presentemente a companhia mantenha uma média de produção de 500 pneus por dia.

A “Custom Bandag”, para além destas duas unidades de recauchutagem em Elizabeth e em Keyport, tem actualmente mais quatro centros de distribuição de pneus, quer tratados pela companhia quer pneus novos. A empresa movimenta uma folha de pagamentos anual da ordem dos 5,3 milhões de dólares garantindo emprego a 194 pessoas.

Quando hoje, sentado no seu gabinete, em Linden, Fernando de Jesus percorre as alegrias e os pesadelos dos seus 25 anos de actividade empresarial, recua sempre mais 13 anos, a Novembro de 1962, quando o seu pai, Manuel de Jesus, com 58 anos de idade, decidiu emigrar para os Estados Unidos.

"Ele fê-lo pelos filhos" – diz Fernando de Jesus, rendendo homenagem à nova aventura em que o seu progenitor embarcou trocando a Venezuela pelos Estados Unidos para garantir um futuro melhor ao Fernando e ao Horácio.

"O meu pai tinha então 58 anos de idade. Ele via, perfeitamente, que para ele já não era grande coisa emigrar para os Estados Unidos, mas para os filhos que estavam na Venezuela poderia ser uma boa oportunidade."

O pai, Manuel de Jesus, cumprira o projecto pessoal de cada português nos anos 60 – procurar melhor vida fora das fronteiras – e emigrou para a Venezuela, para onde chamou também os filhos. Os Estados Unidos tinham ocupado, contudo, o primeiro lugar no seu sonho de emigrante.

"O meu pai sempre viveu na ansiedade de emigrar para os Estados Unidos e no ano em que eu nasci, em 1946, ele foi ao Porto fazer uma inscrição para vir legalmente para a América" - contou Fernando de Jesus.

"Esperou anos e anos, e sempre lhe disseram que estava na lista mas à espera. Passaram-se 16 anos e o meu pai decidiu levar-me para a Venezuela em 1962, quando eu tinha 16 anos. Em Novembro de 1962, o meu pai veio a Portugal e quando lá chegou já lá tinha uma carta a perguntar se ele ainda estava interessado em ir para os Estados Unidos. A pensar em nós, preparou os documentos e em Fevereiro de 1963 chegou aqui. O meu pai tinha um irmão na Guarda Costeira americana que se responsabilizou por nós e tudo andou rápido", conta.

Subida em 25 anos a escada do sucesso, Fernando de Jesus, que conta 54 anos de idade, não pensa ainda em afrouxar a actividade e muito menos em regressar a Portugal, apesar do sonho de um regresso sem sobressaltos ter dominado os seus projectos quando jovem emigrante.

Lembra-se da comodidade de que se privou o seu pai Manuel de Jesus para dar um futuro melhor aos seus filhos e, tentando embargar as lágrimas, disse também agora: "Eu quando jovem, sonhava emigrar e regressar um dia a Portugal. Presentemente não penso nisso. O meu futuro é aqui, trabalhar aqui, ao lado dos meus filhos, a Margareth, a Márcia e o Fernando Jorge, e com a minha esposa Maria Elizabeth."

E lá está, em cada dia que passa, no gabinete de comando da “Custom Bandag”, em 401 E. Linden Avenue, em Linden. (27.10.00/Fonte : Correio de Caracas)

 

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No estrangeiro sem esquecer Pelundo

Associação de imigrantes da Guiné-Bissau recupera escolas do país. Um bom exemplo de apoio ao desenvolvimento local

As crianças de Pelundo, Guiné-Bissau, vão ter duas escolas primárias reparadas e pintadas, carteiras e quadros novos. Isto porque uma associação de guineenses residentes em Portugal decidiu apoiar o seu país. "Tentamos compensar a nossa falta na terra", diz Malam Gomes, o presidente. Este é um exemplo do contributo dos imigrantes nas comunidades de origem. E corresponde a um "novo paradigma": "Reorientar a migração para o desenvolvimento."

As palavras são de Ndioro Ndiaye, directora-geral adjunta da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que esteve recentemente em Portugal. Uma visita para avaliar as possibilidades de cooperação - uma colaboração de proximidade - entre os países de origem e os de acolhimento. Veio, também, falar de uma nova filosofia nas políticas de imigração: a necessidade de canalizar esforços e investimentos dos imigrantes para as comunidades de onde partiram.

"A imigração é um campo tão vasto, como é que podemos privilegiar um domínio e não outro? São os direitos dos trabalhadores, das famílias, a integração nas comunidades de acolhimento... Mas queremos que olhem para esse processo como algo positivo. Se conseguirmos que a imigração se torne para todo o mundo - tanto para os países desenvolvidos como para os países em vias de desenvolvimento - um factor de desenvolvimento é porque fizemos bem o nosso papel", diz Ndioro Ndiaye ao DN.

Também a União Europeia tem vindo a debruçar-se sobre esta questão. Este foi, aliás, um dos temas abordados no Conselho Europeu de Tampere, em Outubro de 1997. Afirmou-se a necessidade de "uma abordagem global do fenómeno da migração que contemple questões políticas, de direitos humanos e de desenvolvimento em países e regiões de origem e trânsito", concluindo que a "parceria com países terceiros em causa constituirá igualmente um elemento-chave para o êxito dessa política, tendo em vista o co-desenvolvimento".

Porque já se percebeu que não bastam as remessas enviadas para as famílias. E os programas de retorno voluntário, mesmo os de quadros qualificados, não têm tido os efeitos desejados, à excepção de um ou outro país. "Estamos a tentar mudar o programa de retorno. Não podemos pedir a todos os africanos que retornem, isso não é possível. Há quem esteja legalmente estabelecido, tem trabalho, família e crianças que vão regularmente à escola. A esse tipo de pessoas não se pode pedir que retornem se não tiverem vontade. Agora é preciso canalizar o seu investimento para os países de origem", sublinha Ndioro Ndiaye.

Em Portugal, tem sido fraca a adesão aos programas de retorno. Estamos, também, longe de pensar em políticas de co-desenvolvimento, até porque esta nova filosofia ainda está no plano da discussão teórica, mesmo a nível europeu, refere o alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, José Leitão. "Não se trata da descoberta de uma pedra filosofal, já temos uma política de cooperação. Agora é uma temática nova que dependerá do interesse da União Europeia em apostar, ou não, numa política de co-desenvolvimento. Depende, também, da vontade dos países de origem e dos países de acolhimento, do interesse das pessoas e dos próprios projectos. Os imigrantes mandam dinheiro para a família e só fazem investimentos se considerarem que os projectos são credíveis", explica.

