Barragens com a produção mensal mais alta de
sempre em fevereiro

Fontes renováveis abasteceram 88% do consumo de energia elétrica
do país em fevereiro, a percentagem mais elevada em quase 42
anos.
A
produção renovável abasteceu 88% do consumo de energia elétrica
em fevereiro, incluindo saldo exportador, anunciou a REN - Rede
Energéticas Nacionais, dando conta que esta foi a percentagem
renovável "mais elevada desde abril de 1979", ou seja, em quase
42 anos. "O saldo de trocas com o estrangeiro, exportador,
equivaleu a cerca de 20% do consumo nacional", adianta ainda a
empresa.
Quanto ao consumo, diz a REN que caiu 3,1% em termos homólogos,
mas que isto se deve, "fundamentalmente ao efeito de ano
bissexto", com menos um dia este ano. "Com correção de
temperatura e dias úteis a queda atenua-se para 0,8%, não se
verificando efeito significativo do confinamento devido à
pandemia", acrescenta a REN.
No acumulado dos dois meses do ano, o consumo apresenta uma
variação "marginalmente positiva", de 0,1% (com a correção de
temperatura e de dias úteis, a variação é negativa em 1,3%).
E fevereiro mostrou-se "particularmente favorável" para as
energias renováveis. O índice de produtibilidade hidroelétrica
situou-se em 1,85 (média histórica igual a 1), com a produção
hidráulica (vulgo, barragens) a registar 2.709 gigawatts-hora (GWh)
de produção, o valor mensal mais elevado de sempre. Já o índice
de produção eólica registou 1,19 (média histórica igual a 1).
Assim, a produção renovável abasteceu 88% do consumo (incluindo
saldo exportador). A não renovável os restantes 12%.
No acumulado de janeiro e fevereiro, o índice de produtibilidade
hidroelétrica situou-se em 1,39 (média histórica igual a 1) e o
de produtibilidade eólica em 1,14 (média histórica igual a 1).
Nestes dois meses, a produção renovável abasteceu 79% do
consumo: 42% foi assegurado pela produção hidroelétrica, 30%
pela eólica, 5% pela biomassa e 2% pelo solar fotovoltaico. A
produção não renovável abasteceu 21% do consumo nestes dois
meses, fundamentalmente com gás natural. O carvão pesou, apenas,
2%. O saldo de trocas com o estrangeiro, exportador, equivaleu a
cerca de 6% do consumo nacional.
Sobre o mercado de gás natural, a REN indica que se registou, em
fevereiro, uma variação homóloga negativa em 25%. "Esta quebra
acentuada, deveu-se ao segmento de produção de energia elétrica
que recuou 77%, condicionado pela elevada disponibilidade de
energia renovável. O segmento convencional registou uma evolução
positiva de 2,6%, não se verificando qualquer efeito do
confinamento, tal como no caso da eletricidade", explica, em
comunicado.
No final de fevereiro, o consumo acumulado anual de gás natural
regista agora uma variação negativa de 17%, com um crescimento
de 2,4% no segmento convencional e uma contração de 52% no
segmento de produção de energia elétrica.(02.03.21/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Portugal entre destinos mais procurados por
britânicos para férias de verão
Portugal foi um dos destinos turísticos mais procurados pelos
britânicos nas últimas horas, após o anúncio do Governo para
aliviar o confinamento em vigor em Inglaterra devido à covid-19,
apesar de os voos com o Reino Unido continuarem interditos.
As
transportadoras aéreas easyJet e Jet2.com anunciaram ambas terem
registado um aumento de 600% na procura de pacotes de férias em
países como Espanha, Portugal e Grécia, apesar de o
primeiro-ministro, Boris Johnson, não ter avançado uma data para
que deixe de ser proibido viajar para o estrangeiro sem
justificação válida.
No plano publicado está escrito que a proibição de viagens ao
estrangeiro e restrições na entrada no Reino Unido vão
continuar, pelo menos, até 17 de maio, mas Johnson espera
receber um relatório até 12 de abril com medidas para permitir o
reinício do tráfego aéreo.
Uma via pode ser um sistema internacionalmente reconhecido de
passaportes de vacinas anti-covid-19, que o Reino Unido pretende
fazer avançar durante a presidência este ano do G7, embora o
primeiro-ministro britânico tenha reconhecido que a ideia
levanta questões éticas "complexas".
"Existem questões profundas e complexas que precisamos explorar,
questões éticas sobre qual é o papel do Governo em exigir que
todas as pessoas tenham algo ou mesmo proibir as pessoas de
fazerem tal coisa", admitiu hoje.
No plano, o Governo admite "tentar introduzir um sistema que
permita a indivíduos vacinados viajarem internacionalmente com
maior liberdade", mas também refere que "qualquer sistema desse
tipo levará tempo a ser implementado" e que vai depender dos
estudos sobre a eficácia das vacinas e a imunização ser
generalizada.
Além de ser proibido fazer férias ou viajar sem um motivo válido
para o estrangeiro, 33 países incluindo Portugal estão sem voos
diretos para o Reino Unido devido ao risco agravado de
transmissão de variantes do vírus que causa a covid-19,
especialmente aqueles detetadas no Brasil e África do Sul.
Existem ainda uma série de outras restrições a viagens
internacionais, incluindo três testes e quarentena obrigatória
de dez dias, a qual tem de ser cumprida num hotel designado
pelas autoridades e custeado pelas pessoas que cheguem dos 33
países da "lista vermelha".
O plano de desconfinamento para Inglaterra tem quatro etapas com
pelo menos cinco semanas de intervalo e sujeitas a vários
fatores, começando com a reabertura das escolas EM 08 de março e
culminando no fim de quase todas as restrições em 21 de junho.
O Reino Unido registou nas últimas 24 horas mais 548 mortes,
totalizando 121.305 óbitos desde o início da pandemia covid-19,
o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás
apenas dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.474.437 mortos no
mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção,
segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 16.086 pessoas dos 799.106 casos de infeção
confirmados, de acordo com o boletim mais recente da
Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final
de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.(23.02.21/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
Azeitona: Produção deverá cair 25% este ano
Ainda assim, “as 734 mil toneladas previstas posicionam esta
campanha como a sexta mais produtiva das últimas oito décadas”.
A
produção de azeitona deverá cair 25% este ano, “essencialmente
devido ao fraco vingamento dos frutos”. As previsões são do
Instituto Nacional
de Estatística (INE) que revela que, apesar da quebra, “as
734 mil toneladas previstas posicionam esta campanha como a
sexta mais produtiva das últimas oito décadas”.
O INE avança ainda que, nos cerrais de outono / inverno,
decorreram com “atrasos pontuais”, em particular nos solos mais
sujeitos a encharcamento, “apresentando um desenvolvimento
normal para a época”.
O gabinete de estatística estima ainda que haja uma redução de
5% da área semeada de centeio face ao ano passado e a manutenção
dos restantes cereais (trigo, triticale, cevada e aveia).
Ora, com a colheita de azeitona “praticamente concluída”, os
“cenários são regionalmente heterogéneos”, diz o INE,
acrescentando que, “de uma forma geral, no início do ciclo e
após uma boa floração”, o vingamento não aconteceu “nas melhores
condições”.
“No entanto, no interior Norte e Centro, a precipitação que
ocorreu próximo do final do ciclo produtivo dos olivais conduziu
a um aumento do calibre da azeitona, proporcionando uma
recuperação em muitos olivais tradicionais de sequeiro,
perspetivando-se aumentos de produção face a 2019”, explica no
INE.
Mas, no Alentejo, “região onde os olivais modernos de regadio
têm um peso muito significativo”, foram as condições iniciais,
nomeadamente o vingamento, que determinaram a evolução da
campanha, “menos produtiva que a anterior”.
O gabinete de estatística diz ainda que é de salientar que,
“apesar do rendimento da azeitona em azeite (funda) ser menor
que o alcançado no ano anterior, o produto final apresenta
qualidade organolética e química dentro dos parâmetros normais”.
