Redes de alta velocidade já chegam a seis milhões
de casas

Dos cerca de seis milhões de
alojamentos residenciais e não residenciais cabladas com rede de
alta capacidade, 5,8 milhões são já servidas por fibra ótica,
mais 4,4% do que no primeiro trimestre de 2021.
Cerca de 5,9 milhões de alojamentos residenciais e não
residenciais estavam cablados com redes fixas de alta velocidade
no final do primeiro trimestre. Esta é uma estimativa da
Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) que consta no
relatório "Redes e serviços de alta velocidade em local fixo -
1.º trimestre de 2022". A cobertura das redes de alta velocidade
atinge os 92,5%, em Portugal. O governo já anunciou que vai
assumir o financiamento na implementação de redes de capacidade
muito elevada nas zonas desfavorecidas (zonas brancas), para
elevar a percentagem de cobertura.
De acordo com a Anacom, a Área Metropolitana de Lisboa e as
regiões da Madeira e dos Açores registavam índices de cobertura
"superior à média nacional". Por outro lado, até março, o maior
crescimento do número de alojamentos cablados verificou-se no
Algarve (+5,7%), Centro (+5,2%), Norte (+3,4%) e Alentejo
(+3,2%), regiões "onde a cobertura de redes de alta velocidade
se aproximou da média nacional". Mais de 66% dos novos lares e
estabelecimentos com redes de alta velocidade "foram
efetivamente utilizados para prestar serviços a clientes
residenciais e não residenciais".
Das cerca de seis milhões de casas residenciais e não
residenciais cabladas com rede de alta capacidade, 5,8 milhões
são já servidas por fibra ótica, mais 4,4% do que no primeiro
trimestre de 2021. Aliás, a cobertura de casas com fibra ótica
já supera os 90%.
No entanto, "a proporção de alojamentos e estabelecimentos
cablados com fibra ótica efetivamente utilizados [apenas]
atingiu os 46,5% no final do primeiro trimestre de 2022".
No
final do primeiro trimestre, "o número de clientes residenciais
de serviços de alta velocidade em local fixo atingiu 3,4
milhões, mais 7,6% do que no mesmo período do ano anterior" e,
segundo a Anacom, "nove em cada dez novos clientes contrataram
um serviço suportado em redes de fibra ótica".
Atualmente, a percentagem de famílias que dispõem de serviços
suportados por redes de alta velocidade ascende a 80,7%. Por
região, em Lisboa (94,7%), Açores (89,7%) e Madeira (88,5%)
"registaram-se penetrações acima da média", ao passo que as
regiões Algarve (80,7%), Norte (77,1%), Centro (72,0%) e
Alentejo (62,9%) têm níveis mais baixos, embora tenham crescido
"acima da média nacional".
"As assimetrias regionais têm vindo a esbater-se", afirma o
regulador liderado por João Cadete de Matos.
Governo assume responsabilidade
de acabar com zonas brancas
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou em
maio, aquando do congresso das comunicações da APDC, que o
Estado vai assumir o financiamento na implementação de redes de
comunicações de alta capacidade e que o concurso público para
cobrir as zonas brancas (zonas sem cobertura ou com cobertura
insuficiente) será lançado este ano.
O concurso com o objetivo de implementar redes nas zonas brancas
deverá ser lançado nos últimos três meses.
"O setor das comunicações tem sabido responder às necessidades
dos cidadãos e das empresas, investindo e dando o seu contributo
para essa rápida transição digital" e "Portugal é, sabemos, um
dos países da União Europeia com maior taxa de cobertura de
redes fixas de capacidade muito elevada", afirmou, então, o
ministro. "Portugal é, sabemos, um dos países da União Europeia
com maior taxa de cobertura de redes fixas de capacidade muito
elevada", acrescentou.
"No entanto, passados 15 anos após o início do investimento, o
país ainda não está totalmente coberto", lamentou o governante,
defendendo que "estas redes de capacidade muito elevada, que são
já uma realidade nas áreas urbanas, têm de chegar também aos
territórios do interior e de baixa densidade, por respeito das
suas populações e valorização das suas empresas".
A importância do acesso a estas redes, apontou Pedro Nuno
Santos, "justifica que o governo tenha assumido o compromisso
claro de promover o acesso de todos às infraestruturas digitais
de que necessita para viver e trabalhar".(26.06.22/Fonte:
DinheiroVivo)
Exportações aceleram e crescem 17% em Abril
Entre Janeiro e Abril de 2022, as
exportações totalizam 24.451 milhões de euros, mais 18% do que
no ano passado. Já as importações aumentaram quase 35% nesse
período.
As exportações de bens realizadas por Portugal aceleraram em
Abril e aumentaram mais de 17%, enquanto as importações
cresceram perto de 30%, taxa de variação que representa uma
ligeira desaceleração face ao mês anterior, mas que, ainda
assim, se mantém muito acima do aumento das exportações. Os
dados foram publicados nesta quinta-feira pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), que indica que o défice da
balança comercial se agravou, assim, em mais de mil milhões de
euros.
Em Abril deste ano, segundo os dados do INE, Portugal exportou
6246 milhões de euros em bens, valor que representa um aumento
de 17,3% face ao mesmo mês do ano passado. No acumulado dos
quatro primeiros meses de 2022, as exportações totalizam 24.451
milhões de euros, mais 18% do que se registava em igual período
do ano passado.
á as importações totalizaram 8691 milhões de euros no mês em
análise, um aumento de 29,2% face a Abril de 2021. Este valor
eleva para 33.570 milhões de euros o montante total de
importações de bens feitas por Portugal no conjunto dos quatro
primeiros meses do ano, o que corresponde a um aumento de quase
35% em relação ano passado.
O défice da balança comercial fixou-se, assim, 2445 milhões de
euros em Abril, um agravamento de 1039 milhões de euros face a
Abril do ano passado, mas uma ligeira melhoria em relação ao
défice de 2461 milhões que era registado em Março deste ano.
Importações de combustíveis mais
do que duplicam
A explicar o crescimento das exportações e das importações está,
sobretudo, a componente de combustíveis e lubrificantes, numa
altura em que os preços do petróleo têm mantido uma tendência de
aumento acentuado nos mercados internacionais.
“Nas exportações de Abril de 2022, face ao mesmo mês de 2021,
salientam-se os aumentos de fornecimentos industriais (+26,7%) e
de combustíveis e lubrificantes (+95,5%), ambos principalmente
para Espanha. Em sentido contrário, destaca-se o decréscimo nas
exportações de material de transporte (-8,2%), sobretudo para
Espanha e Reino Unido”, indica o INE.
O mesmo se verificou na compra de bens. “Nas importações de
Abril de 2022, face a igual mês de 2021, salientam-se o
acréscimo de combustíveis e lubrificantes (+128,4%), em parte
reflectindo a subida dos preços, e o aumento de fornecimentos
industriais (+29,7%), ambos provenientes principalmente de
Espanha”, detalha o INE.
Considerando o conjunto dos quatro primeiros meses deste ano,
Portugal já importou um total de 5351 milhões de euros em
combustíveis e lubrificantes, o que também representa um aumento
de 128% em relação a igual período do ano passado.
Comércio com Reino Unido e França
derrapa
Na análise por parceiros comerciais, o INE destaca que os
maiores crescimentos se verificam na relação com Espanha, onde
se registam aumentos de 17% das exportações e de 33% das
importações.
Em sentido contrário, as exportações para o Reino Unido
derraparam mais de 13% em Abril, tendo sido este o único país
entre os principais clientes de Portugal a registar uma queda
das exportações no mês em análise. Já as compras feitas por
Portugal a França recuaram perto de 13% em Abril, essencialmente
devido à quebra nas importações de material de transporte.(09.06.22/Fonte:
Público)
Empresa aeroespacial Tekever produz primeiro
radar de abertura sintética em Portugal
Com este equipamento, segundo o
presidente executivo da Tekever, Ricardo Mendes, é possível
observar, por exemplo, "através das nuvens ou através das
folhagens das árvores [zonas florestais] ou no mar".
A empresa aeroespacial
Tekever está a desenvolver o primeiro radar de abertura
sintética produzido em Portugal, equipamento que tem como
objetivo capacitar a indústria para a observação e vigilância
terrestre e marítima, foi divulgado esta sexta-feira.
O projeto, que teve início há cerca de cinco anos, contou com
vários parceiros, sendo um dos principais a
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
"Com um radar de abertura sintética nós conseguimos na mesma
produzir imagens, mas numa gama de sequências diferentes, que
nos permite ver coisas que uma câmara de infravermelhos não nos
permite ver", explicou o presidente executivo da Tekever,
Ricardo Mendes, em declarações à agência Lusa.
Com este equipamento, segundo o responsável, é possível
observar, por exemplo, "através das nuvens ou através das
folhagens das árvores [zonas florestais] ou no mar".
"É uma tecnologia que já existe, é bastante rara, são poucos os
produtores mundiais deste tipo de tecnologia", acrescentou.
Uma parte deste projeto da Tekever, que trabalha na área de
rádios definidos por software e é também uma das maiores
produtoras de 'drones', foi desenvolvido no interior do
microssatélite português Infante.
Com uma tecnologia base "muito complexa", estes equipamentos que
podem ser produzidos de várias formas e características, podem
ter um custo, segundo Ricardo Mendes, de "cerca de meio milhão
de euros, até aos vários milhões de euros".
O CEO da Tekever sublinha que este tipo de equipamento permite
observar situações que "não são visíveis a olho nu, nem com uma
câmara térmica", sendo os mesmos formados por várias versões e
objetivos e atingir.
O mercado do espaço, dos `drones´ ou aviões, são os setores que
a empresa pretende conquistar ao produzir os radares de abertura
sintética.
"No espaço, estes equipamentos vão ser integrados em satélites
para fazer observação da terra. Este equipamento poderá também
ser usado na vigilância marítima", disse.