José Leitão entende que, para avançar para a nova etapa, é preciso garantir uma "integração de qualidade" nas sociedades de acolhimento. "Um imigrante que viva numa situação de exclusão social não poderá dar um contributo para o desenvolvimento do seu país de origem", diz.

As associações de imigrantes podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento dos seus países, considera o alto-comissário. E já existem alguns núcleos de imigração preocupados com essa questão. Só precisam de multiplicar-se.(25.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Canadá : Emigrantes portugueses controlam pescas

Os emigrantes portugueses, no Canadá, oriundos da Nazaré, controlam a pesca do lago Erie, em Leamington.

O jornal «Portuguese Times» conta que o primeiro nazareno a sair de Toronto, ao que parece, foi Adriano Codinha, há cerca de 30 anos, hoje o proprietário da «Saco Fisheries», uma das maiores empresas piscatórias da província de Ontário.

Codinha, com o desenvolver da sua empresa, foi chamando conterrâneos que viviam em Toronto, que, por sua vez, adquiriram barcos piscatórios e chamaram outros para trabalhar.

Em Toronto, entretanto, a partida dos nazarenos para Leamington fez com que o Clube da Nazaré, um dos mais antigos clubes portugueses, encerrasse as suas portas há mais de dez anos.(24.10.00/Fonte : Expresso)

 

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Para estudar o nosso século

O Centro Interdisciplinar da Universidade de Coimbra aborda a História recente, desde as ciências às empresas. A CEIS 20 começou a funcionar no ano passado e inclui oito grupos de trabalho

Uma fotobiografia de António José de Almeida, um dos principais vultos da I República; a publicação em seis volumes de "Memórias e Trabalhos da Minha Vida", do general Norton de Matos, com textos inéditos; e a edição crítica da obra integral do matemático, pedagogo, pensador e oposicionista Bento de Jesus Caraça são alguns dos projectos actuais do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX.

A CEIS 20, que depende da Reitoria da Universidade de Coimbra mas congrega professores de outras instituições e é financiada pela Fundação da ciência e Tecnologia, começou a funcionar no ano passado e tem, neste momento, várias linhas de investigação em curso, com oito grupos de trabalho distintos para estudar, de forma sistemática e global, o nosso século.

Além de procurar elaborar um Arquivo da Memória (coordenado por Reis Torgal) e estabelecer parcerias para analisar as relações de Portugal com a Europa e o Mundo, as Comunidades Portuguesas e os PALOP (grupo orientado por Maria Manuela Tavares Ribeiro), o CEIS 20 aborda as temáticas da História e Sociologia das Ciências (responsável João Rui Pita), História do Pensamento Jurídico (Reis Marques), História das Empresas e Arqueologia Industrial (Amado Mendes), História e Sociologia da Educação (António Gomes Ferreira) ou História, Sociologia e Estética das Artes (António Pedro Pita).

Entre as linhas de investigação, algumas das quais com financiamentos específicos ou bolsas, descobrem-se propostas tão diversas como "As imagens da emigração açoriana para o Sul do Brasil nos círculos culturais açorianos" ou "O fármaco do século XX: a penicilina - A introdução da penicilina e dos antibióticos em Portugal".

Em Janeiro sairá o primeiro número da revista "Estudos do século XX", dirigida por António Pedro Pita, com um número que versa apenas a estética. Até Novembro, decorre o ciclo de conferências em torno de "Portugal, 1910-1933 - Releituras de um passado inexacto", onde são abordados aspectos que variam entre "As drogas da República" e "A República e a elite seareira".

Nos dois primeiros anos de actividade, o CEIS 20 promoveu já a exposição "Baixo Mondego - Brasil 2000" (coordenada por Jaime Ferreira) e as conferências "Primavera 2000", em colaboração com a secção regional da Ordem dos Médicos, que tiveram o título "Medicina, Cultura e Sociedade", e em que o responsável do Centro foi João Rui Pita.

Os membros do CEIS 20 tiveram a possibilidade de editar os livros "Retrato de Egas Moniz" (Ana Leonor Pereira e João Rui Pita, chancela do Círculo de Leitores), "O Cinema sob o Olhar de Salazar" (coordenação de Reis Torgal e ensaios de António Pedro Pita, Heloísa Paulo, Álvaro Garrido, Fausto Cruchinho e Paulo Granja, editado também pelo Círculo de Leitores), "Imagens da Escola - Memória e Realidade" (textos de António Gomes Ferreira e António Simões Rodrigues e fotos de Aníbal Lemos, num lançamento da Direcção Regional de Educação do Centro) e "Aqui também é Portugal - A Colónia Portuguesa do Brasil e o Salazarismo" (Heloísa Paulo, publicado pela Quarteto Editora).

Ao mesmo tempo que prossegue a elaboração da base de dados "Pró-Memória - Guia Geral para a História do Século XX" e de um vasto inquérito industrial, de entre a panóplia de assuntos que estão a ser objecto de estudo há trabalhos em curso, por exemplo, sobre os "anos 60", "o Estado Novo e o volfrâmio", "a revisão do neo-realismo", "a cidade da Guarda neste século" ou "os primórdios dos raios X em Portugal".

Estão ainda a ser analisados, além de arquivos públicos, como os do Ministério dos Negócios Estrangeiros, os espólios privados das famílias de António José de Almeida, Sidónio Pais, Norton de Matos e Humberto Delgado, que franquearam as suas portas aos historiadores.

Abrem-se assim novas perspectivas, com todas estas contribuições, para a elaboração de um exame cada vez mais completo do nosso século.(23.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Super-heróis anunciam a mudança

Na sua 11.ª edição, o Festival de BD da Amadora apresenta nova cara. Até 5 de Novembro, desenhos ao alcance da mão

Ainda que apresentada com mãos de veludo, a mudança é radical. Chegado à sua 11ª edição, o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora dá uma volta de 180 graus. Literalmente: se desde o início as suas atenções sempre haviam estado viradas para o mercado franco-belga, este ano o festival virou costas à Europa central e descobriu os encantos do outro lado do Atlântico. Estados Unidos e Brasil são os países em destaque - como, aliás, não poderia deixar de ser numa edição que tem os super-heróis como tema central.