.(18.02.21/Fonte:
Jornal
I)
Exportações de vestuário caem 17% para 2586
milhões de euros em 2020
Queda "mais acentuada" das exportações de vestuário no ano
passado registou-se com Espanha.
As
exportações portuguesas de vestuário caíram 17,3% em 2020, para
2586 milhões de euros, diminuindo mais de 540 milhões de euros
face aos 3128 milhões de euros em 2019, divulgou esta
terça-feira a associação setorial.
"A queda era esperada, até porque a situação sanitária tem
piorado e muitos países têm imposto confinamentos à população e
o encerramento de lojas, o que faz com que o consumo e,
consequentemente, as encomendas para Portugal se ressintam",
afirma o presidente da Associação Nacional das Indústrias de
Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV), citado num comunicado.
Segundo César Araújo, "há empresas com quedas ainda superiores
na sua atividade, nomeadamente as que trabalham no vestuário de
tecido e uniformes, que são áreas particularmente afetadas e que
estão, por isso, numa situação muito difícil".
"É preciso apoiar estes negócios para que, no final desta
pandemia, a indústria de vestuário, que emprega mais de 90 mil
pessoas, continue a garantir o crescimento dos postos de
trabalho e dos rendimentos, como tem feito ao longo das últimas
décadas", avisa.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE)
tratados pela ANIVEC/APIV, a queda "mais acentuada" das
exportações de vestuário no ano passado registou-se com Espanha,
com uma redução de 30%, o que representa menos 368,2 milhões de
euros.
Contudo, acrescenta, "as quebras atingem igualmente os dois
dígitos nos envios para os EUA (-14,7%), Países Baixos (-13,9%)
e Itália (-10,1%)".
Conforme explica a ANIVEC/APIV, "a tendência de queda nas
exportações manteve-se até ao final do ano, com os números do
mês de dezembro a revelarem uma descida de 14,6%" (para 195,6
milhões de euros), que se segue às descidas de 14,4% em novembro
e de 12,1% em outubro.(09.02.21/Fonte:
TSF)
"Cerca de um terço do volume de vendas no
marketplace da Fnac foi realizado por empresas nacionais"
Com os portugueses fechados em casa, por causa do confinamento
ditado pela pandemia, o marketplace da Fnac arranca com nova
categoria: casa e decoração.
Há
já cerca de 400 retalhistas nacionais a vender no marketplace da
Fnac e já representam cerca de um terço das vendas da plataforma
que, no ano passado, empurrado pelo boom do comércio online viu
as encomendas mais do que duplicarem, adianta Paula Alves,
diretora de ecommerce da Fnac Portugal.
O marketplace, que já está a registar um aumento da procura
durante o novo confinamento geral, está a reforçar a oferta com
uma nova categoria: casa e decoração.
Portugal voltou a confinar, com o comércio não essencial
a fechar. Tem-se refletido na procura dos consumidores ao
marketplace?Já se verifica um
acréscimo de encomendas no canal e-commerce, Fnac e marketplace,
potenciado por o comércio físico ter voltado a fechar, afetando
a operação de muitos dos e-sellers que trabalham connosco e que
estão, novamente, a focar todos os esforços no online devido a
terem as suas lojas físicas encerradas. Acreditamos que o
digital continuará a crescer pois há novas gerações que vão
entrar no mercado de consumo já muito habituadas a comprar à
distância. Neste novo lockdown, a Fnac mantém as suas lojas
abertas e reforçou o nosso serviço "Liga e Encomenda" que
permite aos clientes contactarem-nos para que os possamos ajudar
no processo de compra.
Dos 600 vendedores que tinham até
setembro do ano passado, cerca de metade eram portugueses. Após
um ano onde explodiu o comércio online, com inúmeros
retalhistas/empresários a darem o salto digital, qual é hoje a
realidade do marketplace Fnac?
O marketplace Fnac continua e quer continuar a afirmar-se como
canal alternativo de vendas e, em muitos casos, a própria
solução de e-commerce para as empresas e pequenos negócios que
não têm, ainda, site transacional próprio. Em 2020, mais do que
angariar e-sellers, ajudámos muitos a fazerem a transição para o
digital, passo a passo, acompanhando-os em todo este processo,
pois era algo de novo e, em parte, desconhecido. E este é e
continuará a ser o nosso propósito, contribuir de forma positiva
e expressiva para a expansão do e-commerce em Portugal, para a
digitalização dos nossos parceiros de negócio e dos nossos
clientes. Metade da nossa carteira de vendedores continua a ser
composta por empresas portuguesas. Temos já quase 400 vendedores
portugueses, que representam cerca de metade da nossa carteira
de e-sellers.
Que áreas registaram maior crescimento o ano passado,
tanto em número de adesões de empresas, como em vendas?
Houve um crescimento transversal em todas as categorias, com uma
forte procura por Pequenos Eletrodomésticos, Jogos e Brinquedos,
Cuidado Pessoal e Desporto.
Que peso tiveram as vendas de empresas nacionais?
As encomendas do marketplace mais do que duplicaram,
praticamente ao mesmo ritmo das encomendas "standard" da fnac.pt.
Cerca de um terço do volume de vendas foi realizado por empresas
nacionais.
Arrancam com nova categoria: Casa
e Decoração. Quantos novos vendedores, e destes quantos
nacionais, se juntam à plataforma de vendas? Que volume de
produtos fica disponível?
Temos já mais de 15.000 as referências disponíveis, totalmente
assentes na oferta dos nossos e-sellers, que vão desde o colchão
à cama, passando pelas cabines de duche, sofás, candeeiros, com
marcas de referência no mercado como Colchão Emma, Levira Home &
Office, Lourini, vidaXL, Good Living Decor, entre outras. Dos
100 e-sellers que temos como parceiros para disponibilizar estas
categorias, mais de metade são nacionais.
Temos vindo a trabalhar a categoria Grandes Eletrodomésticos
desde o lançamento do marketplace Fnac, em 2013. No entanto,
sabemos que a FNAC ainda não está no top of mind do consumidor
português quando surge a necessidade de trocar de máquina de
lavar roupa ou frigorífico apesar de termos a "loja" com mais
referências do mercado português - mais de 6000. Por isso,
queremos dar cada vez mais destaque a esta categoria na nossa
comunicação, com campanhas dedicadas.
Estão previstos novos reforços em
termos de oferta, novas categorias?
Em termos de oferta das categorias atuais, estamos diariamente a
trabalhar para continuar a aumentar o cardex quer de referências
disponíveis, quer da carteira de vendedores. O objetivo para
2021 é consolidar as categorias de diversificação, afirmando-nos
como players de referência das mesmas e continuando atentos às
tendências, quer de mercado, quer de pesquisa e necessidade dos
nossos clientes. Exemplo disso é a área de Bricolage, Jardim e
Animais de Estimação que preparámos e estruturámos ainda durante
o período de confinamento de 2020 e que lançámos em julho
passado, para acompanhar os nossos clientes que se viram mais
limitados nas suas saídas de casa.
O crescimento do ecommerce também
levou a um disparo nas reclamações: 11.525 só no Portal da
Queixa, das quais 891 visando a Fnac (+119%) e dessas 8%
referentes a "alegadas burlas no Marketplace da Fnac". Como
comenta estes números?
Em relação às reclamações e sugestões dos nossos clientes
utilizamos os centros de contacto oficiais (o livro de
reclamações digital, por exemplo) e disponibilizamos as nossas
próprias plataformas de resposta aos nossos clientes que
seguimos amiúde, com uma taxa de satisfação de resolução muito
elevada. O número de contactos (não necessariamente reclamações)
aumentou de forma importante em 2020 por causa da pandemia, mas
ainda assim ficou abaixo da taxa do crescimento do e-commerce, o
que significa que a média de contactos por encomenda reduziu.
Apesar de tudo, estamos satisfeitos com a capacidade que tivemos
de reforçar as equipas para apoiar os clientes num momento em
que estes se sentiram muito perdidos, pois todo o ecossistema do
e-commerce (e-sellers, logística, transportes...) teve o seu
período de adaptação aos novos volumes de encomendas. Em quase
oito anos de operação em Portugal, tivemos dois casos de
alegadas burlas e todas foram resolvidas de forma satisfatória
para os nossos clientes.