"Este é um sensor excelente para proteger, vigiar, evitar e
ajudar a prevenir casos de contrabando, no fundo atividades
ilegais no mar", acrescentou.
Através deste tipo de equipamento, é também possível detetar
matérias na superfície da água, difíceis de detetar a olho nu,
como por exemplo manchas de óleo e, ao mesmo tempo, classificar
que tipo de matéria se encontra naquele espaço.
Já na área da floresta, o equipamento poderá detetar através das
copas das árvores a existência de movimentações, situação que
poderá contribuir para evitar furtos de madeiras mais valiosas.
"Num drone, nós conseguimos ver cerca de 20 a 40 quilómetros
para cada lado, com as antenas do radar, depende da altura a que
estamos a voar. Se estivermos a voar a oito mil pés, conseguimos
ver seguramente mais de 30 quilómetros para cada lado, estamos
assim a varrer uma faixa de 60 quilómetros", explicou.
A empresa Tekever, com unidades em Ponte de Sor, Caldas da
Rainha, Porto e Lisboa, já está a comercializar este equipamento
para a área espacial, nomeadamente para constelações de
satélites e indústria aeronáutica.(03.06.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
20% dos ligeiros de passageiros novos em Portugal
já são PHEV ou 100% elétricos
Até abril, 20% dos automóveis
ligeiros de passageiros vendidos em Portugal são elétricos ou
PHEV. Desta percentagem, 10% é mesmo 100% elétrica.
A Associação de
Utilizadores de Veículos elétricos (UVE) acaba de analisar
as estatísticas de vendas de veículos elétricos novos em
Portugal, apontando para um total de 1.159 BEV comercializados e
1.221 Híbridos Plug-in (PHEV) entregues, o que representa um
acumulado de BEV + PHEV de 2.380 veículos elétricos vendidos em
abril de 2022.
"Os veículos 100% elétricos registaram assim uma queda de 38,4%
face ao mês de março de 2022, mas consolidaram a trajetória de
crescimento com um aumento de 23,2% em relação ao mês homólogo,
tendo-se vendido mais 218 unidades em abril de 2022 do que em
abril de 2021", refere a UVE.
Em relação aos veículos elétricos híbridos plug-in a queda em
relação ao mês de abril de 2022 foi de 6,3% e em relação ao mês
homólogo a queda cifrou-se em 13,4%.
No conjunto das duas categorias de veículos elétricos (BEV+PHEV)
a queda face a março de 2022 foi de 25,3% tendo, no entanto,
registado uma variação homóloga positiva de 1,2% face a abril de
2021.
A UVE refere ainda que, em relação à totalidade do mercado
automóvel, as vendas de novos veículos ligeiros de passageiros
com motores de combustão interna continuam a registar perdas
sucessivas tendo caído 18,1% este mês de abril, acumulando
perdas de 2,9% desde o início do ano de 2022.
"Com a generalidade do mercado automóvel de ligeiros de
passageiros a cair, pela falta de componentes, transversal à
generalidade das marcas, ou pelas interrupções nos transportes
marítimos, os veículos elétricos têm consolidado a sua quota de
mercado, com uma quota mensal de 17,9% e uma quota anual de
20,9%, o que quer dizer que, este ano de 2022, um em cada cinco
automóveis ligeiros de passageiros vendidos em Portugal é
elétrico!", 100% elétrico ou PHEV, realça a UVE.
"Embora este mês de abril as quedas nas vendas de novos ligeiros
de passageiros tenham sido transversais a todas as categorias,
os veículos elétricos caíram menos do que os veículos com
motores de combustão interna, -4.5% versus -18.1%, mantendo e
consolidando a sua presença no mercado automóvel nacional",
refere a associação a partir da análise aos dados das vendas.
Quando analisamos exclusivamente os veículos 100% elétricos,
verificamos que "um em cada dez ligeiros de passageiros vendidos
em Portugal já é 100% elétrico durante o ano de 2022, embora
tenha tido um ligeiro retrocesso em abril onde registou uma
quota de mercado de 8,1%", afirma a UVE.
"Os veículos 100% elétricos (BEV) representam a única categoria
com crescimento em todos os primeiros quatro meses do ano,
terminado o período com um crescimento invejável de 88,1%",
observa a associação. Se considerarmos todas as categorias de
BEV (e não apenas os ligeiros de passageiros, o crescimento
acumulado em 2022 dos 100% elétricos é de 113,1%.(26.05.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Duas fábricas espanholas de produção de cerveja
vão instalar-se na Guarda
Segundo o autarca da Guarda,
Sérgio Costa, o executivo municipal decidiu hoje alienar quatro
lotes de terreno da Plataforma Logística a um grupo de empresas
de origem espanhola para instalação de duas fábricas de produção
de cerveja.
Duas fábricas espanholas de cerveja vão instalar-se na
Plataforma Logística da Guarda, prevendo realizar um
investimento global de 23,4 milhões de euros e criar, no
arranque, 75 postos de trabalho, anunciou hoje o presidente da
Câmara Municipal.
Segundo o autarca da Guarda, Sérgio Costa (Movimento Pela
Guarda), o executivo municipal decidiu hoje alienar quatro lotes
de terreno da Plataforma Logística a um grupo de empresas de
origem espanhola para instalação de duas fábricas de produção de
cerveja.
"Estamos a falar num investimento muito avultado. Estamos a
falar na potencialidade de um investimento de 23,4 milhões de
euros", disse Sérgio Costa aos jornalistas no final da reunião
quinzenal do executivo.
O responsável adiantou que as empresas de produção de cerveja,
cujo nome não mencionou, "estão a querer alicerçar esse
investimento através dos fundos comunitários".
Referiu que, no seu arranque, as duas empresas "irão ter 75
postos de trabalho, podendo chegar até 90 a 100 postos de
trabalho no futuro".
"É desta forma que nós trabalhamos para o futuro da Guarda,
fazendo o trabalho da formiga, para que nós possamos,
naturalmente, poder anunciar depois à Guarda estes investimentos
e a aprovação deste pedido que as empresas nos formularam por
escrito", declarou Sérgio Costa.
O presidente da autarquia da cidade mais alta do país adiantou
que, nos últimos meses, decorreram "algumas conversas" e
"algumas negociações" que culminaram com a proposta de alienação
dos quatro lotes de terreno que hoje foi decidida, "para que no
futuro próximo possam, naturalmente, iniciar os seus projetos e
as suas obras".
A Plataforma Logística da Guarda, edificada perto da localidade
de Gata, nas proximidades da cidade, é uma plataforma
transfronteiriça inserida na Rede Nacional de Plataformas
Logísticas, contemplando áreas de transportes/logística,
localização empresarial, inovação tecnológica e de apoio e
serviços.
A plataforma representou um investimento de 34 milhões de euros
e é considerada um "projeto âncora" para o desenvolvimento
empresarial e económico da região, disponibilizando um total de
196 lotes.
No complexo empresarial estão instaladas várias empresas e um
Parque TIR para apoio ao transporte internacional rodoviário de
mercadorias.
O executivo municipal presidido por Sérgio Costa também
deliberou, entre outros assuntos, adquirir um imóvel na vila de
Gonçalo para instalar o futuro Centro de Interpretação da
Cestaria, que será "um espaço multifacetado".
"É essa uma velha ambição das gentes de Gonçalo, é essa uma
velha ambição do município, mas que nunca ninguém teve a coragem
de o querer fazer", assumiu o autarca.(23.05.22/Fonte:
Jornal de Negócios)
Portugal tem o maior crescimento económico da UE
no 1º. trimestre
O crescimento homólogo do Produto
Interno Bruto (PIB) acelerou na zona euro para os 5,1%.
A economia da zona euro cresceu 5,1% no primeiro trimestre e a
da UE 5,2%, com Portugal a registar a maior subida homóloga do
PIB (11,9%) entre os Estados-membros, segundo o Eurostat.
Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo serviço
estatístico da União Europeia (UE), o crescimento homólogo do
Produto Interno Bruto (PIB) acelerou na zona euro para os 5,1% e
no bloco europeu para os 5,2%, depois de terem avançado,
respetivamente 4,7% e 4,9% no trimestre anterior.
Na variação em cadeia, o PIB cresceu 0,3% na zona euro (em linha
com os últimos três meses de 2021) e 0,4% na UE (uma ligeira
baixa face aos 0,5% do período anterior.(17.05.22/Fonte:
TSF)
Portugueses com menos de 10% do rendimento após
pagarem contas
25% dos portugueses inquiridos
afirma pedir dinheiro emprestado mensalmente, revela estudo da
Intrum..
ACerca de 40% dos portugueses revela que, depois do pagamento
das suas contas, sobra-lhes menos 10% do seu rendimento. E, para
muitos, é provável que existam difculdades em conseguir suportar
este aumento generalizado de preços.
Esta é uma das principais conclusões do estudo European Consumer
Payment Report, da Intrum, que revela ainda que os consumidores
portugueses estão entre os que sentem maiores dificuldades para
gerir o pagamento das suas dívidas.
“À medida que a recuperação da economia acelera, o aumento da
inflação em toda a Europa está a fazer com que alguns
consumidores vejam as suas finanças a degradar-se. Este
crescimento da inflação na Europa, causado em grande parte pelo
aumento dos preços da energia e cadeias de abastecimento
interrompidas, já está afazer disparar a ansiedade financeira
entre os consumidores”, diz a Intrum.
Os dados mostram ainda que apenas 64% dos inquiridos entendem
como o seu dinheiro seria afetado se a inflação fosse maior do
que a taxa de juros sobre a poupança, por exemplo, o que realça
a necessidade de uma educação financeira mais sólida.