O Festival abre hoje ao grande público e encerra as suas portas a 5 de Novembro. A sede volta a ser a Fábrica da Cultura, onde poderemos encontrar a maior parte das exposições, o espaço comercial e os vários colóquios, mas, como é habitual, quase todas as instalações culturais da Amadora são mobilizadas em torno da BD: Casa Roque Gameiro (exposição de ilustração de André Letria), Recreios da Amadora (onde voltará a decorrer o AmadoraCartoon e o CinemAnimação), Galeria Artur Bual (homenagem a Augusto Trigo), Espaço Delfim Guimarães (exposição vinda do Festival de Humor de Piracicaba) e Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (individual de José Carlos Fernandes).

Mas, de facto, é sobre a Fábrica da Cultura que todos os olhares se centrarão, e nas exposições dedicadas aos super-heróis, que incluem duas colectivas e quatro individuais, de Joe Kubert, Dave Gibbons (ver destaques em rodapé), Luke Ross (brasileiro que desenvolve a sua actividade nos Estados Unidos) e Rick Veitch (colaborador habitual de Alan Moore). Para além destes nomes, está ainda garantida a presença no festival de Jerry Robinson (ligado à criação de Joker e Robin nas aventuras de Batman) e de Peter David (um dos argumentistas mais activos na actual cena americana).

Do lado do Brasil virá, para além de Luke Ross (aliás, Luciano Queiroz), Lourenço Maturelli, que os bedéfilos de boa memória recordarão da saudosa revista Animal, e, em registo fortemente - e acidamente - humorístico, Angeli e Adão Iturrusgarai, autor dos famosos Rock & Hudson, os caubóis gays. Felizmente, estes três últimos nomes terão obras suas disponíveis em Portugal, graças à sempre atenta Devir, que as irá distribuir entre nós e lançar na Amadora, onde Adão e Mutarelli estarão presentes já hoje e amanhã (15 e 30).

Pela elencagem dos dois últimos parágrafos se vê a força da representação norte e sul-americana, que já tinha tido autores presentes em edições anteriores, mas sempre às pinguinhas. Nelson Dona, que sucede a Luís Vargas na direcção do festival, explicou, com uma frase lapidar, a razão de ser da enxurrada deste ano, durante a apresentação do programa, no princípio deste mês: "praticamente todos os grandes nomes da BD franco-belga já vieram a Portugal."

Seja esta a razão ou qualquer outra, louve-se a decisão dos organizadores em apostarem numa programação alternativa, embora ela possa ter consequências no números de visitantes a deslocarem-se à Amadora, geralmente situados na casa dos 35 mil. "Foi uma aposta, um risco", admite Dona - e um risco agravado pelo facto de quase nenhum dos autores ter álbuns publicados em português, o que faz adivinhar sessões de autógrafos muito menos concorridas do que é habitual.

Vindos do eixo europeu conta-se apenas Matthias Lehmann (já editado pela Polvo), Civiello (a ser editado pela Vitamina BD), o argumentista Daniel Pennac e uma colectiva dedicada a jovens autores suíços. Quantos aos autores portugueses presentes na Fábrica da Cultura, destaque para as exposições individuais de João Fazenda (responsável pela linha gráfica do festival), Pedro Brito, José Abrantes e Luís Pinto-Coelho (autor de As Odisseias de um Motard). Sublinhe-se ainda a passagem pela Fábrica de Rui Zink e Luís Louro, no próximo fim-de-semana, para o lançamento de O Halo Casto, primeiro álbum da dupla. E, já agora, de José Carlos Fernandes (a 4 de Novembro), que teve direito a tratamento VIP: além de ser contemplado com uma exposição individual e um excelente catálogo, foi editado um pequeno livro com uma entrevista ao autor, efectuada por Carlos Pessoa e Víctor Quelhas. Como se vê, muitos são os motivos para visitar o festival e premiar quem teve a coragem de correr riscos.(21.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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O "Nobel austríaco" para Lobo Antunes

O escritor português, que se encontra na feira, recebeu um prémio literário dado pela Áustria

António Lobo Antunes está contente - debaixo daquela peculiar melancolia com que costuma olhar o mundo e o espectáculo da existência humana, brilha agora uma luzinha de moderada satisfação: ontem, à hora do almoço, quando visitava o stand das Publicações Dom Quixote, seu editor português, nesta Feira do Livro de Frankfurt, soube pelo seu editor alemão que tinha conquistado o prémio literário do Estado austríaco, pelo conjunto da sua obra. Claro que isto não é propriamente o Nobel, mas, como ele comentava ironicamente, é pelo menos "o Nobel austríaco". E é sobretudo mais um passo importante na consagração da obra deste autor português no mundo em que se fala e escreve alemão.

Já agora, refira-se que Lobo Antunes, presente nesta feira a convite do seu editor alemão, participa, no domingo, numa sessão em que fará a leitura de excertos dos seus livros. Com uma notícia destas, tão inesperada, é de esperar que a sala fique cheia. Aliás, Lobo Antunes é um autor que faz o maior sucesso tanto aqui na Alemanha como em França, mais do que em Portugal.

Claro que coisas destas só acontecem porque, e quando, os nossos autores são traduzidos - e o que é esta Feira de Frankfurt senão uma imensa montra de eventuais futuras traduções? E a tal União Europeia em construção pode ser a da cada vez maior unidade política e económica (?), mas não é certamente a da "língua única" - felizmente. Nem nunca o será. Enquanto ingleses e alemães disputam o terreno a fim de se eleger a língua maioritária (o latim do futuro), os pequenos países europeus, obrigados a aceitar este fatal jogo das traduções, lutam como podem para defender o seu estatuto linguístico.

Ontem mesmo, na feira, foi apresentado o projecto "Literatura Através das Fronteiras", programa de iniciativas destinadas a promover as literaturas escritas em línguas que se encontram nas margens da corrente maior europeia, encorajar a sua tradução e estimular a cooperação entre organizações e indivíduos envolvidos na produção literária, edição e tradução em países europeus.