Que garantia/apoio pode dar a
Fnac em caso de conflito entre o cliente e o vendedor do
marketplace?
Todas as situações de possível conflito entre cliente e vendedor
que nos chegam quer pelos centros de contacto oficiais, quer
pelas nossas plataformas de contacto direto, são acompanhadas
diariamente pela nossa equipa de Customer Care. O papel do
marketplace Fnac é mediar estes possíveis conflitos e garantir
que os mesmos são resolvidos tendo em conta a análise
aprofundada do que poderá ter motivado cada uma das reclamações
e o facto que estamos a mediar uma situação entre dois clientes
FNAC: os que compram e os que vendem.(05.02.21/Fonte:
DinheiroVivo)
Produção industrial caiu 7% e comércio a retalho
4,1% em 2020
Venda de bens não alimentares diminuíram 7,9% no último
trimestre.
AO
índice de produção industrial caiu 7% em 2020, bem pior do que
os negativos 2,3% no ano anterior, revelou esta sexta-feira o
Instituto Nacional de Estatística (INE), dando conta que para a
queda anual contribuíram todos os agrupamentos.
Relativamente ao último trimestre de 2020, o índice agregado
registou uma variação homóloga de -2,4%, depois de, no trimestre
anterior a variação ter sido -0,7%.
No último mês do ano, o índice de produção industrial diminuiu
4,4%, para a qual contribuíram contribuíram todos os grandes
agrupamentos industriais, excepto o de bens intermédios, que
cresceu 5,3%. O agrupamento de energia foi o que deu a maior
contributo para a redução do índice total (-3,2 pontos
percentuais).
Comércio a retalho inverte subida
de 2019
No sector do comércio a retalho, o índice de volume de negócios
diminuiu 4,1% em 2020, contra um crescimento de 4,3% em 2019. E
os índices de emprego, remunerações e horas trabalhadas em 2020
registaram variação de 2,1%, 0,9% e -8,1% (a evolução tinha sido
de 2,4%, 5,1% e 1,8%, respectivamente, em 2019).
No quarto trimestre de 2020, as vendas desceram 3,4% em termos
homólogos (queda fora de 2,1% no 3.º trimestre), devido
exclusivamente à forte redução de 7,9% do comércio a retalho de
produtos não alimentares, uma vez que o comércio de produtos
alimentares aumentou 2,3%.
Em Dezembro, a queda homóloga foi de 4,5%, em ligeira
recuperação face aos 5,3% de Novembro, com uma contracção de
9,9% nos produtos não alimentares (10,1% em Novembro) e um
aumento em 1,4 pontos percentuais, para 2,4%, nas nos bens
alimentares.
Ainda no último mês do ano, os índices de emprego, remunerações
e horas trabalhadas apresentaram, respectivamente, quedas de
4,6%, 4,1% e de 6,7%, em termos homólogos.(29.01.21/Fonte:
Público)
Construção tem falta de 80 mil trabalhadores em
Portugal
Escassez de mão de obra qualificada volta a ser um
estrangulamento à atividade, confrontada com um conjunto de
investimentos em perspetiva para relançar a economia do país.
A
construção civil continua a viver uma crise de mão-de-obra. O
setor precisa de, pelo menos, 80 mil trabalhadores qualificados,
alerta Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção de
Portugal. Carpinteiros, eletricistas, encarregados de obra e
ferrageiros são alguns dos exemplos de especializações em falta
no país. "Se todas as obras que estão previstas, como o metro do
Porto, os hospitais, o aeroporto do Montijo, arrancassem não
teríamos trabalhadores para responder", diz o dirigente
sindical. Só para a construção da infraestrutura aeroportuária
do Montijo "vão ser precisos 10 mil", sublinha.
Do lado dos patrões, a convicção é a mesma. "No início da
pandemia [março de 2020], apontava-se para a necessidade de 70
mil trabalhadores para dar resposta aos investimentos que
estavam previstos", lembra Reis Campos, presidente da
AICCOPN-Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras
Públicas. Recentemente, num inquérito à situação do setor,
65% dos empresários fez notar à associação que "a escassez de
mão-de-obra especializada foi o principal constrangimento à
atividade". O líder associativo lembra que o Plano de
Recuperação e Resiliência, que espera seja "uma realidade ainda
este ano", aponta para "um total de 12,9 mil milhões de euros em
subvenções, sendo que se estima que cerca de 34% corresponderão
a investimentos em construção". Nesse sentido, e perante o
volume de investimento previsto, "há uma efetiva necessidade de
reforço ao nível da mão-de-obra qualificada", frisa Reis Campos
e, nesse contexto, "a formação profissional é uma questão
decisiva".
Para Albano Ribeiro, a solução para debelar a escassez de
profissionais está no regresso dos trabalhadores que emigraram
nos últimos anos. Nas suas contas, há cerca de 300 mil
portugueses a trabalhar na construção civil em países como o
Reino Unido, França, Alemanha e Luxemburgo. O dirigente sindical
defende que a escassez de mão-de-obra qualificada poderia ser
resolvida se os salários em Portugal fossem mais ajustados à
realidade da União Europeia. Como refere, atualmente, esses
profissionais vão à segunda-feira para o Reino Unido ou França,
via Ryanair, e regressam à sexta, mas auferem salários de 2400
euros e superiores. A situação "revertia-se se ganhassem um
mínimo de 900 euros" em Portugal, defende. Aliás, este é o valor
na mesa negocial com os patrões, para os operários qualificados
de primeira. Já para os de segunda, é reivindicada uma
remuneração de 850 euros.
Prioridade à formação
A AICCOPN confirma que, relativamente a 2021, foi iniciado o
processo de negociação da revisão do Contrato Coletivo de
Trabalho com os sindicatos e, por isso, "não é possível adiantar
qualquer indicação". Contudo, lembra que o último inquérito aos
salários por profissões na construção, do Ministério do
Trabalho, de julho de 2020, revela que a taxa de salário mensal
dos trabalhadores atingiu a média de 1010 euros, mais 3,7% face
ao período homólogo. Albano Ribeiro tem dúvidas sobre os
números: "Há milhares de trabalhadores que ganham o salário
mínimo, nas nossas estimativas são cerca de 40%."
Para minimizar o problema da falta de mão-de-obra, a associação
patronal defende como prioritário "o realinhamento da formação
profissional com as necessidades do mercado e o apoio ao
investimento na capacitação das empresas". Segundo Reis Campos,
nos últimos anos, os centros de formação do setor "não cumpriram
a missão". Por isso, é urgente que o governo promova o
realinhamento dos centros e assegure a formação para responder
quer ao desemprego quer às necessidades do setor. Mas lembra
também que "o planeamento e o cumprimento de uma calendarização
rigorosa do investimento são questões essenciais" para que as
empresas saibam com o que podem contar.
A par de formação na qualificação técnica da construção, a
AICCOPN preconiza a promoção de cursos de especialização
tecnológica, direcionados para matérias como o reforço da
resiliência e da sustentabilidade das infraestruturas, a
adaptação dos edifícios a exigências como o touch-free, a
segurança e a qualidade do ar, a construção 4.0, a mobilidade
urbana, as smart grids, a conectividade das infraestruturas
públicas, a eficiência energética e o combate às alterações
climáticas, que "vão ser determinantes neste novo ciclo de
investimento público e privado".
Por sua vez, Albano Ribeiro alerta que muitas obras estão a ser
feitas com trabalhadores sem qualificação, muitos vindos do
setor agrícola, e por imigrantes sem formação na área. Reforça
que há muito não há formação profissional no setor.