No contexto de inflação, os dados demonstram também que um em
cada sete (16%) dos inquiridos afirma que não tem controlo sobre
o seu endividamento. Em Portugal, 10% afirma não saber quanto
deve.
Por grupos etários, a Intrum diz que as gerações mais jovens são
as que revelam menos interesse em saber o valor total das suas
obrigações financeiras. Dos inquiridos portugueses, a geração Z
(18-21 anos) destaca-se com 23%, praticamente o dobro do grupo
etário dos 22 aos 37 anos, com 12%. Já os homens afirmam ter
menos interesse no conhecimento das suas obrigações financeiras
(13%) do que as mulheres (7%).
Mas há mais. 70% dos portugueses diz estar preocupado que as
taxas de juro elevadas do seu país possam ter um impacto
negativo no seu bem-estar financeiro. O valor é muito superior
ao da média europeia: 48%.
A Intrum revela também que 25% dos europeus pede emprestado
mensalmente, um valor entre dez e vinte e cinco por cento dos
seus rendimentos mensais. Em Portugal, este valor situa-se nos
23%, um aumento significativo de cinco pontos percentuais face a
2020. “Situação que pode trazer preocupações adicionais com o
aumento da inflação e em particular para quem afirma não ser sua
prioridade saber o impacto que eventuais alterações nas taxas de
juro possam ter nas obrigações financeiras assumidas (21% dos
inquiridos em Portugal)”, diz.
“A pandemia deixou alguns grupos de consumidores em situação
financeira delicada e alguns contraíram dívidas adicionais para
sobreviverem até ao fim do mês. O nosso estudo revela que muitos
perderam a noção do valor total da sua dívida”, diz Luís
Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, acrescentando que,
“por este motivo e com o aumento da inflação, esperamos mais
problemas com pagamentos no futuro. As empresas irão precisar de
rever as suas estratégias de gestão de crédito para enfrentar os
desafios futuros e reduzir as perdas por incobráveis. Por outro
lado, os consumidores devem ter um comportamento responsável nas
suas compras e aquisições de bens”, finaliza.(09.05.22/Fonte:
Jornal I)
PORTUGAL, QUEL RÉGAL!
na La Grande Épicerie de Paris !
Portugal instala-se na La Grande
Épicerie de Paris! Acaba de ser lançada a operação "PORTUGAL,
QUEL RÉGAL!" que durante dois meses de 5 de maio a 7 de julho,
vai permitir aos parisienses de descubrir ou redescubrir
produtos exclusivos e típicos, da gastronomia portuguesa na
capital francesa.
Aoperação lançada esta quinta-feira resulta da parceria entre a
AICEP e a
La
GRANDE EPICERIE DE PARIS (cadeia de produtos gourmet do
prestigiado grupo
de luxo LVMH). Durante dois meses, de 5 de maio a 7 de
julho, a Grande Epicerie de Paris vai propor mais de 200
referências de produtos portugueses. Produtos exclusivos e
típicos, representativos da vasta gama de diversidade culinária
e gastronómica portuguesa.
A La GRANDE EPICERIE DE PARIS é mais que uma mercearia, é um
local de prestígio, criada em 1923, no rés-do-chão do
“department store” LE BON MARCHÉ” com uma superfície de 2900m2
oferecendo mais de 30000 referências às quais se acrescentam a
produção local dos pasteleiros, cozinheiros e padeiros que
confecionam diariamente produtos na loja.
A AICEP em Paris e em Portugal envolveu-se desde o início do
processo na realização da temporada “PORTUGAL, QUEL REGAL!”,
tendo apoiado na seleção de produtos de alta qualidade e
diferenciadores para propor aos clientes franceses e
internacionais durante dois meses. Cerca de 220 referências de
produtos portugueses, de 37 marcas diferentes, (aos que se
acrescentam vinhos e cerâmicas) serão propostos durante esse
período.
Prevê a AICEP que esta iniciativa contribuirá para aumentar a
notoriedade dos produtos nacionais, ajudando ao seu
reposicionamento no mercado francês.
No final desta ação a La GRANDE EPICERIE DE PARIS decidiu criar
um novo espaço permanente de venda de produtos alimentares
portugueses nas suas lojas.(05.05.22/Fonte:
LUSO
PLANET)
Klarna. Fintech mais valiosa da Europa abre
centro de desenvolvimento em Lisboa e cria até 500 empregos
Este será o nono centro de
inovação da Klarna. “Inicialmente procuramos engenheiros, mas
também iremos recrutar managers de produto, cientistas de
dados…”, disse o diretor tecnológico da empresa. “Precisamos de
mais Klarnas”, reconhece Carlos Moedas.
A empresa sueca Klarna, a fintech mais valiosa da Europa, vai
inaugurar um centro de desenvolvimento de produto em Lisboa,
para o qual prevê criar 500 novos empregos ao longo dos próximos
anos. O objetivo é que este hub permita auxiliar a expansão da
tecnológica – que tem mais de 140 milhões de utilizadores em
todo o mundo – a integrar talentos nacionais e internacionais
altamente qualificados.
O centro lisboeta será o nono da Klarna, que abriu
infraestruturas desse género nas cidades de Estocolmo (Suécia),
Berlim (Alemanha), Giessen (Alemanha), Milão (Itália), Madrid
(Espanha), Mannheim (Alemanha), Toronto (Canadá) e Gotemburgo
(Suécia), para trabalhar na solução de pagamentos que cerca de
400 mil marcas mundiais integram nos seus marketplaces.
“Quando comecei neste projeto éramos 4 mil pessoas e hoje somos
7 mil pessoas. Estamos em Portugal há seis meses e conquistámos
100 marcas, portuguesas – como a Lanidor, Prozis ou Clube
Fashion – e globais, como Michael Kors, Adidas ou Shein”, disse
o diretor da Klarna em Portugal, Alexandre Fernandes Ribeiro,
numa conferência de imprensa esta quarta-feira.
“Lisboa é conhecida pelo seu reconhecido talento. Planeamos
criar 500 empregos tecnológicos. Inicialmente procuramos
engenheiros, mas também iremos recrutar managers de produto,
cientistas de dados…”, revelou o Chief Technology Officer (CTO)
da Klarna, Yaron Shaer, no evento que se realizou no Coletivo
284, em Lisboa.
O CTO explicou que este centro requer ter uma equipa de
desenvolvimento de produto que constrói e mantém as soluções
tecnológicas da empresa (app de compras, por exemplo). Porém,
para “criar impacto na vida das pessoas” vão precisar “do apoio
das autoridades para encontrar talento”. “Contem comigo”,
garantiu Carlos Moedas, sentado ao lado do diretor tecnológico
da fintech.
O presidente da Câmara de Lisboa aplaudiu o investimento de uma
multinacional como a Klarna na capital, que considera necessário
para pôr Lisboa no mapa global de inovação. “É um dia muito
importante par a nós. Lisboa quer ser esta capital da inovação.
Temos tudo para isso e o facto de uma empresa como a vossa vir
para Lisboa é parte dessa visão, que é um puzzle com várias
peças”, afirmou.
O autarca elogiou as universidades de Engenharia em Portugal,
mas deixou um alerta em termos de financiamento: “No capital de
risco há trabalho que temos de fazer”.(04.05.22/Fonte:
OJE)
Norte-americanos escolhem Portugal para viver.
Número de residentes triplicou na última década
Só no último ano foram registados
6.921 novos residentes provenientes dos Estados Unidos em
Portugal, o que correspondeu a um aumento de 45%.
Reformados, millenials ou nómadas digitais. São cada vez mais os
norte-americanos que estão a escolher Portugal para viver, sendo
que na última década o número de residentes provenientes dos
Estados Unidos triplicou no nosso país, de acordo com a edição
do “Wall Street Journal” desta terça-feira, 19 de abril.
De resto, só no último ano foram registados 6.921 novos
residentes provenientes dos Estados Unidos em Portugal, o que
correspondeu a um aumento de 45%. Os incentivos fiscais, custo
de vida mais baixo e o clima são algumas das principais razões
que levam os norte-americanos a optarem por viver em Portugal.
Outro dos aspetos mais relevantes para esta mudança deve-se à
segurança do país, tendo o Instituto para a Economia e Paz, uma
organização sem fins lucrativos considerado Portugal o quarto
país mais seguro do mundo em 2021.
“Os americanos têm vindo para Portugal nos últimos três anos”,
refere ao “WSJ”, Louise Hudson, co-autora do livro “A Worldwide
Guide to Retirement Destinations”.
A própria mudou-se mesmo para Portugal com o seu marido em 2014
para viverem a reforma, tendo comprado uma casa com quatro
quartos, piscina e vista para o mar na Praia da Luz, no Algarve,
por 212 mil euros.
Outro incentivo para a atração de cidadãos estrangeiros para
Portugal é o programa dos Residentes Não Habituais (NHR), que
permite a alguns residentes estrangeiros pedirem isenções
fiscais durante um período de 10 anos.
Por outro lado, a burocracia é um dos problemas com que os
estrangeiros se deparam em Portugal, algo que levou a um número
crescente de consultores de vistos e consultores que oferecem
ajuda mediante o pagamento de uma taxa.
Contudo, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) pede
cautela na contratação destes consultores. “Temos várias
investigações em curso com consultores e advogados. Algumas
pessoas dizem que estão a ajudar os estrangeiros e estão a
cobrar dinheiro por isso e algumas vezes é uma fraude”, refere
um porta-voz do SEF ao “WSJ”.(19.04.22/Fonte:
OJE)
Exportações de vinho cresceram 10,3% em janeiro e
fevereiro
Estados Unidos, Canadá e Reino
Unido foram mercados determinantes na performance de arranque do
ano, mas também Angola que quase duplicou as compras de vinho a
Portugal.