Representantes de várias instituições do País de Gales, República Checa, Dinamarca a Catalunha, além do português José Manuel Português, pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, explicaram este projecto de verdadeira resistência cultural e anunciaram uma outra iniciativa associada e que vai decorrer em Maio do próximo ano, em Praga: uma conferência em torno da feira internacional Book-World 2001 e que pretende reunir profissionais desta área do livro assim como representantes de instituições oficiais que apoiam a tradução.

Na sequência desta conferência, haverá um completo programa de leituras e debates com escritores, tradutores, críticos, editores, agentes literários e organizadores de festivais literários. Na terra de Kafka, desta vez, a metamorfose é outra: dar origem não a um monstro ou a um ser estranho, mas pura e simplesmente a um sistema cultural eficiente que permita a convivência pacífica e o conhecimento recíproco das literaturas europeias que se escrevem em línguas nas quais se construíram as diversas identidades europeias, ao longo de muitos séculos. Diga-se de passagem que Pessoa não inventou a famosa fórmula, hoje repetida até à exaustão, da língua que é a pátria - para muitos, senão para quase todos os outros países europeus, sobretudo os mais pequenos, essa verdade é uma evidência. E poderá sê-lo cada vez mais, no futuro, à medida que funcionarem mais eficientemente as "políticas comuns" europeias de todos os tipos.(20.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Músicas e músicos em grande destaque na FIL

Primeira "Musicália" de 26 a 29 deste mês

De 26 a 29 deste mês, a FIL recebe a primeira edição da Musicália, uma feira essencialmente voltada para os interesses e preocupações dos músicos e demais profissionais ligados à sua concepção, gravação e divulgação.

Numa colaboração com a Associação dos Industriais de Música e Áudio Profissional, a Musicália contará com inúmeras manifestações paralelas à exposição do material técnico que ali estará em evidência. Sessões de autógrafos, uma série de showcases (Eye, Phase, ID Pórtico, Astronautas, Luka, Pedro Miguéis) e um conjunto de workshops sobre algumas temáticas relacionadas com a música e a divulgação musical, com atenção especial sobre questões tecnológicas, estão em agenda.(18.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Mostrar o Portugal moderno aos vizinhos espanhóis

"Vimos a Espanha não só para apresentar a cultura portuguesa mas fundamentalmente para nos encontrarmos com a cultura espanhola", disse ontem João Rodrigues, o organizador do projecto Perfil de Portugal, que decorre em Madrid. "Haverá diversos encontros de escritores, historiadores, jornalistas e arquitectos espanhois com portugueses. E, por exemplo, no campo da música será um director espanhol, o do Teatro Real, que dirigirá a Orquestra Gulbenkian, encarregada de encerrar os actos". O centro deste programa será o Módulo de Portugal na Plaza de EspaÁa, "um sítio onde os madrilenos poderao deparar-se com as cores, os sabores e a cultura de Portugal", explicou Rodrigues. O Módulo será inaugurado hoje pelo primeiro-ministro António Guterres.

Os organizadores querem que este seja um programa para públicos amplos e explicam que o objetivo dos actos não é tanto o de apresentar a cultura portuguesa como de mostrá-la na sua actual modernidade. José Sasportes, ministro de Cultura português, afirmou querer "mostrar a cultura moderna, a música, a cozinha, enfim, tudo o que de moderno se faz no nosso país". Essa é a razão porque, por exemplo não se apresentou folclore.

Sasportes revelou ainda que os actos de Madrid - Perfil de Portugal - custarão cerca de 800 milhões de pesetas (quase um milhão de contos) dos quais cerca de 40 por cento serão pagos mediante o patrocinio de diversas empresas espanholas e portuguesas.

Um dos pilares das duas semanas de actos culturais será o Circulo de Bellas Artes de Madrid, uma das principais instituições culturais da cidade. Aqui terá lugar, por exemplo, o Encontro com a Literatura Portuguesa, com a presença de escritores como Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, Agustina Bessa-Luís ou Lídia Jorge. Haverá também uma livraria portuguesa e uma leitura pública dos Lusíadas. Por fim, haverá música e uma conferência sobre arquitectura por Álvaro Siza Vieira. Uma das curiosidades será o debate que vai reunir Agustina e a espanhola Margarita Rivierre, para falar sobre moda.(17.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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De mosteiro a "plateau"

No Museu de Alcobaça, património mundial classificado pela UNESCO, João Botelho filma adaptação de "Frei Luís de Sousa"

Se, no palco, Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, expoente máximo do drama romântico português, tem conhecido dezenas de encenações desde 1850, só em 1950 a peça foi adaptada ao cinema, no filme homónimo de António Lopes Ribeiro. E só 50 anos depois está para voltar aos ecrãs, em adaptação e realização de João Botelho, sob o título Quem És Tu? A efeméride é pura coincidência, as razões adianta-as o cineasta na entrevista que inserimos a seguir.

Quem És Tu?, produzido por 39 Degraus (de João Botelho) & Filmes do Tejo (produção executiva), tem direcção de fotografia do excelente Elso Roque, direcção artística de Sílvia Grabowski. No elenco, Patrícia Barbosa, vinda do teatro universitário e dum casting (Maria de Noronha), Suzana Borges (Madalena de Vilhena), Rui Morrison (Manuel de Sousa), José Pinto (Telmo Pais) e Francisco d'Orey (Romeiro). Não é por ser "Ninguém" que este não refere abaixo a sua personagem, mas porque ainda não filma quando vamos ao plateau, no Museu de Alcobaça, nos primeiros dias aí, após rodagem, a sul do Tejo, do prólogo Sonhos e Pesadelos Sebastianistas de Maria de Noronha.

Chegamos de Lisboa na quarta-feira à tarde, a par de Suzana Borges, Samora e Morrison. As cenas em curso desde segunda incluíam só José Pinto e Patrícia. As filmagens duram das 18 às seis da manhã, dado o impacte sonoro da Estrada Nacional, mesmo ao lado: até de noite, a assistente de produção fica em contacto, via walkie-talkie, com dois polícias que, no exterior, detêm o trânsito, sob indicação sua, quando o realizador (ou o assistente João Pedro Ruivo) ordena: "Silêncio, acção!"