A construção e o imobiliário têm conseguido resistir à crise
pandémica. Segundo a AICCOPN, o setor registou, em 2020, 272
insolvências, menos 7,2% face às 293 verificadas em 2019. Entre
o final de 2019 e novembro de 2020, o número de desempregados do
setor registados no Instituto de Emprego e Formação Profissional
aumentou 7,7%, o que compara com o aumento de 41,4% a nível
nacional. . Por essa data, os desempregados inscritos nos
centros de emprego eram 34 250, representando 8,6% do desemprego
nacional e um mínimo desde o início da série que remonta a 2003.(25.01.21/Fonte:
Diário de Notícias)
Número de casais no desemprego sobe 15,9%
O número de casais com ambos os elementos inscritos nos centros
de emprego aumentou 15,9% em dezembro face ao mesmo mês de 2019,
para 6.187, segundo dados divulgados pelo Instituto do Emprego e
Formação Profissional (IEFP).
De
acordo com o IEFP,
do total de desempregados casados ou em união de facto, 12.374
(8,1%) têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente
inscrito como desempregado.
Assim, o número de casais em que ambos os cônjuges estão
registados como desempregados foi, no final de dezembro de 2020,
de 6.187, ou seja, mais 15,9% (849 casais) do que no mês
homólogo e de 1,2% (mais 73 casais) em relação ao mês anterior.
Os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma
majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego
que se encontrem a receber, quando tenham dependentes a cargo.
O IEFP começou a divulgar informação estatística sobre os casais
com ambos os elementos desempregados em novembro de 2010, altura
em que havia registo de 2.862 destas situações.
O número total de desempregados inscritos nos centros de emprego
aumentou 29,6% em dezembro em termos homólogos e 1,0% face a
novembro, segundo dados também hoje divulgados pelo IEFP.(20.01.21/Fonte:
Jornal de Notícias)
Portugal com maior quebra da UE na produção
industrial em novembro
Portugal registou em novembro a maior quebra em cadeia da
produção na construção (-5,1%), em contraciclo com a zona euro e
a União Europeia (UE), onde o indicador avançou, respetivamente,
2,5% e 2,3%, divulga o Eurostat.
Na
variação homóloga, a produção industrial diminuiu 0,6% na zona
euro e 0,4% na UE, com Portugal a apresentar um recuo acima da
média (-3,6%).
De acordo com o gabinete estatístico europeu, face a outubro, as
maiores subidas na produção industrial foram assinaladas na
Irlanda (52,8%), na Grécia (6,3%) e na Dinamarca (5,3%) enquanto
os principais recuos se registaram em Portugal (-5,1%), na
Bélgica (-3,5%) e na Croácia (-2,6%).
Face a novembro de 2019, Bulgária (-5,0%), França (-4,9%) e
Itália (-4,2%) registaram as maiores quebras na produção
industrial e a Irlanda (40,8%), a Grécia (8,8%) e a Polónia
(2,9%) apresentaram os maiores avanços.(13.01.21/Fonte:
Jornal de Notícias)
Crédito mais barato leva empréstimos à habitação
a recordes na crise
As famílias que não foram afetadas pela crise aproveitaram o
crédito mais barato para comprar casa. Pediram aos bancos mais
de 30 milhões de euros por dia.
É nas crises que surgem oportunidades. E nesta, o crédito mais
barato levou as famílias portuguesas que não foram afetadas pela
perda de rendimentos a contratar novos créditos à habitação. O
resultado foi um novo recorde de empréstimos à habitação nos 11
meses de 2020.
Até final de novembro, os portugueses contrataram quase 10,2 mil
milhões de euros aos bancos para compra de casa, recorde da
década. São mais de 30 milhões por dia em novo crédito à
habitação. O mês de novembro de 2020 foi mesmo o melhor mês do
ano passado, em termos de novos empréstimos para compra de casa.
Desde dezembro de 2019 que não havia tanto crédito concedido
para esta finalidade, segundo os dados do Banco de Portugal
ontem divulgados.
"As famílias estão a aproveitar as taxas de juro baixas, a
descida da Euribor", explica Nuno Rico, economista da Deco
Proteste. "Aproveitam o crédito mais barato para aproveitar
algumas oportunidades no mercado. É o que explica esta subida",
adiantou.
Segundo o supervisor bancário "nas novas operações de
empréstimos a particulares para habitação, a taxa de juro média
desceu 3 pontos base (p.b.), para 0,84% , estabelecendo um novo
mínimo histórico pelo quarto mês consecutivo". As taxas Euribor
desceram ontem a três, seis e 12 meses, face a terça-feira,
atingindo mínimos históricos a três e a 12 meses. A taxa Euribor
a seis meses - a mais utilizada em Portugal nos empréstimos para
comprar casa - caiu 0,006 pontos para -0,530%. Segunda-feira
alcançara já um mínimo: -0,532%. "Quem tem capacidade vai
continuar a contratar crédito à habitação e a comprar casa",
aponta o economista.
Os primeiros meses do ano foram de forte procura para o crédito
à habitação. O confinamento da população a partir de meados de
março refreou a procura, que retomou a subida a partir do
segundo semestre de 2020.
Segundo Nuno Rico, este aumento do crédito à habitação é também
mais um sinal de que a crise provocada pela pandemia e pelas
medidas adotadas para a combater não afetam todos por igual. "As
famílias que não perderam rendimento na crise são as que estão a
aproveitar para comprar casa. Mas já se vê à venda casas de
famílias que entraram em insolvência", frisa.
"Esta desigualdade é visível também na descida do crédito ao
consumo, já que são as famílias com menores rendimentos que mais
recorrem a este tipo de solução - e agora não conseguem fazê-lo,
a não ser em desespero." Para Nuno Rico, "esta crise é
completamente desigual".
Os dados do crédito ao consumo apontam para uma descida do
recurso a este tipo de endividamento pelas famílias em 2020 face
ao ano anterior (ver tabela). O mesmo aconteceu com o crédito
para outros fins, embora este tenha subido fortemente em
novembro. "No global, o aumento do crédito à habitação compensou
a quebra registada no crédito ao consumo e para outros fins",
conclui Nuno Rico. Ao todo, os portugueses endividaram-se em
mais 16,2 mil milhões de euros nos 11 meses de 2020.(07.01.21/Fonte:
Diário de Notícias)
2021: Previsões para o crescimento económico
português entre os 1,7% e os 6,5%
As previsões para o crescimento da economia nacional em 2021 vão
desde os 1,7% da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) aos 6,5% do Fundo Monetário Internacional
(FMI), depois de um 2020 marcado pela pandemia de covid-19.
Depois de um 2020 marcado pela pandemia, as previsões para o
crescimento da economia portuguesa em 2021 vão desde uma
previsão mais otimista de 1,7% da OCDE aos 6,5% do FMI. Pelo
meio ficam outras estimativas.
Os números mais otimistas, do FMI, contrastam com os do Governo
e da Comissão Europeia, que apontam de forma igual para um
crescimento do PIB de 5,4%, ao passo que o Conselho das Finanças
Públicas (CFP) espera uma recuperação de 4,8% em 2021.
O Banco de Portugal divulgou em 14 de dezembro a sua atualização
de previsões, apontando para um crescimento económico de 3,9% em
2021, esperando ainda crescimentos de 4,5% e 2,4% em 2022 e
2023, respetivamente.
A previsão mais pessimista é a da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Económico (OCDE), que aponta para um
crescimento económico de apenas 1,7% no próximo ano.
Para 2020, o FMI aponta para uma queda de 10,0% da economia
portuguesa, com a Comissão Europeia e o CFP a esperarem uma
recessão de 9,3%, o Governo de 8,5%, a OCDE de 8,4% e o Banco de
Portugal de 8,1%.
Nos números do Governo, patentes no relatório do Orçamento do
Estado para 2021, o executivo aponta para "um contributo
positivo, tanto da procura interna (4,1 p.p.), como da procura
externa líquida (1,3 p.p.), por via de um maior dinamismo das
componentes de consumo privado, investimento e consumo público,
e de um crescimento das exportações mais intenso que o esperado
para as importações".