As
exportações de vinho cresceram 10,3% nos primeiros dois meses do
ano para um total de 133,5 milhões de euros. São mais 12,5
milhões quase do que em igual período de 2021. Mas o mercado
francês, o principal destino dos vinhos portugueses
além-fronteiras, caiu 3,76% para 15,9 milhões de euros, o que
representa uma perda de quase 621 mil euros.
Em contrapartida, os Estados Unidos cresceram 13,4% para 15
milhões, mais 1,777 milhões do que nos dois primeiros meses de
2021. Canadá e Reino Unido mantiveram, também, a performance
positiva, com crescimentos respetivos de 28,3% e de 39,8%. Ambos
os mercados asseguraram 9,7 milhões de euros de compras de vinho
a Portugal em janeiro e fevereiro, um aumento de 2,1 milhões no
caso do Canadá e de 2,77 milhões no caso do Reino Unido.
O último lugar do top 5 dos maiores mercados de destino das
exportações de vinho nacionais é o Brasil, que arranca o ano em
terreno negativo. Foram exportados vinhos no valor de nove
milhões de euros para este mercado, 3,3% menos do que no
arranque de 2021.
Do lado das quebras, destaque, ainda, para a Alemanha, que
comprou vinho português no valor de 7,3 milhões de euros, menos
4,3% do que no período homólogo. Em contrapartida, Angola, que
já chegou a ser o maior destino das exportações de vinhos
tranquilos nacionais, mas tem estado em queda nos últimos anos,
parece ter recuperado. As exportações de vinho português para
este mercado nos primeiros dois meses do ano totalizou 6,7
milhões de euros, mais três milhões do que o ano passado na
mesma altura. Trata-se de um crescimento de quase 83%.
Na análise por denominações de origem, o vinho do Porto
assegurou 32,4% das exportações totais, no valor de 43,254
milhões de euros (um aumento de 5,76%). No arranque de 2021, o
Vinho Verde perde terreno para os vinhos alentejanos, que foram
os vinhos tranquilos mais exportados em janeiro e fevereiro, num
total de 12 milhões de euros, com um aumento de 19,95% face ao
período homólogo. O Vinho Verde cresceu 21,14% para 11,6 milhões
de euros, seguido dos vinhos do Douro: 10,8 milhões, mais 17% do
que em 2021.
Refira-se que todas as regiões vitivinícolas aumentaram as
exportações no arranque do ano, com exceção da Península de
Setúbal, Tejo e Beira Interior. (11.04.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Portuguesa Critical Software vai fornecer
software e sistemas à Airbus
Tecnológica de Coimbra, mas com
uma operação global, ter sido selecionada pela Airbus para ser
um "parceiro estratégico".
A
tecnológica portuguesa Critical Software anunciou esta
terça-feira que passou fornecer software e sistemas
especializados à gigante da aviação Airbus. As duas empresas
mantêm uma ligação há 15 anos, mas, agora, a relevância do
trabalho da Critical Software sobe de nível.
"Esta escolha reflete a confiança da Airbus no nosso trabalho a
desenvolver sistemas críticos que irão moldar o seu negócio, a
indústria em geral e o futuro das viagens", afirma o diretor de
desenvolvimento empresarial para a indústria aeroespacial da
Critical Software, Ricardo Armas, num comunicado enviado à
redação.
A empresa portuguesa, cuja operação tem escala mundial e
apresenta-se como especialista em sistemas informáticos
críticos, realça ter sido selecionada para ser "fornecedor
estratégico". O objetivo é assegurar "serviços especializados
para a criação da próxima geração de sistemas críticos para os
pioneiros aeroespaciais".
O acordo firmado define que a Critical Software vai "fornecer
serviços especializados de software e sistemas a grandes
projetos aeroespaciais, tal como o desenvolvimento de aplicações
de gestão de cabines".
"Este acordo é uma demonstração do forte historial da Critical
Software na concretização de projetos estratégicos complexos
para os seus clientes e é o resultado de um processo de
aquisição multifásico que avalia os serviços de engenharia da
empresa, os conhecimentos da indústria, os standards de
qualidade e o seu desempenho financeiro", salienta a
tecnológica.
Criada há mais de duas décadas, em Coimbra, a Critical Software
tem-se destacado em projetos internacionais. A crescente
notoriedade levou que, em 2018, a empresa se juntasse à BMW numa
joint-venture, criando a Critical TechWorks. (29.03.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Mariana Vieira da Silva sai reforçada num Governo
que Costa tornou mais curto
Há dez novos ministros no governo
de maioria absoluta e dos resistentes há quem transite de pasta.
São nove as mulheres, mais uma do que no anterior.
São 17, menos dois do que no anterior governo, os ministros que
António Costa escolheu para o acompanhar na maioria absoluta.
Aquela que é considerada o seu braço-direito, Mariana Vieira da
Silva, sai reforçada, embora se mantenha na mesma pasta, a da
Presidência. Só que ganha a coordenação do portentoso Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR) e que deverá gerir em plena
comunhão com o primeiro-ministro, que chamou a si a secretaria
de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e a dos
Assuntos Europeus. Costa, que tinha prometido um Executivo mais
pequeno e mais ágil, deixou cair os ministros de Estado, mas dá
estatuto de Adjunto à nova ministra dos Assuntos Parlamentares,
Ana Catarina Mendes, até agora líder da bancada socialista. Há
dez novos ministros no governo e dos que já tiveram lugar cativo
há quem mude de pasta, como João Gomes Cravinho, que transita da
Defesa para os Negócios Estrangeiros. E há ainda a entrada de
Fernando Medina para a importante pasta das Finanças e a
investigadora Elvira Fortunato para o Ensino Superior e Ciência.
Mariana Vieira da Silva
Ministra da Presidência
Foi das ministras com mais visibilidade durante a pandemia.
Inúmeras vezes foi ela que substituiu o primeiro-ministro no
anúncio das medidas para combater a covid-19. Assumia a pasta da
Presidência e da Modernização Administrativa. Neste Governo,
António Costa reforça-lhe os poderes, embora mantenha o mesmo
cargo, já que lhe dá a responsabilidade de coordenar o PRR.
Filha do antigo ministro Vieira da Silva, de 43 anos, é uma das
mulheres de confiança do primeiro-ministro. É licenciada em
Sociologia e doutorada em Políticas Públicas. Exerceu no
primeiro executivo de António Costa, entre 2015 e 2019, as
funções de secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro. E
no segundo governo foi promovida para a pasta da Presidência e
Modernização Administrativa. Dizem que é muito serena e
ponderada nas opiniões e decisões que toma. P.S.
Fernando Medina
Ministro das Finanças
Fernando Medina perdeu a câmara de Lisboa, mas ganhou um
ministério, talvez o mais poderoso: as Finanças. O ex-autarca
fez 49 anos no dia 10 de março. A pasta que recebe é valiosa e
mostra a confiança que António Costa nele deposita. Há meses que
o nome deste economista e sociólogo nascido no Porto era falado
para substituir João Leão, mas havia dúvidas sobre se seria o
momento adequado (em plena crise e em ambiente de guerra na
Europa). Mas Medina tem trunfos. Pertence ao círculo mais
próximo do PM. Tem grande experiência governativa. Foi duas
vezes secretário de Estado nos dois governos de Sócrates. Sempre
sob a tutela de José Vieira da Silva, foi secretário de Estado
do Emprego (de 2005 a 2009) e da Indústria (2009 a 2011). Depois
sucedeu a António Costa em Lisboa de abril de 2015 a outubro de
2021, até Carlos Moedas (PSD) lhe tirar o lugar. L.R.R.
António Costa Silva
Ministro da Economia e do Mar
O ministro que vem do petróleo é um dos veteranos no novo
governo. Nasceu em Angola, em 1952, e teve uma carreira ampla na
área do crude, energia e outros recursos naturais. Engenheiro,
formou-se no Imperial College da Universidade de Londres e no
IST, onde é professor. Liderou o braço da Gulbenkian para os
investimentos em petróleo e gás. Foi presidente da Partex Oil
and Gas, com operações em países como Abu Dhabi, Omã,
Cazaquistão, Brasil e Angola. É um grande conhecedor do Médio
Oriente e dos desafios impostos pela Rússia. Com a venda da
Partex em 2019 Costa Silva ficou livre. Em 2020, António Costa
convidou-o para coordenar o Programa de Recuperação Económica e
Social 2020-2030 cujos eixos estratégicos foram vertidos no PRR.
Do petróleo para as energias "verdes" foi um passo. Nesse ano, o
PM aliciou-o para ser ministro. Não se mostrou interessado na
altura. Dois anos depois, aceitou. L.R.R.
Helena Carreiras
Ministra da Defesa Nacional
Foi ainda como diretora do IDN que Helena Carreiras deu
terça-feira uma entrevista ao DN sobre o impacto nos países da
NATO da invasão russa da Ucrânia: "É vital o processo de
modernização das nossas Forças Armadas". E será esta
portalegrense de 56 anos, professora no ISCTE, que terá de
liderar essa transformação da nossa realidade militar, ela que é
a primeira mulher a assumir esta pasta em Portugal (mas em
Espanha já vão na terceira, e Ursula von der Leyen foi ministra
alemã da Defesa antes de ir para a Comissão Europeia). Doutorada
pelo Instituto Europeu de Florença, onde conheceu o marido (um
reputado académico argentino), a socióloga Carreiras tem vasta
obra sobre as Forças Armadas, com destaque para as questões de
género. Em 2019, noutra entrevista ao DN, teve uma frase sobre o
cargo que então assumia que agora se aplica bem ao novo: "Ser
diretora do IDN tem um significado, pois a Defesa tem sido um
bastião muito masculino". L.P.F.