Até ao jantar, na "cantina" sob um toldo no exterior do monumento, só há ensaios no refeitório do antigo mosteiro cisterciense, feito sala dos retratos da casa de D. João de Portugal, com toda a parafernália de projectores, cabos eléctricos, câmara, fixa ou a rodar no charriot, técnicos em movimento por todo o lado, Botelho orientando os actores ou observando-os no monitor vídeo. Repetições e repetições, como mais tarde, a repetir takes, quando já se filma. Pela meia-noite, Rui Morrison é quase Manuel de Sousa, falta acertarem-lhe o aperto do cinto, parece difícil. Rogério Samora, na improvisada sala de maquilhagem e cabeleireiro, entrega a cabeça à colocação do capachinho tonsurado de Frei Jorge, embora vista ainda "à civil". Como Suzana Borges, que vai observando tudo, só devendo entrar na função lá para as quatro horas.

Aguardam-se resultados, no primeiro trimestre de 2001, da terceira aproximação de João Botelho às matérias literárias, 20 anos após estreia na longa-metragem, em Conversa Acabada, baseado na relação entre Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.(16.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Procura-se quem faça obras nas Ilhas

Só com uma política de imigração será possível prosseguir o desenvolvimento da Madeira. A população está envelhecida

Madeira, que futuro? O presidente do Governo Regional tem reclamado vitória no desenvolvimento do arquipélago. "Demos a volta a isto!" vai afirmando Alberto João Jardim, que usa o exemplo: "Hoje, a Madeira, que deu emigrantes, está a receber imigrantes. Está cá gente de outros países a trabalhar porque, graças a Deus, à velocidade e ao ritmo a que tem crescido o nosso desenvolvimento há trabalho." De facto, para os próximos anos desenha-se um volume de obras significativo, mas existe um problema: falta gente para as executar. Nos programas eleitorais dos seis partidos concorrentes às eleições regionais ninguém se debruça sobre a falta de mão-de-obra e a necessidade de uma política de imigração. Os estudos mais recentes dizem-nos que a população madeirense envelhece a um ritmo acelerado. Se não forem tomadas medidas, há o risco de uma forte redução, a prazo, da população em idade activa (ver quadro sobre taxa de natalidade.)

Aumentam os idosos e, por isso, colocam-se cada vez mais desafios no campo social, com realce para a assistência e acompanhamento dos mais velhos, cuidados de saúde, custos sociais e habitação.

A imigração tem reflexos positivos e negativos. No primeiro caso, porque têm sido os imigrantes a alimentar o défice de mão-de-obra em vários sectores da economia, como a construção civil e turismo. Veja-se o alargamento do aeroporto e a construção de vias rápidas. No segundo caso, nota-se a ausência de uma política de inserção social desses trabalhadores. Para uma economia pequena e isolada como a da Madeira, onde o turismo, construção civil e obras públicas são um suporte de crescimento económico, a falta de mão-de-obra pode tornar-se, a prazo, uma forte condicionante do progresso das Ilhas. Como poderá a região aproximar-se da riqueza média europeia se lhe faltar a mão-de-obra essencial a esse desígnio? Renovando a população activa, mas como? Só com uma política de imigração e atraindo trabalhadores qualificados no Continente ou apelando ao regresso dos emigrantes madeirenses.(13.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Aposta na saúde e nas artes

Governo assumiu opção política clara pelo desenvolvimento destas áreas no ensino superior. O secundário é outra prioridade

O Ministério da Educação considera que a aposta no ensino básico já está consolidada e promete concentrar medidas e verbas no secundário. "É o nível de ensino que será dotado com o maior volume de recursos financeiros no âmbito do Prodep", frisou ontem o ministro Augusto Santos Silva, durante a apresentação das "Grandes Opções do Plano para a Educação em 2001". A tutela quer apostar também na educação de adultos, nas especializações tecnológicas adquiridas depois do 12.º ano e na complementariedade entre qualificações profissionais e académicas. No ensino superior, a relevância social das formações passa a ser um factor determinante na aprovação de novos cursos: "há uma opção política de aposta na saúde, nas artes e nas áreas tecnológicas", disse claramente Augusto Santos Silva.

Durante a apresentação das prioridades no ensino para o próximo ano, efectuada no Conselho Nacional de Educação (CNE), o ministro sublinhou ainda que "não é verdade que 100 por cento do financiamento das universidades públicas esteja a ser utilizado para pagar salários", em resposta às recentes queixas "localizadas" de responsáveis de faculdades e às acusações do ex-secretário de Estado do Ensino Superior do Governo PSD Pedro Lynce, actual membro do CNE. Afinal, "algumas instituições têm folgas de tesouraria superiores a outras", comentou Santos Silva, frisando que "o Ministério da Educação não tem relações bilaterais com as faculdades, mas sim com o Conselho de Reitores, com cada universidade ou politécnico" - um recado directo para responsáveis como o presidente do Conselho Directivo da faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que por várias vezes afirmou que o início do ano lectivo estava comprometido devido à falta de verbas. Especificando ainda mais, o ministro afirmou estar "certo" de que a instituição lisboeta encontrará formas de iniciar normalmente o ano lectivo.

Em relação ao Orçamento de Estado que aí vem, Augusto Santos Silva escusou-se a adiantar os números exactos do aumento, garantindo apenas que "as verbas vão crescer em termos líquidos - acima da inflação prevista". O plafond tradicional da Educação ronda os 1,2 milhões de contos, e o recado que fica é que agora é necessário parcimónia na gerência dos dinheiros. "Conseguimos um crescimento de um por cento nas despesas do PIB alocadas à educação, não podemos agora pedir que aumente outro tanto", referiu o ministro. Chegou a altura de "prestar contas deste dinheiro" à sociedade portuguesa.

Entre as grandes opções do Ministério para o próximo ano lectivo está o alargamento da oferta de cursos de curta duração em áreas como a literacia tecnológica, o domínio instrumental da língua materna e da matemática. Augusto Santos Silva foi mesmo buscar a analogia dos concursos televisivos - e do "Big Brother" muito em particular - para dizer que "temos de convencer as pessoas a investir nelas próprias através da educação e formação, não é preciso desvendarem a sua intimidade nem expor os sentimentos mais baixos para ganhar dinheiro".