"Assim, para 2021, prevê-se um aumento do consumo privado em
3,9%, após uma redução esperada de 7,1% em 2020", pode ler-se no
documento, que também dá conta de "uma gradual melhoria no
mercado de trabalho, levando a um ligeiro aumento no rendimento
disponível das famílias e a uma redução da taxa de poupança",
estimando ainda "um crescimento do consumo público de 2,4% em
2021 (-0,3% em 2020)".
Já o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, assinalou,
na apresentação do Boletim Económico de dezembro, que o final do
ano de 2020 prejudicará a recuperação económica em 2021.
"Nós não divulgamos projeções trimestrais, mas temos uma
recuperação gradual claramente mais a partir do segundo
trimestre, da economia, em 2021, sendo que o que aqui está
subjacente é precisamente alguma manutenção de medidas de
contenção no primeiro trimestre de 2021 e depois, então, um
retomar da atividade económica com mais intensidade a partir e
incluindo o segundo trimestre" de 2021, disse.
Face ao crescimento previsto para 2022 (4,5%), "a taxa de
crescimento para 2021 está muito afetada pelo mau ponto de
partida originado no quarto trimestre de 2020", disse Mário
Centeno, considerando que "é um pouco enganadora para a dinâmica
que, trimestre após trimestre, se irá consubstanciando em
Portugal".
Relativamente ao crescimento da dívida pública, o Governo estima
que atinja os 130,9% em 2021, depois de uma previsão de 134,8%
para 2020.
"Prevê-se uma redução do rácio de -3,9 p.p. [pontos percentuais]
para 130,9% do PIB. O principal contributo será dado pela retoma
do crescimento nominal do PIB e, em segundo plano, pela redução
dos depósitos das administrações públicas em cerca de 1,7 p.p.
do PIB", pode ler-se no relatório do OE2021.
A previsão do Governo aproxima-se das do FMI (130,0%) e da
Comissão Europeia (130,3%), ficando abaixo das previsões do CFP
(134,5%) e OCDE (139,7%).
Desemprego pode aumentar mais em
2021
O Banco de Portugal projeta ainda que após uma subida de 6,5%
para 7,2% em 2020, a taxa de desemprego deverá aumentar ainda
mais em 2021, para 8,8%, descendo depois para 8,1% e 7,4%,
respetivamente, em 2022 e 2023.
Para 2021, além da previsão do BdP, a OCDE aponta para uma taxa
de desemprego de 9,5%, o CFP de 8,8%, o Governo de 8,2%, e o FMI
e a Comissão Europeia de 7,7%.
Em 2021, o Governo espera ainda uma descida do défice dos 7,3%
previstos para 2020 para 4,3%, ao passo que a Comissão Europeia
aponta para um défice de 4,5%, o CFP de 3,2%, FMI de 2,7%, e a
OCDE de 6,3%.
Para o próximo ano está ainda marcada a avaliação das medidas
relativas ao Pacto de Estabilidade e Crescimento da Comissão
Europeia, que estão atualmente suspensas, mas que poderão estar
de volta em 2022, data em que o Governo já prevê ter o défice
dentro dos limites pedidos por Bruxelas (3%).
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, já salientou que
"é importante não cometer os mesmos erros que foram cometidos na
anterior crise, em que se tentou voltar à consolidação
orçamental cedo demais".
"No momento certo, e em 2021, dependendo da evolução da
pandemia, temos de equacionar como é que vamos prever e ter as
regras para 2022. Mas ainda é cedo demais para definir desde já
quais é que serão as regras", disse, em dezembro, João Leão.(29.12.20/Fonte:
Expresso)
Filhos de emigrantes passam a poder ser
registados e pedir nacionalidade online
Numa primeira fase, serviço de registo de nascimento online no
estrangeiro irá abranger os filhos dos residentes em França e no
Reino Unido, com menos de um ano de idade e com dois
progenitores de nacionalidade portuguesa.
Os filhos de portugueses residentes no estrangeiro passam, a
partir desta segunda-feira, a poder ser registados e pedir a
nacionalidade online, numa nova medida de simplificação
administrativa do Governo para as comunidades portuguesas
apresentada em Lisboa.
O serviço de registo de nascimento online no estrangeiro irá
abranger, numa primeira fase, os filhos dos residentes em França
e no Reino Unido, com menos de um ano de idade e com dois
progenitores de nacionalidade portuguesa, como explicaram
durante a apresentação pública da medida as secretárias de
Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e da Justiça,
Anabela Pedroso.
A medida deverá abranger mais de 1,2 milhões de portugueses com
residência registada nestes dois países e terá "impacto direto"
em sete consulados-gerais de Portugal: Londres, Manchester,
Bordéus, Estrasburgo, Lyon, Marselha e Paris.
Na mesma ocasião do registo, será possível também pedir a
nacionalidade, uma vez que os descendentes de nacionais nascidos
no estrangeiro têm de manifestar vontade de ter nacionalidade
portuguesa.
"A partir de hoje os cidadãos portugueses que vivem no Reino
Unido e na França e que tenham filhos com menos de um ano podem
fazer o registo de nascimento 'online' com pedido de
nacionalidade sem terem de se deslocar aos consulados", disse a
secretária de Estado das Comunidades.
Berta Nunes considerou que esta medida é "particularmente
importante" nesta altura devido a "todos os problemas de
mobilidade" causados pela pandemia de Covid-19, mas lembrou que,
em circunstâncias normais, há "nas comunidades, cidadãos que
vivem a muitos quilómetros dos consulados e têm de se deslocar,
por vezes, até de avião".
O pedido online de registo de nascimento e de nacionalidade
apenas pode ser feito mediante autenticação com Chave Móvel
Digital ou com Cartão de Cidadão.
Esta medida vem juntar-se à possibilidade que já existe de os
portugueses residentes no estrangeiro renovarem o Cartão de
Cidadão online, alternativa que, segundo Berta Nunes, "ainda não
está a ser utilizada no seu potencial".
"Temos de fazer uma grande campanha da Chave Móvel Digital e dos
serviços a que as pessoas podem ter acesso" com ela, disse,
adiantando que está igualmente em preparação a entrega do Cartão
de Cidadão no domicílio.
A responsável sublinhou a importância destas medidas na redução
de agendamentos e na retirada de pressão dos consulados, bem
como os ganhos de comodidade para os utentes.
A secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, defendeu,
por seu lado, que não faz sentido ter medidas em Portugal que
não possam depois ser aplicadas às comunidades portuguesas.
De acordo com dados oficiais, entre 13 de abril e 13 de dezembro
de 2020 deram entrada nos serviços de registo um total de 70.090
declarações de nascimento, das quais 22.196 foram submetidas
online (31,7%).
A responsável assinalou a simplicidade de um processo que "em
seis passos" permite registar um bebé e fazer o seu pedido de
nacionalidade, que será posteriormente confirmado por email e o
assento de nascimento enviado por correio.
Em 2019, foram registados nos postos consulares 77.240 menores
portugueses nascidos no estrangeiro.
Destes, 41.486 na Europa, dos quais 24.176 na rede em França e
no Reino Unido.
O registo de nascimento e o pedido de nacionalidade 'online'
inserem-se no quadro do Novo Modelo de Gestão Consular do
Governo, no âmbito do qual está em análise a curto e médio prazo
a entrega de Cartão de Cidadão por via postal no estrangeiro,
medida que o executivo estima concretizar no primeiro semestre
de 2021.
O lançamento do serviço para registo de filhos de cidadãos
portugueses no estrangeiro é uma iniciativa conjunta dos
Negócios Estrangeiros e da Justiça, e prevê abranger
progressivamente todas as comunidades portuguesas residentes no
estrangeiro.(21.12.20/Fonte:
TSF)
Mais de 160 hotéis à venda em Portugal devido à
pandemia. Mais caro custa 36 milhões
Maior número de hotéis para venda encontra-se na região centro
(53), seguido pelo norte (37) e Algarve (29). O mais caro
encontra-se situado na Praia da Oura, em Albufeira, no distrito
de Faro, por um valor de 36 milhões de euros.