João Gomes Cravinho
Ministro dos Negócios Estrangeiros
O novo chefe da diplomacia, que sucede a Augusto Santos Silva e
assume a pasta em plena crise causada pela guerra na Ucrânia,
não é uma cara nova no governo. Transita da Defesa, onde estava
desde 2018. Nascido há 57 anos em Lisboa, é doutorado em Ciência
Política em Oxford e foi embaixador da União Europeia na Índia
(2011 a 2015) e no Brasil (2015 a 2018). Antes, tinha sido
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
de José Sócrates (2005 a 2011), conhecendo bem o Palácio das
Necessidades. Além das habituais prioridades da política externa
(Europa, Atlântico e mundo de expressão portuguesa), houve uma
aposta no último governo na valorização das comunidades
portuguesas, internacionalização da economia e no reforço do
multilateralismo. Terá que lidar com a candidatura de Portugal a
membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU
(2027-2028). S.S..
José Luís Carneiro
Ministro da Administração Interna
José Luís Carneiro, 50 anos, só teve uma experiência
profissional na Administração Interna quando foi assessor de
Carlos Zorrinho, de 1999 a 2000. Enfrentará agora uma realidade
muito diferente na Segurança Interna, a começar pelo facto de
uma das polícias, o SEF, ter sido extinta. José Luís Carneiro
vai encontrar em cima da secretária o complexo processo de
transferência de competências e funcionários para a GNR, PJ, PSP
e IRN. O seu percurso partidário foi feito no Porto, foi
presidente da Câmara de Baião, secretário-geral adjunto do PS e
secretário de Estado das Comunidades. V.M.
Catarina Sarmento e Castro
Ministra da Justiça
É uma das surpresas do executivo. Catarina Sarmento de Castro,
52 anos, era uma discreta secretária de Estado dos Recursos
Humanos e Antigos Combatentes do Ministério da Defesa, cujo
desempenho deixa poucas marcas. Herda a pasta da prestigiada
Francisca Van Dunem com muito trabalho feito na área da Justiça,
mas com bastante ainda por consolidar, como é o caso da
estratégia de combate à corrupção e o reforço de meios do
Ministério Público e da PJ. Doutorada pela Faculdade de Direito
de Coimbra, foi membro do Conselho Consultivo da PGR e juíza no
Tribunal Constitucional. V.M.
Ana Catarina Mendes
Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares
A até então líder parlamentar do PS foi premiada e sobe a
ministra. Com um estatuto de confiança do primeiro-ministro já
que é Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Esta pasta casa com
o seu perfil, já que é deputada há muitos mandatos e conhece o
Parlamento e a oposição como os dedos da mão. Tem a tarefa
facilitada nesta nova missão com um governo de maioria absoluta
que dispensa, em casos mais bicudos, grandes e pesadas
negociações com os partidos com assento parlamentar. P.S.
Pedro Adão e Silva
Ministro da Cultura
A sua nomeação para comissário executivo das comemorações dos 50
anos do 25 de Abril causou alguma polémica na altura e no
momento em que arrancam, António Costa desvia Pedro Adão e Silva
para assumir a função de ministro da Cultura. O sociólogo e
comentador político, de 48 anos, assume uma pasta em que se
somaram controvérsias com a anterior titular, Graça Fonseca.
Adão e Silva trabalhou com Paulo Pedroso durante o governo de
António Guterres e chegou a integrar o Secretariado do PS entre
2002 e 2004. P.S.
Elvira Fortunato
Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Elvira Fortunato nasceu em 1964. É cientista, professora e
investigadora do Departamento de Ciências e Materiais da
Universidade Nova de Lisboa, vice-reitora da instituição e
reconhecida como pioneira mundial na eletrónica de papel,
nomeadamente em transístores, memórias, baterias, ecrãs, antenas
e células solares. Ao longo da carreira acumulou muitas
distinções, como o Portugal"s Women"s Leadership Award. E talvez
seja um dos nomes que mais surpreende neste Governo. A.M.I.
João Costa
Ministro da Educação
João Costa nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em
Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e
é professor Catedrático de Linguística na Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, da qual foi
diretor até novembro de 2015. Em 2019, entrou no XXI Governo e é
o mentor do programa da Flexibilização Curricular, que deu mais
autonomia às escolas na gestão dos currículos e abriu portas,
nos ensinos básico e secundário, a novas disciplinas e ao ensino
por semestres. A.M.I.
Ana Mendes Godinho
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
A antiga inspetora da Autoridade para as Condições do Trabalho
foi escolhida por Costa para, no último governo, suceder ao
ministro Vieira da Silva. Com a chegada da pandemia, pouco
depois, acabou por liderar as respostas de emergência a famílias
e empresas que, ao longo dos últimos dois anos, assentaram em
grande medida na Segurança Social. De 2015 a 2019, foi
secretária de Estado do Turismo, tendo antes estado como chefe
de gabinete de Bernardo Trindade, no cargo entre 2005 e 2009. É
formada em Direito. M.C.
Marta Temido
Ministra da Saúde
Era uma das ministras remodeláveis, mas tudo mudou quando Costa,
no XXIII Congresso do PS, em agosto passado, disse que "poderia
ser sucessora à liderança do PS". A partir daqui, não mais se
ouviu falar da sua substituição. Marta Temido, que chegou como
independente à pasta da Saúde, a 15 de outubro de 2018 para
substituir Adalberto Campos Fernandes, filiava-se no PS e
tornava-se imprescindível para Costa. Foi o rosto político da
gestão da pandemia e mantém-se na pasta. Até entrar no governo
era administradora hospitalar. A.M.I.
Duarte Cordeiro
Ministro do Ambiente e da Ação Climática
Estava escrito nas estrelas que chegaria a ministro depois de
ter organizado a campanha eleitoral do PS que deu a maioria
absoluta a António Costa. Apoiante de sempre de Pedro Nuno
Santos - com quem partilha experiência de ter liderado a JS -
foi vice-presidente na Câmara de Lisboa com Fernando Medina.
Duarte Cordeiro, economista de 42 anos, exercia as funções de
secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e agora
substitui Pedro Matos Fernandes no Ambiente e Ação Climática,
numa pasta que tem ganho cada vez mais visibilidade. P.S.
Pedro Nuno Santos
Ministro das Infraestruturas e Habitação
O titular da pasta das infraestruturas e da habitação tem sido
um dos "pilares" dos governos de António Costa. Era secretário
de Estado dos Assuntos Parlamentares aquando da geringonça. Por
ter sido a "cola" capaz de unir PCP e BE na viabilização do
primeiro executivo de Costa foi-lhe, na legislatura seguinte,
confiada a pasta que mantém agora. Conquistou ganhos políticos
com a validação da reestruturação da TAP, em Bruxelas. Mas
descurou nas comunicações (imbróglio do 5G e atraso na nova
concessão do serviço postal aos CTT). Agora, quererá mostrar que
pode suceder a Costa. J.V.R.
Ana Abrunhosa
Ministra da Coesão Territorial
É um dos nomes que não muda no novo figurino executivo.
Mantém-se na Coesão Territorial, pasta ministerial alargada
agora com a entrada da Administração Local, até aqui alojada num
Ministério da Administração Pública que se extingue. Natural de
Angola, é doutorada em Economia, matéria que também leciona na
Universidade de Coimbra. Chegou a ministra do último governo
vinda da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
(CCDR) do Centro, organismo no qual assumia funções desde 2008.
Iniciou a carreira na Ernst & Young. M.C.
Maria do Céu Antunes
Ministra da Agricultura e da Alimentação
Mantém-se no cargo depois de ter conduzido a mais recente
reforma da Política Agrícola Comum (PAC) cujo acordo político
foi alcançado na presidência portuguesa da União Europeia, para
entrar em vigor no próximo janeiro, alterando as regras dos
apoios ao setor. Enfrenta agora ainda os efeitos da seca, mas,
sobretudo, a crise nos custos de produção (energia,
fertilizantes e pesticidas) e dos cereais, devido à guerra na
Ucrânia. A escassez alimentar será o pior dos cenários, motivo
que poderá ajudar a justificar a nova designação do Ministério.
T.C. (24.03.22/Fonte:
Diário de Notícias)
Preço dos bens alimentares vai subir 30%, mas
“não vai haver rutura”, garante a APED
O aumento do preço dos bens
alimentares, e as consequências para os rendimentos das
famílias, vai ser um “desafio enorme”, afirmou o diretor-geral
da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de
Empresas de Distribuição (APED), garante que não haverá uma
rutura de produtos nos supermercados. Isto apesar de as
expectativas apontarem para um aumento médio dos bens
alimentares na ordem dos 30%, naquele que é um cenário de
disrupção no mercado agravado pela guerra na Ucrânia.
“Quero começar por sossegar toda a plateia: não vai haver uma
rutura de produtos. Não é preciso ir a correr aos
supermercados”, disse o responsável da APED na conferência anual
da Associação de Instituições de Crédito Especializada, que se
realizou esta terça-feira em Lisboa.
De acordo com Gonçalo Lobo Xavier, há um “conjunto de riscos
intrínsecos a tudo o que está a acontecer”, nomeadamente a
escalada de preços. E isto está a “provocar uma distorção na
cadeia”, disse o diretor-geral da associação que representa as
empresas de distribuição. Ainda assim, garante que não vamos
assistir a uma rutura do stock nos supermercados.
A subida dos preços, que já estava em curso, veio agravar-se com
invasão russa à Ucrânia, tanto ao nível da energia e dos
combustíveis, como das matérias-primas. Um aumento que já se
sente nos bolsos dos consumidores. “O aumento médio dos bens
alimentares vai ser na ordem dos 30%”, detalhou o diretor-geral
da APED, considerando que isto vai ter consequências para os
rendimentos das famílias. “É um desafio enorme que vamos ter
seja nas [vendas] digitais seja nas [vendas] físicas”.
“Vai haver uma retração do consumo”, afirmou, por outro lado,
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e
Serviços de Portugal (CCP), no mesmo painel.