O ministro levantou também um pouco o véu sobre as esperadas mudanças nos concursos de professores, para dizer que um dos pontos em discussão é a necessidade de assegurar informação rápida e fiável sobre a colocação dos candidatos a cada área de ensino - "se as pessoas tiverem informação podem fazer escolhas". É também necessário "saber qual a produtividade e utilidade de investir milhões de contos em estágios de formação profissional que criam expectativas que poderão não ser cumpridas".(12.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Livro sobre os portugueses no Vietname será lançado nos EUA

No dia 18 de Novembro, no Centro Comunitário Amigos da Terceira, em Rhode Island (EUA), será apresentado o livro Portugueses na Guerra do Vietname, numa iniciativa da editora da diáspora Peregrinação Publications. O livro é da autoria de Adalino Cabal, ex-combatente no Vietname, e Eduardo Mayone Dias, professor. A obra, composta por 16 entrevistas, fala das emoções, medos e traumas de emigrantes que, por estarem radicados nos EUA, combateram naquela guerra. Os entrevistados são, na sua maioria, oriundos de ambientes rurais, que chegaram à América na adolescência e foram "apanhados" pelo conflito bélico entre os 19 e os 22 anos. O livro, onde se confirmam muitas situações de pós-stress traumático de guerra, demorou dez anos até ficar pronto. No dia 18 de Novembro realizar-se-á também um convívio de veteranos portugueses de várias guerras.(10.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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A cultura açoriana sem fronteiras

O lançamento da tradução em inglês de "Mau Tempo no Canal" foi um ponto alto das I Jornadas de Cultura Açoriana

O lançamento da tradução inglesa de Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio, no Brightridge Clube, em East Providence, foi um dos momentos mais destacados das I Jornadas de Cultura Açoriana, em Rhode Island, que encerraram ontem e tiveram a participação de intelectuais, de emigrantes e de descendentes de emigrantes que residem nos Estados Unidos, nos Açores e em Lisboa.

Esta tradução, feita por Francisco Fagundes, docente da Universidade de Massachusetts-Amherst representa um contributo fundamental para a comemoração do centenário do nascimento de Vitorino Nemésio, que decorrerá no próximo ano. A divulgação em inglês de Mau Tempo no Canal projecta, numa das principais línguas de comunicação mundial, uma das maiores obras de um dos maiores escritores e poetas portugueses.

A Nova Inglaterra é um espaço de forte implantação de luso-americanos: 45 por cento da população de Rhode Island é de raiz portuguesa, enquanto dez por cento de Massachusetts também é da mesma origem. Ainda deverá salientar-se que parte bastante consideravel é açoriana.

No Brightridge Clube, decorado por Albano Garcia, destacavam-se fotografias de paisagens, monumentos e manifestações de cultura popular da autoria de Vítor Nobrega e João Carlos Tavares. A direcção da Casa dos Açores em Providence, que promoveu estas I Jornadas de Cultura Açoriana, é presidida por João Carlos Tavares, representante da Lusa em Rhode Island, e dela também fazem parte, entre outros, Onésino Teotónio de Almeida, professor da Universidade de Brown, João Luís Morgado Pacheco, Vergílio Marcos, João de Sousa, Rodrigo Machado e Dinis Paiva.

No Brightridge Clube usou da palavra José Francisco Costa sobre a tradução do Mau Tempo no Canal e a acção universitária realizada por Francisco Fagundes nos Estados Unidos. Mas falou igualmente Frank de Sousa, professor da Universidade de Dartmouth, a propósito da comunidade portuguesa na Nova Inglaterra.

Refira-se, a propósito, que a Universidade de Dartmouth-Massachusetts (onde lecciona Frank de Sousa) possuía um Centro de Estudos Portugueses que acaba de ser transformado em departamento com, entre outras funções, difundir a cultura e a língua portuguesas. Decorreu, a 6 de Junho deste ano, a formalização do pedido de apoio à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

O presidente da instituição, Rui Machete, comprometeu-se a dar andamento à solicitação apresentada e, a 26 de Setembro, aprovou uma contribuição financeira para viabilizar a criação e o funcionamento do departamento.

Podemos informar, com elementos obtidos nos Estados Unidos, que a FLAD concedeu, na modalidade de matching grand, 200 mil dólares. A atribuição será faseada em três anos: 75 mil dólares ainda este ano; 75 mil dólares no primeiro semestre de 2001; e os restantes 50 mil no primeiro semestre de 2002.

Deste modo, a Universidade de Dartmouth-Massachusetts conseguiu que o seu Centro de Estudos Portugueses fosse elevado a departamento, adquirindo um estatuto que também já existe na Universidade de Brown, em Rhode Island, e na Universidade de Santa Barbara, na Califórnia.

Houve um ciclo de comunicações no Centro Cultural Mariense que mobilizou emigrantes de Rhode Island, de Massachusetts e de outros estados, incluindo a Califórnia, no outro lado da América - quase tão distante como dos Açores - assinalando-se, nomeadamente, a presença do padre José Ferreira, natural da Ribeira Grande, e que adoptou o nome literário de Ferreira Moreno. Mantém, há mais de 40 anos, uma colaboração activa nos jornais e outros órgãos de comunicação social dos Estados Unidos e da região dos Açores. Sempre presente, José Brites, director da Editorial Peregrinação, que acaba de lançar um relato de portugueses, muitos dos quais de origem açoriana, que combateram no Vietname.

"A construção do nome açoriano" foi o tema da primeira intervenção proferida por Jorge Forjaz. A propósito, referiu que no século XV, aquando do povoamento dos Açores, já se encontrava definido nas várias regiões do país o nome português. Através de um aprofundamento histórico e genealógico, demonstrou como se verificaram as transformações dos nomes no arquipélago e na diáspora, "fruto de um caldo de culturas que é indissociável da própria história dos Açores".

Outro tema, apresentado por Alamo Oliveira, foi "O culto do Espírito Santo", que se tem manifestado através dos tempos, nas mais diferentes circunstâncias, em todas as ilhas e nas comunidades da emigração. Relatou sucessivos conflitos, alguns deles muito graves, entre as autoridades eclesiásticas e as irmandades desde 1560, com o bispo Jorge Santiago, e até 1959, com o bispo Manuel Afonso de Carvalho. Apesar de tudo - acentuou - o culto do Espírito Santo nos Açores ou com a participação de açorianos coloca-nos perante "uma das mais conseguidas relações entre o homem e o sagrado".

Falou Victor Rui Dores sobre "Cultura e linguagem popular açorianas", ilustrando a comunicação com exemplos do cancioneiro, do romanceiro e do adagiário. Mencionou também alcunhas, fraseologia, pronúncias e sotaques das nove ilhas para concluir que existem peculiaridades significativas. Ao longo de cinco séculos - afirmou - "nós, os açorianos, não só assimilámos e adaptámos, mas criámos uma expressão própria de linguagem e de cultura".