A crise provocada pela pandemia da Covid-19 atingiu em força o
sector da hotelaria, de tal forma que no mês de outubro existiam
entre Portugal Continental e regiões autónomas, 166 hotéis para
venda, de acordo com os dados revelados por um estudo do
‘Idealista’ esta terça-feira, 15 de dezembro.
Estes 166 hotéis representam um aumento de 4% face ao mês de
março (160), altura em que foi declarado o estado de emergência.
A região do país que concentra maior oferta é o centro (53), o
equivalente a uma subida de 15% ao mês de março (46).
Segue-se a zona norte (37), o que representou uma descida de
21%, quando comparado com março (47) e o Algarve (29), num
aumento de 16%, face aos 25 que se verificavam em março. Por sua
vez, a cidade de Lisboa registou uma quebra de 19%, passando dos
21 hotéis de março, para 17 em outubro.
No entanto, foi a região autónoma da Madeira que viu a venda de
hotéis subir em 100%, passando das cinco unidades de março, para
dez em outubro. Já a região autónoma dos Açores verificou um
aumento de 33%, tendo quatro hotéis para venda em outubro, face
aos três de março.
Olhando aos preços das unidades hoteleiras, o mais caro
encontra-se situado na Praia da Oura, em Albufeira, no distrito
de Faro, por um valor de 36 milhões de euros. Também na zona de
Albufeira, em Olhos de Água, está o segundo hotel mais caro
deste ranking, por 20 milhões de euros. O top 3 fica encerrado
com o hotel localizado na cidade de Lamego, no distrito de
Viseu, que se encontra à venda por 14 milhões de euros.
Olhando para as principais cidades do país, em Lisboa a unidade
hoteleira para venda acima dos 10 milhões de euros encontra-se
localizada na Praça de Espanha, por 12,5 milhões de euros,
enquanto no Porto, existe uma unidade de quatro estrelas em Vila
Nova de Gaia que pode ser adquirida por 14 milhões de euros.(15.12.20/Fonte:
Jornal Económico)
Quase 60% portugueses fica com menos de 20% de
rendimento após pagar contas
Portugal está em 22.º lugar na lista de 24 países europeus com
"capacidade de pagar as contas".
Mais de metade (59%) dos portugueses fica com menos de 20% do
rendimento após pagar as contas, na sequência da pandemia de
Covid-19, segundo um estudo da Intrum, realizado entre agosto e
e outubro, divulgado.
"Devido à pandemia Covid-19, 59% dos portugueses inquiridos
afirma ficar com menos de 20% do seu rendimento após pagar as
suas contas", um valor que é "superior à média europeia, de
41%", refere o estudo ECPR - European Consumer Payment Report
2020, realizado em plena pandemia, entre agosto e outubro, da
Intrum.
O estudo tem "por objetivo a partilha de informação sobre a vida
quotidiana dos consumidores europeus, os seus hábitos de despesa
e a capacidade de gerir as suas finanças domésticas
mensalmente", refere.
De acordo com o barómetro "bem-estar financeiro Intrum", na
categoria "capacidade de pagar as contas", Portugal está em 22.º
lugar na lista de 24 países europeus, "posicionando-se assim
entre os três últimos países da classificação".
O relatório anual baseia-se num inquérito externo realizado
simultaneamente em 24 países na Europa, num total de 24.198
consumidores.
"O estudo da Intrum revela ainda que os jovens adultos e os pais
são os grupos etários que estão mais vulneráveis, encontrando-se
sob grande pressão", de acordo com o estudo.
"Cerca de um terço dos europeus afirma que o seu rendimento
diminuiu como resultado da Covid-19 e 25% admite que possa vir a
diminuir em breve", sendo que, "em Portugal, 49% dos homens
dizem que o seu rendimento diminuiu na sequência da pandemia, um
valor substancialmente superior à média europeia, que é de 36%".
Das medidas analisadas para responder à situação, em Portugal a
mais mencionada pelos inquiridos foi o corte de gastos em bens
não essenciais (62%), ligeiramente acima da média, que é 57%.
"A preocupação com o futuro e o aumento do stress e ansiedade
atinge cada vez mais os portugueses", adianta o estudo, que
salienta que "as faixas etárias dos 22 aos 37 anos (61%) e dos
45 aos 54 anos (63%) afirmam estar, neste momento, mais
preocupadas com o seu bem-estar financeiro do que em qualquer
outro momento da sua vida".
"A crise Covid-19 terá um impacto duradouro na capacidade de os
consumidores europeus gerirem as suas finanças domésticas e a
convulsão económica de 2020 está a pesar fortemente na mente dos
consumidores", sendo que "muitos estão preocupados com o aumento
das contas e com a impossibilidade de cumprirem com as suas
obrigações financeiras, o que afeta o seu bem-estar", refere o
diretor-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra, citado em
comunicado.
"Ao mesmo tempo, os consumidores adaptam os seus estilos de vida
às restrições impostas pelo confinamento e priorizam os
diferentes tipos de contas", acrescenta, salientando que, "em
2020 e neste momento, estão a dar prioridade a uma série mais
vasta de contas do que em 2019, com especial incidência nos
serviços que são bens essenciais", conclui.(07.12.20/Fonte:
TSF)
Consumo e exportações de bens impulsionam
recuperação da economia portuguesa no terceiro trimestre
O Produto Interno Bruto cresceu 13,3% no terceiro trimestre por
comparação com os três meses anteriores, em que a economia
portuguesa tinha sofrido um trambolhão inédito. Ainda assim, na
comparação homóloga, sofreu uma quebra de 5,7%. As exportações
de bens e o consumo impulsionaram a recuperação, indicam os
dados do Instituto Nacional de Estatística.
O Instituto
Nacional de Estatística (INE) confirmou esta segunda-feira a
forte recuperação da economia portuguesa no terceiro trimestre,
depois do trambolhão inédito nos três meses anteriores. Uma
evolução impulsionada, em particular, pela evolução do consumo
privado e pelas exportações de bens.
Assim, quando comparado com o 2º trimestre, o PIB aumentou 13,3%
em termos reais, entre julho e setembro, depois de ter diminuído
13,9% no trimestre precedente (também face aos três meses
anteriores).
O INE indica que este resultado é "explicado, sobretudo, pelo
comportamento da procura interna, que registou um contributo
positivo de 10,7 pontos percentuais para a variação em cadeia do
PIB, quase simétrico do observado no 2º trimestre (-10,9 p.p.)".
Quanto ao contributo da procura externa líquida (exportações
líquidas de importações) "também passou a positivo (2,6 p.p.),
depois de ter sido muito negativo (-3,0 p.p.) no trimestre
precedente, verificando-se um crescimento acentuado das
Exportações de Bens e Serviços", indica o INE.
A autoridade estatística concretiza que as exportações totais,
em volume, registaram uma subida em cadeia de 38,9% (taxa de
-37% no trimestre anterior) tendo as importações totais subido
26,5% (taxa de -29,2% no 2º trimestre).
Já em termos homólogos, isto é, na comparação com o mesmo
período de 2019, o PIB ainda ficou no vermelho no terceiro
trimestre, com uma diminuição de 5,7%, após a contração de 16,4%
sofrida no segundo trimestre (também em termos homólogos).
O INE indica que esta evolução "deveu-se em grande medida ao
comportamento da procura interna que registou um contributo
significativamente menos negativo que no trimestre precedente
(passando de -11,8 p.p. no 2º trimestre para -4 p.p.)".
Tudo por causa da "recuperação expressiva do consumo privado e,
em menor grau, do investimento e do consumo público", frisa o
INE.
O INE concretiza que o consumo privado (Despesas de Consumo
Final das Famílias Residentes e das Instituições Sem Fim
Lucrativo ao Serviço das Famílias) registou uma variação
homóloga de -4,3% em termos reais (-14,4% no trimestre
precedente). Já o Investimento diminuiu 8,2% (taxa de -10,1% no
2º trimestre), devido ao contributo negativo da Variação de
Existências, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, o
indicador-chave para analisar o investimento) apresentou uma
variação ligeiramente positiva.