“Em Portugal, vai haver um choque entre a inflação” e as
dificuldades financeiras que as famílias vão sentir, num cenário
em que é “impossível” as empresas acompanharem o nível da
inflação com um crescimento dos salários. “Temos provavelmente
espaço para haver alguma instabilidade social”, referiu, notando
que, neste momento, “a situação que vivemos é a tempestade
perfeita”.
Há a questão da inflação, que “já se percebeu que pelo menos nos
próximos tempos vai ser uma característica estrutural”. Por
outro lado, “temos as taxas de juro”, que vão ter tendência para
subir, e os problemas nas cadeias de abastecimento, que “não vai
ser simples voltar a estabelecer”, disse João Vieira Lopes.
Isto depois de um período de dois anos marcado pelo impacto da
pandemia em vários sectores da economia, nomeadamente turismo,
mas também o sector automóvel. Hélder Pedro, secretário-geral da
Associação Automóvel de Portugal (ACAP), recordou que a crise
pandémica levou a uma escassez de matéria-prima para o fabrico
de carros novos, o que levou a um aumento da procura por carros
usados.
“Há procura, mas não há produto”, referiu, numa altura em que
ainda não foi possível responder por completo à procura por
automóveis. (22.03.22/Fonte:
OJE)
Calçado quer chegar aos 2 mil milhões de
exportações em 2025
Há uma nova campanha dos sapatos
portugueses e recria obras icónicas de pintores como Amadeo de
Souza Cardoso, José Malhoa ou Paula Rego, entre outros, sob o
mote "Pode a indústria ser uma forma de arte?". Desde 2009, o
setor investiu já mais de 8,5 milhões em promoção internacional
Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) lança hoje,
oficialmente, a sua nova campanha de promoção internacional, que
procura homenagear obras e artistas de referência da pintura
portuguesa, recriando oito quadros emblemáticos com a ajuda dos
atores Albano Jerónimo e Anabela Moreira. "Pode a indústria ser
uma forma de arte?" é o mote da campanha, que pretende ajudar a
reforçar a presença internacional daquela que se intitula a
indústria mais sexy da Europa. O objetivo é chegar aos dois mil
milhões de exportações em 2025.
"A assinatura da indústria mais sexy da Europa foi muito
importante, num primeiro momento, para criar um certo buzz e
chamar a atenção para as potencialidades do setor. Mas também
temos outros atributos e que fomos procurando destacar, ao longo
dos anos, como a capacidade de aliar o saber fazer que passou de
geração em geração à tecnologia de ponta, de uma indústria que
procura estar sempre na vanguarda do desenvolvimento de novos
produtos. Somos uma indústria multifacetada e que procura, desde
a génese das campanhas, reposicionar a sua imagem nos mercados
internacionais", explica o diretor de comunicação da APICCAPS,
Paulo Gonçalves.
Catorze anos volvidos - a primeira campanha foi lançada em 2009
-, e mais de 8,5 milhões de euros investidos, a indústria do
calçado exporta hoje quase 70 milhões de pares de sapatos, no
valor de 1.676 milhões de euros, o que representa um crescimento
de 29,12% relativamente aos 1.298 milhões de 2007. Mas se formos
analisar os dados comparativamente a 2017, o melhor ano de
sempre das exportações do setor, o aumento foi de 50,7%.
Com o abrandamento em 2018 e 2019 e com a pandemia em 2020, o
setor perdeu quase 460 milhões de euros em exportações. Mas em
2021 já recuperou praticamente 180 milhões, tendo mesmo
conseguido a melhor performance de sempre, no último trimestre
do ano. A meta é chegar a 2025 na barreira dos dois mil milhões
de euros.
"O setor terminou o ano a crescer a um excelente ritmo no
exterior, sendo esse um registo que pretendemos manter em 2022.
As empresas foram resilientes, adaptaram-se a um mercado em
mudança e fizeram o trabalho de casa para estarem agora bem
posicionadas para enfrentar uma nova década de crescimento nos
mercados internacionais", refere, por seu turno, o presidente da
APICCAPS, Luís Onofre.
Mas nem só de aumento nas exportações é feito o balanço desta
aposta. "Um estudo de diagnóstico que fizemos em 2005
mostrava-nos que havia um défice de imagem que desvalorizava o
calçado português em 30%. Novo estudo, feito há três anos,
mostra que o made in Portugal acrescenta já valor aos nossos
produtos", explica Paulo Gonçalves.
Num investimento de 600 mil euros, que contou com o apoio do
programa Compete 2020, a campanha, que hoje é oficialmente
lançada no Porto, terá a sua primeira aparição internacional na
Micam, a maior e mais relevante feira de calçado do mundo que,
domingo, arranca em Milão.
Foi o ano passado, em plena pandemia, que a campanha Portuguese
Shoes recorreu a modelos e bailarinos, "num símbolo de força e
graciosidade, de resiliência e liberdade" para levantar a
pergunta "Pode a indústria ser uma forma de arte?". Este ano,
"reforça a premissa de que a indústria é uma aliada dos
artistas, que juntos criam momentos únicos e objetos de
desenho", recriando alguns dos quadros mais emblemáticos de
Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Afonso Viana,
José Malhoa, Júlio Pomar e Paula Rego, protagonizados por Albano
Jerónimo e Anabela Moreira. A interpretação fotográfica ficou a
cargo de Frederico Martins.
E é com base nestes oito quadros que, nos próximos meses,
começarão a chegar aos profissionais do setor em todo o mundo
postais e outras peças baseadas nestas obras. Isto sem falar dos
vários vídeos que irão ser lançados ao longo do ano.
"Estas campanhas pretendem valorizar a herança do passado e do
que fazemos melhor, para que esta qualidade e beleza sejam
apreciadas por todos, num mundo cada vez mais rápido e instável,
e se cruzem com outros talentos e culturas, sendo um exemplo do
que continua, perdura e encanta, aperfeiçoando-se sempre em
direção ao futuro", frisa Luís Onofre. (08.03.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Galp suspende compras de produtos petrolíferos
russos
"O Conselho de Administração da
Galp decidiu suspender todas as novas compras de produtos
petrolíferos, quer de companhias russas, como de companhias
baseadas na Rússia", disse a empresa em comunicado.
A Galp anunciou esta quarta-feira que suspendeu a compra de
produtos petrolíferos russos e lamentou os "atos de agressão
contra o povo ucraniano", segundo um comunicado enviado à
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"O Conselho de Administração da Galp decidiu suspender todas as
novas compras de produtos petrolíferos, quer de companhias
russas, como de companhias baseadas na Rússia", lê-se na
comunicação ao mercado.
"A Galp lamenta os atos de agressão por parte da Rússia ao povo
da Ucrânia", refere a petrolífera.
Embora a Galp não tenha quaisquer 'joint ventures' com entidades
russas, a empresa disse também estar no processo de eliminação
da "exposição direta ou indireta a produtos petrolíferos, ou
originários da Rússia, ou de empresas russas em contratos
existentes".
Em comunicado enviado à imprensa, a Galp esclareceu que adquire
gasóleo de vácuo (VGO) através de contratos a prazo com entrega
em Sines que não especificam (nem discriminam) a origem do
produto, sendo que a Rússia é responsável por metade da produção
mundial daquele produto, que é uma das matérias-primas
utilizadas para a produção de gasóleo na Refinaria de Sines.
"A Galp está a desenvolver planos para obter o VGO através de
fornecedores alternativos, ou para operar a refinaria a um ritmo
limitado, embora assegurando sempre o fornecimento de gasóleo ao
mercado português", apontou a empresa.
Já as cargas de produtos petrolíferos com origem na Rússia já
adquiridas e atualmente em trânsito serão recebidas e
descarregadas.
"Este terrível ato de agressão da Rússia contra a Ucrânia viola
absolutamente os valores que a Galp defende, como a liberdade e
os direitos humanos", realçou a presidente da Galp, Paula
Amorim, na mesma nota, acrescentando que a petrolífera
portuguesa "não vai contribuir para financiar a guerra".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva
militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de
alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis,
incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100
mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria,
Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação
militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho
e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o
Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade
internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre
outros, responderam com o envio de armas e munições para a
Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.(02.03.22/Fonte:
Diário de Notícias)
Guerra obriga governo a repensar Orçamento do
Estado de 2022
Média do petróleo desde início
deste ano até ontem já vai em mais de 89 dólares. Está mais de
30% acima da hipótese de base da proposta de OE2022, por
exemplo. É certo que a situação pode evoluir, o mercado é
bastante volátil, e compensar este pico mais à frente, no ano.
Mas se a guerra durar, há um problema grave.
Petróleo muito mais caro, inflação a acelerar, taxas de juro que
devem subir para tentar deter o galope nos preços, bens
industriais em falta, procura externa em xeque perante o cenário
de uma nova crise económica internacional, um clima de
pessimismo crescente que vai condicionar as decisões de
empresários e investidores.
Ainda a pandemia não acabou e agora rebenta uma guerra mesmo ao
lado da União Europeia (UE). A Rússia invadiu a Ucrânia. Sanções
e barreiras ao comércio e aos negócios estão já garantidas e
anunciadas. Vêm juntar-se ao fogo e às bombas que fustigam os
céus e os solos da antiga república soviética. Já há baixas
humanas.
Mesmo a quatro mil quilómetros de distância, Portugal está muito
vulnerável e, sabe o Dinheiro Vivo, o governo de Lisboa está a
repensar as grandes linhas da proposta de Orçamento do Estado de
2022 (OE2022), que acabou por ficar pelo caminho em novembro
passado, levou à queda do governo e a eleições antecipadas em
janeiro. O OE, se tudo correr como planeado, pode entrar em
vigor lá para abril ou maio.