A última intervenção foi do autor desta reportagem e subordinada ao título "A vocação universal do homem açoriano". Parafraseando Camões ao escrever n'Os Lusíadas que o português "deixou a vida pelo mundo em pedaços repartida", pormenorizou-se, com inumeras referências, que desde o século XVI até aos nossos dias os açorianos, uns anónimos, outros com grande evidência cultural e social, revelaram numa dimensão plenetária um raro poder de intervir no encontro de civilizações e de culturas.(9.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Estes malditos "têpêcês"

Berros, choros, desespero, frases ditas sem pensar, logo seguidas de um arrependimento angustiante. É um drama diário e familiar. E a culpa destes conflitos é dos trabalhos de casa

Se um dia chegar a casa e o seu filho estiver com um sorriso de orelha a orelha é provável que o motivo seja o facto de a professora não ter marcado trabalhos de casa. Se, pelo contrário, à noite forem todos zangados para a cama é porque a coisa correu mal. Houve berros, choros, desespero, frases ditas sem pensar, logo seguidas de um arrependimento angustiante. "Eu não sou burro", dizem as crianças, entre soluços. Pois claro que não, a culpa é dos trabalhos para casa, vulgarmente designados TPC, que são muitas vezes feitos à noite quando já estão todos tão cansados. Conhece este drama? O DN foi falar com alguns pais e percebeu que a situação é mesmo esta: um drama.

Quando as crianças entram no 1.º ciclo do ensino básico começa o estudo a sério e se já têm dificuldades em concentrarem-se na escola então em casa é ainda mais difícil. Vão adiando, adiando e há sempre outras coisas mais importantes para fazer, como ver os desenhos animados, estrategicamente programados para as horas em que eles estão disponíveis. E à medida que vão avançando na escola, fica ainda mais complicado porque há mais disciplinas. Como se já não bastassem os deveres de matemática, ciências e inglês, contava ao DN Isabel Maia, mãe de uma menina a frequentar o 5.º ano, "há pouco tempo descobri que ela não sabia fazer a cambalhota e tive de lhe ensinar no corredor, imagine".

O Marcelo anda no 5.º ano e, também ele, guarda sempre os TPC para o fim do dia, quando a mãe chega. "É por preguiça, porque ele até é bom aluno", garante a mãe, Alexandra Mendes. "Já cheio de sono, troca tudo e acabo por perder a paciência", conta. Como o ano está no início os deveres ainda não são muitos, mas no ano passado era complicado: "Às vezes, como não tinha tempo, dava-lhe logo a resposta e era isso que ele queria. Outras vezes para não haver problemas nem berros, acabava por desistir. A professora estava avisada e ele ficava a fazê-los no intervalo."

Com os mais pequeninos o problema é semelhante. Mas nestes casos, diz António Fernandes, cujo filho frequenta o 3.º ano, "é um drama para os pais, eles só se apercebem quando perdemos a cabeça e nos exaltamos". Mais do que questionar a pertinência dos TPC, este pai considera que a questão se coloca no conteúdo, é que "muitos são perfeitamente disparatados", como dizerem aos miúdos para passarem na junta de freguesia e pedirem o mapa de Lisboa, quando à hora a que os pais chegam as juntas já estão encerradas. A semana passada, conta, o título do trabalho era "pesquisa para casa sobre o 5 de Outubro". Um trabalho para crianças de oito anos que "nem sequer sabem o conceito de monarquia e de república". Ao pedirem isto, acrescenta António Fernandes, as escolas "estão a despejar nas famílias a função de pedagogos".

A Ana Paula considera que os TPC são importantes "até para responsabilizar e habituar as crianças a estudar, mas não pode ser um sacrifício tão grande que provoque choros". O fim do dia ou o princípio da noite são sempre problemáticos, diz. O Francisco anda no 2.º ano e, "como ainda não se sente autónomo espera pelos pais para fazer os trabalhos". Às vezes é muito tarde, ele está cheio de sono e em vez de choros e berros a alternativa é "escrever um bilhete à professora".(8.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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IDE em Portugal caiu 75% em 99

O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal sofreu uma quebra homóloga de 75% em 1999 segundo o relatório «World Investment Report», das Nações Unidas.

Em 1999, entraram em Portugal investimentos na ordem dos 570 milhões de dólares (cerca de 129 milhões de contos), ou seja, um quinto dos investimentos feitos por estrangeiros em Portugal em 1998. Esta tendência é contrária à verificada no conjunto da União Europeia (UE), onde se assistiu a uma progressão média do IDE de 22,7%. Em 1999, o IDE não representou mais do que 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), quando um ano antes, detinha um peso de quase 3%.

O IDE, com origem em Portugal e deslocado para o exterior, também registou uma queda face ao ano precedente, embora mais ligeira, de 7,7%, o que compara com o aumento de quase 20% verificado na UE.

Apenas os fluxos oriundos de Portugal destinados a acções estrangeiras cresceram 4,2%, ficando, apesar de tudo, muito aquém da progressão média dos países da UE, de 21,7%. A maioria do IDE foi feita em países desenvolvidos, que receberam cerca de três quartos do total, com uma variação homóloga que duplica a dos países em desenvolvimento. Esta é uma tendência dos últimos anos: em 1994, 40% do IDE destinava-se aos países em desenvolvimento ao passo que em 1997 este número caiu para os 38% e, em 1999, para os 24%.

A União Europeia recebeu cerca de 35% dos investimentos efectuados em 1999, enquanto os Estados Unidos arrecadaram 32%.

A Espanha, por exemplo, recebeu investimentos superiores ao IDE deslocado para todo o continente africano, inferior a 9 mil milhões de dólares.

Na UE, o Reino Unido destaca-se como o país que mais capitais expatriou e recebeu e, pela primeira vez, conseguiu substituir os EUA como o principal destino dos investimentos internacionais.

Os investimentos no Japão quadriplicaram ao passarem de 3 mil milhões de dólares em 1998 para 13 mil milhões no ano passado.