Quanto à frente externa, também houve uma recuperação. "O
contributo da procura externa líquida no 3º trimestre foi menos
negativo que o registado no trimestre precedente (passando de
-4,6 p.p. para -1,6 p.p.), verificando-se uma recuperação mais
significativa das Exportações de Bens e Serviços (passando de
uma taxa de -39,4% para -15,2%) que a observada nas Importações
de Bens e Serviços (de -29,2% para -11,4%)", aponta o INE.
Uma recuperação das exportações que que deveu sobretudo à
evolução da componente de bens, indica o INE, já que as
exportações de serviços continuam muito penalizadas pelo sector
do turismo, que continua muito condicionado pela pandemia de
covid-19.(30.11.20/Fonte:
Expresso)
OCDE diz que despesa social pública em Portugal
foi de 22,7% do PIB em 2019, acima da média
A despesa social pública em 2019 era de 22,7% do Produto Interno
Bruto (PIB) em Portugal, superior à média verificada no conjunto
da OCDE (19,9%), indica um estudo da organização.
Segundo o estudo da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), França, com 32% do PIB, lidera
a despesa pública em áreas como pensões, cuidados de saúde e
subsídios de desemprego, enquanto Áustria, Bélgica, Dinamarca,
Finlândia, Alemanha, Itália, Noruega e Suécia dedicam mais de um
quarto do PIB ao apoio social público.
"Depois de contabilizar a despesa social privada e o impacto do
sistema fiscal, os Estados Unidos são o segundo maior gastador,
com pouco menos de 30% do PIB", refere o estudo.
Em contrapartida, a despesa social pública em países como o
Chile, Colômbia, Costa Rica, Irlanda, Coreia, México e Turquia
representam menos de 15% do PIB.
No estudo, a OCDE sublinha que a pandemia da covid-19 deverá
conduzir a um aumento acentuado das despesas sociais nos
próximos anos, mas que estes dados só estarão disponíveis até à
próxima atualização da base de dados da organização sobre
Despesas Sociais, prevista para 2022.
MO estudo indica ainda que em média na OCDE, em 2019, a despesa
com pensões é a maior rubrica da despesa social pública (7,8% do
PIB), seguida da despesa pública com a saúde (5,6% do PIB).
Esta mesma relação ocorre em Portugal em 2019, que gastou 12,7%
do PIB em pensões e 5,7% do PIB em saúde, além de 3,3% em apoios
diretos à população trabalhadora e 5% em serviços sociais.
Com mais de 15% do PIB, a despesa pública com pensões é mais
elevada em Itália e na Grécia e mais baixa no Chile, Coreia e
México, com cerca de 3% do PIB.
Em França e na Alemanha a despesa pública com a saúde é superior
a 8% do PIB, enquanto é mais baixa nos Países Baixos (2,6% do
PIB), onde as seguradoras privadas desempenham um papel
importante no fornecimento de cobertura de cuidados de saúde
obrigatórios.(26.11.20/Fonte:
Dinheiro Vivo)
Quase metade dos portugueses perderam rendimento
com a covid
Portugueses estão preocupados com o evoluir da pandemia e com
estragos que dela advêm. Cerca de metade acredita no impacto da
covid-19 nos seus rendimentos individuais e 83% admitem que a UE
não tem meios para uma melhor performance nesta crise.
Quase metade da população portuguesa (45%) afirma que a covid-19
já teve impacto no seu rendimento individual, uma percentagem
seis pontos percentuais superior à média da União Europeia (UE).
Apesar de ainda não terem sentido o impacto da pandemia nos seus
rendimentos, 31% dos portugueses creem que o vírus irá impactar
de forma negativa nas suas finanças individuais, segundo dados
que constam de um estudo feito pelo Parlamento Europeu (PE)
sobre o impacto da crise na UE.
Os jovens e as famílias com crianças surgem como os mais
atingidos por esta crise sem precedentes. Assim, 64% dos
europeus entre os 16 e os 34 anos sentiram já algum tipo de
dificuldade financeira e 27% dos inquiridos com crianças
utilizaram as suas poupanças mais cedo do que o previsto.
Devido aos estragos causados pela covid-19, metade dos europeus
manifestam alguma “incerteza” quanto ao seu estado emocional.
Contudo, é de salientar que neste terceiro estudo do PE, mais
europeus demonstram confiar na UE. Os portugueses têm, com o
desenrolar da pandemia, melhorado a sua perceção quanto ao
projeto europeu, depositando agora mais confiança nas medidas
comunitárias para a segunda vaga.
No entanto, verifica-se, em simultâneo, um crescimento relevante
do número de cidadãos europeus receosos quanto ao futuro.
Por outro lado, dois terços dos inquiridos (66%) consideram que
a União deve ter mais valências e meios para lidar com a crise
pandémica, uma percentagem inferior à dos portugueses (83%),
sendo que 67% admitem que Bruxelas não dispõe de meios para
melhorar o respetivo desempenho.
Mais de três quartos (77%) dos inquiridos disseram ainda
concordar com o mecanismo aprovado esta semana e que condiciona
o acesso a fundos europeus ao respeito pelas regras democráticas
do Estado de direito. Isto numa altura em que persiste o
bloqueio imposto pela Hungria e pela Polónia à bazuca europeia
de 1,8 biliões de euros (que consiste no próximo orçamento de
longo prazo da UE e no fundo de recuperação para reagir aos
efeitos da covid) por se oporem a tal mecanismo.
Quanto ao destino dos fundos da União Europeia, para mais de
metade dos europeus (54%) é unânime que a saúde pública seja a
prioridade principal da despesa.(19.11.20/Fonte:
Jornal de Negócios)
Sector agro-alimentar foi o único que viu
exportações aumentarem até Setembro
Setembro terminou com um défice da balança comercial 643 milhões
de euros menor do que 12 meses antes. Exportações de alimentos e
bebidas foram as únicas que registaram crescimento na maioria
dos primeiros nove meses do ano.
O défice da balança comercial de bens diminuiu 643 milhões de
euros em Setembro de 2020 face ao mês homólogo de 2019,
atingindo 1088 milhões de euros, anunciou hoje o Instituto
Nacional de Estatística. O agrupamento de bens alimentares foi
“a única grande categoria económica que registou, no período de
Janeiro a Setembro de 2020, acréscimos face ao período homólogo,
ao contrário da redução generalizada das exportações”.
Se se excluir a categoria de “Combustíveis e lubrificantes”, “a
balança comercial atingiu um saldo negativo de 785 milhões de
euros, correspondente a uma diminuição do défice de 353 milhões
de euros em relação a Setembro de 2019”.
Analisando somente o mês de Setembro, as exportações e as
importações de bens registaram variações homólogas nominais de
-0,4% e -9,9%, respectivamente, ainda assim abrandado o ritmo de
queda de Agosto, em que foram de -1,9%e -10,4%, pela mesma
ordem.
OO INE dá destaque aos “decréscimos nas importações de
‘Combustíveis e lubrificantes’ (-39,4%) e de ‘Material de
transporte’ (-19,9%), principalmente ‘Outro material de
transporte’ (maioritariamente aviões)”. A aviação está a ser um
dos principais sectores afectados pela pandemia, e o ano de
2020, atípico, compara com um ano de 2019 em que a TAP estava a
reforçar a sua frota de aeronaves.
No que respeita às variações face ao mês anterior, em Setembro
de 2020 as exportações e as importações aumentaram
respectivamente 32,6% e 24,1% (-25,4% e -15,9%, pela mesma
ordem, em Agosto de 2020). No terceiro trimestre de 2020, as
exportações e as importações diminuíram respectivamente 3,3% e
13,8%, face a igual período de 2019 (-6,7% e -18,1%, pela mesma
ordem, no trimestre terminado em Agosto de 2020).
Alimentar vende mais para fora
“No período acumulado de Janeiro a Setembro”, sublinha o
instituto estatístico nacional, “verificaram-se decréscimos em
todas as grandes categorias, em ambos os fluxos, excepto nas
exportações de ‘Produtos alimentares e bebidas’, que aumentaram
92 milhões de euros”.