Mas é um facto que as hipóteses de base do OE parecem ter
caducado. O petróleo, por exemplo. A economia portuguesa, mesmo
com os progressos feitos noutras fontes menos carbónicas (solar,
eólicas, barragens), continua a ser altamente dependente do
crude importado. Logo por azar, o ano é de seca grave e extrema,
o que pode limitar a capacidade de produção elétrica pela via
hídrica.
Outubro já lá vai
Em outubro, o governo assumiu (com base na informação dos
mercados de futuros do barril de petróleo Brent, a referência
clássica da economia portuguesa), um preço médio de 67,8 dólares
por barril em 2022. É o valor que consta nas "principais
hipóteses para o enquadramento internacional" do Orçamento que
não aconteceu ainda.
Ora, hoje, estamos muito longe desse valor. Esta semana, na
quinta, no dia a seguir ao assalto russo à Ucrânia, o Brent
chegou quase aos 106 dólares. Fazendo a média diária desde o
início deste ano, o petróleo já vai em mais de 89 dólares. Está
mais de 30% acima da referida hipótese de base.
É certo que a situação pode evoluir, o mercado é bastante
volátil, e compensar este pico mais à frente, no ano. Mas se a
guerra durar, há um problema grave.
Petróleo mais caro tem, só por si, um efeito depressor na
economia. As Finanças dizem que o impacto no produto interno
bruto (PIB) tende a ser ligeiro. Mas não no endividamento da
economia, no défice comercial e na inflação.
Três pressupostos desatualizados, pelo menos.
O ministério refere que "de acordo com as expectativas
implícitas nos mercados de futuros, o preço do petróleo deverá
situar-se em torno de 68 dólares por barril (cerca de 57 euros)
em 2022, valor próximo ao estimado para 2021, num cenário de
continuação de um forte crescimento da procura mundial, em
conjugação com a retoma gradual da oferta da OPEP ao longo desse
ano, a qual foi sujeita a cortes de produção significativos
desde o surgimento da pandemia".
E admitiu no OE que "nos preços das matérias-primas não
energéticas prevê-se um crescimento mais moderado em 2022
relativamente a um aumento muito acentuado em 2021".
Assumiu ainda que "o prosseguimento de uma política monetária
muito acomodatícia [juros muito baixos da parte do Banco Central
Europeu]" e que "prevê-se que as taxas de juro de curto prazo se
mantenham em valores negativos durante um período mais
prolongado do que inicialmente previsto".
Nenhum destes três pontos que aparecem no OE são hoje adquiridos
ou mesmo válidos. Está tudo muito mais caro e o BCE não vai (ou
não pode) ser tolerante com uma inflação sem controlo. O eixo
desejado pelo BCE é 2% de inflação no médio prazo.
Mas voltemos ao petróleo. Diz o governo que "um cenário em que o
preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base
teria, de acordo com a simulação efetuada, um impacto pouco
significativo no crescimento do PIB em 2022, em virtude da
redução no crescimento das importações compensar o menor
crescimento do consumo".
No entanto, este "choque", que agora já não está nos 20%, mas
acima de 30%, "teria um impacto significativo na capacidade de
financiamento da economia face ao exterior, estimando-se um
efeito negativo resultante de uma deterioração da balança
energética", segundo as Finanças.
"Adicionalmente, o choque levaria a um aumento do deflator do
consumo privado [a inflação que cai em cima das famílias]." Já o
impacto na taxa de desemprego "seria residual em 2022, uma vez
que se assume um efeito no mercado de trabalho desfasado no
tempo", defende o ministério de João Leão.
Outros canais de transmissão
Mas há outros canais de transmissão que estão e vão ser mais
afetados pela guerra. A preciosa procura externa dirigida a
Portugal. O quadro de hostilidade vem emperrar a lenta
recuperação que estava em curso do comércio e dos negócios
internacionais. Os fluxos de investimento também ficam mais
vulneráveis e perturbados, como é óbvio.
Sobre isto, o Ministério das Finanças diz que "uma redução do
crescimento da procura externa em 2 pontos percentuais (p.p.)
face ao projetado no cenário base de 2022 teria um efeito
negativo no crescimento real do PIB, originando um crescimento
inferior em 0,3 p.p. relativamente ao cenário base". Traduzindo:
a subida da procura externa prevista pelo governo era de 3,6% em
2022. Se emagrecer para 3,4%, a retoma será de 5,2% este ano em
vez dos 5,5% previstos no OE.
O"Este impacto resultaria essencialmente de um menor crescimento
das exportações, com um efeito igualmente negativo no saldo da
balança de bens e serviços e reduzindo a capacidade de
financiamento da economia face o exterior. No mercado de
trabalho, apesar de este impacto apresentar um efeito diferido
no tempo, o ritmo de redução da taxa de desemprego abrandaria
0,1 p.p. Em 2022", mas o efeito na inflação "seria pouco
significativo", segundo o estudo do mesmo ministério.
Não parece muito, mas o efeito depressor no PIB complica sempre
o caminho para a meta do défice e da dívida. Menos PIB significa
que ambos os rácios aumentam, automaticamente. O alvo para o
défice de 2022 estava em 3,2% do PIB. A dívida nos 122,8%.
Portugal quer cumprir as regras do Pacto, que vão voltar a ser
ativadas em 2023. O défice tem de estar abaixo dos 3% e a dívida
deve convergir para 60% do PIB. Portugal está bastante longe
deste objetivo o que exige um esforço orçamental persistente e
anual de grandes dimensões. Algo que é pouco consentâneo em
clima de crise e guerra.
A folga de 2021
Se o ano de 2021 correu "melhor" do que o esperado no plano
orçamental, como diz o governo e o próprio governador do Banco
de Portugal, Mário Centeno, pode ser que haja uma folga que
ajude a acomodar os efeitos desta nova crise.
Em todo o caso, Portugal precisa mesmo que a economia cresça bem
nos próximos anos para sarar as feridas da pandemia e resolver
as heranças negativas das últimas décadas, como o endividamento
excessivo e o fraco potencial produtivo. A guerra que está a
contaminar a Europa (UE) só vem atrasar o esforço e baralhar o
arsenal financeiro e económico que estava desenhado para
impulsionar a retoma de Portugal.
Como referido, vários vetores cruciais para o normal
funcionamento da economia portuguesa estão a sair dos eixos e
isso já estará a obrigar o governo e o Ministério das Finanças,
em particular, a calibrar várias traves mestras orçamentais.
Há países europeus onde não é bem assim, mas em Portugal o OE é
(e tem sido historicamente) um instrumento estruturante que
serve para guiar a economia e as expectativas de famílias e
empresários. Mais ainda nesta fase, em que há um reforço de
fundos europeus, designadamente subvenções (verbas a fundo
perdido) sob o chapéu do Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR).(26.02.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Último trimestre de 2021 foi "o melhor de sempre"
para as exportações de calçado
A indústria portuguesa de calçado
exportou 1676 milhões de euros em 2021, mais 12% face a 2020 e
6% abaixo de 2019, com o último trimestre do ano a superar "as
melhores previsões".
"O último trimestre foi já o melhor de sempre (mais 6% do que em
2019) do calçado português nos mercados internacionais, para
onde o setor exporta mais de 95% da sua produção", avança a
Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes,
Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS)
em comunicado.
De acordo com a associação, "ainda que os dados internacionais
apontem para uma recuperação plena do calçado a nível mundial
apenas em 2023, no caso português o último trimestre do ano
superou já as melhores previsões".
A APICCAPS recorda que o impacto da pandemia provocou uma queda
do consumo de calçado na ordem dos 20% a nível mundial, que se
traduziu numa quebra de quatro milhões de pares, "o equivalente
a 70 anos de produção de calçado em Portugal".
Na totalidade do ano 2021, Portugal exportou 69 milhões de pares
de calçado, no valor de 1676 milhões de euros, tendo as vendas
crescido "em todos os mais relevantes mercados", com destaque
para o alemão, com um acréscimo de 28%, para 389 milhões de
euros.
Fora da Europa, a APICCAPS realça os "bons desempenhos" nos EUA
(mais 15,2%, para 75 milhões de euros), Canadá (mais 26,7%, para
12 milhões de euros), China (mais 17,1%, para 20 milhos de
euros) e Austrália (mais 39,8%, para nove milhões de euros).
A associação destaca mesmo que, em alguns segmentos de produtos,
como o calçado segurança (crescimento de 16% para 29 milhões de
euros), calçado impermeável (mais 56%, para 56 milhões de euros)
ou calçado em materiais têxteis (crescimento de 36%, para 75
milhões de euros) o setor alcançou "novos máximos históricos em
matéria de exportação".
"O setor terminou o ano a crescer a um excelente ritmo no
exterior, sendo esse um registo que pretendemos manter em 2022",
sublinha o presidente da APICCAPS, citado no comunicado.
Segundo Luís Onofre, "as empresas foram resilientes,
adaptaram-se a um mercado em mudança e fizeram o trabalho de
casa para estarem, agora, bem posicionadas para enfrentar uma
nova década de crescimento nos mercados internacionais".
No que se refere às importações, em 2021 somaram 44 milhões de
pares, no valor de 527 milhões de euros (mais 2,7%), o que
resulta num saldo positivo do setor de 1.149 milhões de euros.
"O calçado continua a desempenhar um papel muito relevante na
economia portuguesa, sendo um dos produtos que mais
positivamente contribui para o equilíbrio da nossa balança
comercial externa", salienta Onofre.
De acordo com a APICCAPS, o ano 2021 foi também "de afirmação no
exterior" para o setor de artigos de pele e marroquinaria, que
bateu um novo recorde ao exportar um total de 202 milhões de
euros, mais 31% face ao ano anterior.