O relatório da UNCTAD (United Nations Conference on Trade and Development) prevê que o montante total de IDE ultrapasse a fasquia de um bilião de dólares (227 mil milhões de dólares).(5.10.00/Fonte : Diário económico)

 

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Caixa Galicia vai investir 7,2 milhões em Portugal

Sessenta balcões, correspondentes a 7,2 milhões de contos de investimento, é o objectivo até 2010 da Caixa Galicia para o mercado português. Crédito ao promotor imobiliário e crédito hipotecário serão as duas grandes apostas da instituição galega de poupança, que vai privilegiar, no capital de risco, os investimentos nos sectores agro-alimentar, telecomunicações e celuloses. As previsões deste banco espanhol para Portugal são de um volume de negócios de 355 milhões de contos em 2008.

Com 660 balcões em Espanha, a Caixa Galicia inicia, agora, o processo de forte incursão no mercado nacional. Três balcões estão já em funcionamento (Porto, Lisboa e Valença), e quatro serão inaugurados no início do próximo ano (Viana do Castelo, Braga, Maia e Vila Nova de Gaia), bem como a sede central em Lisboa. A expansão será obtida por crescimento orgânico, mas não está posta de lado a hipótese de aquisição de redes de balcões de outros bancos, tal como aconteceu em Espanha com o BNP. "Se houver oportunidades interessantes aproveitamo-las", frisou ontem Mendez López, presidente da Caixa Galicia, na inauguração da sucursal portuense.

Diferenciação nos preços - leia-se taxas -, qualidade, serviço e rapidez de resposta são os quatros pilares da estratégia de ataque delineada pela caixa para Portugal. Promete "uma banca agressiva" para conquistar quota de mercado. Os seus alvos iniciais serão os clientes espanhóis com negócios no mercado português.

A Caixa Galicia gerou em Espanha, de Janeiro até 31 de Agosto, um volume de negócios de quatro mil milhões de contos, a que corresponde um crescimento de 14 % em relação a igual período de 1999. O investimento aumentou quase 19 %, cifrando-se em 2,7 mil milhões de contos. A taxa de crédito malparado da instituição cifrava-se em 0,62 %.(4.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Inflação ao pior nível de 96

A taxa homóloga de Setembro deverá chegar aos 3,6 %, diz a DGCC, o maior aumento dos últimos quatro anos. O valor médio passa para 2,5 %

O cabaz de preços no consumidor aumentou 0,1 % em Setembro, de acordo com as estimativas da Direcção-Geral do Comércio e Concorrência (DGCC), atirando a taxa de inflação homóloga para 3,6 %, o valor mais alto dos últimos quatro anos. A última vez que a taxa homóloga mensal atingiu este valor foi em Julho de 96.

Com o aumento de 0,1 % dos preços em Setembro, a taxa de inflação média, que serve de base às negociações salariais, aumenta para 2,5 %. De acordo com os últimos dados oficiais do INE, em Agosto os preços aumentaram 0,1 % relativamente ao mês anterior, a taxa homóloga foi de 3,5 % e a média de 2,3 %.

A confirmarem-se as estimativas da DGCC para Setembro, ainda que os preços fossem congelados, chegaríamos ao final do ano com uma inflação média anual de 2,7 %, o nível que o Governo já admtiu na última revisão.

Se os preços no último trimestre aumentarem ao mesmo ritmo de 99, a taxa de inflação média em Dezembro ficará nos 2,9 %, segundo cálculos elaborados pela agência Lusa.

A DGCC justitica o acréscimo de 0,1 % com a evolução dos preços dos produtos alimentares, que subiram 0,1 %, dos hotéis, cafés e restaurantes (0,3 %) e da saúde e educação (0,2 %). Pelo contrário, os custos com vestuário e calçado baixaram 0,9 %.(4.10.00/Fonte : Diário de notícias)

 

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Saramago publica primeira obra pós-Nobel

Fonte da editora “Caminho”, informou, hoje, que vai publicar, no dia 16 de Novembro, a primeira obra escrita por José Saramago depois de ter sido galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, informou a Agência Lusa.

A obra, intitulada “A Caverna”, já estava a ser trabalhada quando o escritor português recebeu a distinção da Real Academia Sueca, e é inspirada na célebre “Alegoria da Caverna”, de Platão.

Devido à sua condição de Prémio Nobel, da qual resultaram inúmeras solicitações de ordem diversa, Saramago teve de atrasar por várias vezes a conclusão e publicação desta sua obra, que segundo fonte da Caminho será editada na penúltima semana de Novembro, em Lisboa, com a presença do autor.

Antes de "A Caverna", a última obra publicada por José Saramago foi o quinto volume de "Cadernos de Lanzarote", editada no mesmo ano em foi laureado com o Prémio Nobel.(3.10.00/Fonte : Eronotícias)

 

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Sonae.com associa-se à France Télécom para telemóveis no Brasil

A Sonae.com vai associada à France Télécom aos concursos de atribuição de licenças móveis de Banda C no Brasil, apurou o Diário Económico.

A intenção da Sonae.com de concorrer a estas licenças já tinha sido anunciada por Belmiro de Azevedo, numa entrevista à Gazeta Mercantil, não tendo adiantada a identidade dos parceiros.

A France Télécom foi a escolha da Sonae.com, estendendo para o Brasil uma parceria que em Portugal já se passa ao nível da Optimus. Definida esta parceria, a Sonae.com vai agora definir os sócios brasileiros que integrarão o consórcio para concorrer a uma licença na Banda C (1800 Mhz) no mercado brasileiro.

A região prioritária para entrar no negócio das telecomunicações no Brasil é a mesma do negócio da distribuição, já que há sinergias que daí podem advir, nomeadamente na venda de equipamentos na cadeia de supermercados e hipermercados.

As candidaturas têm de ser entregues à Anatel dentro de cerca de um mês, decorrendo os leilões em Janeiro do próximo ano. O prazo limite para a entrada em funcionamento é dia 9 de Junho de 2001. Cada licença deverá custar cerca de 200 milhões de contos.

A parceria entre a Sonae.com e a France Télécom foi negociada autonomamente para o mercado brasileiro e para o português. A operadora francesa detém 15% da Optimus, o que lhe garante um lugar na administração, e está presente no Brasil através da Intelig, a empresa espelho da Embratel que recebeu a licença em Janeiro de 1999 para operar os serviços internacionais e de longa distância. A France Télécom já instalou uma rede de 60 mil quilómetros, que liga 37 cidades.(2.10.00/Fonte : Diário Económico)

 

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