O aumento acima de 90 milhões “verificou-se sobretudo na
subcategoria ‘Produtos transformados destinados principalmente
ao consumo dos particulares’”, com mais 68 milhões de euros.
O INE reforça o desempenho: “Em termos de taxas de variação
homóloga, as exportações de ‘Produtos alimentares e bebidas’ têm
evoluído de forma mais favorável que as exportações globais,
apresentando uma variação positiva na maioria dos meses do ano,
atingindo mais 5,2% em Setembro”.
Nos nove primeiros meses do ano, o comportamento não foi
regular. “Verificou-se um decréscimo significativo das
exportações e importações face ao período homólogo, reflectindo
o contexto da pandemia covid-19”, resume o INE. Mas “após os
meses de maior impacto – Abril e Maio, verificou-se uma lenta
recuperação, mais acentuada nas exportações”.
Em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro, “cinco capítulos
[de classificação] foram responsáveis por um aumento de 193
milhões de euros” das exportações nacionais.
As “Frutas, cascas de citrinos e de melões” foram o capítulo com
maior aumento (mais 68 milhões de euros), seguindo-se as
“Gorduras e óleos, animais ou vegetais, ceras” (mais 50 milhões
de euros), os “Açúcares e produtos de confeitaria” (mais 29
milhões de euros), as “Preparações de carnes, peixes, crustáceos
e moluscos” (mais 24 milhões de euros) e as “Carnes e miudezas
comestíveis” (mais 23 milhões de euros).
Em sentido contrário, houve um decréscimo de 156 milhões de
euros nas exportações de “Peixes, crustáceos e moluscos”,
acrescenta o INE.(09.11.20/Fonte:
Público)
Exportações cresceram em agosto, mas a retoma já
está a travar a fundo
Com os confinamentos parciais a serem decretados um pouco por
toda a Europa, clientes estão já a pedir para serem adiadas as
entregas de encomendas. Indústria de vestuário é a mais afetada.
As exportações de têxteis e vestuário regressaram a terreno
positivo no mês de agosto, com um aumento de 0,2% para 355,3
milhões de euros, embora, no acumulado do ano, estejam 13,5%
abaixo do período homólogo. E embora se espere que os dados de
setembro sejam, ainda, igualmente positivos, nas fábricas os
efeitos da retração dos consumidores já se começam a fazer
sentir, com os clientes a procurarem atrasar a entrega das
encomendas já colocadas. "Estamos a começar a viver um filme
parecido com o de março e abril. Mesmo sem um confinamento
global, há medidas parciais em vários países e tudo o que seja
fechar as economias tem consequências imediatas nos circuitos
produtivos", diz o presidente da Associação Têxtil e Vestuário
de Portugal.
O segmento do vestuário, em especial de adulto, é o mais
afetado. "As únicas peças que estão a vender bem é a roupa de
conforto, as sweat-shirts e os chamados fatos de treino. Há uma
procura enorme de produtos de tricotagem para esse tipo de
peças", explica Mário Jorge Machado. Os adiamentos de encomendas
são transversais a todos os países e marcas. "A instabilidade é
enorme e não dá segurança a quem tem que tomar decisões. As
encomendas entradas em setembro ultrapassaram uma série de
recordes, mas na última semana de outubro já se sente uma
diminuição significativa de encomendas. Está tudo a travar a
fundo, vamos ter umas semanas difíceis pela frente", afirma.
O setor reuniu, esta semana, com o secretário de Estado da
Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, ao qual fez chegar
as suas preocupações. "A indústria têxtil e do vestuário tem que
ser olhada com uma atenção especial, para não colapsar", diz
César Araújo, presidente da ANIVEC, a associação do vestuário,
sublinhando que, "a seguir ao turismo, este é o setor que mais
sofre. Ninguém compra roupa!". A simplificação do apoio
extraordinário à retoma progressiva, que substituiu o lay-off
simplificado, e o seu prolongamento até junho do próximo ano, é
uma das medidas pedidas, bem como a sua associação a um programa
de formação profissional e à isenção do pagamento das
contribuições à Segurança Social. As empresas pedem, ainda,
soluções ao nível dos seguros de crédito e formas de acelerar a
digitalização e o uso de tecnologias 3D nas empresas, de modo a
estarem mais preparadas para abordarem os mercados à distância.
"O lay-off simplificado não devia ter terminado. O Governo
entusiasmou-se e acabou a transmitir uma mensagem aos agentes
que não corresponde à realidade. A retoma nunca existiu e hoje a
situação económico-financeira das empresas está, ainda, mais
degradada", defende César Araújo.
Absentismo preocupa no calçado
No calçado, que teve "seguramente, o pior primeiro semestre dos
últimos 30 ou 40 anos", a partir de junho começaram a chegar
sinais de "alguma retoma". O que levou mesmo a que muitas
fábricas nem fechassem em agosto, remetendo as férias dos
trabalhadores para mais tarde, de modo a dar resposta às
solicitações dos clientes. Não admira por isso que as
exportações de calçado tenham regressado a terreno positivo em
agosto, com um crescimento homólogo de 1,89% para 168 milhões de
euros, graças, sobretudo, aos mercados extracomunitários que
cresceram quase 25%.
Por aqui, ainda não há sinais de alarme ao nível dos
cancelamentos ou adiamentos, há receios, sim, da falta de
capacidade para responder às encomendas em tempo útil. É que
mais de metade das empresas têm já trabalho até janeiro e
fevereiro do próximo ano, segundo o último inquérito da
associação do calçado, a APICCAPS, aos seus associados, mas a
taxa de absentismo nas empresas ronda hoje os 25%, o que
equivale a dizer que, diariamente, há 10 mil pessoas em falta
nas fábricas de calçado portuguesas. Maioritariamente, trata-se
de faltas relacionadas com a assistência à família.
"São números esmagadores e que trazem uma preocupação adicional,
para um setor conhecido internacionalmente pela sua capacidade
de resposta rápida e produção de pequenas séries, mas, também,
pelo seu nível de compromisso e de entrega dentro dos prazos",
diz Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS.
Os seguros de crédito é outra das grandes preocupações. "Sendo
um setor altamente exportador, os seguros de crédito são
absolutamente decisivos e os instrumentos atuais têm-se mostrado
insuficientes relativamente às necessidades da indústria",
frisa, ainda, Paulo Gonçalves.
Campeã das exportações está a contratar
Na metalurgia e metalomecânica, a campeã das exportações da
indústria, agosto foi, também, mês de crescimento, com um
aumento de 4% em termos homólogos. Rafael Campos Pereira,
vice-presidente da AIMMAP, reconhece que este é, habitualmente,
um mês "fraco" ao nível do comércio internacional, já que
coincide com o período de férias, mas nem por isso desvaloriza o
ganho obtido. E acredita que setembro trará novo crescimento.
E se no acumulado do ano, as exportações totais do Metal
Portugal estão, ainda, em terreno negativo, tal deve-se às
dificuldades dos mercados europeus, sendo que Espanha e Alemanha
são os principais destinos das vendas da metalurgia e
metalomecânica nacional. Nos mercados extracomunitários, as
exportações, no acumulado do ano, estão a crescer 13,8%. E as
perspetivas para o fim do ano são animadoras. O inquérito
realizado às empresas mostra que 45% prevê manter ou aumentar as
exportações este ano e que 47% aponta, também, no mesmo sentido
em termos de volume de negócios. Números que são, ainda, mais
expressivos quando o horizonte temporal é março de 2021.
A atestar a resiliência da metalurgia e metalomecânica está o
facto de o setor, que conta com 15 mil empresas registadas, das
quais duas mil pequenas, médias e grandes empresas, e que dão
emprego a mais de 240 mil pessoas, não ter perdido postos de
trabalho. "Vamos até fechar o ano com um ligeiro aumento", diz
Rafael Campos Pereira, sublinhando que a AIMMAP "não perdeu um
único sócio", o que prova que não houve encerramentos entre os
associados.(02.11.20/Fonte:
Dinheiro
Vivo)
|