Os artigos de pele portugueses "cresceram praticamente em todos
os mercados", com destaque para os desempenhos em Espanha (mais
24%, para 53 milhões de euros) e França (mais 49%, para 44
milhões de euros).(14.02.22/Fonte:
Jornal de Notícias)
Economia portuguesa cresce 4,9% em 2021, acima do
esperado pelo Governo. É o valor mais elevado desde 1990
Dados divulgados pelo INE indicam
que a economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, o valor mais
elevado desde 1990. Números superam as estimativas do Governo e
das principais instituições nacionais e internacionais.
A economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, de acordo com os
dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE).
O crescimento de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 é
uma décima acima do esperado pelo Governo na proposta do
Orçamento do Estado para 2022, entregue em outubro, e o mais
elevado desde 1990.
Segundo o INE, no quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 5,8%
em termos homólogos e 1,6% em cadeia
"No conjunto do ano 2021, o PIB registou um crescimento de 4,9%
em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição
histórica de 8,4% em 2020, na sequência dos efeitos marcadamente
adversos da pandemia COVID-19 na atividade económica", refere o
INE.
Os dados superam quer as estimativas do Governo, quer das
principais instituições nacionais e internacionais.
O ministro das Finanças, João Leão, recorde-se, assegurou a 17
de janeiro que as medidas de apoio à economia e saúde adotados
em dezembro devido ao agravamento da covid-19 no país "não
alteram a previsão" de crescimento económico de 4,8% em 2021.
"Portugal conseguiu resistir bastante bem a esta fase da
pandemia e não tivemos de impor medidas com grande impacto na
economia e, portanto, espera-se que o valor de 4,8% [de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)] previsto pelo
Governo seja alcançado", declarou na altura o governante.
No entanto, na terça-feira, durante uma arruada em Coimbra, o
primeiro-ministro, António Costa, apontou para uma estimativa de
crescimento de 4,6%. Rui Rio, presidente do PSD, criticou depois
o secretário-geral do PS, acusando-o de divulgar um dado a que
só teve "acesso sob reserva" por ser primeiro-ministro.
Entre as principais instituições nacionais e internacionais, a
menos otimista era o Fundo Monetário Internacional, que
projetava um crescimento de 4,4%, enquanto a Comissão Europeia
previa uma subida de 4,5% e o Conselho das Finanças Públicas de
4,7%.
"Contributo expressivo" da procura interna e "crescimentos
significativos das importações e das exportações de bens e de
serviços"
No quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 5,8% em termos
homólogos e 1,6% em cadeia. Em termos homólogos, o contributo da
procura externa líquida foi positivo, devido a uma aceleração em
volume das exportações de bens e serviços, tendo-se registado
também um contributo positivo da procura interna.
"Refira-se ainda que no quarto trimestre de 2021 se verificou
uma perda significativa nos termos de troca, mais intensa que
nos dois trimestres precedentes, em resultado do crescimento
pronunciado do deflator das importações, nomeadamente de bens
energéticos e matérias-primas", refere o relatório do INE.
Já a variação em cadeia do PIB no quarto trimestre refletiu uma
diminuição do contributo positivo da procura externa líquida.
Leão acredita em crescimento acima de 5,5% este ano
O ministro das Finanças, João Leão, está confiante que o
crescimento da economia supere os 5,5% inicialmente estimados
para este ano, com o Produto Interno Bruto (PIB) a ultrapassar o
nível pré-pandemia já no primeiro semestre.
"Esta evolução do PIB reforça a confiança na continuação da
rápida recuperação da economia portuguesa durante o ano de 2022,
antecipando-se que se possa ultrapassar o nível pré-pandemia já
no 1.º semestre e inclusivamente superar as estimativas do
Governo para este ano, de 5,5%", afirma o Ministério das
Finanças, num comunicado divulgado esta segunda-feira em reação
aos dados divulgados pelo INE.
O Ministério das Finanças sublinha que este é o "mais elevado
crescimento dos últimos 31 anos (desde 1990)", explicando que "a
evolução positiva do investimento e das exportações foi
determinante para este crescimento".
"Esta foi mesmo a segunda taxa mais alta de crescimento em
cadeia da União Europeia, à data de hoje", assinala a tutela,
considerando que "este é um resultado muito positivo para
Portugal que mostra que a economia nacional está numa fase de
forte recuperação e que retomou o processo de convergência com a
União Europeia desde o segundo trimestre de 2021".
Crescimento de 4,9% em 2021 revela "trajetória de recuperação
saudável", diz Siza Vieira
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que o
crescimento de 4,9% em 2021 revela uma "trajetória de
recuperação saudável", destacando que a taxa de desemprego
esperada para dezembro é "das mais baixas de sempre".
"A recuperação da economia ficou a dever-se a uma recuperação do
consumo interno e também a uma aceleração das nossas exportações
ao longo do ano. É uma trajetória de recuperação saudável,
depois de uma queda muito brusca do Produto Interno Bruto (PIB)
em 2020", afirmou Siza Vieira, num vídeo divulgado pelo
Ministério da Economia e da Transição Digital, em reação aos
dados hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE).
Pedro Siza Vieira destacou que o crescimento ultrapassa as
projeções do Governo, do Banco de Portugal e da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económico, bem como as previsões
do Fundo Monetário Internacional ou da Comissão Europeia".
O ministro de Estado sublinhou ainda que o crescimento do PIB de
5,8% em termos homólogos coloca Portugal "bastante acima da
média da zona euro e da União Europeia".
"Voltámos por isso a convergir com a União Europeia", vincou.
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo
Eurostat, no quatro trimestre de 2021, a economia da zona euro
avançou 4,6% e a da União Europeia 4,8%, face ao mesmo período
de 2020, uma aceleração quando comparados com os 3,9% e 4,1%,
respetivamente, do terceiro trimestre.
Portugal registou o terceiro maior crescimento homólogo do PIB,
de 5,8%, entre os países da zona euro no quarto trimestre e o
segundo maior (1,6%) face ao terceiro trimestre.
Pedro Siza Vieira defendeu ainda que a taxa de desemprego
estimada para dezembro de 5,9%, conhecida hoje, "é o sinal de
uma economia que continua a criar emprego, a crescer" e a
projetar para este ano "uma recuperação em força", assinalando
ser "das taxas mais baixas de sempre".
"Boas notícias por parte da capacidade das nossas empresas
conseguirem conquistar mercados externos e recuperar da quebra
muito grande do ano passado", acrescentou.(31.01.22/Fonte:
Diário de
Notícias)
PS absoluto: Costa 2022 supera Cavaco 1991 em
Portugal Continental
Partido Socialista venceu todos
os círculos eleitorais do Continente nas legislativas. Em 1991,
PSD perdeu distrito de Beja para a CDU.
António Costa conseguiu algo inédito para o PS em eleições
legislativas: vitória em todos os distritos de Portugal
Continental. O desempenho dos socialistas supera a maioria
absoluta do PSD em 1991.
Nas legislativas de 1991, o PSD conseguiu ganhar em todos os
círculos eleitorais do Continente menos em Beja, na última vez
que a CDU conquistou um distrito em eleições parlamentares.
Nesse ano, o partido então liderado por Aníbal Cavaco Silva
também conquistou os círculos eleitorais da Europa e de Fora da
Europa. O PSD venceu essas legislativas e obteve 135 mandatos -
recorde para um Parlamento com 230 deputados.
Nas legislativas de 2005, o PS conquistou 17 círculos eleitorais
no continente - a exceção foi Leiria - e perdeu a disputa na
região autónoma na Madeira e no círculo de fora da Europa. O
partido então liderado por José Sócrates obteve 121 mandatos.
Até hoje, era a única maioria absoluta obtida pelo PS em
eleições legislativas.
Fechadas as contas nos círculos eleitorais de Portugal, o PS
obteve 41,68%, com 2,246 milhões de votos (117 mandatos). O PSD
terminou em segundo, com 27,8%, com 1,498 milhões de votos (76
mandatos). O Chega ficou em terceiro, com 7,15%, 385,5 mil votos
(12 mandatos).
A taxa de abstenção em território nacional foi de 42,04%, abaixo
dos 45,5% registados nas eleições legislativas anteriores.(31.01.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Preço das casas subiu 12,2% em 2021
Desde o início da pandemia,
registou-se uma valorização acumulada das casas de 13,7%. Um
claro contraste com o registado no tempo da troika, em que se
verificou uma desvalorização de 7,4%.
Imune aos efeitos da pandemia, o preço das casas no país cresceu
12,2% em 2021, igualando a valorização registada em 2017 e sendo
apenas superado pelo aumento de mais de 15% observado em 2018 e
em 2019.
Segundo avança a Confidencial Imobiliário, em dezembro do ano
passado, os preços da habitação em Portugal continental
acumulavam uma subida de 13,7% face ao início da pandemia, em
março de 2020.
Esta valorização contrasta com o comportamento observado na
anterior crise, lembra a consultora. No período em que o país
esteve sob intervenção da troika, registou-se uma desvalorização
acumulada de 7,4%.
A consultora recorda ainda que a subida do preço das casas em
tempo de pandemia sucedeu essencialmente nos últimos oito meses
do ano passado, já que até abril a subida acumulada face ao
início da pandemia estava nos 3,5%.
O primeiro trimestre de 2021, influenciado por um novo
confinamento geral, ficou marcado por uma estabilização dos
preços que se vinha a sentir desde o início da pandemia. A
Confidencial imobiliária aponta que, no final desse trimestre, o
aumento trimestral nos preços era de 1,2% e em termos homólogos
de 2,6%, o menos robusto dos últimos cinco anos.
A partir de abril, a subida de preços intensificou-se,
destacando-se, nesse período, o último trimestre do ano, com
aumentos mensais superiores a 1% e uma valorização trimestral
que culminaria em 3,9%.
O ano de 2021 fechou com o preço médio de venda das casas a
atingir os 1.822 euros por metro quadrado, com um valor
médio de 2.826€/m2 na habitação nova e de 1.731€/m2 na habitação
usada.(14.01.22/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
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